Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 43
Lâmina da morte


Notas iniciais do capítulo

Hello! Como vão? Esse capítulo é uma passagem para momentos eletrizantes. Tem muita coisa para acontecer, mas adianto que em breve irei fazer a spin off do Ciprian. Os próximos dois capítulos serão para concluir a terceira parte então teremos muitos momentos legais sobre os quais estou louca para falar, mas não vou para não estragar a surpresa.
Espero que curtam.



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Eu sempre imaginei como se sentia alguém que detinha a vida de outro em suas mãos. Agora, olhando para o rosto apavorado de Amanda, eu sabia exatamente como era. Eu me sentia poderosa, e por mais que seja difícil para mim admitir agora, enquanto escrevo isso, não havia culpa. Eu realmente a queria morta.

–Susan para! – disse Danny que corria na minha direção.

–Por quê? – minha voz parecia mais aguda que o comum – ela teria feito o mesmo comigo. Pelo menos ela teria alguma utilidade.

Ele pareceu surpreso.

–Você está se ouvindo? Está falando como um...

–Um vampiro? – completei sarcasticamente – pois eu tenho uma pequena surpresa para você Danny. É exatamente o que eu sou! Se você não gosta, dê o fora!

–Na verdade, eu sou o Arthur – retrucou ele – e você não é uma vampira, não totalmente pelo menos.

Eu não escutei direito o resto da frase, uma vez que sua primeira afirmação deixou-me perplexa.

–Que baboseira é essa? Acha que eu vou acreditar nisso? Por acaso é uma armadilha?

Ele revirou os olhos, e isso realmente pareceu ser uma coisa que o Arthur faria.

–Feitiço de possessão. Mas temos coisas mais urgentes para discutir – explicou, lançando um olhar para Amanda que ainda estava presa no meu forte aperto.

–Como posso acreditar em você? Prove que é mesmo o Arthur.

Danny me encarou.

–Bom, se o fato de eu ter acabado de salvar a sua vida não é o suficiente, aí vai uma que vai te convencer: você é uma menina magrela, teimosa e burra que tentou me jogar um despertador na primeira vez que nos vimos.

Eu estava surpresa e indignada ao mesmo tempo.

–Co...mo? – balbuciei incrédula.

–Como eu já havia dito, feitiço de possessão – respondeu Arthur inquieto – agora será que você vai me ouvir e soltar essa garota?

Parte do minha fome desesperada tinha ido com aquela conversa com Arthur/Danny, mas foi só eu olhar para Amanda de nova que ela voltou inda maior.

–Susan –chamou Arthur – você não quer fazer isso, pode acreditar.

Soltei um bufo. Era óbvio que ele não fazia ideia do que estava falando. Eu nunca quisera tanto algo em toda a minha vida.

–Pode parecer tentador agora, mas isso não é você. Não pode deixar que te controle.

–Eu...eu preciso Arthur – respondi com dificuldade, a dor no estômago se espalhando – ela tentou me matar...é justo.

Ele se aproximou.

–Talvez seja. Mas não pelas suas mãos. Se fizer isso vai acabar se arrependendo. Quer mesmo virar uma assassina? Uma vampira? Porque é o que vai acontecer.

Eu queria? Era possível que não. Uma parte de mim estava horrorizada pela ideia de tirar a vida de outra pessoa daquele jeito. Mas será que eu tinha escolha? Eu podia escolher não ser vampira. Ciprian havia me dito que se eu não bebesse sangue podia acabar morrendo. Ou então me transformar sozinha.

Soltei Amanda e dei vários passos para trás tentando me afastar o máximo para que aquela maldita sensação de fome fosse embora.

Amanda tremia no chão e Arthur segurou seu rosto e pôs um dedo na sua testa, fazendo com que ela apagasse no mesmo instante.

–Temos que sair daqui – disse ele depois de soltá-la no chão – Vincent disse que Amanda e os amiguinhos dela são só peões. Existem vampiros poderosos metidos nisso esperando para atacar.

–Vincent?

Ele entendeu minha expressão confusa.

–Pois é, o Vincent. Acredite, foi difícil pedir ajuda logo para ele. Pessoalmente eu iria preferir engolir um tigela de pregos.

–Onde ele está? – indaguei.

Ele começou a andar e eu o segui com dificuldade.

–A caminho. Ah não... – ele correu.

–O que foi?

–Eric – ele disse alarmado – ele sumiu.

Arthur olhou para os lados procurando e eu fiz o mesmo. Isso não era nada bom.

–Droga!

–Porque você o deixou sozinho! – bradei.

–Eu pensei que o tivesse imobilizado, e então fui impedir você de cometer o maior erro da sua vid...

Ele caiu no chão com uma mão no peito, tossindo. Eu me abaixei para ajudá-lo.

–O que foi?

Suas tosses aumentaram e ele parecia respirar com dificuldade.

–M...eu corp... Estão faz...d.

Ele começou a se debater como um louco e eu tentava inutilmente segurá-lo. Será que Eric ainda estava por perto, atacando magicamente?

–Arthur! – comecei a gritar. Eu não sabia o que fazer enquanto o impedia de se machucar naquele debater desenfreado.

