S.o.s. escrita por Vespertilio


Capítulo 3
Calotas polares


Notas iniciais do capítulo

Hello galeris, tá aí, como prometido o capítulo do meio da semana.
Boa leitura o/



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– Mas... – Ângela parecia incrédula. Eu não a culpava, porque eu estava mais. – Mas... Desde quando?

– Desde hoje – Murmurei mais para mim mesma, ele tinha mesmo dito aquilo “Noivo da Bella”?

– Hoje?

– Você está grávida, Isabella?

– Mas esse não é seu chefe?

A três perguntas surgiram na mesma hora, e foram cuspidas por Ângela, Tia Irina, que brotou do esgoto para participar daquele quadro de humor negro, e meu pai, respectivamente. Eu não consegui responde-las, estava com as minhas próprias perguntas rodando na cabeça. Enquanto Edward sorria como se tivesse ganhado na loteria, eu tentava não cair e pensar, ao mesmo tempo em que me esforçava para não virar e esfaquea-lo. Eu não tinha uma faca. O que era um bem, já imaginou o mundo perdendo aquele deus?

– Eu pedi a Bella em noivado pouco antes de sairmos de casa. – Meu noivo começou, quando viu que eu não ira responder aquelas perguntas. Olhou para minha tia. - Não, ela não está grávida. Não que eu saiba. O que me diz amor? – Amor? Amor? Eu digo que quero te matar.

– Com certeza não estou grávida – filho da puta – A-m-o-r.

– E, senhor Swan – Virou-se para meu pai e apertou sua mão. – Sim, eu sou chefe da Isabella, há seis meses. Entretanto, não deixo de ser humano, e passível a sentimentos. – Humano? Eu estava começando a acreditar que não, ele não era. Talvez ele fosse o Hermes, deus troll do Olimpo, e estivesse me pregando uma peça. – Não escolhemos por quem nos apaixonamos. – Ele sorriu olhando pra mim. E, por um momento, esqueci que ele havia me metido naquela confusão, e voltei a derreter. Oh! Pobres calotas polares.

– Tem certeza de que a Isabella não está grávida? – Tia Irina tornou a perguntar olhando para meu umbigo.

– Apesar de praticarmos bastante... – Começou como se aquela questão precisasse de uma grande reflexão. Então fez uma pausa e olhou para meu pai novamente – Desculpe-me, senhor. Eu fiz sexo com sua filha antes do casamento. Mas não me chicoteie. – Meu pai gargalhou e eu corei. Bati com força no braço esquerdo de Edward, o que só fez meu pai rir mais ainda.

– Nós... Nós...Não...

– Tudo bem, filha. Você tem 25 anos, eu não acho que ainda seja virgem. – Nós não somos noivos, tive vontade de gritar, mas só continuei lá, vermelha como um tomate. - Bem, vamos continuar essa conversa lá dentro. Eu vou ajudar Edward com as malas...

– Não, não, pai! – Balancei a mão freneticamente – Não temos malas, não vamos ficar. Eu só vim aqui apresentar o meu chefe.

– O seu noivo. – Corrigiu-me Ângela.

Fuzilei-a com o olhar. Não, ele não era meu noivo de verdade. Mas poderia ser. Então, por que raios, as pessoas colocavam aquela gota poderosa de veneno na palavra noivo? Não era só porque o Cullen ao meu lado era uma coisa de tirar o fôlego, que eu não poderia ser sua noiva. Eu não era completamente sem atrativos. Era bem verdade que não tinha as curvas de Ângela, ou o cabelo incrível da Jenn, mas eu dava para o gasto.

– Na verdade, ela veio me apresentar como chefe mesmo. – Edward colocou as mãos nos bolsos e chutou o ar. Maldito, ele era encantador. – Mas eu resolvi parar de esconder nosso relacionamento, e fazer uma surpresa.

– Eu fiquei bastante surpresa – Murmurou minha irmã.

– Acredite, eu também. – Dei de ombros.

– Vocês não vão entrar nunca? É melhor conversar dentro de casa, sabiam dis... – Jenn apareceu na frente da porta, mas parou de formular qualquer que fosse a frase que estava formulando, quando viu Edward. E aquele era o efeito do aquecimento global, pude escutar as calotas polares derretendo e formando um mar de água doce. – Olá – Ela deu uma jogada de cabelo, aquele cabelo incrível, e andou até ele.

– Olá – Estendeu a mão para ela. – Eu sou Edward Cullen, noivo da Bella. – E thibum! O iceberg atingiu o Titanic. O sorriso de minha irmã sumiu na hora e ela assumiu a mesma expressão de Ângela.

– Noivo da Bella? – Indagou, ela estava indignada.

– Noivo da Bella! – Exclamei com um sorriso idiota no rosto. – Noivo. Da. Bella. – Falei novamente, pontuando cada palavra, eu estava começando a gostar do som delas. E, o significado pra mim era mais ou menos esse: Chupem, bitches.

