Um Cupido Diferente. escrita por Soquinho


Capítulo 1
Prologo.


Notas iniciais do capítulo

Este é apenas um prologo.



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O sol batia em seu rosto pálido e frio. Aquilo o incomodava mais do que ser tocado por mãos humanas. Precisava achar um ponto em que se sentisse seguro e, livre daqueles raios solares desagradáveis. Virou a cabeça para o lado esquerdo, ali se encontravam os chalés em forma de U, com a adição de seu décimo terceiro chalé, no qual apenas ele residia. Revirou os olhos, nada de interessante achou ali. Então, girou a sua cabeça para o lado direito e encontrou árvores, e com certeza as dríades ficariam o espiando caso se metesse nas árvores delas, mas não se importou. Apenas queria um lugar distante da claridade e que pudesse o ocultar, para assim passar despercebido quando eles chegassem.

Houve-se uma gritaria e uma baderna formando-se pelos arredores do acampamento. Nico di Ângelo já imaginava o que era. Não, ele não podia negar. Desmentir para si mesmo que estava ansioso pela volta deles, ou melhor, dele, não era muito aceitável. Mas ele não se daria por vencido, continuaria ali na sombra daquela árvore, encarando os cadarços brancos de seu tênis e apenas escutando atentamente cada grito vindo do começo do Acampamento Meio-Sangue.

Está bem. Nico di Ângelo sentia-se muito curioso e xingou-se mentalmente por não conseguir parar de bater o pé. Droga! Queria apenas ouvir a gritaria sem ser incomodado por uma ansiedade perturbadora. Quis invocar uma sombra, mergulhar na mesma e surgir na Itália, para assim passar anos por lá e não dar as caras tão cedo. Porém, lembrou-se que isso o faria lembrar-se da palavra covardia. Estaria fugindo mais uma vez. Ele quis com todas as forças. Ele queria querer.

Balançou a cabeça. Um, dois, três. Aquilo causaria um bom efeito para a sua distração. Os pés diminuíram o ritmo e a algazarra lá do lado também. Olhou de soslaio e contou cada um. Jason Grace, o loiro que descobrira seu segredo e vivia desmaiando, sim, ele estava ali. Léo Valdez, o semideus mais sem senso do ridículo também se encontrava postado ao lado de Jason, sorrindo abertamente e acenando com pose de vitorioso. Nico rodou os olhos, ele não se cansa? Perguntou-se. Frank Zhang, o menino asiático-canadense sorria bobamente, e ele se relembrou de Tyson, o meio-irmão ciclope de Percy Jackson. Suspirou e afastou aquele pensamento, a fim de continuar sua contagem. Piper Mclean saudava graciosamente seus irmãos do chalé de Afrodite e, de vez em quando, olhava sem discrição para Jason. Esses dois, ele pensou. Viu a sua meia-irmã, Hazel Levesque, a afro-americana de cabelos abundantes e castanhos tinha um sorriso fenomenal estampado no rosto. Apesar da roupa chamuscada e diversos cortes pelo corpo, Hazel estava linda aos olhos do irmão.

Annabeth Chase sorria com os olhos marejados, era um sorriso terno e cansado. A loira filha de Atena tinha a cintura enlaçada pelas mãos de um rapaz, e Nico sabia muito bem a quem aquela mão pertencia. Percy Jackson, o moreno dos olhos verdes não sabia se sorria ou fazia careta de dor. Nico teve de rir da sua expressão, aquilo era um sorriso e de repente uma careta de espasmo tomava-lhe conta. Di Angelo desceu os olhos pelo corpo de Percy, estava repleto de arranhões e a bermuda era manchada de uma cor amarronzada e líquida, lembrava-lhe lama. No pé esquerdo do garoto, instalava-se um ferimento não muito profundo, mas pelas caretas de Percy, a dor não era das melhores. O sangue pingava um pouco na areia do acampamento. Voltou a encarar o rosto do moreno, e agora apenas a careta de cor era visível. Quis rir, e riu, embora tivesse dó do garoto naquele momento. Nico teve uma grande vontade de sair da sombra daquela árvore, deixar o seu esconderijo e ir até lá cumprimentar a todos, todos mesmo. Com um sorriso e parabenizá-los pelo seu feito. Mas não o fez. Continuou lá, escorado na base daquela árvore, com a coluna jogada para frente e a cabeça virada, com os seus olhos castanhos sugando a beleza do moço de olhos verdes. Rolou os olhos por uma terceira vez.

Agora, Nico di Angelo afundava em uma sombra, sendo abraçado pelo frio mórbido que elas lhe proporcionavam e a textura pegajosa das mesmas. Incomodava sim, detestava ser tocado, mas aquela era a única maneira de fugir sem ser percebido.

Mal ele sabia que havia sido sim percebido por dois pares de olhos castanhos desconfiados, que girava uma pequena faca de cozinha nos dedos.


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