The number 20. escrita por Lana


Capítulo 14
Capítulo quatorze.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Emmett havia sido a primeira pessoa a quem contara, e depois de dormir contou também a Alice e Edward.

— Você está falando sério? – o mais velho perguntou.

— Ai meu Deus! Não acredito nisso! – Alice gritou empolgada.

— É sério. – confirmou.

— Vocês estão juntos a tempo suficiente para isso? – Edward voltou a perguntar. Rosalie se encolheu.

— Edward, deixa ela em paz! – Alice resmungou.

— Olha, eu sei que foi rápido... – a loura suspirou. – Mas estou feliz. Ele está feliz. Qual o problema? Estamos feliz juntos agora e só vamos continuar juntos felizes, com a diferença de que vai ter uma cerimônia no meio termo.

— Rose, isso é incrível, ignore o Edward! Eu estou muito feliz por você! Mal posso esperar para começar a planejar seu casamento! – ela comemorou animada. Edward continuava a encarar a irmã do meio pela chamada de vídeo que os três faziam.

— Olha, tudo bem, se está feliz e é o que você quer... Estou feliz por você. – disse por fim. – Mas tudo parece meio rápido demais. – deu de ombros.

— Eu sei, não estou falando que não foi. Mas isso não precisa ser um problema, certo? – tentou se certificar. Edward não respondeu e Rosalie conseguia ver a desconfiança nos olhos do irmão. Alice, por outro lado, era só torcida e encorajamento.

— Rosalie, é claro que não é problema! Não há nada de errado em se casar com alguém que se ama e te faz feliz! Não é o que você sempre quis? Casar, construir uma família? Não era esse o ponto daquele problema todo de ex namorados? – a loura engoliu em seco antes de responder.

— É. – ela não tinha certeza ao que de fato estava respondendo, mas sabia que poderia fazer aquilo, ser feliz ao lado de Nate, construir uma família e fazê-lo feliz.

Alice já estava preparando todo o casamento antes mesmo que ela terminasse a ligação de vídeo e Edward resolveu deixa-las quando a conversa se tornou basicamente sobre decorações, lugares e vestidos.

Emmett ainda não havia respondido sua mensagem na manhã seguinte e ela se encontrava angustiada e impaciente, sem ter certeza do por que, afinal, que diferença fazia a resposta dele? A resposta só chegaria ao final daquela tarde e era uma única palavra. “Parabéns.” era tudo que dizia e Rosalie sentiu seu coração e seu estômago se revirarem de uma só vez. Jogou todos os sentimentos inquietantes para longe dali e foi até a casa do pai, onde ela e Nate jantariam e contariam as novidades.

A cerimônia tomaria lugar dentro de poucos meses e toda a família de Rosalie estava presente, mais que feliz por vê-la se casar. Ela estava feliz e via todo um futuro cheio de realizações para si e o futuro marido. Entretanto, ao ver Emmett adentrar o cômodo que estava antes de entrar pela grande passarela, sentiu seu coração vacilar.

Não só vacilar, mas ativamente perder uma batida quando o viu. Ele estava encantador com o smoking, o preto rivalizando contra a pele alva, a barba bem feita e os olhos cintilando ao vê-la. Ela precisou reunir todas as suas forças para ignorar seus piores instintos que gritavam para ela se jogar em seus braços.

— Emmett! – foi tudo que disse, forçando-se a manter parada no lugar. Ele sorriu.

— Você está incrível. – ele falou, observando o longo vestido branco abraçar-lhe o corpo.

As rendas do vestido dançavam em cortes estratégicos na cintura, nas costas e nos braços, e a pele clara por baixo do tecido parecia muito macia ao toque. A cauda não era muito longa e ela não usava véu. O cabelo estava meio preso e muito mais longo do que ele se lembrava de já ter visto, e ela ostentava uma joia azul como acessório. Os saltos que usava a deixava quase tão alta quanto ele. Ela deu um sorriso que pareceu reluzir no quarto, os olhos brilhando.

— Obrigada, Emm. Estou muito feliz que você pôde vir. – ela confessou.

Ela tivera medo dele não aparecer. Depois que lhe contara sobre o casamento, ele havia se tornado distante e a comunicação havia diminuído consideravelmente, mas ela ainda tentava e havia insistido para que ele viesse.

