The Challenge escrita por Marquesa


Capítulo 10
Fora da lei.


Notas iniciais do capítulo

Oh céus, finalmente cheguei. Bom minha gente, peço mil desculpas por essa demora excessiva. Enfim, não tenho muitas justificativas para isso, mas, principal motivo foi um bloqueio criativo sem limites e claro, a frustração com os reviews. Posso dizer que é uma quantidade ridícula para o número de acompanhamentos.

Ok, confesso, eu passei esse mês inteiro fazendo a leitura de " A menina que roubava livros" e eu estou definitivamente apaixonada por ele. Super recomendo.
Como já sabem, capítulo betado pela Boow.

Boa leitura.



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Avery era um ladrão e eu deveria, sem duvidas denunciá-lo.

Roubo ainda crime nesse país, certo? Talvez assim ele fosse levado a uma prisão de segurança máxima e consequentemente eu não seria mais obrigada a sentir o seu perfume cítrico pelos corredores da minha casa.

Nossa casa agora.

Eu também poderia ligar para o controle de animal e mandar colocá-lo em uma jaula alegando que ele transmite raiva, causa transtorno psicológico e poderia causar ferimentos profundos.

Porem, ainda não existe lei no mundo que faça um cara ver o sol nascer quadrado apenas por ser um irresistível canalha que te irrita até a morte, muito menos por ser um badboy e um atraso na vida de qualquer mulher, ou simplesmente porque eu não consigo passar por ele sem ter a súbita vontade de agarrá-lo.

Avery era um fora da lei. Fora das minhas leis.

Eu mesma teria de lidar com meus instintos, sem a ajuda da justiça. Não que eu tivesse em condições de pagar um advogado de qualquer forma. Além disso Avery não me parecia o tipo de cara que pode ficar preso por mais de vinte e quatro horas independente da acusação.

Eu juro, eu busquei forças até da alma para sair dali, mas sua mão na minha cintura fez questão de manter presa contra parede e rente ao seu corpo, eu não fui capaz de sair dali, na verdade, eu não quis sair dali. Então eu percebi o quanto realmente eu estava ferrada. Ele grudou nossas testas de forma que as pontas de nossos narizes também se tocavam, seus olhos se conectaram aos meus, e, diferente das outras vezes eles tinham uma confusão si.

– Eu disse pra ficar calada, ruiva. – Ele falou com a respiração pesada e voz baixa.

Eu queria gritar, espernear, bater nele e gritar de novo, mas eu só consegui ficar parada olhando-o.

Eu estava muito encrencada, muito mesmo.

Ninguém moveu um músculo, até que Sam entrou no quarto enrolada apenas numa toalha rosa e descalça.

– Eu ouvi uns gritos e depois silêncio, pensei que alguém tinha matado alguém – A loira disse com um sorriso idiota no rosto – Mas parece estar tudo bem.

Tarde demais Robbins, tarde demais. –Pensei comigo.

Eu abaixei a cabeça e me esgueirei por entre Matthew e Samantha e me tranquei no banheiro. Caindo encostada sobre a porta. Eu afundei meu rosto no meu colo e fiquei lá. Conseguia ouvir eles falando do outro lado da porta sobre o ocorrido, o ladrão não parecia muito a vontade para falar, eles diminuíram o tom e eu não conseguia mais entendê-los e logo depois se fez ouvir o som de uma porta batendo .

–Cloe, sai do banheiro – Ouvi Samantha falando dando leves batidas na porta, no entanto, eu não fiz nada, não me movi. – Me escuta, o Matthew se trancou no quarto dele. – Ela parou de falar, talvez eu esperasse que eu dissesse alguma coisa. Silêncio. – Se você não quiser falar, tudo bem, mas por favor sai do banheiro que eu estou de toalha.

Sam e sua delicadeza de elefante.

Eu não poderia culpá-la, não tinha motivos para castigá-la. Levantei-me do chão e abri a porta com calma. A loira que estava com os cabelos enrolados em um coque mal feito me olhou como se eu estivesse para ter um surto.

Bom, talvez eu estivesse mesmo.

