POV.DANIEL

Decidi ir embora cedo da festa e assim o fiz. Meio-dia estava arrumando minhas coisas, enquanto todos ainda estavam dormindo. No caminho fui pensando sobre Nico, mesmo que inconscientemente. Aqueles cabelos, a sua pálida pele. Subitamente, me deparei com a porta da minha casa. Como havia parado ali?

–Ah - murmurei para mim mesmo. O tempo em que estive pensando pareceu uma eternidade. E meu prédio era só a uma quadra de lá.

Depois de fazer panquecas de bacon para almoçar, me joguei na cama e fitei o teto, pelo que parece, por mais de meia hora, até que a campainha me desperta.

–Te procurei em todo lugar seu...

–Oi pra você também - falei limpando as lágrimas que ainda não havia percebido a presença, rapidamente.

–Por que saiu lá de casa tão cedo?

–Por que veio me procurar?

–Eu perguntei primeiro - rebateu Jason, cruzando os braços.

–Entre - disse, abrindo espaço para ele entrar. O mesmo esparramou-se no sofá, enquanto eu sentei no canto deste - não estava me sentindo muito bem.

–Mas por que sair silenciosamente? Como um ninja?

–A minha pergunta primeiro - falei com um tom de "agora é minha vez", imitando sua posição.

–Fiquei preocupado. Você saiu sem avisar.

–Eu não queria incomodar ninguém.

–Sei... - fala ele revirando os olhos - Olha, vou manda a real aqui. eu sei que tem alguma coisa rolando, não sou idiota. Eu estou aqui para te ajudar, mas se você não vai deixar de se fazer de forte para tudo, ok! - falou ele já indo embora, para em seguida bater a porta com força.

–Será se ele sabe da...

POV.NICO

A noite ocorreu bem, consegui me divertir um pouquinho. Foi uma noite produtiva. Porém percebi Daniel distante de todos: fisica e mentalmente. Quase não falava (mais que o normal). Não gostava de vê-lo assim. Mas o pior de tudo, parecia que ele estava me evitando! Foi quando contei para ele que gostava de Percy Jackson e ele simplesmente se levantou em caminho da porta e me deu um rápido "Boa noite".

Gelos à parte, voltei para casa já muito tarde, porém sem um pingo de sono. Fiquei assistindo anime (POV.AUTORA/ por favor gente, digam-me de que animes vocês gostam, é muito importante! :3), até meus olhos arderem. Foi então que comecei a pensar em Daniel, e que possivelmente ele estava me evitando mais ainda por ter descoberto que eu sou gay.

Decidi ligar para Jason. Não iria ficar desse jeito só porque um idiota está me evitando!

–Alô? -

Ouço a voz de Jason e vou logo perguntando

–Passa o numero do Daniel? - falo - Por favor.

–Sei... Tudo bem, anota ai (212) 875-2600*, - disse - pra que...

Não tive oportunidade para ouvir o que ele havia dito, desliguei antes.

Disco o número e espero silenciosamente ao som dos bipes da chamada até que ouço um barulho que indica que a pessoa atendeu.

–Alô?! - disse quase desesperadamente.

Quando, para minha infelicidade, a linha cai.

–Ele desligou?! - murmurei - Ah, devo ter ligado errado.

Tentei umas três milhões de vezes e só dava fora de área.

POV.REYNA

Acho que sou a pessoa mais feliz do mundo, de verdade. De uma hora para outra, minha vida virou de cabeça para baixo. Não que tenha sido algo ruim.

Quando todas que estavam na festa de Annie já haviam acordado, fomos tomar café juntas e depois fomos embora, todas tinham que estudar ou tinham trabalho pra fazer. Ok, nem todas foram embora por esses motivos. Ontem a noite, eu e Si tínhamos combinado de ir ao cinema, então a convidei para ficar comigo no apartamento, até a hora de irmos para o shopping, e ela aceitou.

Segurei sua mão e a conduzi até a porta, infelizmente tive que soltar sua mão para abri-la. Nós entramos e nos sentamos no sofá, já que não tinha outro lugar em meio as caixas de mudança.

–Desculpe-me pela bagunça, desde que nos mudamos não tive tempo de arrumar as coisas por aqui - eu disse, meio envergonhada.

–Não ligo para isso, só quero ficar aqui juntinha da minha namorada - disse Silena, aproximando-se de mim no sofá.

–N-namorada? Quer dizer que nós estamos namorando de verdade? - não consegui controlar minha empolgação.

–Claro, se você quiser...

–Óbvio que eu quero, sua idiota. - disse, envolvendo-a em um beijo calmo, mas profundo, explorando toda sua boca.

