Was not to know you escrita por Lia, Janie


Capítulo 2
Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Cada capítulo vai ter o nome do personagem que o narra ok? Espero que gostem



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Corri até a muito bem disfarçada limusine e me acomodei em meu lugar. Thalia estava ao meu lado, já vestida com as roupas que haviam sido disponibilizadas pra ela: Uma calça jeans bem escura, camiseta branca de botão e uma jaqueta preta. O sir. Grace havia pedido horas atrás que ela cortasse seus não tão estimados cabelos longos. Agora estavam na altura dos ombros, com mechas azuis.

–Annabeth – Suspirou colocando as botas de couro em cima de um dos travesseiros ali presentes. – Pronta pra ser uma pessoa mais útil e inteligente que eu?

Rolei os olhos.

– Thalia você vai se sair bem. Só precisa aprender a arte dos seus pais.

Antes que Thalia começasse a resmungar, Zeus Grace e Even Grace abriram a porta traseira e sentaram-se ao nosso lado.

– Todos sabem sobre como devem agir?

– Sim.

–Sim.

–Não.

Suspirei exasperada.

– Eu explico Thalia: Eu vou me disfarçar de secretária e assessora. A senhora Grace será uma das empregadas. Seu pai vai ser um dos clientes do suposto mafioso Castellan.

– Mais espere: o quê houve com o antigo assessor do mafioso? – Thalia perguntou, desconfiada.

A senhora Grace sorriu. A peruca de investigação genética estava em suas mãos. É uma peruca branca com fios desfiados. Foi inventada por mim e meu pai. Quando colocada é só pedir uma mudança que ele faz. Pode transformar uma ruiva em loira, um sedentário em fitness. Desde que esteja usando a peruca, óbvio.

Thalia e eu trocamos olhares quando ela colocou o objeto. Fechou os olhos por alguns segundos. Quando voltou a abri-los, a peruca estava na altura dos ombros, com fios lisos e comportados de um ruivo aparentemente natural. O rosto era de 25 anos e havia pequenas e quase invisíveis sardas em sua bochecha.

– Mãe? – Thalia arregalou os olhos.

O senhor Grace também tinha experimentado a minha criação. Se me permite opinar, estava a cara do Zac Efron. Zeus deu um sorriso sarcástico idêntico ao que Thalia exibia com frequência.

– Digamos que ele será... Eliminado.

– ELIMINADO? – indaguei, tentando manter a calma. Eles iam mata-lo?

Zeus deu um sorriso. Olhou para o seu relógio.

– Não foi morto ainda. Faltam exatos... 20 segundos. Ou devo dizer? Em cinco, quatro, três, dois, um... – O relógio de pulso apitou. Thalia olhava perturbada de seus pais para o relógio. – Agora sim. Já se foi.

– Vocês matam... Vocês mataram uma pessoa? Só para eu assumir o lugar dela? – Indaguei arregalando os olhos.

– Não seja tão boba, Annabeth – A senhora Grace levantou a sobrancelha, com um sorriso se formando nos lábios. – Ele sabia de várias coisas que podem ser especialmente comprometedoras. O quê quer que saiba, morreu com ele.

– Não seria mais proveitoso arrancar as informações antes de tê-lo morto? – Sugeriu Thalia, fuzilando discretamente seu pai com os olhos.

–Bobagem – Zeus sorriu. Apontou para o final da rua, direção que o carro seguia. – Chegamos. Rick estacione ali no beco, por favor.

***

– Até mais tarde – sussurrou Thalia, me abraçando. Teríamos que nos separar, para que não houvesse suspeitas. Mesmo que aquele fosse um trabalho importante, eu ainda preferia passar uma tarde no shopping com Thalia a ir numa missão com ela.

– Até mais – Dei o meu melhor sorriso. - Lembre-se: Você é uma babá, não uma terrorista.

– E você – Ela sorriu sarcasticamente – É uma secretária, não uma cientista. Eu não sou uma babá, sou uma educadora disciplinar.

– Está certo – Brinquei. – Até mais tarde!

Encarei a casa. Observei Thalia entrando pela porta da frente. Eu recebera ordens explícitas de entrar pela porta da cozinha interior, para que desse a ideia de que eu era uma novata perdida.

Caminhei pelos fundos da casa. Fiquei ali parada, admirando o jardim por alguns minutos. Era ligeiramente muito espaçoso cheio de plantas exóticas. Duas pequenas orelhinhas surgiram entre as plantas. Inclinei-me para ver mais de perto. Era um porquinho da índia, branco com manchinhas cor de leite. Ajoelhei- me, deixando que o bichinho subisse em meu colo, ato que praticou com um guincho de felicidade.

– Blackjack! – Uma voz firme, ecoou de algum lugar. Observei um garoto surgir de algum lugar. Devia ter seus dezoito anos. Vestia um blazer por cima de uma camiseta polo, fazendo com que eu deduzisse que ele se vestira as pressas e que devia ser iniciante, como eu. – Droga Blackjack, se Hermes me pega aqui fora matando trabalho, ele vai falar tudo pro meu pai, e eu vou perder o meu iate! Droga, Mil vezes...

Ele pareceu só então me notar. Dei um sorriso, e afastei delicadamente algumas mechas do meu cabelo que caiam sobre meus olhos. Levantei minhas mãos em concha com o porquinho da índia e mostrei a ele do modo mais simpático que consegui.

– Oi – Cumprimentei, levantando-me e tirando a terra que estava em meu vestido, de uma maneira tão inocente que até eu acreditaria. – Eu sou a nova secretária do senhor Hermes! Poderia me indicar o caminho do escritório?

– Ahn... Claro, Gata! – Ele deu um sorriso que era um misto de malícia e confusão. Colocou um dos braços atrás do pescoço. Seus olhos eram verdes, e me davam aquela sensação de estar na primeira manhã de verão, numa casa de praia, como eu costumava fazer quando papai não era um cientista ainda. – E... Vejo que já conheceu Blackjack, o porquinho da índia! Muito prazer, o meu nome é Percy! – Ele sorriu levemente envergonhado.

–O meu nome é Annabeth.

Abaixei a cabeça, sentindo o olhar dele sobre meus ombros. Olhei pelo canto do olho e o peguei me observando. Seus cabelos negros estavam bagunçados, como se não tivesse tido tempo de penteá-los. Os olhos eram... Hipnotizantes. Tinham aquele brilho estranho de malícia e brincadeira. O tipo de olhos especialmente criados para conquistar garotas inocentes. Ok, fique tranquila Annie, você não é uma garota inocente mesmo.


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Notas finais do capítulo

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