POV BELLA:

Não consegui dormir direito pensando em um ser de sorriso cafajeste e em dois pirralhos que me recuso a chamar de... filhos. Ontem, quando cheguei em casa, perguntei a Renné e a Charlie sobre esses fetos e após muito choro e xingamento da parte deles os mesmos confirmaram. Pelo menos minha recompensa eu ganharia. Terminei de me arrumar e chamei um táxi até a praça.

Chegando lá, vi Edward batendo os pés impaciente. Sorri com isso jogando o dinheiro na casa do motorista e batendo a porta sem dizer nada em seguida, caminhei até "o pai dos meus bebezinhos" Ele estava mais lindo se possível.

Ah, Edward... poderíamos nos divertir tanto...

– Olá, bebê – O cumprimentei educadamente e ele arqueou as sobrancelhas.

– São 14:02. Tá atrasada, Marie Swan – Disse frio e eu revirei os olhos sorrindo.

– Ah, para senhor Masen Cullen! 2 minutos? E se quer culpa alguém, culpe o inútil do taxista – Me defendi e ele deu os ombros entrando em seu lindo carro abrindo a porta pra mim. Fomos o caminho todo escutando Green Day e o Cullen nem se dava o trabalho de olhar para mim. Chegamos em um enorme condomínio com vários blocos de apartamentos, cada um com mais de dez andares. Edward cumprimentou o porteiro e entrou com o carro. Lá era lindo! Tinha muitas árvores, grama, fontes de água, tinha bancos e mesas, um espaço com piscina infantil e outra adulta, tinha playground... Estava lotado de moradores de todas as idades fazendo diversas coisas. Um belo lugar para morar. Talvez, meu pedido fosse um apartamento lá, como era grande eu nem precisaria encontrar certas pessoas.

Edward estacionou o carro e fomos para a recepção onde ele cumprimentou uma loira vadia chamada Irina. Fomos para o elevador e um velho gordo entrou com 2 sacolas.

– Boa tarde, senhor Manuel. Me permite? – Edward pegou as sacolas do cara que sorriu. Ele também falava com todo mundo. Que palhaçada! Revirei os olhos.

– Obrigada Edward, como está sua menina? – O tal Manuel perguntou e pela primeira vez vi Edward abrir um sorriso verdadeiro. Por 1 segundo quis o ver assim de novo mas ai que a menina dele deveria ser uma vadia qualquer. Velho tarado, eca!

– Ela ta bem. Sabe como são as crianças... Cai mas depois que começa a brincar nem lembra que se machucou. – Edward respondeu chamando minha atenção. Ou ele era pedófilo ou estava falando da... coisa que saiu de dentro de mim.

O elevador abriu e eles se despediram. Seguimos por um longo corredor e paramos em frente a uma porta mas antes de abrir ele olhou para mim.

– Um passo em falso e eu te mato. – Ele ameaçou e entrou sem me deixar falar mais uma vez. O apartamento era perfeito, como de se esperar. Parecia uma casa.

– Thony, Nessie, Jake, venham aqui! – Ele gritou e eu o olhei irritada.

– Ei! Você disse que eram duas crianças – Reclamei e ele bufou mas antes de responder um homem lindo, porém nunca mais que me... que o Cullen, apareceu na sala com duas crianças.

– Isabella, esse é Jacob, meu melhor amigo.– Ele me apresentou ao moreno que estava de braços cruzados.

– Prazer, Jacob. – Sorri mordendo os lábios sedutoramente. O prazer é todo meu!

– Se veio para destruir a vida do Edward mais uma vez ou machucar os filhos DELE pode ir embora antes que eu te puxe pelos cabelos de volta para o lixo de onde veio. – Jacob me deu boas-vindas gentilmente atraindo os olhares confusos de duas pessoinhas.

– Obrigado, Jake. Continuando... Esse é Anthony, o mais velho. – Edward me apresentou e pela primeira vez tive coragem de olhar para o garoto. Ele era simplesmente a coisa mais linda que já tinha visto na minha vida! Alto para sua idade, magro na medida certa, tinha lindos olhos verdes, pele branquinha, cabelos cacheados da cor do meu e graciosas covinhas.

Ele me deu um sorriso tímido que surpreendentemente dez meu coração disparar. Eu retribui desviando meus olhos dos deles.

– Bom, aquela é minha doce Renesmee. – Edward continuou e eu olhei a garota. Tão linda quanto o irmão só que os cabelos eram mais parecidos com os do pai. Sua beleza era impressionante.

– É ela? – A ruivinha, que não era ruiva, perguntou a Edward se referindo a mim. Cullen me olhou em dúvida se dizia a verdade ou não e isso me deixou desconfortável. Minha vontade era de sair pela porta e nunca mais voltar.

– É. – Respondeu friamente então os olhos de Renesmee ficaram marejados e ela fixou seu olhar verde em mim. Okay, alguém pode pedir para essa criatura parar de me encarar assim.

Senti um impacto forte contra mim, mãos pequenas em minha cintura e um cheiro maravilhoso. Tive que me segurar para não cair. Abaixei a cabeça e vi Renesmee me abraçando fortemente. Fiquei com os braços levemente abertos e afastados de seu corpo. Olhei para Edward num silêncioso pedido e ele fez uma uma careta de dor. Eu olhava para tudo menos para os filhos daquele cara. Eu nunca tinha ficando tão deslocada em um ambiente quanto naquele momento.

– Nessie, meu anjo, lembre-se do que conversamos. – Edward puxou Nessie delicadamente e depois a abraçou fortemente. Oh, Meu Deus! O que eu estou fazendo aqui?

