About Us escrita por Rayssa


Capítulo 6
About Us


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e esse capítulo é dedicado a minha linda leitora Juh Tralba sz



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Rose guardava o último livro, quando batidas a porta a fizeram sobressaltar. Estava de pijamas, por isso, antes de a abrir, puxou sua capa para cobrir seu corpo, apesar de ter uma ideia de quem poderia ser, ainda podia ser qualquer um. Caminhou lentamente até a frente da porta, e a abriu devagar.

– Já arrumou tudo? – Scorpius estava do outro lado, com a capa sobre os ombros, uma garrafa de firewhisky em mãos, e um sorriso divertido nos lábios.

– Chegou na hora certa! Acabei de colocar o último item na mala. – disse a ruiva, abrindo espaço para que o homem entrasse, e ele assim fez.

– Vai fazer o que agora? – ele levou a garrafa aos lábios e tomou um longo gole.

– Ahn, dormi, eu acho. – o loiro revirou os olhos e estendeu a garrafa para ela.

– Você só pode estar de brincadeira! – a ruiva franziu o cenho, sem entendeu o motivo daquela reação, porém, ainda assim, pegou a garrafa e a levou até os lábios. – Rose, hoje é nosso último dia em hogwarts, de novo. E da primeira vez, nós não pudemos comemorar, já que não estávamos com ânimo para isso. – o homem falou como se aquilo fosse a coisa mais óbvia possível.

– E o que você tem em mente? – perguntou a ruiva, enquanto devolvia a garrafa para o loiro.

– Eu tenho várias ideias, na verdade. – disse antes de se jogar na cama da amiga. – A primeira era tomar banho no lago negro, mas, acho que todos os veteranos estão fazendo fila por lá, e nós já fizemos isso uma vez, no quinto ano. – lembrou, fazendo a mulher assenti.

– Hum... – perguntou, virando de frente para o loiro, com as mãos sobre a cintura.

– Vem comigo! – anunciou, levantando-se rapidamente, e colocando a garrafa no chão.

– Eu ainda estou de pija... - antes que ela pudesse reclamar, Scorpius estava puxando-a para fora do quarto.

(...)

Rose encarava o campo de quadribol com os olhos arregalados, as mãos suadas, e o coração batendo muito mais rápido do que ela esperava. Scorpius sorria divertido. Ambos estavam com as vassouras em mãos, e na posição correta. Contudo, apenas um deles estava certo sobre aquilo ser a melhor forma de aproveitar a última noite em hogwarts.

– No três. – disse o homem.

– Scorpius... – começou a mulher.

– Um... – a ruiva arregalou os olhos.

– Eu não vou conseguir, eu não sei mais fazer isso... – sua voz ficava cada vez mais desesperada.

– Dois... – continuou o loiro.

– NÃO VOU CONSEGUIR, FAZ MUITO TEMPO QUE EU... – o que veio a seguir foi algo totalmente inesperado.

– TRÊS! – disse o homem, enquanto a puxava para a vassoura sobre a qual estava montado, e levantasse voo. Rose ficou entre as pernas dele, e os braços de Scorpius fizeram a volta a redor de seu corpo até o cabo da vassoura, como se para impedir que algo acontecesse a ela.

No exato momento em que isso aconteceu, um grito ecoou dos lábio da ruiva, que estava totalmente em pânico, ao mesmo tempo que o sorriso do loiro se abria cada vez mais. Demorou um pouco para que a mulher notasse o que estava acontecendo, e conseguir abrir os olhos que nem ela sabia que havia fechado. E quando o fez, não se arrependeu. Da altura que estavam, podiam ver boa parte do castelo, e também parte do floresta. Um sorriso se abriu em seus lábios, e, só então, pode deixar o seu corpo relaxar. Era bom estar ali, no alto, como a muitos anos não estivera, e era melhor ainda poder estar lá com Scorpius, alguém que estava por ela, como ninguém mais.

O homem estabilizou a vassoura por uns segundos, e aproximou o seus lábios da orelha da ruiva.

