S.o.s. escrita por Vespertilio


Capítulo 17
Início do meio


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas tá tudo complicado por aqui :'c
Tô chateada pelo Neymar, não sou fã dele, mas poxa... Tadinho né?
Um viva ao David Luiz que fez aquele golaço.
E um salve a esse capítulo, que não é lá muito feliz.
Boa leitura? Talvez.



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– Vocês são a família de Isabella Swan?

Levantei com o coração praticamente na mão. Já não aguentava mais ficar sentado naquela poltrona branca, olhando para aquelas paredes brancas, naquele local praticamente branco, com aquele cheiro esquisito, que se tivesse uma cor, decerto seria branco. Estávamos eu, Charlie, Jacob, Abbie e Catherine, no Hospital geral da pequena cidade há quase uma hora. Desde que chegamos ali não tivemos uma notícia sequer de Bella. Aquilo me deixava louco.

– Sou Charlie Swan, o pai dela. – Charlie respondeu apertando a mão do médico. De acordo com o crachá, seu nome era Robert.

– Bem, preciso ser sincero com vocês. A situação da paciente é de risco. Além das várias fraturas por todo corpo, o braço direito e o pé esquerdo quebrado, ela sofreu traumatismo craniano. O fígado foi perfurado e tivemos que fazer uma cirurgia para cessar a hemorragia interna.

– E vocês conseguiram? – Abbie perguntou nervosa.

– Conseguimos.

– Mas? – Jacob indagou de forma tensa e o sorriso que eu tinha nos lábios sumiu automaticamente.

– Mas? Mas o quê?

– Sempre tem um “mas” Edward. – Ele respondeu e recostou-se na parede. A expressão indecifrável, como se ele esperasse que algo mais estivesse por vir. Apertei uma mão contra outra e esperei que o médico terminasse sua explicação.

– Mas, como eu já disse a situação não é das melhores. Apesar de todos os nossos esforços, a paciente não está reagindo muito bem. Posso dizer que foi um milagre ela ter sobrevivido ao atropelamento por um caminhão, quero dizer que também será um milagre quando ela acordar.

– Acordar? – A pergunta saiu mais alta do que deveria, alguns rostos desconhecidos voltaram-se para mim – A Bella não está... Acordando?

– Os sinais vitais dela estão estáveis, mas não, ela não acorda. A Isabella está em coma, de forma que não posso afirma-lhes quando ela vai voltar a si. Pode ser amanhã, próxima semana, daqui um mês ou dois. Ou anos, ela pode ficar anos em coma.

– anos. – A palavra saiu como um sussurro.

– Eu sei que isso pode ser desesperador, acreditem-me. Porém tudo o que posso dizer à família numa hora dessas é para ter fé. Infelizmente, nós, médicos, não podemos fazer muita coisa para ajudar nesses casos.

******

Duas semanas após o acidente de Bella, e ao seu coma, decidi que ia mudar-me para perto dela. Coloquei Jasper responsável pelos negócios novamente. Adiei o máximo que pude todos os meus compromissos com a Cullen Enterprises. Avisei para Emmett sobre minha decisão e ele me apoiou de imediato. Passava quase todas às 24h do dia, no hospital, ao lado dela. Só saia para tomar banho e comer. E às vezes nem comia.

– Bella. – Sussurrei acariciando seus cabelos. Ela estava mais pálida do que o normal, certamente se olhasse o próprio reflexo iria gritar e pedir que eu não olhasse para sua “aparência horrível”. – Eu amo você sabia? – Ela não respondeu, nunca respondia. – Sabe que eu me culpo todos os dias pelo seu acidente? – Silêncio. – Não fiz por mal, Bella. Juro. Só soube da história bem depois... – Suspirei e apoiei minha cabeça em seu ombro. – Não vamos falar disso agora, não é? Acho que você vai gostar de saber que a Catherine está se tornando uma grande amiga minha, ela é mesmo uma garota muito inteligente. Me lembra a Rosie, eu já disse isso a você, não? – Nada de resposta. – Bem, Emmett está ansioso pra vir aqui te ver novamente, disse que vai trazer mais chocolates. Eu bem que tento guardar alguns pra você, mas Cath e Alice comem tudo. Alice é a minha irmã mais velha, a que você não conhece... Ela tem uma filha que também está sempre por aqui... Isso me faz pensar nos nossos filhos, vou te avisando que quero no mínimo dois. – Ri fraco, no entanto, não fui acompanhado.

Conversar com ela, de alguma maneira, mesmo que não recebesse resposta, me deixava animado. Entretanto, ao mesmo tempo, acabava comigo. Estar com ela me fazia bem, mas quando eu lembrava que ela estava ali por minha culpa o bem estar cessava instantaneamente. Charlie não visitava a filha com grande frequência, fazer aquilo só o debilitava ainda mais. A pessoa que ia com mais frequência ao hospital, além de mim, era Jacob.

Beijei a testa de Bella e saí do quarto, lágrimas escorriam dos meus olhos. Como sempre.

Três meses após o acidente eu estava quase sem esperanças.

