O encanto das Estrelas escrita por Sissy Strit


Capítulo 1
Capítulo 1 - Uma longa viagem


Notas iniciais do capítulo

Uma breve introdução, espero que os próximos capítulos fiquem um pouco maiores!Espero que gostem!



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Enquanto caminhava tranquilamente o jovem anão era envolto pelo brilho das estrelas que dançavam ao seu redor. Ele não se importava em sentir-se ofuscado por elas. O brilho intenso lhe invadia a alma e todos os sentidos. Era como se ele mesmo fosse carregado por elas perdendo totalmente a noção das horas e do espaço.

Depois de um tempo, ouviu passos leves que se aproximavam apressados de onde estava. Por estar cegado pelo brilho ele não conseguia distinguir o que ou quem era. Ficou um pouco apreensivo, mas logo que os passos ficaram ainda mais próximos ele pode ver que era uma mulher vestida com um manto coberto por estrelas.

Aquela visão o deixou completamente encantado. A jovem, que tinha longos cabelos vermelhos que esvoaçavam parecendo a cauda de um cometa, lhe estendia a mão o convidando a segui-la.

Por alguns instantes o jovem anão simplesmente ficou ali parado olhando para ela completamente atônito. Quando, porém, acordou de seus devaneios e estendeu a mão para tocá-la ela desapareceu no ar. Aquilo o deixou imensamente angustiado e logo depois tudo virou um borrão.

Quando deu por si, estava deitado em sua confortável cama e seu irmão roncava a plenos pulmões no outro lado do quarto.

Tudo não tinha passado de um sonho.

Depois disso Kili não conseguiu mais pegar no sono e ficou rolando na cama de um lado para outro até que o sol finalmente nasceu no horizonte. A visão daquela jovem ficava rodando em sua mente.

Deveria ser efeito da ansiedade por causa da viagem que estavam para fazer com seu tio. Na realidade era muito mais do que uma mera viagem, era uma jornada para recuperar o antigo reino dos anões que há muito havia sido roubado por um dragão terrível.

Quando ele e Fili eram crianças sempre ouviam entusiasmados as histórias sobre o reino de Erebor e de como o povo anão era rico e feliz naquela montanha. Seu tio Thorin era o que mais lhe contava sobre as glórias dos dias passados e ele poderia ficar por horas e horas ouvindo seu tio falar sobre aquilo.

Seu entusiasmo ao saber que iriam retomar o antigo reino das mãos daquele dragão era visível e incontrolável. Seu irmão também estava animado. Poderiam finalmente partir para a aventura e fugir daquela vida no campo que os estava matando aos poucos.

Mais que depressa ele se levantou e foi acordar seu irmão.

– Levanta aí, seu grande roncador – chamou puxando as cobertas de Fili

Fili olhou para o irmão com os olhos ainda meio fechados e tentou lembrar-se porque Kili o estaria acordando tão cedo. Quando finalmente se deu conta do motivo pulou depressa da cama.

– Porque não me acordou antes! Eu ainda preciso arrumar minhas coisas! – e foi ajuntando tudo que era necessário pelo quarto e colocando numa mochila que já estava meio cheia de tudo que se podia imaginar.

– Se eu tivesse te acordado antes você nem teria escutado. E relaxe, Balin e Óin vão passar aqui um pouco antes do almoço para irmos juntos encontrar com os outros. Você tem tempo suficiente para arrumar suas coisas. Eu vou tomar café da manhã, se quiser ajuda dê um grito.

– Hey! Já está com as suas malas prontas? – perguntou Fili parando por um momento para encarar o mais novo.

– Claro! Eu, diferente de você, sou bem mais prevenido. Se o reino cair em suas mãos estaremos todos perdidos! – disse saindo do quarto e rindo da cara de seu irmão.

Na cozinha, sua mãe tirava um pão fumegante do forno. Kili sentou-se à mesa e ficou observando aquela criatura incrível que ele tinha o privilégio de chamar de mãe.

Era verdade que as mulheres anãs não eram belas no padrão do restante do mundo e muitas vezes eram confundidas com os anões, o que causou a lenda de que eles simplesmente brotavam das montanhas.

Sua mãe tinha os cabelos loiros como os de Fili e os olhos eram verdes como duas gemas perfeitas de esmeralda. Ela era um pouco mais baixa que os dois mas ainda assim bem alta para os padrões, denunciando sua linhagem real.

– Bom dia querido. – disse ela lhe dando um beijo no topo de sua cabeça. – Seu irmão já acordou?

Neste momento eles ouviram um grande estrondo vindo do quarto deles e ouviram Fili gritando “Estou bem!”

– Nem precisa responder! Já vi que ele está bem acordado. – disse ela rindo.

– Ele deixou para arrumar as coisas agora. Está que nem louco ajuntando tralhas pelo quarto.- Kili tomou um gole de café e pegou um naco de pão quentinho. Estava uma delícia!

– Filho, quero te dar uma coisa. – sua mãe sentou-se na cadeira ao lado e tirou do avental uma pedra preta lustrosa com alguma coisa inscrita. – É uma promessa que eu quero que faça para mim.

Ele pegou a pedra e a examinou. A inscrição era na língua dos anões e dizia “Volte para mim”.

– Nossa, mãe. É um presente lindo! – disse ele a abraçando. – Vou tentar com todas minhas forças cumprir essa promessa.

Eles ficaram assim por algum tempo até que Fili apareceu na cozinha carregando suas malas.

– Desse jeito eu vou ficar com ciúmes!

Kili soltou sua mãe e sorrindo para ela foi buscar suas coisas que ainda estavam no quarto. Ele sabia que ela teria um momento especial assim com seu irmão também.

Pouco antes de o sol tocar o topo das colinas, Óin e Balin chegaram e os jovens anões se despediram de sua mãe, que sem sucesso tentava conter as lágrimas. Com o coração apertado os dois olharam para trás para ver a velha senhora que acenava ao longe e gritava “Não se esqueçam da sua promessa!”

Eles sabiam que aquela era uma aventura perigosa e Kili mal sabia que em certa altura do caminho se depararia com alguém que o transformaria para sempre.


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Notas finais do capítulo

E aí? Comentários!!



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