A Vida Prega Peças escrita por Crow


Capítulo 11
Noivos novamente, e dessa vez de verdade!




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Bella e Rose haviam com certeza, passado dias planejando aquele jantar. Haviam pensado nos mínimos detalhes, tudo estava lindo! Vários arranjos com flores ver­melhas decoravam a mesa, os pratos preparados com requinte, e o bolo... Parecia um bolo de noivado! De verdade!

E todos vestidos com tanta elegância...

A festa não ficou devendo nada à comemoração de um noivado de verdade. O namorado de Rose, Emmett, estava lá, Alec trouxera sua nova namorada, e junto a Bella, Edward, e a mãe de Jasper, que se entrosara muito bem ao grupo, faziam uma festa muito animada!

Jasper e Alice nem eram tão solicitados, o que não deixava de ser bastante conveniente.

Alice queria poder aproveitar toda aquela alegria, mas tinha di­ficuldades em se concentrar na conversa. Fazia um grande esforço para sorrir nos momentos certos, mas com Jasper ao seu lado era difícil manter a atenção. Só podia se lembrar do beijo que haviam trocado pouco antes.

— Então, é isso — disse Bella, enquanto Alice a ajudava a levar os pratos para a cozinha, depois da refeição principal.

— O que quer dizer?

— Você se apaixonou por Jasper.

Alice colocou os pratos cuidadosamente na pia, procurando con­trolar-se apesar do susto que a amiga lhe causara.

— Por que está dizendo isso?

— Porque é óbvio. Duvido que tenha prestado atenção em alguém mais na sala.

— Desculpe-me — Alice murmurou. — Estou muito grata a você e a Rose pelo trabalho que tiveram, mas...

— Mas Jasper é a única pessoa que lhe parece real? — Bella sorriu. — Eu sei o que é isso.

— Está bem, estou um pouco atraída por ele — disse Alice, com uma sombra de desconfiança.

— Um pouco? - Alice desistiu.

— Muito.

— E ele? Quer dizer, vejo que ele está fazendo um grande esforço para se manter conosco, mas parece estar se esforçando também para não olhar para você, o que há? Ele me parece enamorado tam­bém... Mas eu não consigo entender.

— Eu não acho que esteja — ela disse com tristeza. — Ele é apenas um bom ator. Eu não disse a ele como me sinto de verdade, e nem vou dizer. Estamos tendo momentos agradáveis, mas isso não vai durar. Tão logo a mãe dele parta, vou conseguir um novo emprego e vai ser o fim. E apenas um relacionamento temporário.

Bella olhou para Alice com preocupação.

— E isso vai ser suficiente para você?

Alice olhou para ela sem poder esconder sua tristeza.

— Vou me acostumar com isso.

A conversa com Bella teve seus efeitos. Era verdade que Bella a conhecia melhor que ninguém, mas se os seus sentimentos por Jasper estavam tão óbvios, ela precisava ser mais cuidadosa.

Foi ainda mais difícil quando a mãe de Jasper viajou para visitar seus ami­gos. Alice ficou alarmada ao perceber o quanto era gostoso quando estavam só os três na casa. Eram como uma família. Muitas vezes Alice se forçava a lembrar que não estaria sempre ali para conversar com Nikki, cantar baixinho enquanto arrumava a cozinha ou acon­chegar-se a Jasper na cama.

Com a partida da mãe dele, eles poderiam ter parado de fingir, mas Nikki continuou a tratá-la da mesma forma, e quando Alice e Jasper discutiram a questão na cama, na noite em que a mãe dele se fora, deci­diram que seria difícil voltar à velha divisão de quartos tempora­riamente, enquanto ela estivesse fora.

— Você sabe como minha mãe é — disse Jasper. — Eu não colocaria minhas mãos no fogo de que não voltaria aqui sem avisar apenas para nos pegar no flagra.

— Podemos continuar como estamos então — disse Alice, tentan­do parecer casual, como se realmente não se importasse de dormir aqui ou ali.

— Talvez seja melhor — Jasper concordou com uma voz também indiferente. Mas em seguida fez com que Alice rolasse sobre ele e começou a beijar seu pescoço. E o coração dela ficou acelerado de alívio e felicidade.

Melhor aproveitar ao máximo o tempo que lhe restava, ela decidiu. Haveria muito tempo para ser fria quando a mãe dele se fosse para o Canadá e já não houvesse razão para dividir a vida com Jasper, nenhuma desculpa para se virar para ele à noite e enlaçá-lo pelo pescoço. Suas memórias seguiriam com ela e a confortariam no fu­turo, quando seu emprego ali houvesse terminado.

Com a ausência de sua mãe, Jasper aproveitou para se dedicar mais ao escritório, e, com Nikki na escola, Alice decidiu fazer uma nova arrumação na casa toda.

Já que estava sendo paga para cuidar da casa, deveria cuidar de seu serviço.

