1 ano depois

“Eu acho que nunca vou me acostumar com isso” Dimitri murmurou para si mesmo quando entrou no apartamento e avistou a criança de 3 meses que se encontrava em cima do cercadinho dormindo no bebê conforto. Abriu um sorriso. Jogou sua maleta no sofá como fazia todos os dias e foi até o encontro da criança. Alisou com os dedos a bochecha rechonchuda do pequeno pacote, que suspirou com o toque e virou o rosto. Observou o sono de Olivia, admirado e se perguntando como uma coisa tão pequena tinha tanta importância e ocupava tanto espaço em seu coração.

Dimitri ouviu um barulho que vinha de dentro de um dos quartos. O de Olivia. Encaminhou-se até a porta e parou, observando enquanto a morena cantarolava arrumando uma não tão pequena bolsa de criança. Sorriu novamente quando viu o pequeno flash de luz que o anel de noivado capturou enquanto ela movia a mão. Observou como ela juntava fraldas e lenços e se perguntou como ele poderia achar aquela pequena situação tão fascinante. Moveu silenciosamente para dentro do quarto até que ficou bem atrás da mulher, que estava terminando de fechar a bolsa. Dimitri enlaçou a cintura da morena com os braços, que sorriu e virou o rosto para receber o beijo que sabia que estaria chegando. Obedientemente, Dimitri baixou o rosto de encontro com o dela, que soltou esse pequeno suspiro satisfeito que o deixava louco. Rose virou em seus braços, os olhos brilhavam de uma felicidade que ele sabia que só estava lá quando eles estavam juntos na mesma sala. Ele sentia o mesmo.

“Boa noite.” Rose disse com um pequeno sorriso. “Eu pensei que você iria demorar mais um pouco. Olivia adormeceu apenas uma hora atrás.” Dessa vez, o olhar de Rose adquiriu uma moleza que só as mães tinham quando falavam de seus filhos. Dimitri amou aquele olhar. “Nós estamos prontas.” Disse ela enquanto alisava a barba rala que se formou durante o dia em seu rosto. Ele podia sentir os dois anéis em seu dedo esquerdo. O de noivado e a aliança de casamento. Virou o rosto para que pudesse beijar os dedos dela.

“Eu pensei que se chegasse mais cedo teria alguém tempo com Olivia antes dela dormir. Acho que não foi dessa vez.” Rose sorriu para o bico que ele fez. Ela nunca imaginou que um homem se renderia em toda sua glória a um pequeno pacote de 50cm. Mas foi exatamente isso que aconteceu assim que Dimitri segurou pela primeira vez sua filha, na sala de parto. Ele estava completo e totalmente perdido.

“Você terá toda a noite. Sério.” Rose disse e os olhos de Dimitri brilharam de divertimento. Ela achava incrível a capacidade que Dimitri acordaria com apenas o mínimo de barulho vindo do quarto ao lado. Ele se levantaria e traria Olivia para que eles pudessem cuidar do que quer que fosse que a estivesse atormentando. Na maioria das vezes, ela só iria querer seu alimento precioso. “Vamos lá. Todos estão nos esperando.”

“Estou pensando seriamente em transferir todo o trabalho para casa. Pelo menos até que Olivia complete 6 meses. Ou 1 ano.” Rose sorriu secretamente para isso. Dimitri deixou de trabalhar até tarde da noite quando descobriu que ela estava grávida. Após o nascimento da filha, só ia ao escritório a tarde. Eles haviam conversado, e apesar de Rose garantir que ele não aguentaria, ele bateu o pé e disse que o escritório precisava dele pelo menos um turno. Essa conversa aconteceu há duas semanas. “Cada vez que chego em casa parece que ela cresceu mais do que eu posso mesmo pensar.”

“Você pode trabalhar em casa e ir ao escritório uma ou duas vezes por semana. E, claro, as audiências.” Rose ponderou. Dimitri gemeu. Eles estavam agora na sala, Dimitri tirou a gravata e o terno enquanto Rose juntava a bolsa de Olivia e a sua própria. Dimitri observou enquanto Rose se movia até o pequeno pacote, que ainda dormia confortavelmente. “Vamos.” Dimitri pegou o bebê conforto com cuidado e se dirigiu a porta, pegando o elevador com Rose, que carregava as bolsas. 20 minutos depois eles estavam estacionando em frente a casa da mãe de Dimitri. Toda a família estaria reunida para um jantar, comemorando o aniversário de babushka.

Todos os cumprimentaram quando entraram. Rose sendo arrastada pelas cunhadas, enquanto Dimitri conseguiu um lugar confortável para acomodar a criança, que acordou alguns minutos depois, satisfazendo todos da casa. Enquanto Olivia passava de mão-em-mão por todos os Belikov e agregados, Dimitri arrastou Rose em seus braços para um muito merecido beijo. “Eu amo você.” Ele sussurrou contra os lábios dela. “Eu também amo você.” Ela sussurrou de volta.

Algumas horas depois, Dimitri havia acabado de conseguir colocar Olivia para dormir, o pequeno pacote bem protegido nos braços do pai, que balançava vagarosamente numa das cadeiras de balanço que tinha sala, perto da lareira, quando babushka se aproximou lentamente com um sorriso satisfeito no rosto. Dimitri, que estava observando o pequeno rosto perfeito, sorriu quando viu sua avó.

“A vida é boa.” Disse enigmaticamente a anciã da família, enquanto sorria para sua bisneta. Dimitri inconscientemente apertou Olivia mais para si, com um sorriso.

“A vida é boa.” Repetiu. “Sim, a vida é boa.” Falou mais uma vez enquanto olhava do rosto de sua filha, sua pequena menina, para o rosto de sua esposa, que sorria alegremente com suas irmãs. Sua pequena mulher.

Fim.