Depois de um tempo, em que todo mundo ficou mimando meus lindos trigêmeos, finalmente todos foram embora, a pesar de Lily ter se agarrado à cama e dito que não sairia dali sem seu lindo e perfeito afilhado.

Somente Scorpius ficou ali.

O quarto estava cheio de presentes. Roupinhas, brinquedos, bichinhos de pelúcia, cobertas, mini suéteres e essas coisas. Finn, Jeremy e Harry tinham sido levados por uma enfermeira, porque eles tinham que tomar algumas poções e essas coisas de bebês lindos e fofos como eles.

Scorpius estava sentado ao meu lado, apertando minha mão com força, como se ele nunca fosse soltá-la.

– Eu estou bem, Scorpius. De verdade - Afirmei olhando preocupada para ele.

Parecia que Scorpius é que tinha parido três garotos há algumas horas. A cara dele estava bem engraçada, então tive que rir. Ele suspirou e soltou minha mão, para começar a distribuir beijinhos sobre minha barriga, por cima do pijama, com delicadeza, como se ele só estivesse fazendo aquilo para que eu soubesse o quanto ele me ama.

Sorri, isso é muito fofo.

– Sei que está, mas eu só me dei conta agora que você é mãe de três filhos - Ele comentou com um sorrisinho, acariciando meus cabelos. - E é minha esposa. Ou seja, eu sou o pai.

Quase estapeei minha testa.

– E como o gênio chegou a essa conclusão? - Perguntei, irônica, e então Scorpius abriu um sorriso.

– Estava com saudades dessa sua ironia... - Murmurou, antes de me beijar. Afastei-me e ri.

– Você tá muito meloso, acho que to até com diabetes - Digo rindo. Ele riu também e voltou a apertar minha mão.

Adormeci logo, bem daquele jeito, com Scorpius apertando minha mão.

...

Alguns dias depois voltei para casa, com milhares e milhares de coisinhas para bebês, três bebês e um marido super fofo tentando ao máximo carregar dois deles ao mesmo tempo para eu não ter que segurar muito peso.

Aquilo me deixava feliz, ver Scorpius se esforçando para me agradar. Quero dizer, estamos casados há um ano, e Scorpius sempre me tratou do mesmo modo, sem nenhum tratamento especial, ou fofura. Mas agora ele estava todo dedicado e decidido, pronto para me ajudar com tudo, e deixar menos coisas possíveis para eu fazer, já que eu ainda tinha que trabalhar, escrevendo artigos para uma revista estranha de animais.

Chegamos em casa e Dominique estava lá, se agarrando com Alvo em meu sofá. Achei aquilo bem normal, já que isso era bem típico dela. Suspirei.

– Oi - Digo simplesmente, o que a fez soltar Al na hora.

– Oiiii!!!! - Ela exclamou, me abraçando com força, tomando o maior cuidado para não esmagar Jeremy em meu colo. Então ela olhou para seu afilhado e abriu um sorriso. - Oii Jerry, meu lindinho!

Então deu-lhe um beijo, e logo abriu um sorriso para mim, enquanto dava pulinhos agitados.

– Rose, você tem que ver o que eu e Al fizemos enquanto vocês estavam fora! - Então ela agarrou minha mão livre e me puxou pelas escadas, até chegarmos a porta do único quarto livre em casa.

Era para ali ser o quarto dos bebês, mas eu e Scorpius nem sequer compramos tinta para pintá-lo, portanto ainda era somente um quarto vazio. Foi então que Nicky abriu a porta e meu queixo caiu. Ela e Al tinham arrumado tudo.

As paredes do quarto eram azuis, e havia pequenas vassouras, pintadas nas paredes, acima de cada berço, cada uma com o nome de um bebê escrito. No teto haviam vários módulos pendurados, dos mais variados tipos, de planetas, vassouras, corujas, hipogrifos, animais em geral, pomos de ouros e essas coisinhas.

Os berços eram branquinhos e brilhantes, cheios de almofadinhas e brinquedinhos na parte interior. Ao lado de cada berço havia uma grande caixa de madeira, que eu sabia estar cheia de brinquedos e presentinhos para meus bebês.

Havia também um lugar para eu trocar fraldas, uma estante cheia de livrinhos tradicionais de histórias para crianças, duas grandes poltronas azuis e um grande armário, onde eu poderia colocar todas as roupas dos três.

O chão de madeira escura tinha sido trocado por um de madeira clarinha, deixando o ambiente mais leve e calmo ainda.

Não contive o sorriso.