Começou pelo andar superior, primeiro o banheiro e depois todos os quartos. Entusiasmada, levantou as camas, limpou os cantos, espanou, lustrou e baniu a desordem que tanto irritava Jasper.

Ao chegar ao quarto dele, Alice ficou constrangida ao perceber o quanto sua presença afetara a ordem ali. Podia-se identificar clara­mente qual o seu lado e qual o de Jasper. Do seu lado, no criado-mudo mal cabiam suas caixinhas, perfumes, o conjunto de pintar as unhas, bijuterias, cotonetes, presilhas... Ah, e o pente e a escova. Ali estava a escova. Fazia dias que a procurava!                              

Alice limpou e guardou tudo, lustrando a cômoda com muito cui­dado antes de chegar ao lado dele. Arrumar seu criado-mudo não levaria muito tempo. Além do pequeno abajur de leitura e do rádio-relógio, havia apenas uma pilha de moedas retiradas do bolso que ele esvaziara na noite anterior.

Dificilmente poderia considerar aquilo como desorganização, mas estava disposta a não deixar nem um grampo fora do lugar. Incerta sobre o que fazer com elas, Alice abriu a pequena gaveta e estava prestes a colocar ali as moedas, quando parou. Um porta-retratos estava guardado, virado de costas.

Alice o retirou com cuidado, sabendo que era uma foto de Annabelle.

Era óbvio que Jasper mantinha uma fotografia dela perto de sua cama. A primeira imagem que ele veria ao acordar, e a última antes de adormecer. O coração de Alice ficou apertado ao pensar no quanto ele ainda amava e sentia a falta de Annabelle.

Segurando a foto nas mãos, ela sentou-se no canto da cama. Ele devia tê-la guardado quando decidiram que dividiriam o quarto, incapaz de suportar o pensamento de ver o rosto de Sara quando outra mulher ocupava o lugar que deveria ser dela.

O contraste deveria ser forte demais.

Alice olhou com atenção para a esposa de Jasper. Ela havia sido muito bonita, com seus grandes olhos e seu sorriso suave. Como Jasper poderia colocar alguém em seu lugar algum dia?

Mordendo o lábio, ela se inclinou para colocar a foto de volta na gaveta, e viu uma carta que caíra no chão. Devia tê-la deixado cair quando puxara a fotografia. Pegou-a, sem querer lê-la, mas não pôde deixar de bater os olhos nas palavras sempre a amarei, escritas com a caligrafia inconfundível de Jasper. Para sempre.

Alice se levantou, colocou a carta por debaixo da fotografia e fe­chou a gaveta.

Era tempo de aceitar a realidade. Jasper nunca a amaria como ela o amava. Não havia sentido em esperar isso, fingindo e enterrando seu rosto na areia para não enxergar a realidade. Claro que tinha dito a si mesma que Jasper ainda amava Sara, mas não havia sentido isso com tanta intensidade até aquele instante. Jasper era um homem de poucas palavras e não diria o que não sentia.

Alice estava muito quieta aquela noite, e quando Jasper lhe per­guntou qual era o problema ela apenas sorriu e balançou a cabeça.

— Não é nada. Estou apenas um pouco cansada.

E quando foram para a cama, ela se aninhou a ele, incapaz de imaginar como lhe diria adeus, mas sabendo que teria de fazê-lo.

Logo a mãe de Jasper voltou do que ela chamou de "turismo" três dias depois, e imediatamente notou a mudança em Alice.

— O que há? — ela perguntou na primeira oportunidade em que ficaram sozinhas. — Vocês dois discutiram?

— Claro que não — disse Alice.

— Sei que Jasper não é uma pessoa fácil de se lidar — ela disse, claramente sem acreditar na resposta de Alice. — Mas você parece saber lidar com ele e com Nikki também. Você não imagina como faz bem a eles — ela continuou. — Eu não me conformaria jamais se algo desse errado entre vocês dois.

Pois teria que se conformar sim, Alice pensou com tristeza.

— Olha é verdade. Está tudo bem — ela mentiu.

Os três foram ao aeroporto para vê-la partir. Alice estava muito triste. Não apenas porque a partida dela significava que não teria mais desculpas para continuar com Jasper e Nikki, mas porque se afeiçoara de verdade à mãe de Jasper. Ela podia ser dura em alguns momentos, mas seu afeto e seu entusiasmo eram verdadeiros. Mes­mo assim ficou surpresa ao ver a emoção nos olhos dela quando se despediram.

Abraçaram-se com força, e ela agradeceu-lhe por tudo o que vinha fazendo. E depois se voltou ao filho.

— Não a perca nunca — disse enquanto o beijava. — Ela é a mulher de que você precisa.

Nikki foi a última de quem se despediu.