– Meu pai falou que você perdeu a memória. Como foi? – Anthony perguntou se sentando no braço do sofá mas sem nunca desgrudar seus olhos dos meus e aquilo me incomodou muito.

– Acidente de carro. – Foi a única coisa que consegui dizer. Não sei porquê mas não pude olhar aqueles olhos verdes de um anjo pequeno e dizer que eu tinha bebido naquela madrugada com uns amigos e batido em outro carro onde estava um casal e uma criança.

– Vem vou te mostrar o meu quarto.– A garota saiu me puxando e eu gemi em protesto, gesto que não passou despercebido pelo Edie e seu amiguinho. Os dois me olharam mortalmente e isso me deu medo então segui a coisa rosa quietinha.

Ela abriu uma porta e eu entrei no quarto boquiaberta. Era digno de uma princesa. Aquele quarto com certeza tinha sido mais caro que minha casa inteira mas ele era bem acolhedor.

– Gostou? – Renné... Renné... Qual era mesmo o nome dela? Bom, o serzinho perguntou e eu dei os ombros.

– Até que não é ruim. – Respondi com indiferença e ela abaixou a cabeça. Pensei em me desculpar mesmo sem saber o porquê mas logo ela se recuperou e deu um sorriso me chamando para sentar na cama.

– Você nasceu aqui, em L.A? – Ela perguntou e eu afirmei com a cabeça então seus olhos brilharam.

– Eu nasci aqui? Que dizer, eu me considero britânica mas não sei o que realmente sou. – Ela deu um riso nervoso corando. Criança é uma gracinha, pena que dá trabalho e não ganhamos salário e depois crescem e vão embora por isso não vale a pena ser mãe. Por isso eu não quero ser mãe.

– É... Eu acho que foi. Não me lembro. – Respondi coçando a cabeça e ela sorriu fraco.

– Papai disse que você quem veio nos procurar mas isso não é verdade, né?– Perguntas, perguntas, perguntas... Para com isso, criança! Eu ia negar, já que Edward podia desistir de me pagar mas optei pela verdade.Ou metade.

– Verdade... Mas porque eu perdi a memória só que no momento que ele me disse de vocês eu já os amei muito.

– Menti torcendo para que ela acreditasse. Felizmente como era apenas uma criança de 12 anos acreditou rapidamente e seus olhos brilharam. Sorri satisfeita.

– Licença– Anthony apareceu na porta sério que nem o pai era. O olhei incrédula. Que criança pedia licença para falar com a irmã na própria casa?

– Pode entrar, Thony. – Renesmee respondeu sorrindo e ele retribuiu.

– Não, é só para avisar que a tia Leah chegou. – Ele disse, olhou para mim e fechou a porta. De mim que esse garoto estranho não herdou o mau-humor.

– Vamos, Bella! – Renesmee se levantou e eu suspirei aliviada por ela não ter me chamado de mãe.

– Quem é Leah? – Perguntei com medo de ser outro problema ou, quem sabe, uma namorada do Edward... Urg! Se fosse eu aproveitaria esses dois meses para faze-lo deixar de ser certinho.

– A noiva do tio Jake. – Ela respondeu simplesmente pegando minha mãe e me levando para a sala de estar.

– Tia Leah, olha como minha mãezinha é linda. – Sei que sou, obrigada! Só não me chame mas de mãezinha, flor.

A morena me olhou com desdém, puxou a Renesmee de mim a abraçando e depois veio até mim com um sorriso falso.

– Muito linda, Nessie. Prazer, Isabella. Escutei falar muito bem de você. – Ela disse e fingiu que ia me dar um beijo na bochecha – Lembre-se de ficar bem comportadinha, vadia. – Quem essa vaca pensa que era para me tratar assim? Eu não tinha que aguentar ela nem o noivo, isso não estava no trato. Edward iria escutar muito depois.

– Agora que todo mundo se conheceu vou levar Isabella para casa. – Edward disse e eu festejei internamente.

– Já? – Nessie, quer dizer, Renesmee fez uma cara de choro e eu rezei para que o pai idiota dela não cedesse dessa vez.

– Sim, pequena, se despede da sua... da Isabella. – Ele sorriu docemente e ela me abraçou.

– Tchau, Bella. Espero que você possa se lembrar de tudo logo porquê...Eu amo você, sempre amei. – Aquilo não pegou só a mim de surpresa como a todos naquela sala. Aquelas três palavrinhas fez meu mundo parar por um momento e um sentimento desconhecido nasceu dentro de mim. Como ela podia me amar em menos de uma hora? Por isso tenho certeza que o amor não existe, é óbvio que ela disse aquilo de boca pra fora só que essa mentira logo acabará e eu nem ela teremos que fingir mais nada.

– Tchau, Renesmee – Falei friamente recuando para trás. – Vamos? – Supliquei para Edward e ele suspirou indo para a porta e indicando para mim ir também.

– Se despede do teu filho, Swan – Jacob mandou e eu estendi a mão para Anthony que apertou. Parecia que estávamos fechando um negócio e era muito melhor com Renesmee eu me sentia sobre pressão. Eu só queria ir embora mas sabia que ainda teria uma conversa com Edward e eu não estava me acostumando nem um pouco com sua presença em minha vida. Eu aguentaria Renesmee, Anthony, Jacob e até Leah só tenho uma leve impressão de que a única coisa que eu não suportaria o ódio daquele cara que despertou um desejo desconhecido em mim.