– Gostou? - Indagou Nicky, saltitante.

– Se eu gostei? Está lindo, Nicky! - Digo animada, dando-lhe um abraço apertado com o braço livre.

Jeremy em meus braços se remexeu todo, querendo sair dali. Coloquei-o no berço abaixo da vassoura onde se lia "Jeremy" em uma caligrafia bonita e inclinada, que eu sabia ser de Nicky.

– Foi por isso que eu e Al não demos presentes a vocês, esse seria o nosso presente. Fizemos tudo com o maior carinho, e colocamos todos os nossos brinquedos dentro dos baús, mas sei que ainda vai ter mais brinquedinhos e essas coisas, por isso tem outro baú dentro do guarda-roupa, sabe - Nicky falava tudo rápido demais, gesticulando demais.

– Acalme-se, Nicky. Está tudo perfeito, tenha certeza disso - Afirmo. Nicky abriu o maior sorrisão.

– Valeu.

– E você já contou para Al? - Perguntei. Ela sabia do que se tratava, logo mordeu o lábio.

– Não, e não acho que vou falar tão cedo. Eu estou morrendo de medo - Desabafou ficando desanimada de repente. - Enquanto eu arrumava o quarto pra você, pensei que eu poderia estar fazendo isso daqui a alguns meses, e então eu pensei, e se Al ficar com medo? Eu estou com medo.

Balancei a cabeça e abri a boca pra falar, mas alguém me abraçou por trás. Al deu um beijinho em meu pescoço e sorriu para mim.

– E aí, priminha, curtiu? - Indagou. Abri um sorriso.

– Muito.

Scorpius apareceu, finalmente, e colocou os bebês no berço, que logo dormiam, e nos deixavam em paz. Olhei para meus dois primos ali e sorri.

– Vão dormir aqui? - Questionei. Nicky deu de ombros.

– Tanto faz.

– Tudo bem, vou arrumar o quarto para vocês! - Exclamo animada, louca para fazer alguma coisa.

Não demorou muito e já era noite, antes de ir dormir, amamentei meus três filhos, e quase morri de dor. Os três mordiam e me apertavam e faziam meus peitos ficarem doendo por horas depois de amamentá-los. Ele pareciam uns canibais mamando, mais parecia que queriam me ver sofrer do que outra coisa.

Scorpius ficava do meu lado, todo preocupado, arrancando os cabelos e se oferecendo para ajeitar a boca dos bebês em meus seios, o que eu sabia que era só uma desculpa para tocá-los, porque Scorpius é muito safado.

Fui dormir morrendo de cansaço, louca por uma noite de sono tranquila e feliz. Mas é óbvio que me enganei.

Acordei com os choros no quarto ao lado, e fui até lá para resolver. Finn tinha começado a chorar, e como ele chorou alto e acordou Harry e Jeremy, os três estavam chorando histericamente alto. Tive que acalmar um a um, o que foi difícil porque enquanto eu acalmava um, o outro estava chorando e depois de ter acalmado um, o outro chorava e todo mundo caia no choro.

Acabou que todo mundo acordou, e Scorpius e Albus me ajudaram a colocar os três para dormir. Dominique foi para a cozinha dizendo que estava com fome, e eu entendia ela. Provavelmente ela iria acabar com tudo o que tinha na geladeira, mas não liguei. Depois de ficar grávida, aprendi o o porque as pessoas devem ser solidárias com as grávidas.

Depois que os bebês dormiram, eu fui dormir também, mas assim que deitei na cama e fechei os olhos, Nicky me chamou, dizendo que queria morrer. Fiquei uma noite inteira convencendo ela de que ela erta muito jovem pra essas coisas e blá blá blá, mas nem eu estava escutando direito porque eu ainda estava meio dormindo, e Nicku já tinha começado com as alterações de humor, então ela ficava, gritando, rindo e chorando, tudo ao mesmo tempo, o que me dava um pouco de medo.

Depois de discutir com Nicky deitei na cama novamente, já perdendo a capacidade de acreditar que eu iria dormir naquela noite. Scorpius começou a roncar, a fiz o que eu já fiquei acostumada a fazer. Com um levicorpus levei Scorpius até o sofá e o deixei dormindo ali.

Deitei e finalmente consegui dormir, mas foram só duas horas de sono, porque seis horas da manhã meus bebês acordaram, chorando desesperadamente, me fazendo ficar descabelada pra tentar resolver os problemas deles.

Naquele dia eu resolvi dar tchau as noites de sono. Eu sabia que daqui pra frente, seria sempre assim.