Say Something escrita por Clarice Reis


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fic aqui no Nyah, espero que gostem e esse capítulo se passa na infância dos personagens.



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Say Something

Capítulo 1

24/12/98

Me olhava no espelho enquanto minha mãe prendia meus cabelos em um coque. Eu estava bonita com o vestido cor de rosa que meu pai tinha comprado e os sapatos pretos de boneca que eram perfeitos exceto pelo fato de que machucavam meu pés.
– Pronto minha querida, você está linda.
– Mãe? - Questionei. - Por que não posso usar maquiagem como você?
Ela pareceu surpresa com a minha pergunta, mas logo depois deu um sorriso.
– Você é muito pequena.
– Eu já tenho 8 anos. - Resmunguei.
– Estão prontas? - Meu pai perguntou entrando no quarto com o meu irmão.
– Estamos sim Ronald, só estava dizendo a Rose que ela é muito nova para usar maquiagem.
– Ahn? Minha Rose quer usar maquiagem? - Meu pai estava roxo. - Isso não tem nada haver com garotos não é princesa?
– Não papai.
Ele suspirou aliviado e aos poucos foi retornando a cor normal.
– Ótimo, então vamos que já estamos atrasados.
Hoje é véspera de natal e fomos convidados para uma festa na casa de um "amigo" do meu pai, o que eu acho engraçado é que eles vivem brigando e competindo entre si, nem parecem amigos...mas de todo jeito meu pai faz questão de ir e está orgulhoso de finalmente poder apresentar seus filhos para seus colegas de trabalho. Durante todo o caminho Hugo reclamou que estava com fome, realmente ele era muito parecido com meu pai. Assim que chegamos observei o lugar, era uma mansão linda com um imenso jardim e tudo estava decorado com enfeites natalinos.
– Rose, Hugo, quero que se comportem e lembrem-se das boas maneiras.
– Tudo bem mamãe. - Dissemos em uníssono.
Meu pai pegou em minha mão e fomos até o hall de entrada onde um homem alto e loiro cumprimentava os convidados.
– Weasley, fico feliz que tenha vindo.
– Boa noite Malfoy.
– Hermione, é um prazer revê-la.
– Igualmente Draco.
– E esses devem ser seus filhos...
– Rose e Hugo. - Meu pai disse orgulhoso.
– Prazer em conhecê-la mocinha. - Ele estendeu a mão para me cumprimentar.
Nesse instante pude perceber o quanto aquele homem era bonito, loiro de olhos azuis e extremamente elegante.
– E o seu garoto, Malfoy? - Meu pai perguntou.
– Está lá dentro, daqui a pouco deve aparecer. Bom, fiquem a vontade, logo serviremos o jantar.
A sala estava toda decorada e tinha uma árvore gigante de natal, pessoas por todos os lados conversavam e riam e meus pais logo encontraram conhecidos, fui apresentada a pelo menos sete pessoas até que me cansei disso e avisei a minha mãe que iria procurar o banheiro. Parei em um corredor cheio de portas e fui abrindo de uma por uma, eu sei que não se deve fazer isso, mas que opção eu tenho? Tá bom que eu podia ter perguntado a alguém... mas de qualquer forma eu já abri cinco portas e nada. Quando toquei na maçaneta da sexta ouvi um barulho vindo de dentro do ambiente. Abri uma pequena fresta da porta e vi um menino sentado de frente para a televisão jogando video game, não conseguia ver seu rosto, mas tinha certeza que era o filho do senhor Malfoy, tinha os mesmos cabelos loiros e postura impecável. Fiquei alguns segundos observando até que decidi ir embora, fui fechando a porta devagar até que...
– Quem está aí?
Droga, fui pega.
– Me desculpe, já estava indo embora. - Disse envergonhada.
O menino se virou para me encarar e pude perceber que seus olhos também eram iguais aos do pai.
– O que está fazendo no meu quarto? - Ele perguntou desconfiado.
– Eu me perdi, estava procurando o banheiro.
– É a última porta do corredor.
– O que está fazendo aqui sozinho na noite de natal? - Questionei curiosa.