– Quer tentar guiar? – ela negou imediatamente, sentindo o arrepio que sua voz provocara em sua nuca. – Vamos, não é difícil, você já fez isso antes. – Rose ficou tensa, era estranhamente bom estar tão próxima dele. Desde a conversa que tiveram, Scorpius não se aproximava muito, deixava bem claro que estava respeitando-a e tomando cuidado para não forçar a barra, não queria assusta-la. Todavia, Rose via aquela atitude como “estar confortável com a posição de amigo”. – Eu te ajudo. – e antes que ela pudesse contestar, ele segurou suas mãos, e as levou até o cabo da vassoura.

Após um longo suspiro, Rose assentiu, e deixou que o loiro a guiasse pelo estrelado céu da madrugada.

(...)

– Eu não sei como te agradecer... – disse a ruiva assim que desceu da vassoura. – Fazia muito tempo que eu não me sentia tão... Viva. – anunciou, sentindo suas bochechas ficarem avermelhadas.

– Então, me agradeça trabalhando nisso. – respondeu o homem. – Arrisque-se Rose. – ele colocou as mãos dentro de seus bolsos, e passou a encarar o nada. – Não existe vida, se não há riscos. – os olhos azuis da garota brilharam intensamente.

Enquanto Scorpius encarava o nada, Rose o encarava, analisando cada mínimo detalhe de seu rosto. De todas as coisas que quisera e não fora atrás, no último ano, ele era a qual ela mais se arrependia. Estava com muito medo de se deixar levar, e perder o único que parecia entender o que ela precisava. Rose o desejava de uma forma que machucava, queria beijá-lo novamente, queria muito, e tivera vários momentos em que ela quase o fizera, mas, nenhum parecia tão certo quanto aquele presente momento.

– Scorpius... – sussurrou.

– Sim... – quando o loiro virou o rosto, lábios colaram-se nos dele, ao mesmo tempo que braços se enroscavam em seu pescoço. Ele sequer hesitou. Puxou a ruiva pela cintura, colando o corpo dela ao seu.

Esse beijo era diferente. Não era como uma grande e emocionante surpresa. Era como um momento para se eternizar, algo que ficaria marcado no coração e na memória dos dois, como um ponto inicial de uma coisa épica, e tanto ela, quanto ele, podiam sentir aquilo apenas por aquele beijo.

Um beijo calmo e cheio de amor, cheio de tudo aquilo que eles guardaram para si durante todo aquele tempo, e não puderam ou não tiveram coragem de demonstrar, partilhado de uma forma lenta e intensa, não havia motivo para pressa, havia muito para ser sentido, e ninguém queria que nada fosse esquecido, nada fosse ignorado.

Ela o amava, e era reciproco.

Apenas isso.

(...)

O sol iluminava as costas nuas da mulher que estava deitada sobre o peito do homem que encarava cada mínimo detalhe de seu rosto adormecido. Nos lábios dele, havia um sorriso maravilhado, quase como se não pudesse acreditar na noite que tivera, como se fosse um sonho, por isso, não podia parar de encara-la. Era a prova de que havia acontecido, era a prova de que ela havia se entregado para ele de corpo e alma, e que as expectativas que tinha para a última noite em hogwarts, acabaram se tornando apenas um borrão, enquanto aquela noite tomava o primeiro lugar de sua lista de noites favoritas.

A garota em seus braços se remexeu em seu peito. Scorpius aproximou seus lábios da testa da garota, depositando um beijo na testa da ruiva.

– Bom dia. – sussurrou o homem, notando que, mesmo de olhos ainda fechados, um enorme sorriso surgiu nos lábios dela, um sorriso maravilhoso.

– Bom dia. – sussurrou de volta, enquanto abria seus lindos olhos azuis. – Dormiu bem? – o loiro levou uma de suas mãos ao rosto da mulher, e afagou sua bochecha com delicadeza.

– Muito bem... – aproximou o rosto do dela, roçando seu nariz ao dela. – E você? – a ruiva tocou levemente seus lábios nos dele, antes de responder.

– Melhor impossível. – após dizer, deitou o seu rosto na curvatura do pescoço de Scorpius, inspirando o cheiro que ele impregnava, para que aquele momento ficasse para sempre em sua memória.

O loiro passou os braços ao redor da cintura da mulher, apertando o corpo dela contra o seu, aproveitando cada minuto que eles ainda tinham juntos, antes de terem que ir para o expresso hogwarts e voltar para casa.

(...)