— Cuide de seu pai para que ele não faça nenhuma besteira — disse. — Prometam que vão me telefonar assim que decidirem a data do casamento. — Foram as palavras que ela dissera antes de entregar sua passagem.

— Não sei como vou dizer a ela que não haverá casamento algum — suspirou Jasper quando eles voltaram ao carro com aquele senti­mento de tristeza que sempre acompanha as despedidas. — Ela nunca vai me perdoar.

— Talvez você não precise dizer a ela — disse Nikki, arrastando os pés ao lado dele.

— O que quer dizer com isso?

— Casem-se.

Jasper parou no meio do caminho.

— Nikki, a única razão pela qual eu e Alice fizemos tudo isso, foi porque você não queria que ela lhe arranjasse uma madrasta.

— Não quero uma madrasta. Mas Alice... Eu não me importaria se fosse Alice — disse Nikki.

Houve um momento de silêncio enquanto os três se moviam pelo hall movimentado do aeroporto. Alice não ousava olhar para Jasper, mas podia sentir o quanto ele estava tenso. Tinha que fazer alguma coisa para suavizar a situação.

— Nikki, podemos nos visitar e conversar no telefone. Não pre­tendo desaparecer do mapa! — Alice explicou, esforçando-se por pa­recer que brincava. — Você logo cansaria de minhas exigências. — Tentou até mesmo forçar um sorriso.

Mas Nikki não pareceu animar-se.

— Não me cansaria não.

— Eu sou muito chata. Mandaria você dormir às oito horas da noite e a proibiria de assistir à televisão durante a semana. Não gostaria disso, não é?

— Não — Nikki admitiu. — Mas seria melhor do que se você fosse embora.

— Está bem, Nicole. Chega — disse Jasper em tom severo. — Alice nós fez um favor, mas ela tem a vida dela para cuidar agora.

— Mas...

— Não quero ouvir mais nada a esse respeito — ele disse rispidamente, dando a conversa por encerrada, dirigindo-se ao estacio­namento, e deixando Alice e Nikki em silêncio a segui-lo.

Foi um longo e tenso retorno para casa. Jasper se fechou em seu escritório quando chegaram, dizendo a Alice que precisava traba­lhar. Nikki também se fechou em seu quarto com Rob.

Alice não sabia bem o que fazer. Pensou em continuar a vida normalmente, o que quer que "naturalmente" significasse.

Pelo menos, poderia poupar a Jasper uma conversa constrangedora, pensou, e, sem fazer nenhum alarde tirou suas coisas do quarto dele e levou-as de volta ao quarto que ocupara antes da chegada da mãe dele. Arrumou sua cama e trocou também a roupa de cama do quarto de Jasper.

Agora, eles poderiam fingir que nada havia acontecido.

Jasper não percebeu a mudança até tarde, depois de dar boa-noite a Nikki, que ainda estava calada e tristonha. Quando viu a mudança, ele desceu a escada e encontrou Alice enxugando as últimas louças, esforçando-se por não pensar no que faria a seguir.

— Você tirou suas coisas do quarto? — Jasper perguntou abrup­tamente.

— Sim... Eu... Eu pensei que seria mais fácil desse jeito.

— Mais fácil? — ele perguntou como se não entendesse a palavra.

— Combinamos que dormiríamos juntos apenas enquanto sua mãe estivesse por aqui - Alice lembrou-o.

— Eu sei que combinamos, mas... — Jasper hesitou, parecendo pensar melhor no que estava prestes a dizer. — Sim, você está certa, claro. Não há mais razão para continuarmos agora que ela já foi embora.

— Não — Alice disse desanimada.

Seguiu-se um silêncio desconfortável, porque nenhum dos dois conseguia dizer mais nada.

— Foi um acordo temporário — disse Alice, para reafirmar que ela entendera tudo e não faria nenhuma cena.

— Sim.

Mais uma terrível pausa.

Alice tirou o avental que estava usando e abriu um sorriso doce.

— E melhor eu ir ao quarto, preciso pensar no que vou fazer agora — disse, pendurando o avental no gancho.

Qualquer coisa para se afastar logo de Jasper e resistir ao impulso de se jogar nos braços dele e implorar-lhe que a deixasse ficar.

— Você sabe o que quer fazer?

“Ficar com você e Nikki.”

— Não — Alice disse ao invés disso. — Mas tenho certeza de que vou encontrar alguma coisa. Sempre posso procurar a agência.

Jasper deu uma volta pela cozinha.

— Acho que você não consideraria a hipótese de ficar aqui, não é? — ele perguntou subitamente, como se as palavras se forçassem a serem ditas, mesmo contra a vontade dele.

O coração de Alice apertou-se no peito, e ela engoliu em seco antes de responder.

— Achei que você e Nikki pretendiam se arranjar sozinhos depois que eu fosse embora.