– Meus pais estão muito ocupados com os convidados e não tenho ninguém com quem conversar por isso vim para cá jogar um pouco..
– Também não tenho muito o que fazer, meus pais estão conversando com uns amigos...
– Se quiser pode ficar aqui. - Ele ofereceu. - Aliás, meu nome é Scorpius Malfoy.
– É um prazer, sou Rose Weasley.
– E então, quantos anos tem? - Ele perguntou.
– 8 e você?
– 9.Quer brincar de alguma coisa? Podemos ir lá fora fazer um boneco de neve.
– Eu adoraria. Mas você tem algum casaco para me emprestar? Está frio lá fora.
Scorpius foi até o armário e tirou um casaco preto de lã.
– Esse serve?
Assenti e fomos andando pelo corredor, passamos pela sala e todos estavam tão ocupados que nem nos notaram. Chegamos até o jardim que estava coberto de neve e eu estava tão distraída que nem percebi Scorpius juntando um punhado de neve na mão.
– Rose? - Ele chamou e assim que me virei ele me acertou bem no rosto.
– Ah é assim? - Fiz uma bola com as mãos e comecei a correr atrás dele.
Passamos um bom tempo brincando, Scorpius é divertido e acho que seremos bons amigos.
– Ei, vem comigo, vou te mostrar um lugar. - Ele pegou na minha mão e foi me levando até uma árvore, tirou algumas folhas de cima de uma coisa que pude perceber que era uma escada e foi subindo, quando ele estava quase no topo olhou para mim e perguntou:
– Você não vem?
Eu não queria admitir que tinha medo de altura, fui subindo devagar tentando a todo custo não olhar para baixo, já estava na metade do caminho quando involuntariamente meus olhos se dirigiram ao chão. Estanquei no lugar apavorada.
– Rose? Tá tudo bem?
– Eu tenho medo de altura. - Falei baixo quase em um sussurro.
– Por que não me disse antes? - Ele perguntou.
Fiquei em silêncio, não queria explicar meus motivos agora, tudo que queria era sair dali.
– Tudo bem, para de olhar para o chão e olha para mim.
– Eu não consigo.
– Vamos Rose, olha nos meus olhos.
Levantei meu olhar e encarei aqueles olhos azuis, eram tão bonitos...
– Agora vem subindo devagar. - Ele instruiu.
Segui suas ordens e estava quase no fim da escada quando senti sua mão em meu braço me puxando para cima.
– Obrigada. - murmurei.
Parei para olhar o local e vi que ali tinha uma casa de madeira.
– Uma casa na árvore? - Perguntei.
– É, meu pai e eu construímos ano passado.
Ele me levou para dentro e fiquei surpresa ao ver que todas as paredes tinham fotos penduradas.
– Nossa, foi você que tirou?
Ele assentiu e pegou uma máquina fotográfica antiga, daquelas que imprime a foto na hora.
– Achei no porão de casa e meu pai disse que eu podia ficar com ela.
Eu observava as fotos, muitas eram dele com a sua família e tinha outras com seus amigos, estava tão concentrada que nem percebi que ele tinha batido uma foto minha.
– Ei, não faz isso. - reclamei.
– A foto ficou ótima. Quer ver?
Scorpius me entregou e realmente tinha ficado bonita.
– Posso ficar com ela? - Perguntei.
– Claro, mas vai ter que tirar uma foto comigo.
– Por que?
– Aqui tem fotos minhas com todos os meus amigos, preciso de uma com você.
– Tudo bem então. - Disse sorrindo.
Fiquei feliz de saber que ele me considerava uma amiga. Scorpius passou o braço pelo meu ombro e bateu a foto. Depois que ficou pronta ele pegou fita durex e a colou na parede.
– Scorpius? Você está aí? - Uma voz feminina perguntou.
– Estou mãe. - Ele gritou.
– Desça que já vamos servir a ceia.
– Estou indo.
Nos encaramos e ele se ofereceu para me ajudar a descer. Caminhamos pelo jardim em silêncio até que...
– Você quer vir aqui de novo qualquer dia?
– Claro, eu ia adorar. - Respondi.

"Não me lembro mais qual foi nosso começo. Sei que não começamos pelo começo. Já era amor antes de ser."


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