— É claro que viria. – ele disse como se fosse bobagem, mas ela imaginara que custara algum esforço para que ele chegasse até ali. Ela só não imaginava o quanto. – Sinto muito não poder demorar. – se desculpou.

— O que você quer dizer? – ela franziu as sobrancelhas, confusa.

— Terei que partir logo após a cerimônia. – ele explicou. Rosalie quase arfou.

— O que? Nem sequer vai à festa?

— Não posso. Preciso pegar a estrada. Tenho uma matéria para fazer em São Francisco. – ele disse em tom de desculpas.

— Hoje à noite? – perguntou incrédula.

— Bem, não. Mas amanhã bem cedo, então preciso dirigir a noite toda. – ele deu de ombros casualmente.

— Eu... – ela começou a protestar, mas interrompeu-se, franzindo os lábios. Não precisava tornar aquilo mais difícil, para nenhum dos dois. Então colocou seu melhor sorriso e aproximou-se dele lentamente, então tocou no braço de Emmett. – Estou muito, muito feliz que você tenha vindo, de toda forma. Obrigada. – e puxou-o para um abraço.

Sentiu-se, naquele momento, no melhor lugar do mundo. E deleitou-se nos braços fortes e aconchegantes de Emmett por uma última vez antes de entrar pelo longo corredor que a levaria ao altar. Rosalie era facilmente a noiva mais bonita que todos ali já haviam visto e Alice havia feito um trabalho incrível com a decoração, que parecia abrilhantar ainda mais a noiva. A cerimônia havia sido de extremo bom gosto e levara até mesmo os mais sensíveis às lágrimas.

Emmett partiu, logo após Rosalie dizer sim. Não conseguiu se manter na igreja além daquele momento, muito atormentado ao ver a cena toda. Vira Carlisle o observar enquanto saía apressado, mas não conseguira sequer balançar a cabeça na direção dele em tom de despedida. Então, pegou o carro alugado e dirigiu até São Francisco, onde realmente tinha uma matéria para fazer – dois dias depois. Sua carreira estava indo muito bem e transformara-se numa espécie de repórter de viagem, fazendo várias cenas aqui e ali, matérias sobre pontos turísticos e coisas interessantes sobre diferentes lugares ao redor dos Estados Unidos.

A festa que se seguiu fora extremamente divertida, e Rosalie procurou Emmett ao final da cerimônia, esperando conseguir convencê-lo a ficar pelo menos um pouco, ou pelo menos despedir-se propriamente. Mas não o encontrou e a decepção tomou seu corpo por alguns segundos, antes de voltar ao estado de espírito mais animado que condizia com a ocasião. Dançou a noite toda e se sentiu mais rodeada de amor do que nunca, com todos os amigos e a família a rodeando numa situação tão feliz. Nate parecia deliciado por tê-la a seu lado e aquilo era tudo que ela queria naquele momento.

Seis anos após o casamento, Rosalie se via impaciente. Estavam tentando ter um bebê há cerca de dois anos e nada acontecia. Ela não sabia o que havia de errado, mas sabia com certeza que algo estava. Naquele tempo, Edward voltara a morar em Nova York e Alice engravidara de novo – o que deixara Rosalie extremamente feliz, mas de forma nenhuma reassegurada sobre sua tentativa falha de ser mãe.

No ano seguinte, Emmett conseguira um emprego numa grande emissora de Nova York como correspondente internacional e passara a viajar para inúmeros lugares ao redor do mundo. Durante todo o tempo, eles haviam conseguido se manter em contato, a antiga familiaridade de alguma forma retornando à sua relação. Contando os pequenos detalhes, as pequenas vitórias, as grandes dificuldades e tudo o mais que considerassem importante em sua vida.

Rosalie se surpreendia e se deleitava com a facilidade que parecia sempre haver entre eles, mas apesar de muito amigos sempre parecia haver uma distância inatingível entre eles. Não algo que atrapalhasse a amizade, mas um alerta muito claro e indiscutível sobre um espaço seguro que deveria ser mantido para que a sanidade e bem estar de ambos pudesse ser mantido, para que aquela tênue amizade pudesse prosseguir sem maiores problemas

O tempo passou e apesar de ainda distante fisicamente dos irmãos, se viu mantendo contato com eles como fazia quando era mais jovem. Edward, especialmente, já que Alice tinha agora dois filhos e era uma mulher bastante ocupada com crianças que exigiam muito de si.

