About Us escrita por Rayssa


Capítulo 4
I don't deserve love


Notas iniciais do capítulo

EU SEI! EU DEMOREI! E NÃO FOI POUCO e.e Mas, olha que lindo... VOLTEI sz
ps: Não consigo postar fotos nos chaps D:



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Não importava quantas vezes eles bateriam em sua porta, era inútil. Rose não tinha intenção de abri-la. Aquilo só fazia com que ela apertasse o travesseiro contra o seu rosto, com mais força, para abafar seus incontáveis soluços.

Em meio a toda aquela situação, ela havia tomado uma decisão. Iria para hogwarts, estava na hora de criar um futuro e uma personalidade para si, pois aquela que ela tinha, não a servia mais. Estava na hora de levantar os seus muros de uma vez por todas, estava na hora de ser aquele alguém que ela sempre se recusara a ser.

Estava na hora de seguir seu destino, sem se importar com ninguém.

Tudo já estava pronto para isso, suas coisas já haviam sido enviadas para a escola, e em seus devidos lugares. Apenas suas roupas ficaram para serem levadas com ela. Partiria no outro dia. Era a decisão certa, era a escolha mais válida, então, por que ela se sentia tão vazia? Seria assim que se sentiria de agora em diante? Só?

As batidas ficaram ainda mais fortes.

Dessa vez, Rose não as ignorou. Levantou-se, devagar, e esfregou os olhos, para que pensassem que ela acabou de acordar.

Respirou bem fundo antes de abrir a porta.

– Finalmente... – quando ouviu aquela voz, sentiu vontade imediata de fechar a porta, e por reflexo, assim o fez. Contudo, ele já esperava por isso, e foi mais rápido. – Rose, é importante. – a mulher soltou a porta, e deu alguns passos para trás, para que ele pudesse vê-la.

– Diga... – sua voz era baixa e rouca.

– Quando vai parar de me ignorar? – a mulher bufou, querendo voltar alguns segundos no tempo, e não ter levantado da cama.

– Não estou te ignorando. – afirmou, fazendo o loiro bufar.

– Não seja infantil. – sua voz era firme. – Depois que a gente se beijou, você simplesmente saiu correndo e desapareceu totalmente, ignorando todas as minhas malditas cartas, e passando o máximo de tempo possível fora de casa. – tudo soava como uma acusação. – A não ser que você tenha se irritado pelo elogio. Você se irritou pelo beijo. – só então, a mulher ousou levantar o rosto, e se deparou com um Scorpius que ela nunca havia visto.

Ele estava deplorável. Seus cabelos estavam bagunçados, de uma forma que ela nunca havia visto antes. Embaixo de seus olhos, as olheiras eram escuras, dando a impressão de cansaço excessivo. Suas roupas estavam amassadas, e seus olhos estavam vermelhos, como quem havia chorado por horas.

– O que aconteceu com você? – foi tudo o que ela conseguiu proferir.

– Você aconteceu! – acusou o homem.

– Certo, não que eu seja uma pessoa agradável, nem nada, mas, eu não fiz absolutamente nada para te deixar assim... – suspirou. – Eu te vejo a duas semanas. – admitiu.

– É exatamente esse o problema. – Scorpius começou a se aproximar da garota, fazendo com que ela recuasse. – O fato de eu não conseguir olhar em seus olhos, e, enquanto faço isso, ouvir de seus lábios que você está bem, me deixa preocupado como nunca estive por ninguém. O fato de fazer duas semanas que não sinto o seu cheiro, escuto a sua voz, vejo o seu sorriso, toco em sua pele macia... – as pernas de Rose encontraram a cama, fazendo com que ela caísse sentada na cama. Scorpius ficou de joelhos, em frente a ela, tocando em seu rosto delicado. – ou sinto os seus lábios sobre o meu, está me deixando louco. É como se houvesse um vazio em meu peito que só pode ser preenchido por você. – seus rostos estavam muito perto um do outro. – Eu te amo Rose, e não consigo mais viver sem você. – as bochechas da ruiva ficaram vermelhas.