Ouvia passos atrás de mim e me virei preparando-me para defender-nos.

–Susan! – Vincent se aproximou de nós num piscar de olhos.

–É o Arthur! – tentei explicar – ele está no Danny e aconteceu alguma coisa!

Vincent se abaixou e segurou o corpo que ainda se movia.

–Temos que fazer algo! Temos que...

De repente, ele parou de se mexer e ficou absolutamente imóvel.

–Arthur? – chamei aflita.

Ele abriu os olhos. Ao notar que estava sendo segurado por Vincent, ele empalideceu e tentou se desvencilhar apavorado. Então eu soube que não era mais o Arthur. Danny estava de volta.

–Não é ele – falei trêmula.

Vincent soltou Danny que se ergueu num salto.

–Assassino! – berrou.

Vincent e eu trocamos olhares. Eu sabia bem o que ele queria fazer.

–Danny me escuta.

Mas ele não parecia estar interessado em conversa. Esticou a mão na nossa direção, mas antes que ele pudesse realizar o que pretendia Vincent o jogou contra uma árvore, fazendo com que desmaiasse.

–Sempre odiei gente histérica – disse ele dando de ombros quando lhe lancei um olhar inquisidor. Pobre Danny. Eu sabia que ele tinha sido apenas uma vítima das circunstâncias, mas no momento estávamos em lados opostos do tabuleiro.

–Vamos sair daqui – disse Vincent me puxando pelo pulso. Ele parou apenas quando uma lufada o atingiu, fazendo com que olhasse para trás. Eu sabia que ele tinha sentido o cheiro de sangue.

–Amanda – não era preciso dizer mais.

Uma sobrancelha dourada se arqueou.

–Porque viva?

–Eu não podia matá-la – disse lembrando das palavras de Arthur.

Seus olhos pousaram sobre mim por um instante.

–Eu posso – disse, me soltando e indo em direção a Amanda.

–Vincent, espere! – gritei.

Ele parou e olhou para mim intrigado.

–Eu até entendo que não queira esse palhaço morto – apontou para Danny – mas ela? Se não a matarmos, nada a impedirá de vir arás de você de novo.

–Eu iria acabar me arrependendo – disse, usando as mesmas palavras que Arthur usara.

–Não, - corrigiu-me – você só vai realmente se arrepender se ela sobreviver e depois acabar fazendo algo conta você ou pior, contra alguém com quem você se importa.

Ficamos em silêncio, nos encarando. Ele pareceu respirar fundo, ou algo parecido que os vampiros façam e caminhou na direção oposta.

–É bom que saiba o que está fazendo.

Saber eu não sabia, mas acreditava que pelo menos eu estava tentando fazer o certo.

Seguimos em silêncio pela mata até chegarmos a estrada, onde havia um segundo carro estacionado. O do Vincent.

–Temos que achar o Arthur e a Kate – disse por fim quebrando o silêncio.

–A Kate e a irmã dela estão bem. Ciprian está com elas.

Um alívio enorme me inundou.

–Eu cheguei a pensar o pior. Quando eu vi Eric dizendo que já tinha “terminado”...eu nunca iria me perdoar se elas tivessem morrido.

A expressão de Vincent pareceu ligeiramente estranha, como se soubesse de algo.

–O que foi? – perguntei.

Ele pareceu estar escolhendo as palavras com cuidado.

–Quando eu disse que elas estavam bem eu... olha Susan, Ciprian me disse que quando chegou até elas não havia muito que pudesse ser feito. Então ele...

Passei minhas mãos levemente suadas na minha calça.

–Ele?

–Ele as transformou.

Engoli seco. Quis dizer algo, mas não consegui pensar em nada.

–Susan – Vincent se aproximou me segurando pelos braços. Isso foi bom porque se ele não tivesse feito eu teria caído. A fome, a magia e aquela notícia... tudo pareceu vir à tona.

–Você precisa se alimentar – disse ele ainda me amparando.

Encostei minha cabeça no seu peito e apertei os olhos com força. Até que não era ruim, pensei. Ele cheirava muito bem, como brisa do mar e hortelã. Hortelã era bom. Eu não me importaria de ficar mais tempo ali.

–Susan? – ele chamou, sua voz fazendo seu peito vibrar.

–Isso é bom – afirmei enquanto sentia os braços dele me envolverem protetoramente.

Ficamos assim por um tempo, até que ele me afastou um pouco.

–Vem, vamos.

Assenti e tentei me recompor daquela situação constrangedora. Minha intenção inicial era entrar no carro, mas de algum modo eu acabei pressionada contra ele pelo corpo de Vincent.

–Vincent!?

Olhei para baixo e foi então que eu percebi o que tinha acontecido. A ponta de uma lâmina saía de seu peito muito próximo ao coração.

A lâmina que era endereçada a mim.


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Notas finais do capítulo

O que será que aconteceu com o Artie? Quem atacou a Susan? Como assim o Ciprian transformou a Kate e a Nikki?
Minha nossa, a Susan não tem um momento de tranquilidade nessa fic...
Aguardo seus comentários pessoal!



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