— Você não sabe em quem esbarrei recentemente. – ela ouviu a voz de Edward pelo telefone, em uma de suas familiares ligações semanais. Ele não esperou uma resposta antes de continuar. – No Emmett.

— É mesmo? – ela respondeu, genuinamente surpresa.

— Sim. – o mais velho confirmou. – Ele também está de volta à Nova York, mas acho que você sabe disso. De toda forma, nos encontramos mais ou menos um mês atrás em um bar.

— Não sabia que com uma esposa e uma filha mal nascida você tinha tempo para ir a bares. – Rosalie mencionou acidamente e Edward riu. Edward se casara há pouco menos de seis meses, quando o bebê já estava a caminho. Renesmee tinha pouco mais de quatro meses agora e Rosalie continuava sem engravidar.

— A Nessie já está praticamente andando, e minha esposa não se importa de eu frequentar bares. – ele disse calmamente e Rosalie revirou os olhos pelo claro exagero do irmão. – Ela sabe que sou um ser sociável e tenho amigos.

Rosalie ficara surpresa quando Edward se casara com Bella. Na verdade, estava surpresa de ver o irmão casado, quem quer que fosse a garota. E também estava surpresa que Bella tivesse ficado solteira por tanto tempo. Esperando pelo homem certo, era o que Bella alegava. Rosalie certamente não conseguia entender como Edward era o homem certo, mas estava mais que feliz pelo casamento dos dois.

Eles haviam começado a se relacionar um tempo depois de Edward voltar à Nova York e namoraram pouco tempo antes de casar. Ela inicialmente achara que haviam se casado pela gravidez acidental de Bella – ela e mais da metade das pessoas que os conheciam –, mas a verdade era que estavam apaixonados um pelo outro e se amavam muito. Não conseguiam imaginar um futuro separados e Renesmee havia apenas apressado as coisas. Na época, ela tentara dar o mesmo sermão que o irmão a passara, sobre as coisas aconteceram rápido demais, mas a verdade é que não se importava ou acreditava de fato naquilo, então não conseguira levar a brincadeira muito a sério.

— Sei. Então você esbarrou no Emmett e só? – perguntou casualmente.

— Na verdade saímos para beber algumas vezes, ele é um bom cara.

— Você está amigo do Emmett. – ela afirmou lentamente, tentando captar a informação. – Você sequer queria que eu fosse amiga do Emmett e agora virou amigo dele? – perguntou, um pouco indignada ainda por quando o irmão dissera, muito tempo atrás, que ela se arrependeria de continuar amiga de Emmett.

— Bom, acho que eu estava errado aquela vez, você parece bem com essa coisa de amizade. – Rosalie não pôde ver Edward dar de ombros. – Além do mais, eu e Emmett somos muito parecidos, mas você já sabe disso também. Então sempre acabamos tendo muito sobre o que conversar. – ela sabia, na verdade, mas aquilo ainda a deixou com um pé atrás. Não sabia como ou porque, mas aquilo parecia... estranho. E tinha certeza, de que de alguma forma, aquilo acabaria sobrando para ela. Imaginou sobre as coisas que eles conversavam, e se perguntou se ela era um assunto entre eles.

Emmett não passava muito tempo em Nova York, com a brilhante carreira internacional crescendo cada vez mais e Rosalie viu, mais uma vez, Alice engravidar. Ela estava perdendo a razão naquele momento, sem entender como podia estar tentando há tanto tempo e não conseguir, quando a irmã mais nova sequer tentava e engravidava repetidamente.

Ela decidira, então, procurar um profissional, na esperança de que a dificuldade diminuísse e começou a fazer um tratamento que teoricamente a ajudaria. Não ajudou.

— Acho que talvez eu não tenha sido feita para isso. – ela comentou em uma ligação com Emmett em um final de domingo em que ele estava em casa. – Acho que meu destino não é ser mãe.

— Isso é bobagem, cariño. Seu destino é o que você quiser que ele seja. – ele a tranquilizou e ela suspirou.