– Scorpius, eu... – ela não podia fazer isso, não podia admitir que o amava, não podia. Ela não merecia alguém tão perfeito, tão gentil como ele. Ela não merecia amor. – não posso fazer isso. – o loiro franziu o cenho.

– Por que não? – perguntou em um sussurro.

– Eu mereço o amor Scorpius, principalmente de um homem como você! – concluiu. – Você merece uma mulher com um grande coração, uma mulher jovem de espírito, uma pessoa que consiga sorrir sem sentir todo o passado chutando as suas costelas. Alguém que seja boa o bastante para estar ao seu lado. – a mulher respirou fundo, antes de soltar. – Esse alguém não sou eu, sinto muito.

Por um segundo, Scorpius pensou em dizer que nada disso importava, que era a ela que ele queria, com todos os defeitos, e inseguranças. O que importava era cuidar dela, de a ajudar a ser quem ela sonha em ser, poder tê-la em seus braços, e acordar toda a manhã ao seu lado.

Contudo, ele não o fez.

Apenas se levantou devagar, e encarando as barreiras que estavam formadas sobre os olhos azuis dela, pronunciou-se:

– Se essa é a sua escolha, irei respeita-la. – levou a mão até o rosto da garota, e se abaixou um pouco, para poder beijar sua testa. – Ainda sou seu amigo, apesar de tudo. – após dizer isso, virou-se em direção a porta, e a deixou lá, sozinha.

Rose ficou de pé, caminhou lentamente até a porta, e voltou a fecha-la. Deixar Scorpius ir daquela forma, quebrou seu coração mais do que ela poderia aceitar. Ela sabia que o amava, entretanto, quem ela era para amar alguém como ele? A solidão ficou ainda maior, e os detalhes daquela noite, a preencheram de uma forma que ela não esperava que fosse acontecer.

Encostou-se sobre a porta, e deixou que suas costas escorregassem por ela, até que a ruiva ficasse sentada no chão. Agarrou suas pernas contra o seu peito, e deixou que, enquanto as lágrimas voltavam a descer, as memórias daquela noite voltassem a sua memória.

A sensação de ter os lábios dele sobre os seus, fora tão incrível, fora também perfeito. Toda via, ela havia estragado tudo. Aquela droga de insegurança que a perseguia havia lembrando-a de quem ela beijava, e de quem ela era. Por isso Rose fugiu.

Lembra disso, fez com que cada vez mais soluços saíssem de seus lábios, cada vez mais dor se alastrasse por seu coração.

{...}

“Eu vou embora amanhã, por favor, não vá se despedir, não quero você lá.”

Não havia nem assinatura naquela droga de bilhete, não havia nada que incriminasse o dono, mas ele sabia muito bem, e era exatamente por isso que ele estava onde estava. Encostado atrás de um pilar, na plataforma 9 ¾, olhando-a de longe, enquanto a mulher sorria e se despedia de todos, demorando um pouco mais no irmão mais novo.

O homem amassou o papel em sua mão, apertando-o com cada vez mais força. Como ele poderia deixa-la ir assim? Quando era tão obvio o quanto ela precisava dele no momento? Scorpius sentiam as lágrimas em seus olhos, porém, não ousou chorar, ele sabia que precisava ser forte se fosse fazer o que queria. Não poderia ficar chorando e se remoendo pelos cantos. Precisava mostrar que era capaz disso, e mostrar toda a confiança que tinha no que dizia.

Ele respirou fundo, e observou o expresso sair, deixando-os para trás.

Estava decidido, ele iria fazer isso.

{...}

– Scorpius! – exclamou a mulher, assim que abriu a porta, com um sorriso gentil em seus lábios. – Como está? – o loiro deu de ombro, adentrando a casa dos Weasleys. O suspiro do homem respondeu a pergunta da ruiva, então, ela decidiu trocar de assunto. – O que te traz aqui?

