Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 11
Impossível!


Notas iniciais do capítulo

Desculpe pela demora.



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No fim da semana eu estava aflito e com muita, muita vontade de socar alguém. Jenna continuava a ligar e por mais que eu tentasse evita-la, ela continuava a me seguir pelos corredores do Campus.

– Cale a boca Carter.

Meu “amigo” insistia em deixar claro o quanto a minha aversão a Jenna o desagradava.

– Carra você já viu os peitos dela? – estávamos atrasados, o que não parecia importar para Carter. Estavamos prestes a virar o corredor que nos levaria a nossa sala, quando ouvi a voz dela.

– Não ouse Andrew!

– Você não faz ideia do quanto é difícil Emma...

– Merda, acho que nós devíamos ir... – silenciei os sussurros de meu amigo com uma boa cotovelada.

...Você acha que é fácil para mim, sentar e assistir você assim, por causa dele?

Me aproximando sorrateiramente da parede, os vi. Emma usava um suéter grande demais, parecia ainda mais pálida e magra. Era horrível saber que seu estado miserável era minha culpa.

– Andrew não é o que...

– Não é o que Emma? Diga, diga que você não o ama!

As lágrimas escorriam por seu rosto enquanto ela fitava o chão.

– Eu não... não...

– Sou eu quem não pode continuar assim, olhe para você Emma, você não come ou bebe direito, você mal vive desde que voltou daquela maldita viajem, e se recusa a me dizer o que aconteceu.

– Andrew, por favor... – seus olhos azuis brilhavam ressaltando a dor dentro deles.

– Sinto muito Emma. Talvez um dia você pare de mentir para você mesma, e quando este dia chegar, eu estarei aqui. Até lá, apenas...

– Andrew não faça isso,...

– Vejo você por ai Em.

Dizendo isso ele a beijou na testa e saiu.

Emma apenas permaneceu ali, ainda processando o que havia acontecido. Eu queria ir até ela, passar meus braços ao redor de seu corpo pequenino e não a soltar nunca mais.

– Porra Dean, aquela cara...

– Cale a boca Carter.

– Por que não vai até ela? Você sempre a quis Dean, desde o momento em que pôs os olhos nela. Se não me engano foi isso o que me fez...

– Não posso – sussurrei, sendo o fraco que era.

– Eu nunca vou entender você Dean Hunt.

– Eu sei.

...

Mesmo depois de ter deixado o Campus, meus pensamentos permaneciam nela, e na forma como mais uma vez eu a deixei quando deveria ter sido forte, quando deveria ter ficado, por ela.

King for a Day explodia pelos alto-falantes e eu dirigia para longe, tentando organizar meus pensamentos e toda a merda que eu sentia no momento.

“ – Repare em todas essas bundas cara.

Era difícil não rir com a careta que Carter fazia sempre que via alguém do sexo oposto passar por nós. Nos conhecíamos a pouco mais de dois anos. Quando se esta em um reformatório é você quem escolhe, ser um recluso e se tornar o saco de pancada de todos os outros delinquentes, ou ser estupido o suficiente para tentar tornar-se um deles. Carter e eu tínhamos a coisa do “recluso” em comum, apanhávamos muito, mas compartilhávamos o que sabíamos o que com o tempo fez com que nos tornássemos bons, resistentes e hábeis nas lutas. Desde então temos estado juntos, e agradeço a Deus o dia em que tomei a iniciativa de apanhar por ele, pois naquele dia, ganhei um parceiro de crime.

– Serio Dean, até posso ver...

Então no meio da multidão eu a vi. A garota loira era linda, suas pernas eram longas e sua saia minúscula não as cobriam nem um pouco, e sua camiseta customizada agarrava-se a ela, ressaltando suas curvas. Ela era linda em todas as formas possíveis, mas seus olhos e seu sorriso eram de tirar o folego.

– Dean?

Voltando minha atenção para Carter, vi a forma com que ele a olhava, e aquilo me fez tremer momentaneamente.

– Da onde foi que saiu aquela Barbie roqueira? E porra, onde compro uma?

Dando uma cotovelada nele, o fiz andar para longe da garota, jurando que mesmo em meio a todos eu ainda podia ouvir o som da risada dela.

– Não aja como se não estivesse literalmente babando a um minuto atrás.

Serio?

– Cale a boca Carter.

– Ok James Dean, vamos encher a cara.

Durante todo o dia entre uma dose e outra eu a via sair e entrar no meio da multidão, até parecia que...

Virei-me e o liquido gelado me atingiu, segundos antes de sentir o tapa. Que merda era aquela?

– Nunca mais me toque outra vez seu filho da puta nojento.

Suspirando, usei minha camiseta para enxugar o maldito liquido grudento e abri os olhos para encontrar a pequena Barbie a minha frente, ela estava vermelha e até parecia ameaçadora.

. Não faça nada estupido Dean, ela é apenas uma garota!

– Você é uma putinha selvagem, gosto disso... – quando ela ouviu a voz de Carter, automaticamente deu um passo para trás, e o vermelho de seu rosto instantaneamente sumiu. – E sua bunda, Deus, ela é maravilhosa, eu poderia segura-la o dia todo...

– Cale a boca Carter. – meu amigo vinha a ser um grande filho da puta quando o assunto era álcool e garotas. Sabendo que ele não desistiria, a puxei para longe dele...”

Meu celular vibrava, espantando as lembranças do dia em que conheci Emma.

– Ei cara, temos uma data e um local, mova seu traseiro para o Campus.

...

Eu andava pelo antigo galpão abandonado que ficava perto do Campus, espantado com a quantidade de pessoas que havia ali, pessoas que vieram para beber e apostar. Aquele era um local padrão para lutas e seja quem quer que fosse meu oponente, ele conhecia nossos pontos.

– Caralho Dean, você tem que ganhar cara. Olha quantos bastardos sanguessugas temos aqui hoje.

Eu até mesmo podia ver os cifrões estampados sonhadoramente nos olhos de Carter.

– Ei Dean!

Merda!

– A distraia. – dizendo isso, corri e adentrei a multidão, qualquer coisa para fugir de Jenna era bem vinda.

20 minutos depois eu me caminhava para o circulo, enquanto a voz de Carter soava por todo o galpão.

– Hoje temos algo diferente, algo novo e misterioso. Ele desafiou. Nosso garoto aceitou. Vocês apostaram. E Aqui estamos nós! Dean, traga seu traseiro para cá.

A multidão aplaudia e assoviava enquanto eu me posicionava, e esperava pelo outro lutador.

– Agora, mostre-se Mr. M.

O sangue corria por mim, movido pela adrenalina. Esta com certeza seria uma grande luta!

O sorriso em meus lábios morreu quando vi a multidão se abrir revelando meu oponente.

Aquilo não era possível, não quando aquele cara deveria estar morto.


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Notas finais do capítulo

CURIOSAS?