Pov. Rose

Acordei com uma música alta, acompanhada por uma voz completamente desafinada.

–- Yoo I'll tell you what I want, what I really really want - Oi? Spice girls?

–- So tell me what you want, what you really really want! - Qual o problema dessa guria?

–- Hãn, eu estou tentando dormir aqui. - Resmunguei

–- Hãn, eu não ligo nem um pouco. (imaginem em inglês: I don't give a fuck) - Judy Longbottom, minha companheira de quarto e uma grande amiga.

–- Eu não mereço acordar com SpiceGirls no último volume sendo reproduzido por essa sua foz de taquara rachada.

–- Argh, shut up, motherfoca. - OI?

–- Me chamou de que?

–- Dê motherfoca.

–- "Mãe da foca"? - joguei uma almofada na cara dela, mas ela desviou.

–- Sim, essa cara de gorda aí é a prova. - Staf! Pronto, agora eu acertei.

–- Vou me arrumar.

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Desci com o típico uniforme, saia, meia no joelho, blusa social grande. É engraçado ver essas meninas que competem pra ver quem mostra mais o útero. Bitchies. Bitchies everywere. E eu adoro usar roupa larga.

Notei que muita gente me encarava. Ótimo, pensei enquanto rolava os olhos. Qual será a piadinha da vez?

Cheguei no salão principal e todos que cochichavam - lê-se todo mundo- calaram a boca e viraram pra mim. Suspeito. Olhei para minha blusa, para ver se estava do avesso ou sei lá. Não, tudo normal. Todos ainda me observavam. Suspeeito.

Me sentei ao lado de Lily e de frente pra Roxy, a única que não me encarava. Olhava fixamente para baixo, com uma expressão dura que não combinava com seu rosto angelical.

–- Tem alguma coisa no meu ros...

–- É verdade, Rose? - Roxy me interrompeu, levantando seu rosto e me fitando com os seus olhos azuis elétricos cheios de lágrimas.

–- O que é verdade?

–- Como pôde, Rose? Você foi a primeira a saber. Sabe como eu me sinto? Como se tivesse sido apunhalada pela própria irmã. Você é uma vadia, Granger. - Ela pronunciou meu nome com tanto nojo que senti meus ouvidos queimarem como se tivessem derramado ácido. Ela se levantou e saiu.

–- O que disseram a ela? - Perguntei respirando fundo para não explodir. 1...2...3...

–- Parkinson espalhou um boato de que você se encontra com Lorcan no armário de vassouras -4...5...6...- E sai de lá toda desarrumada -7...8...- E tem mais. O idiota do Lorcan confirmou - 9...- E falou que você disse que a Roxy era feia, que ele nunca sairia com ela - Lily falou. Quando dei por mim, já estava na mesa das cobras.

Parkinson tinha um sorrisinho no rosto e dava em cima de um sonserino qualquer. Dei um forte tapa na mesa e ela pulou de susto. Ao me ver, abriu um sorriso tenho-32-dentes-3-vou-beijar-seu-namorado. Ela foi levantando.

– Tudo bem, Santa-Virgem? Isso se continuar virg...

TAP!

Acertei um tapa no meio daquela cara de vadia dela.

– O que foi, piranha, dar não dói mas um tapa dói? - Falei debochada e todo mundo se assustou. Eu nunca tinha falado palavrão. Bom, não na frente deles.

Parkinson levantou o rosto e sussurrou Sangue Ruim. Eu ia dar outro tapa na cara dela, mas alguém teve a boa ideia de segurar meu pulso, abençoado seja o... Não, é só o Malfoy.

– Acho que esta na mesa errada, docinho.

– Me chame de docinho mais uma vez e eu acabo com isso que você chama de rosto.

– Isso, mostre as garras, Weasley. Continue me atingindo com palavras, mas não vai mudar nada.

– Cale a boca, filhote de comensal! - Gritei tão alto que acho que Dumbledore deve ter ouvido. Os olhos de Scorpius foram de brincalhões para tempestuosos. Ele saiu e esbarrou em mim. Foi embora sem nem olhar para trás. Ótimo.

Sai de lá sem nem olhar para Parkinson.

Subi as escadas com um ódio mortal. Como ele consegue ser tão imbecil? Meu sangue ainda fervia quando cheguei a torre.

–- Pena de Hipogrifo. - grunhi para o retrato da Mulher Gorda. Ela abriu assustada. Entrei como uma bala no Salão e ignorei Judy me chamar. Domi estava sentada na minha cama e pintava as unhas de preto, como de costume.

–- Sei que quer a minha ajuda, ela disse, sem nem tirar os olhos das mãos.

–- Ótimo, vou mesmo precisar de você, mas agora eu tenho aula de DCAT. - Escovei os dentes e saí.

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Pov. Alvo

Eu já estava irritado com toda aquela palhaçada do Scorpius e Parkinson magoando a minha prima.

–- Qual a próxima bomba, Ev's? Scorpius perguntou com aquele sorrisinho presunçoso. Os olhos de Eva até brilharam com o apelido.

–-Pensei em dizer que ela perdeu a virgindade com o Lorcan, poso ver um primeiranista pra dizer que encontrou eles na sala de troféus.

–- Mas aí não poderíamos chamá-la de Santa-Virgem - Scorpius pareceu irritado com a ideia.

–- Então podemos inventar um apelido ligado a ela ser vadia e...

–- Isso soa meio irônico, não? - Interrompi Eva, antes que continuasse a falar besteira. Ela fez uma cara confusa.

–- Ora, não se faça de burra, Parkinson. Você não é nenhuma santa para sugerir que minha prima é vadia. Todos sabemos o que você deu para o Lorcan concordar com esse joguinho idiota.

–- Cara, você tá fazendo todo esse drama por causa da Sangue-Ruim?

–- E você cala a boca Malfoy, ou serei obrigado a socar a sua cara. Acho que a tia Ast não ia gostar de ouvir você falando algo que ela também é.

Saí de lá antes que estuporasse alguém. Fui em direção a primeira aula do ano, DCAT, com a Grifinória. Sabe o que eu sinto ? Sinto cheiro de treta.

Pov. Narrador

Ambas casas se encontravam na sala de DCAT, olhares faiscantes eram trocados. O professor disse:

Sei que aprenderam um feitiço para isso no terceiro ano, mas ensinarei outro que também resolve. O que vocês aprenderam foi Riddikulus. Hoje, nossa aula é com bicho papões!