— Mas então por que eu não consigo ficar grávida? Já estou tentando há anos e honestamente, estou a dois passos de desistir. – resmungou, suspirando.

— Talvez você devesse pensar em alternativas? – ele sugeriu delicadamente. – Engravidar não é a única forma de criar uma família.

Ela sabia daquilo, já tinha pensando sobre aquilo e até mesmo levantado a questão com o marido, mas ele não concordava com adoção. Ela e Nate haviam tentado muito – tentado e tentado, se esforçado e se empenhado – e nada acontecia. Aquela constante tentativa e eterna falha acabara por deixa-los abalados e lentamente havia os afastado.

Decidiram então parar. Parar com a expectativa e a cobrança e aceitar que talvez aquilo não fosse acontecer para eles. Nate tivera mais facilidade com aquela ideia, já Rosalie nem tanto. Em seu íntimo, continuava a esperar e a constante decepção, mês após mês, fazia a loura se voltar cada vez mais para si mesma e lentamente se afastar do marido, o que eventualmente acabara por separá-los.

E então Rosalie se descobriu grávida quando menos esperava – duas semanas após se divorciar de Nate, após doze anos de casamento e com trinta e oito anos, uma idade considerada um tanto quanto perigosa para se ter uma gestação. Ela fora preenchida por uma imensidão de sentimentos que ela sequer conseguia contar. Medo, dúvidas, felicidade, tristeza, excitação, amor e tantas outras coisas.

Rosalie sentiu-se triste pelo divórcio, amava o marido, mas a verdade era que não estava mais apaixonada por ele e eles haviam se afastado cada vez mais ao longo dos últimos anos, então o divórcio não foi tão difícil quanto poderia ter sido. Descobriu a gravidez pouco depois da decisão de se separar e decidira prosseguir com o divórcio mesmo após a proposta de Nate de continuar – pela gravidez. Ela não acreditava que um filho era razão suficiente para continuar em um casamento que já não era tão feliz, então o recusou.

Emmett a apoiava na decisão – sempre a seu lado e a incentivando no que quer que colocasse na cabeça, como sempre. A mãe, entretanto, não. Explicou a Rosalie sobre as grandes dificuldades de ser uma mãe solteira, mas a filha preferiu ignorá-la. Sabia que seria difícil e que teria que trabalhar muito, mas estava feliz e não podia imaginar nada além de felicidade para o futuro.

Nate estava sempre por perto, afinal, queria aquela gravidez, embora não tanto quanto ela, e estava sendo um excelente pai para o bebê que sequer nascera ainda. Carlisle, agora já casado com Julia há alguns anos, também a acompanhava às consultas quando Nate não podia e ela se sentia totalmente amparada apesar de solteira.

Ainda acompanhava a carreira de Emmett, que estava mais relevante do que nunca, e costumavam trocar mensagens toda semana. Ele perguntava sobre a gravidez, sobre o neném e ela se empenhava em detalhes animados sobre tudo que considerava interessante, o que era basicamente qualquer coisa nova que sentia ou comprava para o filho. Emmett se empolgava por ela, e cada reação dele aquecia seu coração de forma que não sabia explicar.

Ela tinha o hábito de checar as redes sociais dele, sempre recheada de fotos de qual quer que fosse o lugar em que ele se encontrava na época. Ele estava muito feliz – se descobrira na carreira inesperada e sentia-se infinitamente grato por ter desistido da ideia de ser ator para tentar algo novo. Ela adorava vê-lo tão feliz, mas sentia-se um pouco triste por não tê-lo por perto fisicamente.

Quando Rosalie teve o neném, contou com a ajuda de Carlisle nos primeiros passos. Toda a família a visitara para conhecer o recém-nascido e Emmett também aparecera, quando o bebê já tinha cerca de três meses.

— Oi! – Rosalie exclamou, muito surpresa ao ver Emmett em sua porta. Ele trazia um pacote grande nas mãos e um sorriso ainda maior no rosto. Estava lindo, como sempre, e em algum canto de sua mente, a loura se preocupou com sua aparência – provavelmente exausta por conta da rotina de mãe.

— Surpresa. – ele disse com um riso enquanto se abraçavam.