Ignorei todos os sons que saíram de sua boca. Eu não queria falar e ao mesmo tempo, acredito que não tinha nada a ser dito.

Mas eu podia tentar.

– Eu estou bem, obrigado – Disse passando direto pela porta do meu quarto e saindo.

Ouvi Samantha gritar perguntando onde eu iria, e mais uma vez, eu ignorei. Eu simplesmente não queria falar nada e também não sabia muito bem pra onde ir. Já era tarde, os comércios que davam vida aquelas ruas já estavam fechados, deixando assim a cidade monótona, sem graça. A corrente forte de vento arrepiava meu corpo, os termômetros não estavam tão baixos, mas sua temperatura também não era alta, estávamos no inverno e em uma cidade branca. Eu estava andando sem destino, mas quando parei para observar o lugar com a luminosidade baixa, percebi que estava na rua da casa do Shane.

Shane, ninguém melhor para uma hora ruim.

Dei mais algumas passadas pela calçada escorregadia por causa do gelo em processo de derretimento e logo estava subindo os três degraus que me davam acesso à porta do meu amigo.

Toquei a campainha torcendo para que ele já não estivesse tomado pelas cobertas e derrotado pelo sono.

–Nath? – Eu estava sentada no primeiro degrau da escada, ouvi uma voz atrás de mim e logo depois me virei, tendo em minha visão meu melhor amigo com calças de pijama xadrez, com pés descalços e sua blusa de moletom preta com escritas vermelhas.- O que você está fazendo aqui? – Continuou enquanto eu me levantava. – Entra.

Antes de entrar, enrolei meus braços em volta do seu corpo e logo depois ele também repetiu o gesto, me abraçando de volta. No fim, entramos para dentro da casa dele. Quando passamos pela sala, seu pai estava no sofá com umlaptopno colo, talvez estivesse trabalhando.

–Boa noite Nathaly. –Ele disse educadamente a me ver passar.

–Boa noite Sr. Hunter – Sorri simpática.

O homem com alguns fios grisalhos sorriu. E foi nesse momento que me lembrei de onde Shane tinha herdado aquele sorriso tão caloroso e tão bem desenhado. Seu filho me puxou pela mão e me guiou por um caminho que eu já conhecia. Em um curto intervalo de tempo já estávamos dentro do seu quarto.

Fazia tempo que eu não o visitava, mas tudo parecia estar igual à última vez. Uma bagunça organizada. A decoração do seu quarto era em azul e branco, azul era sua cor favorita desde sempre. Ele tinha toda uma parte do quarto – que não era pequeno – dedicado a sua paixão. Era naquele cantinho que ele editava seus trabalhos, se inspirava e fazia questão de organizar suas câmeras por modelo e deixá-las a mostra. As vezes eu achava que ele tinha mais ciúmes daqueles equipamentos do que de mim. O que era interessante, era uma prateleira que tinha na parede no seu cantinho. Eram todos os seus vídeos, organizados por datas e categorias, na verdade, eram três categorias.

Trabalhos –Curtas-Metragens feitos para seus trabalhos

Caseiros –Eram os vídeos que ele gravava no nosso dia-a-dia e depois transformava em uma espécie de clipe.

Memórias. –Eu nunca tinha visto um deles porque Shane nunca havia me mostrado.

Eu fiquei curiosa.

–O que são? – Perguntei passando o dedo sobre as fitas organizadas por datas.

Ele levantou da cama de onde colocava suas meias brancas e foi até a mim. Pegou uma das fitas nas mãos e ficou olhando, essa tinha um adesivo na embalagem – assim como todas as outras - com uma data gravada, 20 de novembro de 2012 - Nada, apenas uns filmes. –Respondeu.

Eu reconheci a data. Eu sabia que dia foi aquele.

Eu sabia o que tinha na fita. Bom, mais ou menos.

–Posso ver? – Me atrevi a pedir.

–É... – Ele hesitou – O que você queria quando veio aqui?

Respirei fundo e deitei na sua cama.

