Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 45
Um fim e um novo começo


Notas iniciais do capítulo

Demorei, mas cheguei! A parte final que nos dará encaminhamentos para a última parte da fic.
Espero que gostem.
Beijos



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A claridade me atingiu e eu preguiçosamente abri meus olhos. Não eram os raios de sol como acreditei a princípio, mas sim o meu abajur. Que estranho. Era impressão minha ou aquele abajur estava potente demais? Lembranças dos recentes acontecimentos me atingiram em cheio retirando-me de meu estado de letargia. A floresta, Danny, Louise tentando me matar, Vincent me mordendo...

Com esta última lembrança, levei minhas mãos até o meu pescoço procurando alguma marca da mordida. Nada. Minha pele estava completamente curada. Talvez fosse uma alucinação, talvez Vincent nunca tivesse me mordido afinal de contas, o pensamento me ocorreu.

Se tivesse sido de outra forma, como eu estaria deitada no meu quarto, sem sentir nenhuma dor ou desconforto depois e tudo que acontecera? Mesmo minhas roupas estavam limpas. Sim, as chances de aquilo tudo ter sido apenas um pesadelo eram consideráveis. Mas, ao olhar para o homem entrando no meu quarto essas possibilidades foram para zero.

–Você acordou – Vincent disse. Ele parecia muito tranquilo, com sua camisa branca impecável e seu cabelo dourado levemente molhado. Ele devia ter tomado um banho enquanto eu estava inconsciente.

–O que? Como? Onde? – eu tinha tantas perguntas a fazer que na realidade não fiz nenhuma direito.

Ele se aproximou, sentando na minha cama.

–Calma. Você desmaiou e eu trouxe você para cá assim que recuperei minhas forças. Disse

–Arthur? Kate? July?

–Estão bem. O seu amigo bichano – ele acrescentou com um gesto desdenhoso – levou uma boa surra, mas vai viver para lutar mais um dia.

–Ei! - eu disse, notando apenas agora um fato importante – quem trocou minhas roupas?

Vincent me olhou como se eu fosse louca.

–Hã...eu?

–Porque? – soando mais indignada do que eu podia.

Tinha sangue por toda a sua roupa e eu não podia apenas te trazer inconsciente para cá e dizer para sua mãe: ei senhora Armstrong desculpe chegar tão tarde, mas eu e sua filha fomos atacados por vampiros e perdemos a noção da hora. Espero que não se incomode em remover umas manchas de sangue.

Eu imaginei a cena por um momento. Sim, se fosse esse o caso minha mãe teria tido um ataque do coração. Mas eu ainda estava irritada.

–Você podia ter resolvido isso de outro jeito!

Ele deu de ombros.

–Eu não quis arriscar uma hipnose naquelas circunstâncias e pelo amor de Deus – ele disse exasperado – não é como se eu nunca tivesse visto uma mulher de sutiã antes.

Eu cruzei os braços e desviei o olhar, certa de que agora eu estava vermelha.

–Além disso... – ele começou e parou.

–O que? – indaguei.

Ele me encarou por alguns instantes. Era tão estranho quando ele refletia assim. Nenhum músculo de seu corpo se movia, como se ele fosse uma estátua. Seja lá o que ele quisesse dizer ele desistiu de última hora.

Um alívio enorme me inundou. Eu não sabia como eu poderia reagir ao que quer que ele fosse dizer naquele momento.

–Nós ainda temos problemas. Por hora descanse – e deu um olhar sugestivo para o meu cabelo que esta altura devia ser um emaranhado só – e um banho cairia bem. Quando descer, conversaremos sobre o resto.

Eu assenti. Porém antes que ele cruzasse a porta eu o chamei.

–Vincent?

Ele se virou.

–O que?

–Obrigada.

Um sobrancelha se arqueou e ele perdeu a postura séria de antes.

–Pelo que? Proteger todo mundo, salvar sua vida ou te aturar?

Soltei um bufo irritada. Ele não podia deixar passar uma oportunidade de me irritar.

–Caso você tenha se esquecido eu te salvei lá, sabia?

Um sorriso zombeteiro surgiu em seus lábios.

–Quem diria que no final, seus cinquenta quilos teriam serventia?

*******************************

Tomei um banho relaxante e troquei de roupa. Penteei os cabelos também, mas não fiquei muito feliz com o resultado, então apenas o prendi num rabo de cavalo e desci as escadas. Era uma manhã incomum, sem sombra de dúvida. Minha mãe já tinha ido trabalhar e eu decidi não ir para escola. Um descanso merecido foi a justificativa que dei a mim mesma quando aquela vozinha na minha cabeça me chamou te irresponsável.