— Meu Deus, eu não tinha ideia de você estava vindo para cá. – ela disse, ainda abraçados e o ouviu rir, sentindo seu corpo tremer junto ao dele.

— É claro, se você soubesse a surpresa perderia um pouco do seu propósito. – ele explicou enquanto se separavam e ela revirou os olhos com um sorriso.

— Vem, entra. – disse dando espaço a ele para passar pela porta. – Nem acredito que está aqui.

— Claro que estou. Tenho que conhecer seu filho e já não nos vamos há um tempão. – ele a lembrou.

— Eu sei. – ela respondeu, mais que ciente do tempo em que não se encontravam.  Emmett parecia de ótimo humor e eles foram se sentar na sala depois de Rosalie buscar o bebê que estava no berço.

— Rose, ele é adorável. – o grandão comentou com um sorriso enquanto o pegava no colo. Rosalie sorriu, adorando a cena, adorando o olhar de Emmett sobre o filho, de puro encantamento.

— Eu sei, certo? – ela riu. – Ele é maravilhoso, Emm. – comentou enquanto pegava o celular numa mesinha ao lado do sofá e tirava uma foto do grandão com o neném no colo, sem que ele reparasse, ainda de olhos no bebê.

— E como está sendo cuidar dele sozinha? – ele perguntou, ainda com o bebê nos braços, mas agora olhando para ela. O neném olhava para o rosto do homem com bastante atenção, como se algo muito interessante estivesse ali.

— É cansativo. – ela admitiu, um sorriso cansado no rosto. – Mas estou recebendo muita ajuda. Meu pai me ajuda demais, a Julia também, e o Nate está sempre por perto, está apaixonado pelo Noah. – ela expirou uma risada. – Acho que não durmo direito há três meses e me falaram que a tendência é piorar, se é que isso é possível. – ele riu.

— Se precisar de qualquer coisa, sabe que pode contar comigo. – ele se prontificou e ela sorriu e agradeceu, apesar de aquela ajuda não poder ser tão alcançável quanto às daqueles que realmente estavam sempre ao lado dela.

— Ele tem seus olhos. – Emmett observou e Rosalie deu um risinho.

— Eu acho também. – falou com vaidade, um sorriso satisfeito no rosto. – Mas ei, não sabia que já tinha voltado do Brasil.

— Saí de lá há dois dias, vim direto para LA. – ele explicou balançando o bebê.

— Obrigada por ter vindo. – ela disse, com bastante sinceridade, e ele balançou a cabeça, como se não fosse nada.

— E como está sendo, ficar por perto do Nate após o divórcio e tudo mais? Mal tivemos a chance de conversar sobre isso.

— Está sendo tudo bem. – deu de ombros. – O Nate e eu nos damos bem, e não foi tão difícil depois do divórcio, a gente já não estava apaixonado. – deu de ombros, olhando para o rosto pacífico do filho. – Mas ainda é um pouco estranho, acho, apesar de tudo. – revirou os olhos com um sorriso curto.

— Isso é bom, acho. – ele comentou e ela deu um riso curto.

— É, é sim. – deu um suspiro. – Mas me sinto meio sobrecarregada agora, sabe? Com tanta coisa que aconteceu nesse último ano. Não que sejam coisas ruins, mas, sei lá, aconteceu muita coisa. Sair de um relacionamento de mais de dez anos, o novo cargo no trabalho, o bebê...

— Imagino. – ele assentiu. – Mas logo tudo vai se acalmar e as coisas vão ficar mais calmas, num novo ritmo.

— Espero que sim. Tenho que achar uma babá e essa está sendo uma das tarefas mais difíceis. – ela comentou e um sorriso de lado lentamente se estendeu nos lábios de Emmett.

— Posso te ajudar com essas escolhas, cariño. – disse numa voz maliciosa e Rosalie revirou os olhos enquanto ele ria.

Ela e Emmett costumavam se ver pelo menos uma vez por ano e ela adorava aqueles encontros, mais do que aquilo – ansiava por eles. Era sempre o ponto alto de sua semana, às vezes de seu mês. Depois que ela tivera Noah, ele passara sempre a ir para Los Angeles, para facilitar as coisas para o lado dela.