Entre preces e choros tudo o que me restava era o nada. Um grande nada. Eu conversava todos os dias com o Doutor Robert, que apenas me dizia para ter fé. . Depois de um tempo me sentindo culpado e inútil, dediquei uma parte do meu dia a pesquisar algo que pudesse ajudar Bella a sair do coma. Porém todo dia era uma nova decepção.

Quatro meses e nada.

Cinco meses e nada.

Mais trinta dias. Completaram-se seis meses de coma. Nada.

– Bom dia Edward. – A voz falou assim que atendi ao telefone.

– Oi Alice. – Respondi sem compartilhar a animação que vinha do outro lado da linha.

– Poxa, Ed que desanimo... - Não respondi- Você precisa sair dessa coisa de depressão profunda. Você precisa viver, por favor. – Revirei os olhos. Eu não tinha disposição nem pra discutir com a minha irmã. – Eu sei que você está mal por causa da Bella, mesmo sem conhecê-la direito, também estou. Mas daqui a duas semanas vai ser meu aniversário. Saiba que você não deixou de ter uma família por causa da sua noiva acidentada. Apareça, okay?

– Não garanto nada, Alice.

– Não garante? – A mágoa era explícita na voz dela – Obrigada mesmo Edward.

– Desculpe. – Ela não disse nada, apenas desligou.

Dei uma olhada rápida na mulher adormecida naquela cama de hospital. Faltavam alguns poucos dias para completar sete meses que ela estava lá. Caminhei até o banheiro do quarto e observei meu reflexo. A barba não era feita a um bom tempo, assim como o cabelo não era cortado. Grandes olheiras roxas pareciam estar ali apenas para salientar minha aparência de cansado. Eu também havia perdido peso. E não só isso, havia perdido também todas as esperanças.

Peguei o bloco de papel de cima do criado mudo e escrevi um bilhete. Eu sempre os escrevia antes de sair para tomar banho, ou comer. Mesmo que Bella não pudesse lê-los, mesmo que não pudesse saber do que se passava ao seu redor. Eu gostava de saber que quando ela acordasse poderia ler todos eles e ver o quanto eu a amava, o quanto me arrependia de ter mentido. Talvez então, ela pudesse me perdoar.

Bella,

Se eu pudesse não te deixaria sozinha um minuto sequer. Mas ainda preciso comer, quero estar vivo quando você acordar! Bem, também vou aproveitar e visitar o Charlie. Volto logo, é uma promessa. Lembre-se que eu amo você.

Saí do hospital e coloquei o bilhete junto dos outros. A data e a hora estavam no verso de cada um deles. Sorri para ela e saí do quarto. Caminhei por entre os coredores já conhecidos. Cumprimentei os funcionários do local com um rápido aceno. Entrei no elevador. Observei os números caírem enquanto a caixa de metal me levava para o andar desejado. As portas se abriram. Eu saí. Cheguei à recepção, cumprimentei Elena com um sorriso. Esperei que ela me dissesse um bom dia como sempre fazia. Entretanto ela sinalizou para que eu fosse até ela.

– O que houve Elena?

– Senhor Cullen, sua noiva...

– O que tem a Bella? – Indaguei sobressaltado.

– O doutor Robert acabou de me telefonar do quarto dela, disse-me para que eu o chamasse assim que o senhor chegasse aqui. Sua noiva acordou senhor. Ela abriu os olhos finalmente.

Corri de volta para o elevador, meu coração acelerado no peito, um sorriso estampado no rosto. Um misto de decepção e alegria me tomava. Decepção porque eu havia saído durante cinco minutos e fora durante esse tempo que ela acordara. Eu não estava lá, não fui eu quem ela viu primeiro. Mas contraposto a isso tinha a felicidade. Por ela estar bem, por ela estar acordada, por ela estar viva.

– Meu amor. – Gritei ao chegar ao quarto. Doutor Robert apenas sorriu para mim. – Eu não acredito que não estava aqui quando você acordou, mas eu deixei um bilhete. Eu sempre deixo bilhetes. – Cheguei mais perto e sentei ao seu lado, envolvendo o rosto pálido com minhas mãos. – Eu estou tão feliz que tenha acordado. Eu estava com tanta saudade. – Beijei-a delicadamente e recebi uma forte tapa.

– O que você pensa que está fazendo? – Ouvir sua voz depois de tanto tempo trouxe-me um misto de sensações. Encarei uma furiosa e descontrolada Isabella. Será que ela ainda não havia me perdoado? Será que havia guardado a mágoa por sete longos meses, mesmo estando em coma?

– Você ainda não me perdoou Bella?

– Perdoar você? – Percebi que ela respirava com dificuldade. – Mas quem é você?

– O quê? – Ri fraco. - Eu sou o Edward, Bella. Sei que mudei nesses meses, mas ainda sou eu.

– Eu não conheço você. Não conheço. – Ela disse e meu coração falhou duas batidas. Aquilo era mentira, é claro que ela me conhecia. Aquilo era mentira, aquilo era mentira.

Aquilo tinha de ser mentira.


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Notas finais do capítulo

Well, aos que disseram que queriam participar da fic no próximo capítulo tem o resultado de quem vai entrar, aguardem.
Vocês já desconfiavam que não vinha coisa boa nesse capítulo, né? hahahaaha
Até os comentários, beijos de luz.



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