–Aconteceu uma coisa – Comecei pensando exatamente no que dizer -E bom, eu não quis ficar em casa, eu sai andando por ai

–Você o que Nath? – Ele interrompeu colocando a fita que estava em sua mão na estante e virando-se para mim. – Você perdeu o juízo? É perigoso zanzar por ai essa hora.- Eu bufei, Shane sabia melhor que ninguém que eu odiava ser interrompida. – Ta desculpa, continua.

–Depois eu me toquei de que estava aqui perto, então resolvi vir bater na sua porta.

Silêncio.

Quando era o momento para falar ele se fazia de mudo. Ta certo.

–Terminou?- Perguntou e eu assenti com a cabeça. – O que aconteceu?

Acabamos de chegar na parte que eu não queria nem sequer pensar, quanto mais puxar na memória as imagens para reproduzir nas palavras a ele. Deveria ser fácil lidar com isso, na verdade, foi só um beijo que não significou nada. Eu deveria conseguir lidar com isso, para meu próprio bem.

–Eu e Matthew brigamos. – Falei de forma simples e clara. Eu estava deitada de barriga para cima com as mãos cruzadas abaixo do busto, sabe, parecia uma defunta. – Ele é um imbessil, não quero encará-lo, não agora.

Eu já sabia bem qual seria a próxima pergunta.

–E por que brigaram?

–Por que ele é um idiota – Respondi.

Eu não escondia nada de Shane, mas hoje, diferente de todas as vezes eu senti que talvez não devesse contar. Por dois motivos: Ele com certeza me daria o sermão do monte depois de ir reclamar com Avery. Segundo, ele faria perguntas, tais que certamente eu não poderia responder.

Shane deitou ao meu lado de barriga para cima, ele não me perguntou mais nada. Ficamos ali deitados olhando pro nada e o único som que se fazia ouvir era da respiração barulhenta de Shane e dos gatos no meio da rua.

–Posso passar a noite aqui? – Falei depois de um tempo, virei meu pescoço para olhá-lo.

–Claro. – Disse e sorriu.

Eu liguei do celular de Shane para Samantha para avisar onde eu estava, afinal não queria ser brutalmente assassinada quando voltasse para casa. Apesar de Robbins e eu nos conhecermos a pouquíssimos meses, juntas desenvolvemos uma ótima relação, éramos quase amigas.

O Sr. Hunter passou no quarto para relembrar ao filho sobre a regra de garotas no quarto, mesmo depois de Shane ter dito que era apenas a Nathaly, a resposta foi “Ela ainda é uma garota”. Eu não fui capaz de conter o riso depois de ver a cara que meu melhor amigo magrelo fez, um misto de vergonha e indignação.

–Ok, nós só estamos vendo vídeos – Disse. Estávamos meio deitados e meio sentados na cama,com o lap top no colo dele. – E se isso te fará dormir melhor, eu vou dormir na sala.

Seu pai assentiu e desejou uma boa noite, assim saindo do quarto.

Eu não sei bem à hora quando acabamos pegando no sono, só sei que quando abri os olhos o lap top estava jogado entre nós.As cortinas azuis mal fechadas deixavam que algumas frestas de luz invadissem o quarto, tudo estava muito claro, levou um tempo até meus olhos se acostumarem na luz, o tempo não parecia ser tão melhor do que ontem, mas com certeza eu estava bem melhor, era assim que me sentia naquela manhã. Shane estava com metade do corpo na cama e a outra metade pendurada, o seu cabelo parecia um ninho de passarinho, eu fiquei observando suas costas subindo e descendo no compasso da sua respiração barulhenta.

Barulho demais para àquela hora da manhã.


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Notas finais do capítulo

Bom, eu amei o começo e achei digno que Nath fosse encontrar Shane ♥
Galera, o que vocês acharam das declarações da Nathaly? Alguma conclusão ou algo do tipo?

Então, espero que vocês deem as caras nos reviews, lá vocês podem me ameaçar por essa demora, novamente peço desculpas. Bom, já tenho alguns planos para o próximo capítulo, agora vai depender de vocês.

Beijos e até ;*
~Marquesa.



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