Haviam passado menos de vinte quatro horas desde que Rose e Scorpius se despediram, e lá estava o loiro, parado em frente a porta dos Weasley’s, com um buquê de rosa em suas mãos, e roupas confortáveis o suficiente para ajudar a namorada com a mudança. Era oficial, Rose Weasley estava indo morar sozinha.

Quem abriu a porta foi Hugo, e ao ver as rosas nas mãos do homem, ele abriu um sorriso tão grande, que quase era possível ver todos os dentes de sua boca.

– Por favor, me diga que isso é para a Rose, e o motivo de ela estar toda bobona hoje é que vocês estão finalmente juntos! – o loiro ficou imediatamente vermelho, e um sorriu bobo surgiu em seus lábios, por saber que ele não era o único que estava agindo daquela forma. – EU SABIA! – gritou o ruivo, retirando a cadeira do caminho, para que o loiro entrasse. – ROSE, SEU NAMORADO CHEGOU! – o homem arregalou os olhos, sentindo que ficava ainda mais vermelho e mais animado.

Antes que Hugo pudesse dizer qualquer outra coisa, Rose apareceu como um furacão pelas escadas, e pulou nos braços do loiro, que a segurou firme, e apertou contra si. Nenhum se deu ao trabalho de não amassar as rosas que o homem havia passado horas conversando com Neville para poder escolher as flores certas.

– Senti sua falta. – sussurrou a ruiva, antes de colar os lábios nos dele.

– E eu a sua... – o homem beijou a ponta do nariz dela, antes de se separarem e ele entregar as rosas a ela.

– Obrigada. – sussurrou, seu coração estava cheio daquele calor incrível que ela sempre sentia quando estava ao lado dele. Um calor denominado amor.

Hugo tinha um olhar animado e abismado para a cena.

– Você cortou os cabelos... – afirmou o loiro ao analisar o rosto da garota. Ela parecia muito mais confiante de si agora. Divertida, interessante e, ao mesmo tempo, séria. Sua personalidade era clara em suas expressões e seu modo de se vestir.

– Estava na hora de mudar, não acha? – o homem abriu um enorme sorriso, e abraçou a namorada, depositando um beijo em sua bochecha direita.

– Com certeza.

(...)

– O que?! – Rose exclamou, completamente chocada.

– Eu quero que você venha morar comigo, qual o problema com isso? – a ruiva piscou várias vezes, antes de responder.

– Estamos juntos a duas semanas... – antes que ela pudesse completar, ele a cortou.

– E eu amo você! Não vejo problema algum em morarmos juntos. – o loiro cruzou os braços, indignado, por conta disso, não pode perceber o sorriso que brotara nos lábios de sua namorada. Um sorriso tão terno e tão encantado, que nem mesmo ela conseguia impedir que ele continuasse ali.

– Você o que? – perguntou, totalmente extasiada.

– Não vejo problema... – ele foi cortado.

– Antes disso. – só então o loiro percebeu o que dissera. Ele finalmente admitira que a amava, mesmo tendo prometido a si mesmo que esperaria ela dizer, para não força-la a nada.

– Que... – ele voltou o seu olhar para o dela, só então, vendo o sorriso que estava em seus lábios, ele conseguiu reunir forças para se confessar por conta própria. Para dizer aquelas três palavras olhando nos olhos da dona de seu coração. – Eu te amo Rose. – o sorriso da garota aumentou ainda mais, e ela o beijou, um beijo intenso e apaixonado, um beijo que mostrava que o ritmo deles eram eles que escolheriam, e nada além.

– Eu te amo... – sussurrou durante o beijo. O loiro a puxou para mais perto, aprofundando mais o beijo, enquanto enrolava os dedos de uma de suas mãos pelos curtos cabelos dela e deixava que a outra passeasse livremente pelo corpo da mulher que ele amava, e ela retribuía as caricias de mesma forma.

(...)

– Sabe... – a voz do loiro era ofegante. Eles haviam chegado ao ápice a pouco tempo, e ela estava enroscada no corpo dele, com o rosto em frente ao dele, e os narizes colados. – Acho que você não deveria vir morar comigo... – roçou o seu nariz no dela. A ruiva franziu o cenho, pois suas palavras não condiziam com a forma carinhosa que o seu tom era escolhido, ou com a delicadeza que sua mão acariciava suas costas, e a forma como seu nariz tocava o dela. – Não, eu não quero só morar com você. – ele suspirou. – Eu quero muito mais, eu quero uma vida, eu quero um futuro, eu quero tudo... – após dizer isso, com a mão que acariciava as costas da ruiva, segurou a dela, e levou até seus lábios, beijando o local. – Eu quero me casar com você Rose Weasley. – os olhos dela se arregalaram de uma forma amedrontada, como se achasse que aquilo era cedo de mais.