— Essa era a idéia, era o que Nikki queria. Mas vai ser muito difícil. Meredith não deve mesmo voltar e... Bem, a verdade é que eu estive pensando no que minha mãe disse — ele falou rapidamente. — Nikki precisa da companhia de uma mulher nessa casa, e ela gosta de você. Ela me implorou que pedisse a você que ficasse. — Ele parou. — Você pode pensar nisso?

Alice esfregou suas mãos para ocultar o tremor.

— Eu não sei — ela disse hesitante. — Acho que não quero ser empregada para sempre.

— Mas eu estava pensando em você como esposa — disse Jasper. Alice levantou a cabeça para olhar para ele, sem poder acreditar no que ouvia.

— Como esposa?

— Não sei como dizer isso. — Jasper levantou as mãos para o alto com um suspiro. — Estou tentando lhe pedir que se case comigo.

Alice chegou a abrir a boca, mas fechou-a de novo.

— Mas... Por quê? — conseguiu perguntar por fim.

— Porque parece sensato — ele disse. — Resolveria o problema de ter alguém que tomasse conta do cachorro.

— É verdade, essa é uma boa razão.

— Falando sério — ele continuou. — Nikki gosta de você. Ela nem podia pensar na idéia de ter uma madrasta, mas você... Você é di­ferente. Eu acho que ela ficaria feliz se você continuasse aqui como empregada, mas se sentiria muito mais segura sabendo que você ficaria para sempre com ela.

Alice olhou para ele, os olhos cor de chocolate, brilhantes.

— E você, como se sentiria?

— Eu ficaria feliz também—disse Jasper, olhando dentro dos olhos dela. — Temos nos dado bem nestas últimas semanas, não?

— Sim — ela disse tristemente. — Temos nos dado bem.

— Assim você não terá que procurar um emprego temporário. Claro que poderá trabalhar se quiser, mas sempre disse que não se interessava por ter uma carreira... Pode não ser muito romântico — ele continuou —, mas há razões piores para um casamento do que a busca por conforto e segurança.

“Verdade” pensou Alice. Mas ela sempre sonhara se casar por ra­zões mais nobres. Mordeu seu lábio e andou para o fundo da cozinha, como se houvesse esquecido de pendurar os panos de prato.

— E quanto a Annabelle? — ela perguntou. Jasper hesitou.

— Eu acho que ela entenderia. Ela iria querer o melhor para Nikki, e é isso que quero também.

Então ele nem mesmo fingiria que se casara com ela por amor,pensou Alice, à beira das lágrimas. Talvez fosse melhor daquele jeito. Ela não acreditaria se ele dissesse que a queria por razões menos práticas.

Era engraçado, ela pensou com o coração dolorido. Uma pessoa pode sonhar a respeito de alguma coisa, mas quando ela se torna realidade nunca é como imaginou.

Poucos minutos antes, tudo o que desejava era que Jasper a pedisse em casamento. E fora o que ele fizera. Mas agora ela queria que ele lhe desse seu coração também. E sabia que ele sempre pertenceria a Sara.

— Posso pensar sobre isso? — perguntou a Jasper, surpresa com sua própria calma.

— Claro.

Jasper parecia desconcertado com o autocontrole dela. Devia ter acha­do que ela agarraria a chance com unhas e dentes, Alice pensou.

— Não quero que se obrigue a uma coisa com a qual não se sinta bem depois — ele disse.

Alice olhou para ele. A única coisa que a faria sentir-se melhor naquele momento era ele falar que queria que ela ficasse, não por sua filha, mas por ele mesmo.

Mas seriam muitos sonhos a se tornar realidade em um dia só. Era pedir muito.

Ela sorriu sem conseguir esconder sua tristeza.

— Vou me deitar. Foi um longo dia.

Jasper observou-a enquanto ela se dirigia para a porta.

— Alice! — ele chamou, e ela se voltou.

— Sim?

— Eu...

O que quer que Jasper fosse dizer, mudou de idéia.

— Nada.

xXx

— Casar-se com ele por causa de Nikki? — Rose encarou Alice pelo outro lado da mesa.

As três amigas estavam sentadas em seu bar favorito, convidadas por Alice, que avisou que se tratava de uma conferência urgente.

— Você não está considerando seriamente esta proposta, está Alice? Está? — ela acrescentou antes de se jogar na cadeira e ba­lançar a cabeça. — Oh, você está!

— Bem, eu tenho pensado muito sobre isso — Alice disse em tom de desafio.

Pensava todos os minutos. Não pudera pensar em mais nada desde a proposta de Jasper.

— Sei que não é o tipo de casamento que sonhamos ter, mas nem todos podem viver um romance perfeito como Bella. E eu não seria a primeira mulher a assumir um compromisso que não fosse total­mente por amor — ela disse em tom defensivo. — Há outras coisas que também fazem a vida caminhar.

— O que, por exemplo?

— Respeito... Poder dar amor e segurança a uma garotinha...