Alice era sempre um ponto de ajuda para ela sobre tudo relacionado ao filho. Mãe de três crianças muito inteligentes e educadas, Rosalie não hesitava em pedir a ajuda da irmã mais nova quando tinha dúvidas. Ficaria feliz se o filho se saísse tão bem quanto os filhos da irmã e de Jasper.

— Estou ficando louca com tantas crianças. – Alice resmungou certa vez depois de acalmar Rosalie, quando a loura ligara, preocupada sobre o fato de Noah não estar falando tão bem na tenra idade de três anos. – Eles já estão todos maiores que eu. Isso não deveria acontecer.

— Qualquer um fica maior que você, não é muito difícil. – Rosalie a tranquilizou com uma risada e Alice grunhiu algo inteligível.

— Você tem que vir para casa no mês que vem. – anunciou a mais nova. – É aniversário da mamãe e vou fazer um jantar de comemoração. Vamos ser apenas nós, mas quero você aqui. Ela está doida para ver o Noah e os primos estão ansiosos para vê-lo também. Traga o Ethan, estamos loucos para conhecer o homem.

Ethan era seu novo namorado e a loura ainda não havia o apresentado à família – a não ser ao pai – apesar de estar com ele há mais de um ano. Rosalie se animou com a viagem, ansiosa com a possibilidade de ver Emmett na visita. Lembrou-se de checar com ele se ele estaria na cidade e marcar algo.

O fato de ter um filho acabara a afastando um pouco dele – a atenção que a carreira e o pequeno demandavam era enorme e ela já não tinha tempo para tantas mensagens e ligações quanto outrora tivera. Mas se agarrava a qualquer possibilidade de contato que tinha e ansiava por cada uma delas. O trabalho de Emmett também não ajudava, já que ele raramente se encontrava no país agora e estava sempre viajando e colecionando histórias dos continentes por onde andava. A vida dos dois se desvencilhara de forma cortante, mas eles ainda insistiam em tentar manter o contato, apesar das distâncias cada vez maiores e mais longas.

Ela o ligou mais tarde naquele dia, contando a data em que estaria em Nova York, e ele prometeu que faria o possível para estar lá na ocasião estipulada para que pudessem se encontrar. Ela se animou com a ideia e eles começaram a conversar um pouco sobre onde ele estava no momento – algum lugar na Indonésia. Ele costumava sempre mandar um souvenir para ela, de onde quer que passasse e tivesse tempo suficiente para compras, e ela adorava colecionar todos eles.

No mês seguinte, foi à antiga cidade, Ethan e Noah consigo. A família ficou em êxtase com a criança, que era extremamente encantadora, e Ethan fora um perfeito cavalheiro. Rosalie o conhecera no trabalho, ele era advogado, e acabaram se dando muito bem. Ele se esforçara muito para que ela concordasse em dar uma chance a ele, mas ela estava feliz que tivesse dado, feliz por tê-lo em sua vida.

Depois do jantar em homenagem à mãe, Edward levou Ethan para sair com Jasper, alegando uma saída ao bar dos homens, e Rosalie deixou Noah com a mãe, saindo para encontrar Emmett. Não avisou ao namorado e se sentiu um pouco como se estivesse fazendo uma coisa errada, como uma traição, mas decidiu partir ainda assim, sem querer de fato explicar aquela relação a Ethan.

Ver Emmett depois de tanto tempo foi um raio de sol na viagem de Rosalie e eles se abraçaram longamente quando se encontraram. Ela não cansava de se espantar com como os anos pareciam fazer bem à Emmett. Ele certamente era como vinho: não ficava velho, apenas melhor. Sentaram-se em uma mesa ao fundo de um antigo bar que costumavam ir e ouviram um músico tocar e cantar em um palco improvisado.

— E então, como vai a vida de mamãe? Onde está o Noah? – Emmett perguntou enquanto eles recebiam as cervejas.

— Ele está em casa com minha mãe. Estou amando, não posso negar. – ela sorriu enquanto mexia no cabelo. – É exaustivo trabalhar o dia todo e cuidar dele, mas não trocaria a experiência por nada.

— Fico feliz por você. – ele sorriu de volta. – De finalmente ter conseguido isso e por ser tudo o que esperava.

— E você, quando pretende se casar e criar uma família? – ela quis saber, curiosa, querendo saber se havia alguém na vida dele, mas ele apenas deu uma risada curto.