– É, noivo da Bella. – Edward confirmou e me abraçou por trás, beijando o topo da minha cabeça. Esforcei-me para não cair. As calotas polares do meu Ártico também corriam risco, o degelo estava sendo rápido.

– Acho melhor entrarmos. – Jenn disse, nos olhando com a expressão “roubaram meu doce.” – O resto da família vai adorar conhecer o futuro marido da Isabella. – O resto da família? Merda!

– Eu também vou adorar conhecê-los – Não, não vai. Eu ia protestar, mas ele já estava me empurrando para dentro. Por que ele estava fazendo aquilo? Por quê?

Quando entrei na sala quando caí para trás. “O resto da família” é, ela não estava brincando. Até o primo John estava lá. Primo pelo qual eu tivera uma queda, na verdade, um abismo. Uma coisa tão profunda que eu contava os dias no calendário para o dia de ação de graças, que era quando toda a família se reuniria e eu o veria novamente. Mas agora, ele não era mais atraente, o tempo lhe fizera mal. Ou talvez, eu estivesse querendo de mais. Não pode existir dois Edwards na face da Terra.

– Por que estão todos aqui?- Cochichei para meu pai – O casamento não é daqui a três semanas só? E estamos longe da ação de graças.

– O aniversário da vovó Abbie vai ser comemorado aqui em casa este ano.

– Vovó Abbie, não sabia que ela ainda era viva.

– Filha! – Repreendeu-me.

– Pai! – Arregalei os olhos numa falsa expressão de surpresa. – A mulher já era antiga quando eu nasci, pensei que agora as cinzas dela estivessem no museu da pré-história.

– Não Isabella. Você sabe muito bem que não temos um museu, ela teve que ficar por aqui. – Meu pai brincou e nós gargalhamos. Um pouco alto de mais, e todos olharam para nós. Até, é claro, ver Edward atrás de mim.

O que era aquele barulho mesmo? Ah é, o gelo derretendo.

– Oi, família! – Cumprimentei.

– Quem é esse, Isabella? – A prima, alguma coisa não sei das quantas, nunca soube o nome dela, fez a pergunta que todos queriam fazer.

– Eu também senti saudades de vocês, família. – Ignorei a pergunta.

– Olá, família. – Ele não ignorou – Eu sou Edward Cullen – Preparar, apontar e...– Noivo da Bella – Fogo! Caras de incredulidade por todos os lados.

– Você vai casar? – John perguntou.

– Você vai casar com ele? – Alguma coisa não sei das quantas acrescentou.

– Agora que todos conheceram o Cullen e mataram as saudades da Bella, eu vou leva-los até o quarto. – E olhando para mim meu pai acrescentou – Porque eles vão ficar para o aniversário da vovó Abbie.

Eba! O fim de semana ia ser animado.

Subimos as escadas, a casa estava exatamente como eu me lembrava. Até a mancha de tinta vermelha no quadro da parede do hall estava lá. Seu Charlie abriu a porta do quarto, que era meu até antes de eu sair de casa, eu notei que ele continuava meu, igual à sempre. Meu pai não mexera e nem deixara ninguém mexer em nada.

– Bem, vou deixar que se arrumem. Mas por favor, não pratiquem nada de nada agora, está bem? O jantar será em vinte minutos.

– Pai. – Corei e ele fechou a porta, gargalhando.

– Gostei da sua família. – Edward falou e jogou-se na cama – Gostei da sua cama também.

– Só me diga que você não é nenhuma espécie de louco, Cullen. – Rosnei andando até ele.

– Louco? – Juntou as sobrancelhas numa careta. Merda, até as caretas dele eram encantadoras. – Eu estou tentando ajudar, Isabella.

– Como vamos levar essa mentira adiante? – Quase gritei, mas ele levou um dedo aos lábios, sinalizando para que eu falasse baixo. – Okay – Bufei e sentei-me ao seu lado. – As pessoas não acreditam que eu possa casar com alguém inteligente e bonito, e rico, e sensual, e gentil, e encantador, e...

– Por que não? Não é porque eu sou essa pessoa incrível, que eu não vou me apaixonar por alguém normalsinha. Sabe como é, muito brilho numa relação não funciona. – Sua voz era ironia pura, não pude deixar de gargalhar.

– Muito modesto de sua parte, senhor Cullen. – Estapeei-o no obro e ele fingiu sentir dor.

– Qual é, Bella. – Envolveu-me em seus braços – Me deixa te ajudar. – Então beijou o topo da minha cabeça. – Você é incrível, só um idiota não perceberia isso.

Que barulho é mesmo? Ah é, minhas calotas polares indo para o espaço. Viva ao aquecimento global!


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Notas finais do capítulo

ASUHASUHASUHAU E então o que acharam?