Por um segundo, ambos quiseram hesitar. Ele, por medo de ser cedo de mais para ela, e ela, por medo de perde-lo para sempre. Entretanto, ele não o fez, pelo contrário, apertou suas mãos com mais força, para que ela entendesse que ele não iria a lugar nenhum, e que era ele totalmente dela. E foi exatamente aquele aperto que encheu o coração da ruiva, fazendo com que as palavras que saíssem de seus lábios fossem:

– Então, vamos nos casar Scorpius Malfoy.

(...)

– Prontinho... – a ruiva colocou um envelope sobre a mesa de seu chefe, que franzia o cenho totalmente confuso.

– O que é isso futura senhora Malfoy? – a mulher sorriu abertamente.

– Esse é a nossa próxima matéria de sucesso. – o homem abriu um enorme sorriso. – Tem todas as informações não divulgadas sobre a última guerra bruxa, e eu estou totalmente orgulhosa dessa matéria. – era claro nos olhos dela de que ela tinha certeza sobre isso, Lysander não ousou contestar.

– Obrigado por não usar o seu casamento como desculpa para fazer uma matéria para a próxima edição. – sorriu brincalhão. – Tenho certeza que será um sucesso. Claro, não tão grande quando a história de amor de Rose e Scorpius que você me prometeu uma exclusiva. Afinal, já escolheu o nome do livro? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas.

– Eu pensei muito sobre isso, muito mesmo... – respirou fundo. – Foi difícil, mas, escolhi. Ele vai se chamar “Sobre nós”, porque é exatamente sobre isso que falar. Sobre como eu e ele, juntos, conseguimos nos completar. Sobre o que passamos, deixando que o amor e tempo fosse nos curando e moldando aos poucos, até que, finalmente, pudéssemos ser perfeitos um para o outro, deixando que o futuro seja apenas sobre nós dois, não eu e ele, nós, um todo, um só. – após terminar de dizer isso, sorriu gentilmente para o chefe que parecia chocado com aquele pensamento. – Bem, agora eu tenho que ir. – sorriu novamente. Rose era uma nova mulher, ele podia ver isso. Confiante e bem humorada. – Tenho a última prova do vestido, o casamento é amanhã. - levantou-se lentamente e começou a caminhar até a porta.

– Rose... – chamou o homem, a mulher se virou rapidamente. Era claro o quão mais bonita ela estava. Se vestia melhor, haviam mais curvas em seu corpo, seu cabelo não escondia seu rosto, e sempre havia um sorriso em seus lábios. – Você está se tornando uma mulher incrível, então, cuida bem do Scorpius, ok? Ele merece alguém exatamente como você. – a ruiva assentiu, e não pode deixar que o sorriso surgisse em seus lábios quando saia pela porta do escritório.

Finalmente, Rose estava ali, pronta para tomar um passo importante de sua vida, o qual ela tinha certeza que não iria se arrepender nem por um segundo.

"Onde quer que você esteja, esteja lá por inteiro. Se você acha insuportável o seu aqui e agora e isso lhe faz infeliz, há três opções: abandone a situação, mude-a ou aceite-a totalmente. Se você deseja ter responsabilidade sobre a sua vida, deve escolher uma dessas opções e deve fazê-lo agora. Depois, arque com as consequências. Sem desculpas."

*


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Notas finais do capítulo

Então, desculpem-me a demora! A faculdade está tomando todo o meu folego, e os suspiros que sobram são levados pela copa do mundo KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK.

Quero agradecer a todos por lerem, e espero que tenham se divertido tanto lendo, quanto me divertir escrevendo. Foi difícil chegar ao final, e não teria chegado se não fosse por vocês. Agradecimentos especiais a: Juh Tralba e Gih Grazi. Mas, o agradecimento é geral, sem vocês, não teria chegado aqui, o que é óbvio.
Beijos, e ai, o que acharam?



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