— Ainda estou novo para isso. – deu de ombros.

— Você é mais velho que eu. – ela acusou.

— Você ainda é nova também, cariño, não se preocupe. – ela revirou os olhos enquanto ele sorria.

— Noah adorou aquele presente que você mandou da China. Não quer saber de brinquedo nenhum desde que recebeu aquela coisa estranha. – ela comentou e ele riu.

— Eu sabia que seria um ótimo presente. – se gabou.

— É estranho. – Rosalie reforçou.

— É sensacional. – ele a corrigiu, dando um grande gole na sua bebida. – E como vai o Ethan? – perguntou casualmente. Ouvira falar dele um tempo depois de Rosalie começar a namorar, mas nunca o conhecera pessoalmente.

— Está bem. Está na cidade, na verdade. – ela contou.

— Finalmente apresentou-o à sua família? – ele ergueu uma sobrancelha, um sorriso debochado nos lábios. Sabia que ela estava adiando aquelas apresentações e algo nisso o deixava feliz.

— É, não podia mais adiar. – ela disse depois de um minuto hesitante. Emmett se endireitou na cadeira.

— Por quê?

— Ele me pediu em casamento. – uma expressão de choque cruzou rapidamente a expressão do grandão, que logo se apressou em tentar disfarçar.

— Não brinca. – respondeu, ainda surpreso.

— Pois é. – ela murmurou, tomando um gole longo da bebida e desviando os olhos.

— E você...? – ele incentivou, apesar de já saber a resposta dela. Se ele estava ali, aquilo queria dizer apenas uma coisa.

— Eu disse sim. – ela murmurou novamente, ainda sem encará-lo.

— Você disse sim. – ele repetiu, a voz sem emoção. Rosalie assentiu e o olhou, sentindo o estômago se contrair ao ver a expressão de Emmett. Por fim, ele expirou uma risada sem humor e balançou a cabeça. – Espero que tudo dê certo, cariño. Desejo apenas o melhor para você.

Aquilo a afastara ainda mais de Emmett e ela viu a distância entre eles aumentar. Atribuíra aquilo ao trabalho, ao filho, à vida corrida – se recusando a pensar em outras possibilidades. Sabia que estavam trilhando caminhos distintos, mas se viu desejando que ele estivesse a seu lado durante tudo aquilo, durante todos os altos e baixos que sua vida tomava.

Emmett não compareceu ao seu segundo casamento, alegou estar viajando e se desculpou por não poder estar lá. A cerimônia fora muito menor daquela vez, mais íntima e apenas para a família e amigos mais próximos. Cerca de um ano depois, Nate se casou também, o que acabou o distanciando um pouco do filho, ao passo que criava uma nova família. Rosalie trabalhou duro, cuidando do filho e se empenhando no trabalho e no casamento, se esforçando para que daquela vez, tudo na sua vida se ajeitasse.

A vida ia bem, apesar da distância cada vez maior de Emmett e do fato de não se verem a algum tempo. Ela tinha um filho adorável, um marido que a amava e um emprego no qual era bem sucedida. Tinha sobrinhos incríveis, irmãos maravilhosos e pais que estavam sempre por perto. A vida era boa; mas algo ainda faltava e ela se esforçava para suprir aquele vazio tão incômodo e peculiar.


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Notas finais do capítulo

Hello!!

E aí galera, como estão? Espero que todas bem! Gostaram do capítulo? Espero reviews, pois esse foi o último! Não né, mentira hahahah mas esse é o penúltimo, e só volto para trazer o epílogo daqui uns dias!

Ele já estava quase pronto, mas demorei (entre muitas aspas porque ainda fui muito mais rápida do que meu normal né kkkk) porque fui buscar todas as minhas coisas em mg pra voltar oficialmente a morar na minha cidade e terminei um namoro nesse meio tempo kakaka. Minha vida está um caos, minhas aulas e estágio online começam amanhã, estou estudando pra vários processos seletivos e amém fanfics para me deixar sã! hahaha

Obrigada a quem deixou review no último capítulo e espero ver vocês aqui! Logo lgoo volto com o final desse história, assim como prometido hahaha

Se cuidem e se puderem, fiquem em casa! Um grande beijo!

Lana.



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