— Você não está se casando com Nikki — Bella explicou com seriedade. — Claro que o compromisso é um dos pontos fundamen­tais para o casamento, mas há outros pontos... Especialmente para uma pessoa romântica como você. Sei que vai precisar do amor de Jasper para ser feliz.

— Você vai mudar de idéia agora? Sempre quis me empurrar para Jasper a qualquer custo — disse Alice, irritada com as amigas.

— Pensamos que seria bom se ficassem juntos, mas apenas se Jasper colocasse um ponto final na ligação com Sara. Claro que ele não quer esquecê-la, mas tem que caminhar para a frente. Jasper deve desejá-la pelo que você é, não pela comodidade que pode dar a ele. — Bella se inclinou na direção dela quase irritada. — Você não pode viver pensando que é a segunda pessoa no coração dele.

Alice tinha passado a noite anterior acordada, sentindo a falta de Jasper ao seu lado, e vislumbrando os dias, semanas e anos em que ele não estaria com ela. Se ela casasse-se com ele, pelo menos teria sua presença ao lado dela. Poderiam ter filhos, e isso os aproximaria.

— Você merece mais, Alice — disse Bella, como se pudesse ler seus pensamentos.

Bella e Rose fizeram o melhor que puderam para evitar que ela cometesse aquele erro, mas quanto mais Alice pensava, mais achava que se casar com Jasper era a melhor opção.

O casamento deles não seria perfeito, mas pelo menos poderia vê-lo e tocá-lo. E Nikki estaria lá também. Eles poderiam compor uma família.

Rosalie insistia em dizer que ela conheceria alguém mais interes­sante, mas ela só queria Jasper. Pensar na vida sem ele, sem nada para fazer a não ser sentir sua falta, parecia desesperador.

Jasper estava esperando por ela quando chegou em casa.

— Estive pensando no que disse a noite passada — Alice começou quando o viu colocando água na chaleira para o chá.

Ele se voltou para ela, os olhos escuros muito atentos.

— E?

— E... — Alice abriu a boca para dizer que aceitava se casar com ele, mas subitamente percebeu que não poderia e se calou.

Não poderia viver com ele sem lhe dizer que o amava. Já fora difícil o suficiente até aquele momento. Como poderia passar seus anos sem nunca poder ser completamente honesta sobre o modo como se sentia?

—Eu ia dizer que sim—ela contou honestamente. — Mas percebi que não seria justo para nenhum de nós. — Devagar Alice tirou o anel que Jasper havia lhe dado e colocou-o sobre a mesa. — Achei que poderia aceitar por todas as razões sensatas que você enumerou. Eu disse a mim que eram razões suficientes para um casamento, mesmo sem amor. Mas vejo agora que não são. Estivemos perto de cometer uma enorme besteira, Jasper — ela disse, encontrando os olhos dele com tristeza. — E melhor eu ir embora.

Jasper parecia mais desolado do que ela jamais o vira, mas não tentou persuadi-la.

— Nikki vai ficar muito desapontada. - Foi tudo o que ele disse.

Nikki ficou mais do que desapontada. Ficou em prantos quando Alice lhe disse que estava partindo.                   

— Mas você disse que ficaria para sempre — ela reclamou. — Você prometeu!

O rosto de Jasper estava pálido.

— Nikki, o combinado era que Alice ficaria enquanto sua avó esti­vesse aqui, e você sabia que era tudo um teatro. Você sabia que estávamos apenas fingindo.

— Eu não estava fingindo. Alice não devia ter prometido se não era para valer. — Nikki caiu em lágrimas, e saiu correndo da sala.

Alice também estava chorando.

— Devo ir atrás dela e tentar lhe explicar?

— Não, deixe-a. Ela vai voltar — ele disse, passando a mão pelos seus cabelos loiros. — Só espero que ela não torne a vida da nova empregada um inferno. Ela é bem capaz disso.

Contrariando as expectativas do pai, quando a agência mandou uma nova funcionária dias depois, Nikki fez de tudo para ser legal com ela, e punir Alice, ignorando-a completamente. Megan era aus­traliana, simpática e competente, e tinha um sorriso bonito e aberto. Alice tentou ficar feliz porque achava que ela faria um bom trabalho, mas seu coração doía enquanto pegava sua mala.

Jasper havia dito que a levaria de volta para casa. Perguntou a Nikki se viria junto, mas ela balançou a cabeça em um gesto nega­tivo, e disse que preferiria ficar com Megan. No último minuto, po­rém, correu até o carro quando Alice estava prestes a entrar e deu-lhe um abraço bem apertado.

— Adeus — ela disse, chorando em sua voz de criança. E então, sem olhar para Alice, correu para dentro novamente.

A garganta de Alice estava tão apertada que ela não podia falar, e as lágrimas rolavam por seu rosto quando ela entrou no carro.