Quando cheguei na sala percebi que tínhamos vários visitantes. Além do Vincent, minha tia, July e Ciprian também estavam todos sentados me aguardando.

–Bom dia pessoal – eu saudei.

Assim que me viu, minha tia veio correndo e me deu um forte abraço ainda na escada.

–Oh minha queridinha! Você está bem?

–Sim tia eu estou bem – respondi, sorrindo para que ela não duvidasse de minha reposta.

–Eu sinto muito – ela continuou falando – eu não pude imaginar. Se eu soubesse, nunca teria saído e deixado você sozinha.

Eu segurei suas mãos acalmando-a.

–Tudo bem tia, você não podia imaginar que ontem seria o Dia D – brinquei.

Ela sorriu.

Fui até o sofá e me sentei ao lado dela. Ciprian tinha ficado de pé ao me ver na escada, mas quando eu me sentei ele fez o mesmo, o que arrancou um revirar de olhos da minha tia. Humpf, uma vez príncipe, sempre príncipe. July me deu um sorriso torto.

–Onde estão Kate e Arthur? – mesmo Vincent tendo me dito que eles estavam bem, eu queria vê-los.

Ciprian e Vincent trocaram olhares e eu não gostei nada das expressão enigmática em seus rostos.

–Arthur está descansando e Kate...bem a Kate... – dessa vez foi ela quem olhou para os vampiros.

–Susan, como você já sabe, Kate e Nikki foram transformadas por Ciprian. No momento, elas não estão em condições de vê-la – explicou Vincent.

–Por quê?

–Os primeiros dias após a transformação podem ser...difíceis – Ciprian disse, escolhendo as palavras com cuidado. Elas não tem nenhum controle uma vez que seus corpos ainda estão se adaptando a nova condição.

Então era isso. Um arrepio subiu pela minha espinha. O quão diferente Kate estaria agora? July parecia pensar a mesma coisa, pois seus lábios estavam comprimidos numa linha dura.

–Quando poderemos vê-la? – foi July quem perguntou.

–Pode ser complicado, mas acho que se Ciprian concordar. Vocês poderão fazer uma visita e se despedir.

–Despedir?! – eu e July dissemos em uníssono.

Ciprian respondeu muito tranquilamente.

–Eu devo retornar para a Romênia o quanto antes. As irmãs Richards devem vir comigo.

–Por quê? – July indagou erguendo-se num pulo.

Ciprian olhou para ela como se estivesse tratando com uma criança.

–Porque elas são minhas. E nenhum vampiro mestre abandona suas criações.

–O Vincent não pode cuidar delas aqui? – perguntei. De jeito nenhum que o Ciprian levaria a Kate para a Romênia.

Os olhos de Ciprian ficaram mais escuros e o ar mudou um pouco em volta dele.

–Eu as criei, não Vincent – foi sua resposta. Vampiros e sua possessiividade louca, pensei enquanto o encarava incrédula.

–Mas ela não pode abandonar tudo e simplesmente ir para a Romênia! E a família dela, os amigos! – July disse revoltada.

–Sim, ela pode – o moreno afirmou – ela quis viver e esse é o preço. Quando ela estiver pronta, poderá voltar.

July o encarou boquiaberta. Ela olhou para mim e para Ciprian várias vezes antes de simplesmente ir embora furiosa. Eu fiz menção de ir atrás dela, mas minha tia me segurou.

–Deixe ela ficar um pouco sozinha.

–Além disso, temos coisas importantes para tratar – disse Vincent.

–Pensei que tivesse acabado, não? – argumentei – afinal Louise e Patrick estão mortos.

–Louise está morta – minha tia corrigiu-me – Patrick? Não sabemos.

Eu não disse nada. Como aquilo era possível? Afinal eu tinha visto ele morrer...não tinha?

–Digamos que matar o Patrick é uma tarefa potencialmente problemática – disse Ciprian.

Minha expressão deve ter sido bem clara. Vincent apenas me olhou intensamente antes de perguntar:

–O que você sabe sobre demônios?


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Notas finais do capítulo

Que tal?? Já pudemos ver que a spin off do Ciprian está chegando né? O que será que espera o nosso príncipe em seu retorno a Romênia com Nikki e Kate a tiracolo?
Eu falei que pretendia coocar outras criaturas sobrenaturais lembram? Pois aí está! Nosso inimigo é mto pior do que Susan poderia imaginar...
Mil beijos!!!



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