Rose sabia que devia deixar Dimitri ter o tempo dele. Só que ela pensou que ele levaria um minuto ou dois, não vinte minutos e algumas doses de whiskey. Ela sabia que ele tinha uma mente calculista e fria, ou ele não seria o ótimo advogado que era. Então, ela nunca poderia imaginar o que viria a seguir.

“Eu não entendo.” Disse ele, tirando o olhar concentrado das fotos e a encarando. Rose havia se perguntando se a bebida havia prejudicado as faculdades mentais dele. Provavelmente era isso, ou ele não estaria com aquela cara perdida fazendo aquela maldita pergunta. “Ela sabia que tinha uma chance de você vir pra mim. No mínimo esfregar as fotos na minha cara. Por que ela faria isso, então?”

Dimitri se sentiu impotente. Não que ele não tivesse acreditado em Rose quando ela falou das fotos, mas ele sentiu que tudo era mais real quando as tocou e viu por seus próprios olhos. Ele se sentiu doente do estômago com aquilo, não podia acreditar que Tasha tivesse sido capaz de fazer uma coisa tão baixa.

“Provavelmente ela pensou que você ficaria como você está agora, um maldito desorientado, e deduziu que eu sairia de qualquer jeito. Bem, de qualquer forma, ela conseguiu o que queria. Claramente.” Rose passou a vista em Dimitri, e viu no exato momento que ele pegou as palavras. Seu rosto endureceu.

Devagar e com calma, Dimitri guardou as fotos de volta na caixa e a fechou, colocando ao seu lado no sofá. Então olhou pra Rose, realmente olhou. Ela estava com aquela roupa de ioga, os braços cruzados sob os seios, inconscientemente, com certeza, juntando-os ainda mais. Dimitri se lembrou dos tempos em que se perdia naquele corpo, quando só com sua boca, ele a levava a loucura. Perguntou-se se ela ainda era aquela receptiva? Se algum homem a fazia se sentir assim? Apertou mais os dentes, se concentrando em desanuviar aqueles pensamentos, não era momento pra ter ciúmes. Balançou a cabeça, ele estava perdendo o controle aqui, ou era isso que dizia a si mesmo. Ele havia perdido o controle quando a encontrou deitada em sua cama, de volta no iate.

Rose o observou enquanto ele se levantou, viu que de uma careta, ele abriu um meio sorriso sedutor e a encarou. “Você não veio a mim porque sabia que não teria mais coragem de sair. Você não veio a mim porque é uma covarde, e tinha medo de relacionamento. Você não veio a mim, porque Tasha foi a melhor desculpa que você encontrou para fugir do que tínhamos. Mas eu te amei de verdade, você sabe.” Dimitri falou casualmente, enfiando uma estaca no coração dela a cada palavra, como ele poderia dizer aquilo tudo com um sorriso indulgente na cara? Ela não queria admitir os seus medos de quando era uma adolescente, não era amadurecida então. Agora era diferente. Te amei. Passado. Outra estacada. “Eu tentei dizer a mim mesmo que você voltaria depois de alguns dias.” Seu rosto se fechou novamente. Rose sentiu um arrepio. “Bem, você não voltou. Eu te amei Rose.” Ele a olhou diretamente nos olhos. Havia uma tensão infinita ali. Ela não sabia o que fazer.

Dimitri sabia que precisava sair dali, rápido. Antes que fizesse uma besteira. Precisava ligar para um de seus amigos, ou talvez os três. Pegou a caixa com as fotos e se aproximou de Rose, indo em direção à porta. Sentiu o leve suspiro dos lábios dela, e sorriu internamente. Puxou Rose para seus braços e esmagou os lábios aos dela, que na surpresa se abriram, para a alegria dele. A beijou até sentir que ela estava sem fôlego e mole. Dele. “Isso ainda não terminou.” Sussurrou no ouvido dela, antes de ir embora com um largo sorriso. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas estava adorando.

Enquanto isso, Rose sentou em seu sofá, toda quente e incomodada, respirando parecendo que havia corrido uma maratona, e se perguntando que diabos era o jogo de Dimitri.