— Ela vai sentir sua falta, sim — Jasper disse, desculpando-se pela filha. — Só está fazendo isso porque está triste.

— Eu sei. Vou sentir falta dela também.

— Talvez você possa vir nos ver de vez em quando — ele sugeriu. — Pode vir checar se estamos cuidando direito do vira-lata.

— Talvez — conseguiu dizer simplesmente.

Se falasse mais alguma coisa, ela própria voltaria correndo para dentro de casa. Sentia como se estivesse carregando um peso enorme sobre seus ombros.

Por quê? Por que tinha escolhido partir? Poderia ter ficado e continuado a viver com eles.

Mesmo em dúvida, Alice deixou que Jasper a levasse de volta à sua vida de antes. Ele fez questão de levar a mala até seu quarto, en­quanto Alice continuava paralisada no hall da escada. Sempre gos­tara daquela casa, mas Rose não estava e a casa parecia fria e solitária. Assim como seria sua vida dali por diante.

— Obrigada — Alice disse quando ele desceu a escada.  Sua voz estava dura e aguda, mas era o único jeito de falar sem chorar.

Jasper parecia estar tão perto dela naquele pequeno hall, que Alice teve que se mover, dirigindo-se para a porta da frente.

— Eu preciso ir — ele disse, mas não se moveu.

— Eu sei — Alice disse. — Nikki está esperando por você.

Quando Jasper passou por ela, na porta, Alice olhou para ele avi­damente, como se quisesse guardar em sua memória aquele rosto sério e aquela boca macia. Ela poderia nunca mais vê-lo de novo, pensou em pânico.

— Obrigado por tudo, pequena — ele disse formalmente e, em um impulso, inclinou-se para beijar o rosto dela.

Foi um toque leve, rápido, mas Alice foi obrigada a fechar os olhos com força. Instintivamente as mãos dela se ergueram para o peito dele, para ajeitar-lhe a camisa.

— Adeus Jazz — ela sussurrou, enquanto também o beijava.

Eles se olharam por um longo e desesperado momento, e então ela deixou que suas mãos caíssem.

Jasper se voltou, sem dizer mais nada, e então caminhou em direção ao carro. Abriu a porta e, com um último olhar para Alice, partiu, deixando-a desolada e sozinha na porta.

Nos dias que se seguiram, Alice emagreceu os quilos que havia adquirido, mas estava muito infeliz para apreciar o fato de suas roupas voltarem a lhe servir. Tinha voltado à agência, mas ainda não haviam lhe conseguido nenhum emprego, o que era lamentável. Dinheiro não era problema naquele período, depois do generoso che­que que Jasper lhe deixara, mas, sem trabalhar, ela tinha tempo de­mais para pensar.

Tempo demais para lembrar. Tempo demais para sentir a dor pela falta de Jasper e da vida que tinha jogado fora.

— Você fez a coisa certa — Rose tentou assegurar-lhe. — Sei que é difícil, mas é melhor que Jasper possa lidar com os sentimentos dele por Annabelle primeiro. E ele precisa fazer isso sozinho. Precisa decidir que já é tempo de aceitar a morte dela e tocar a vida para frente. Só depois disso, poderá pensar no que sente por você.

— Eu não acho que ele sinta algo — Alice disse magoada.

— Nesse caso, foi melhor mesmo que não se casasse com ele. – Alice sabia que Rose tinha razão. Todos os motivos pelos quais não seria um boa idéia se casar com Jasper circulavam pela sua mente, mas nenhum deles diminuía sua vontade de voltar para a casa dele, e poder ver Jasper tirando a gravata ao chegar do traba­lho e entrar na cozinha. Nikki estaria sentada fazendo sua lição de casa, e Rob latiria, mais inconveniente do que nunca.

Essa imagem era tão vivida em sua mente e a saudade que sentia tão grande que Alice debruçou-se em seus braços e começou a chorar compulsivamente. Do outro lado da mesa, a gata a observava com desdém. Ela já aprendera que o som do choro significava que os humanos não iriam pensar em alimentá-la tão cedo.

Alice nunca imaginara chorar tanto. Antes pensava que logo me­lhoraria, mas passados cinco dias não havia sinal de que suas lá­grimas secariam. Como poderia conseguir um emprego daquele jei­to? Qual era a vantagem em ficar magra se parecia estar morrendo de fraqueza?

Rose passou os braços por seus ombros.

— Oh, Lice. — Ela suspirou. — O que vai fazer de sua vida?

— Eu não sei! — Alice choramingou. — Eu não sei o que fazer!

— Pedi a Bella que viesse ficar um pouco conosco — Rose con­tou. — Você sabe como ela é eficiente nas crises... Ah, deve ser ela! — Rosalie exclamou ao ouvir a campainha.

Alice nem se importou em erguer a cabeça. Amava Bella do fundo de seu coração, mas não havia nada que a amiga pudesse fazer. Jasper era a única pessoa que poderia fazê-la sentir-se melhor.

