Me afastei de suas mãos, atordoada com o que ele acabara de dizer, olhei-o para ter a confirmação, ela estava morta, apesar do pouco tempo, ela foi como uma mãe.

— Liam? - Perguntei, vendo o Olliver frágil ir embora, e assumir a postura de  homem forte, acenou cuidadosamente, enquanto o via endurecer a face, ainda molhada com suas lágrimas.

— Ele a matou, disse que iria me fazer sofrer até decidir me matar. - O vi irritado, e única coisa que eu conseguia pensar que tudo isso só estava acontecendo, por causa da rivalidade das famílias. Começo a chorar desesperada, me afasto de Olliver, me escorando na parede oposta da direção que ele estava, sento encostada na parede fecho os olhos.

— Eu não acredito, ela era como uma mãe pra mim. - Disse, ouvindo mesmo de longe o respirar pesado de Olliver.

 - Foi por minha causa, nós discutimos, ela saiu pra caminhar, e eu não pûde salva-la, largaram seu corpo na minha porta. - Ele falou, e eu só queria ficar de olhos fechados.

— Eu não sei se aguento mais. - Falei, sentindo-me quebrar por dentro, minha alma chorava, eu simplesmente não aguentava mais, tanto sofrimento. Ouvi os passos de Olliver em minha direção, pude sentir seu calor, aquele calor no qual eu sentia tanta falta, de alguma maneira ainda de olhos fechados, senti sus mãos próximas.

— Olha meu amor. 

— Não, só não agora, por favor. - Pedi, sentindo a tristeza no meu peito.

— Você não voltou porque não me perdoou? - Ouvi ele dizer, e foi uma pergunta com uma afirmação.

— Por que você faz isso comigo Bella? Eu simplesmente não pude acreditar quando vi você. - Sua voz estava longe, ouvia seus passos pela sala, sentia sua raiva em cada vez que colocava seus pés no chão. - Quer que eu diga o que? Quer que eu digo que sou culpado? Eu digo, Quer que eu deixe essa vida que levo? Eu deixo, Quer que eu me entregue para a policia? Eu me entrego, só não me despreze, eu não posso viver assim.

— Quer saber Olliver, foi sua culpa sim, eu não te perdoei, tudo o que perdi na vida, foi culpa sua, mas eu voltei porque não suportava a ideia de Liam te matasse, mesmo tendo sofrido por você, eu reconheço que te amo, e como eu disse aquele dia, mesmo que eu vá embora, sempre vou acabar voltando pra você.

— Por que você sempre volta? - Olliver perguntou já exaltado, Abri os olhos, me levantei, andei até ele o mais rápido possível, e por mais que tivesse raiva do que sentia, eu ia dizer.

— Eu sempre volto, porque eu estou presa a você, não importa onde eu esteja, você sempre vai estar comigo, na forma de um sorriso, de um olhar, de um cheiro, até mesmo na forma de uma saudade que explode no meu peito, talvez eu só me sinta assim por que sou adolescente, mas é a coisa mais forte que eu já senti por alguém que não é da minha família. - Despejei as palavras em cima dele, sentindo-me mais leve, por finalmente me libertar da minha prisão de sentimentos. Logo vi a raiva que ele tinha no olhar desaparecer, e ali estávamos nó, duas pessoas vazias, em uma sala empoeirada, se completando com nossas mágoas, e foi naquele momento que percebi, que ele era aquele tipo de amor que só se sente uma vez na vida. Olliver se aproximou, e juntou os pedaços do meu coração quebrado, ao dizer aquelas cinco palavras, que eu tinha medo de ouvir.

— Eu senti tanto sua falta .- Falou passando a mão em meu rosto, e tudo o que pude pensar foi "Eu sou tão fraca", puxei-o para mim, e senti seus lábios, os mesmo lábios com qual sonhava todos os dias quando fui embora, um beijo cheio de saudades, cheio de dor, cheio daquilo que eu podia chamar de amor, porque afinal, o amor é isso,é a dor da partida, a mágoa das mentiras, e a saudade dos beijos e abraços. Partimos o beijo e continuamos nos encarando.

— O que nós vamos fazer agora Olliver? - Perguntei enquanto ele colocava uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Nós vamos dar um jeito nessa merda toda. - Ele falou, então lembrei-me do que Liam falou sobre uma possível emboscada. Afastei-me dele.

— Olliver, Liam frequentava a minha casa, ele trabalhava com meu pai.

— Aquele cara, perto de você? - Ele perguntou tentando inutilmente demonstrar.

— Não, aquele cara planejando te matar com a ajuda do meu pai.

— Me explique, você ouviu alguma coisa?

— Sim, ouvi uma conversa dele com meu pai, ele disse que você não matou aquelas pessoas, ele matou para te incriminar, sempre que você ficava alterado e bebia, de alguma forma, ele fazia você acordar no lugar dos assassinatos.

— Impossível, ele teria que me seguir a noite toda.

— Ou te rastrear Olliver, pensa comigo, sempre que você saia você ia com o carro não é verdade?

— Sim, mas eu estacionava e depois andava de apé por ai.

— Mas depois que se sabe a localização do carro não é difícil encontrar um bêbado tendo ataque de pânico na rua.

— Faz sentido, mas isso precisa ser investigado, a policia não vai acreditar, você ouviu mais alguma coisa? - Ele perguntou pensativo.

— Meu pai comentou que teria que me manter longe de você hoje, acho que eles estão planejando algum ataque. - Olliver passou as mãos no cabelo nervoso.

— Está bem, agora eu preciso pensar, pegue as suas coisas, eu vou te tirar daqui.

— O que? de jeito nenhum, eu não vou te deixar de novo. - Falei decidida.

— Mas que droga Bella, eu preciso que você esteja segura. - Ele gritou.

— Eu estou segura, eu tenho você.

— Eu não posso perder você.

— Nem eu. - Respondi olhando nos seus olhos. Olliver pegou o celular e ligou para alguém que trabalhava para seu pai, enquanto entrava no escritório, eu fui para a cozinha comer alguma coisa, sai a noite de casa, e depois de várias horas no ônibus, eu não havia tomado um café da manha descente. Entrei na cozinha e meu coração se apertou, andei por ela, tentando de alguma forma ver Meg em minhas lembranças, aquele lugar era dela, quase consegui segurar as minhas lágrimas, que me visse de longe diria que sou patética, pois eu estava fazendo café da manha enquanto chorava. Lembrei me de uma musica, e cantarolei seu versos "Baby came home today .She told me to stay away" (Minha querida veio pra casa hoje, Me disse pra ficar longe). Uma musica triste, para uma menina triste, quase sorri com esse pensamento, minha vida parecia um filme de drama, sorri ao pensar da ideia de câmeras espalhadas pela casa, e então uma ideia me ocorreu, uma coisa que ajudaria Olliver se conseguíssemos escapar de Liam. Sai da cozinha e invadi o escritório de Olliver, vendo-o sentado na mesa central com a expressão preocupada

— Eu tive uma ideia . -Falei lhe chamando a atenção.

— Estou ouvindo. - Ele disse já vencido pela minha teimosia. Abri meu sorriso, por vê-lo desistindo de me tirar da casa, essa briga agora não era só dele, agora também era minha.

 Musica inspiração do capítulo (clique aqui)

Musica cantada por Bella (Clique aqui)

Meu Twitter (Clique aqui)

Meu Tumblr (Clique aqui)