Acelerei o beijo na medida em que meu desejo por aquela boca doce crescia, Silena me puxava mais e mais, o que fez que eu deitasse sobre seu corpo.

Continuamos nos beijando por, aparentemente, dez minutos; estava tão bom que nem vimos o tempo passar. Quando dei por mim, já estávamos atrasadas para o filme.

–Er...Vou tomar banho... - eu queria continuar aquilo, mas acho muito cedo para tomarmos banho juntas - No quarto de hóspedes tem outro banheiro, você pode ir lá.

–Hm, certo.

Arrumei-me rapidamente e fui esperar por Silena na sala, ela sempre demorava paara se arrumar. Depois de uns cinco minutos, Silena apareceu. Estava linda.

–Vamos? - Silena disse, segurando minha mão.

Entramos no carro e estava passando Can't Remember to Forget You, da Shakira, e começamos a cantar.

Depois de, por um milagre, estacionamos a milhares de quilômetros do cinema. Compramos nossos ingressos para Frozen. Quando estávamos na fila de entrada, avistei Percy e Jason do caixa da lanchonete do cinema.

–Droga! Pensei que o horário deles fosse mais cedo... - murmurei

–O que foi? - Silena perguntou

–Olhe - falei direcionando-me para os meninos.

–Eita, merda.

Puxei-a pelo pulso e corremos pelas pessoas furando a fila, na esperança de que Percy e Jason não nos vissem.

POV.PERCY

–Finalmente! Liberdade! - disse.

–Calma Percy, só acabou nosso turno. Vamos pegar umas pipocas e vamos ver Frozen.

–Frozen?! Nããããããão! Além do mais, eu tô liso. - disse fazendo bico.

–Um: vamos ficar zoando com o povinho jogando pipoca neles. Dois: eu não disse que iríamos pagar - falou olhando de um jeito malicioso para a lanchonete.

–Ah... Eu... Saquei não...

–Nós vamos roubar - ele disse, revirando os olhos.

–Ah! Ok! - falei piscando para ele.

Corremos até a lanchonete e nos servimos de doces, pipoca e muito refrigerante. Entramos na sala de Frozen e, ao escolhermos os assentos, quase fomos atropelados por vultos. Crianças. Jogamos pipoca em todos (simplesmente TODOS) do cinema e rimos até nossa barriga doer quando uma velhinha gritou: "vai tomar no cu!". Foi hilário.

Em seguida fomos à sorveteria (ainda no shopping), acertamos, sem querer, uma menina de cabelos negros, quase na cintura, com uma colher.

Jason me puxou para ir em um restaurante de comida japonesa (POV.AUTORA/ nham nham :p), onde encontramos novamente com a menina da colher. Ela virou-se com a sua amiga, e pude ver: o a garota da colher, Silena, e sua amiga, Reyna.

–Se esconde! - disse para um louro, forçando um sussurro e puxei-o para detrás de uma planta.

POV.SILENA

Ofegantes, chegamos na sala já no início do filme. Tinha alguém jogando pipoca em todo mundo. Nós rimos juntas com eles quando uma idosa mandou eles tomarem no cu.

No restante do tempo, nós quase ficamos nuas em pleno cinema. Nos beijamos como se aquele fosse o último; feroz e profundamente, as vezes mordendo o lábio uma da outra.

Depois do filme, fomos em uma sorveteria, onde minhas costas foram bombardeadas com uma colher. De novo, nos encontramos com Percy e Jason, mas fugimos muito rápido, e eles não nos notaram.

Mais tarde, fomos a um restaurante japonês, porque nós duas amamos comida japonesa, e o Japão em geral. Novamente, eu e Silena demos de cara com Percy e Jason. Coincidência? Talvez. Nós duas somos mestras na arte de se esconder, e mais uma vez fugimos deles dois, sem sermos notadas, quando eles chegaram, nós já tínhamos terminado de comer.

Voltamos para o carro, onde ficamos nos beijando por um minuto, afinal, eu precisava de um pouco de privacidade com minha namorada. Nos beijamos calmamente, estávamos cansadas.

Depois que Reyna ligou o carro, começamos a conversar durante o trajeto para casa:

–Nossa... Nem acredito que conseguimos nos esconder dos garotos... Foi muita sorte! - falei empolgada - O dia foi perfeito! Obrigada por isso, amor!

–Não precisa agradecer, também amei passar o dia com minha namorada. Espera, me chamou de amoor? Owwwwn, que fofa! - Rey disse, e senti o sangue circular minhas bochechas.

–C-chamei s-sim... Pode me chamar assim também, se quiser...

–Claro! Eu te amo, meu amor!

E assim seguimos conversando até chegarmos em nossas casa, onde nos despedimos com um beijo rápido e fui dormir com uma certeza: sonharia com aqueles lábios hoje.