— Pequena?

Não era Bella.

Alice sentiu-se congelar. Sua cabeça ainda estava caída sobre seus braços, e seus cabelos estavam espalhados pela mesa. Parecia a voz de Jasper. Ela devia estar imaginando coisas.

— Alice! — ele chamou no tom irritado que lhe era tão caracte­rístico.

Bem devagar, ela começou a erguer a cabeça. Jasper estava parado ali, olhando-a com uma expressão de ansiedade. Ela olhou para ele, sem poder acreditar que era real, que estava ali.

Mas definitivamente era ele.

Mas ele não estava com a expressão que ela fantasiava ao lem­brar-se dele. Em sua imaginação, sempre via um sorriso que lhe iluminava todo o rosto enquanto ele a tomava nos braços.

Na vida real Jasper não estava sorrindo, e sua expressão era de franca irritação.

— Você não me ouviu?

— Ouvi, mas achei que não era você — Alice disse sem conseguir se explicar.

Ele a olhou com um ar muito preocupado.

— Você está bem?

— Pareço estar bem? — ela perguntou rispidamente.

— Você está horrível.

— Sinto muito, mas nunca consegui chorar graciosamente. — Alice inspirou algumas vezes e limpou o nariz com o lenço.

Era estranho. Parte dela estava realmente brava com Jasper por chegar daquela forma e surpreendê-la, mas outra parte não tinha vergonha alguma e estava apenas feliz por vê-lo novamente.

Era como se todos os seus sentidos houvessem subitamente des­pertado de um longo sono e estivessem à espera do que viria.

Jasper puxou uma cadeira ao lado dela e sentou-se.

— Por que está chorando?

— O que acha? — Alice perguntou de uma forma quase mal-edu­cada.

— Por causa de Felix?

— Felix?

Fazia tanto tempo que não se lembrava da existência dele, que demorou algum tempo até que soubesse do que estava falando.

— Não, claro que não. — Ela tentou limpar novamente seus olhos. — Por que eu estaria chorando por ele?

— Você me disse que o amou — concluiu Jasper. — Pensei que quando disse que não podia casar comigo sem amor, estava pensan­do nele. Eu achei que estivesse pensando em voltar para ele...

Ele estava tão longe da verdade que Alice não sabia se soluçava ou se sorria. Balançou a cabeça.

— Não, eu não estava chorando por causa de Felix. 

— Então, por quê? – Alice não respondeu.

— O que está fazendo aqui, Jasper? — perguntou ao invés disso.

— Queria ver você — ele disse simplesmente. Limpando novamente o nariz, ela inspirou profundamente.

— Não me diga que Megan não trabalha direito. Ela pareceu uma ótima pessoa.

— Ela é legal, mas parece estar um pouco entediada conosco. Acho que gostaria de um lugar mais animado para trabalhar.

— Ela está entediada? — Alice repetiu, achando difícil de crer.

— Não temos sido uma boa companhia para Megan — Jasper disse sem meias-palavras. — Estamos horríveis. — Ele fez uma pausa. — Sentimos muito sua falta.

Alice interrompeu seu movimento de limpar as lágrimas do rosto.

— Você sente?

— Nikki chora antes de dormir, o cachorro está largado pelos can­tos, e eu... — Jasper balançou a cabeça em desalento. — Sinto tanto sua falta, sinto mais do que todos eles.

O coração de Alice começou a bater forte.

— É mesmo? — ela perguntou secamente.

— Mesmo — ele disse, virando a cadeira para se pôr diante dela.

— Você lembra que minha mãe preveniu Nikki de que não me deixasse fazer nenhuma besteira? Bem, eu fiz uma besteira enorme. Eu não consegui dizer-lhe como realmente me sinto em relação a você. Não consegui dizer o quanto você é importante para mim.

— Por que não? — Alice perguntou, sentindo que seu coração saltava dentro do peito.

— Julguei-me muito velho e com um passado muito pesado para você. Você sempre gostou de pessoas mais divertidas. Nunca pensei que pudesse se interessar por alguém como eu. Eu imaginava que Felix era o tipo de homem de que gostava... Jovem e animado.

Alice limpou os olhos e o nariz.

— Eu não conseguia suportar a idéia de deixá-la partir... — ele continuou. — Então quis fazer com que tudo ficasse parecido com um emprego, e aquilo foi realmente estúpido, como minha querida mãe acabou me fazendo ver. — Jasper terminou com uma careta.

— Sua mãe sabe que não estávamos realmente noivos?

— Agora sabe. Nikki telefonou para ela e disse que eu fizera uma besteira, como ela previra. Claro que em seguida ela exigiu que eu contasse toda a história, querendo saber como eu havia jogado fora a melhor chance de felicidade que tive nos últimos anos. Eu disse que a pedi em casamento e que você tinha recusado, mas ela não acreditou. Não demorou nada para que ela me arrancasse toda a verdade. Ela mal podia acreditar na confusão que eu tinha feito. "Para um homem inteligente", ela disse, "Você foi muito burro!"

