I need a voice to echo
I need a light to take me home
I kinda need a hero
Is it you?
...
Can you be my nightingale?
Feel so close, I know you're there [...]

POV Aqua.

Já fazia uma semana que eu e Percy não nos falávamos. Uma semana que não olhávamos um na cara do outro, que não trocávamos sequer um "oi", cada um fazia suas refeições em horários diferentes. Isso estava ficando ridículo, qual é? Tudo por causa de eu e Nico.

Falando em Nico, bem... eu havia me afastado dele durante esta semana porque... pra falar a verdade, eu não sei o porquê.

A única pessoa com quem eu conversava civilizadamente era Yasmim, ela ficou do meu lado esse tempo todo, nós viramos praticamente melhores amigas, ela era a tampa da minha panela (N/A: Nossa que lindo). E se alguém achou que eu fiquei me esbugalhando em triste por causa de Percy, esse alguém está muito errado. Na verdade, estou pouco me fodendo para o que eu pensa ou deixa de pensar, depois dele ter dito tudo aquilo de mim, talvez não houvesse perdão. Talvez.

...

Hoje teria aula de arco-e-flecha e aquilo, infelizmente, me fazia lembrar de Will. Ele morreu e eu sabia que 70% da sua morte fora culpa minha. Droga Aquamarine, esqueça isso.

Uma voz familiarmente esganiçada me tira de meus pensamentos.

– Ei, você!

– Pelos deuses garota, não estou com paciência para brigar com você hoje. Diga, o que quer? - cruzo meus braços abaixo do peito olhando para a filha de Íris.

Sabe, Íris era uma deusa super legal e carismática. A maioria de seus filhos também, sempre alegres com a vida que tem. Mas essa daí, pelo amor de Poseidon, deve ter sido adotada pelo próprio capeta quando nasceu.

– Você matou Will. Foi você. Você que matou meu namorado, sua... cretina! - ela dizia com o nariz arrebitado e os cabelos curtos com suas pontas na cor violeta balançavam.

– Epa, epa. Vamos com calma ai, querida. Bom, eu tive uma parcela de culpa na morte de Will sim, e não sei se me arrependo ou não disso. - paro bem à sua frente- Eu ouvi bem? Você disse namorado? - solto uma risada sarcástica, o que a faz revirar os olhos coloridos- Querida, na boa, não queria se achar a dona da piroca do cara. O pau dele não tinha dona ou muito menos estava escrito "Não enfie este objeto em sua vagina, pois ele pertence a vadia da filha de Íris".

– Você é tão ridícula. - ela diz.

– Diz isso mas por acaso já se olhou no espelho? Você parece um pônei maldito. - retruco.

Tudo o que eu queria era pegar a flecha que estava em minha mão e enfia-la no meio da cabeça dessa menina, mas eu não seria tão má assim. Poderia enfiá-la em um lugar onde ela não conseguira tirar, penso e rio com este pensamento.

– Quer saber? Eu desisto. Você é tão estúpida, Jackson. Vou me retirar daqui, não mereço respirar o mesmo ar que você. - vira-se jogando seu cabelo para trás e sai na tentativa de chegar no núcleo da terra, de tão forte que pisava.

– Já vai tarde, peste. - digo simplesmente.

Ouço uma risada logo atrás de mim. Eu amava aquela risada, soava tão deliciosa em meus ouvidos.

– Eu adoro as patadas que você dá nela. - o ser de cabelos negros e pele pálida segura minha cintura. - Decidiu que não me quer mais ou sou muita areia pro seu caminhãozinho?

– Vai se fuder, Di Angelo. - falo rindo.

– Já fiz isso e... aliás, você estava presente. - ele pisca e dá um sorriso de lado.- Mas é sério, já faz uma semana que está me evitando, o que tá acontecendo?

– Aquilo com meu irmão mexeu um pouco comigo, me desculpe.

Nico coloca uma mecha que caía sobre meu rosto atrás de minha orelha. E naquela instante, para mim, não havia mais ninguém ali, só nós. Ele tem esse efeito de deixar tudo perfeito no momento certo.

– Não precisa pedir desculpas á mim, e sim á Percy.

– O que? Mas, por que? - digo confusa.

Não fui eu quem fiz barraco no meio da praia só porque minha irmã transou com um cara.

– Porque sim, oras.

– Ele que deveria vir pedir desculpas, poxa. - faço beiço e Nico ri.

– Não acha que ele já fez isso demais? E além do mas, você sabe como seu irmão é, tem o jeito cabeça-de-alga dele.

Suspiro com sua fala. Ele tinha razão.

– Vou fazer isso, obrigada. - me levanto já partindo a procura do cabeça-dura do meu irmão.

– Ei, ei. - Di Angelo e chama, me viro e vejo ele à minha frente, sorrindo. - E meu beijo?

O puxo pela nunca sem me importar com as pessoas que observavam a cena, sei que elas queriam ser como nós.

Seu beijo tem o mesmo sabor de sempre. Um beijo gélido e perfeito, como sempre. Ele enrosca sua mão em meus cachos de cabelo e me puxa mais para sí, me fazendo sorrir e terminar aquela cena de filme com selinhos em sua boca.

– Eu te amo. - digo.

– Também te amo, baixinha. Boa sorte. - ele beija minha testa.

Viro-me e começo a andar, olho para trás e Nico já não estava mais lá. Deve ter usado seus dotes de viajar pelas sombras, deve ser legal.

Mas agora o que quero saber é: Aonde está o Cabeça-de-Alga do Percy?