Embora Rose detestasse admitir, ela sempre sonhou com o dia em que confrontaria Dimitri, imaginou mais dias do que poderia se lembrar. E, quando imaginava, montou todos os quadros possíveis para a reação dele. Menos um. A que estava acontecendo naquele momento. Ela não podia acreditar que ele estava rindo daquela forma, de uma forma que ela nunca o viu rir. Não conseguiu falar nada, além de encará-lo boquiaberta e esperar que ele tomasse controle. O que eventualmente, ele fez.

“Do que diabos você está falando, Rose? Porque, sinceramente, eu não posso me lembrar de ter dormido com Tasha. Não naquele tempo.” Dimitri, que após ter recuperado o controle, simplesmente a olhou diante do absurdo que ela expôs.

“Naquele tempo? E quando você dormiu com ela?” Rose exclamou, temporariamente esquecendo-se do assunto em questão. Ele disse que nunca tinha dormido com Tasha antes de namorá-la, e se ele disse que fez, isso significava que...? De repente, ela se sentiu doente do estômago.

“Não que seja da sua conta, mas após uns três anos que você me deixou, eu tentei algo com ela. Claro, eu deveria saber que Tasha só serviria como uma boa amiga. Então, dito isso, posso saber por que você acha que eu dormi com ela naquela noite? Você deveria saber que eu sou melhor do que isso.” As feições de Dimitri endureceram enquanto ele falava. Rose devia está com certeza fora de si para imaginar algo tão estúpido. Ele a amava, pelo amor de Deus!

“Eu vi as fotos Dimitri” Rose suspirou. “Quando cheguei ao meu quarto tinha a porra de um envelope me esperando. Um maldito envelope com fotos suas e de Tasha, em sua cama, datadas da noite em que nós saímos àquela boate, você lembra? Eu deixei você no seu quarto e fui para o meu porque eu tinha uma prova no dia seguinte, e então.. Você e ela...” Rose parou de falar a medida que olhava para a expressão de Dimitri. Ele estava com raiva, isso era certo. Ela esperava algo como culpa, ele havia bebido, ao final das contas, talvez não tivesse feito por que quis, mas não tirava a culpa de cima de seus ombros. Ela não poderia perdoá-lo nunca.

“Naquela noite, Roza, eu fui drogado. Eu não sei como, mas duas ou três cervejas não teriam me derrubado. E quando eu cheguei para o exame periódico antes do jogo, uma semana depois que você se foi, detectaram o resto de Cetamina no meu organismo, o que me fez ficar fora do jogo.” Mas antes de Dimitri terminar de falar, Rose ficara boquiaberta, pela segunda vez naquela noite. Ela não podia acreditar que aquilo tinha acontecido com Dimitri, e como aquilo mudava tudo em que ela acreditava durante tantos anos. E, de repente, ela não tinha forças para lutar, porque, tudo que conseguia pensar era um leve sussurrar de sua alma.

“Você não me traiu.”