Alice deu um sorriso entre lágrimas. Ela podia praticamente ou­vir a entonação da mãe dizendo aquilo.

— Ela me disse que eu deveria dizer a você tudo que não tive coragem de dizer antes. — Jasper olhou para as mãos, e então olhou diretamente nos olhos de Alice, que ainda estavam vermelhos e úmi­dos com as lágrimas, mas com um brilho de esperança. — Posso lhe dizer agora, ou você vai se sentir muito mal?

Alice engoliu em seco.

— Não, eu quero ouvir tudo.

— Eu não disse a você o quanto a amo — ele começou. — Eu não disse como a casa está vazia, como minha vida fica vazia sem você. — Segurando as mãos dela entre as suas, Jasper apertou-as com força. — Eu posso levar Nikki para a escola, posso passear com o cachorro, fazer alguma coisa para comer e manter a casa limpa. Posso lidar com tudo isso, mas não posso me virar sem você. Eu quero acordar e encontrá-la a meu lado. Eu quero voltar para casa e encontrar você lá. — Ele fez uma pausa. — Eu nunca lhe disse o quanto preciso de você, Alice — ele disse em uma voz baixa e rouca.

A gata escolheu aquele momento para se levantar e espreguiçar, e então se sentou injuriada por não provocar a reação usual.

Um brilho forte parecia irradiar de Alice, e se espalhava por tudo. Seus dedos brincavam com os dele.

— E quanto a Annabelle? — ela perguntou como já fizera antes.

— Eu amei Annabelle — ele disse com muita tranqüilidade. — Nada vai mudar isso, mas sinto que recuperei minha vida. Nunca pensei que me apaixonaria de novo — ele disse a Alice. — Pensei que já tinha tido minha chance de amor e que nunca mais seria feliz. E então você entrou na minha vida e virou-a de cabeça para baixo.

Os dedos dela apertaram a mão dele.

— Você não é a substituição de Annabelle — ele disse. — Eu nunca quis alguém que fosse. É de você que eu preciso.

Os olhos cor de mel mostravam-se afetuosos e sérios enquanto olha­vam para Alice.

— Se eu tivesse lhe dito tudo isso quando a pedi em casamento, faria alguma diferença?

— Sim — Alice disse.

— E se eu lhe pedir de novo, agora...? – Os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Eu diria que sim — ela prometeu. E não houve mais palavras.

Jasper colocou-a em seu colo e beijou-a com tanta avidez que ela pensou que ia explodir de tanta felicidade.

Eles teriam ficado ali por horas se a gata não os interrompesse, cansada de ser ignorada e tocasse com a patinha o braço de Jasper.

Puxando o braço para trás, Jasper observou-a desconfiado.

— Por que ela fez isso?

— Ela quer a sua atenção — Alice disse com simplicidade. — Não quer machucá-lo.

— Bem, ela precisa entender que tenho coisas mais importantes para fazer nesse momento — disse Jasper, apertando Alice em seus braços, apenas afrouxando um pouco quando algo lhe veio à mente.

— Você não vai levá-la, vai? — ele perguntou em tom de dúvida.

— Receio que sim — disse Alice. — Não posso pedir a Rose que fique com ela para sempre. E a culpa é toda sua. Poderia ter facili­tado as coisas se tivesse me deixado levá-la antes. Rob já estaria acostumado com ela.

Jasper olhou para baixo, fingindo-se deprimido.

— Minha casa vai se tornar o lar dos vira-latas da cidade. — Ele já sorria beijando-lhe o rosto e o pescoço.

— Não vai se importar, não é? — ela perguntou, enlaçando-o.

— Não se você estiver entre eles.

Seus lábios se encontraram para um longo e suave beijo.

— Sua mãe ficará feliz agora. — Ela suspirou alegremente quando se afastaram, e Alice apoiou a cabeça em seu ombro.

— Não se alegre. Não vamos contentá-la ainda. Espere para ver! — Jasper exclamou com um sorriso maroto. — Basta lhe dar a notícia de que estamos casados para que ela comece a exigir um irmão para Nikki.

Alice sorriu e beijou-o novamente.

— Não me importo em tratar desse assunto.

— Tudo para contentar minha mãe?

— Não! Qualquer coisa para contentar você meu loirinho.

Fim

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Notas finais do capítulo

Ultimo capitulo postado para vocês. Estou tão triste por ter chegado ao final dela. Mas vou dar um epilogo para voces e espero que vocês gostem dele. Vou sentir saudades de todas!

Mereço reviews? E reviews estrelados!
Beijos e cerejas e um bom Ano-Novo para vocês!



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