– Eu queria falar com o Hugo, na verdade. – o homem abriu um sorriso triste, e a ruiva assentiu.

– Claro, vem comigo. – não disse mais nada, apenas seguiu em direção ao namorado. Era evidente a pena que Lily tinha de Scorpius. - Amor? – chamou a mulher, enquanto entrava no quarto.

– Diga minha lin... – ele não terminou de falar, pois Scorpius adentrou ao quarto, fazendo o ruivo sorri abertamente. – Scorpius! – o mais velho sorriu abertamente, havia uma cerca cumplicidade entre os dois, que ninguém conseguia explicar.

– Hugo. – cumprimentou. – Como estas? – perguntou ao mesmo tempo que sentava sobre a cama do garoto.

– Estou ótimo. – deu de ombros, antes que pudesse perguntar sobre como o loiro estava, Lily apertou o braço do namorado, para que ele percebesse que não deveria tocar nesse assunto. – Então, por que não foi até a plataforma para se despedir da Rose? – o ruivo fechou o livro, que estava em seu colo, e colocou sobre a cama. Lily teve vontade de chutar o namorado, entretanto, se conteve em bufar.

– Sua irmã pediu que eu não fosse... – o loiro coçou a nuca. – Na verdade, eu queria falar com você, exatamente sobre isso. – um sorriso torto surgiu nos lábios dele, enquanto os outros dois franziam o cenho.

{...}

Rose assistiu a toda a seleção de casas. Recebeu os aplausos dos alunos, e os parabéns de muitos professores, incluindo alguns que foram seus próprios professores. Tudo fora honroso e cheio de excitação para a maior parte das pessoas, todos estavam ansiosos para o início das aulas, menos a nova professora de poções.

Rose assistiu a toda a seleção de casas. Recebeu os aplausos dos alunos, e os parabéns de muitos professores, incluindo alguns que foram seus próprios professores, tudo de forma mecânica, e nenhum pouco animada. Não havia excitação, ou animação. Havia apenas fatos.

Ela era a nova professora de poções.

Ela havia abandonado Scorpius Malfoy.

Ela fora uma vaca com o cara que ama.

Ela se sentia mais insegura do que nunca.

Mas, a pior de todos os fatos, era o de ela estar completamente sozinha. Fizera isso no intuito de não ser egoísta, de pensar em Scorpius ao invés de si, mesmo que isso significasse a sua tristeza, e a sua solidão. Mas era uma solidão que a consumia de forma sufocante e desesperadora que ela não conseguia suportar.

Deixou que as lágrimas descessem pelo seu rosto mais uma vez, enquanto encarava a foto que havia tirado com Scorpius algumas semanas antes do beijo.

Eles haviam passado horas conversando na sacada do apartamento dele, enquanto jogavam xadrez bruxo, até que ele desistiu de jogar, e saiu para pegar suco de abobora, ao invés de chegar com o suco, aparecera com uma câmera bruxa.

Scorpius batera diversas fotos dela, mesmo a contragosto, e muitas ficaram realmente engraçadas, pois ela estava falando, fazendo careta, ou tentando tirar a câmera de sua cara.

Por fim, eles bateram aquela foto. Onde eles sorriam para a câmera, e, do nada, Scorpius beijava a bochecha da garota. Rose se apaixonara por essa foto, pelo simples fato de ter se achado realmente bonita, se achava digna de estar do lado de alguém tão bonito como o loiro, coisa que a muito tempo não achava. E claro, o propósito da foto era muito bom, super divertido e espontâneo.

A mulher abraçou a foto contra o seu peito, enquanto mais lágrimas desciam de seus olhos.

{...}

– A Rose é uma... – a ruiva não conseguiu achar uma palavra que descrevesse o quão idiota a sua cunhada era. – NÃO ACREDITO NISSO! – concluiu por fim, com os olhos arregalados.

– Como ela consegue acreditar que tudo aquilo foi culpa dela? – o ruivo cruzou os braços, era muita informação para assimilar.

– Ela não confia em si mesma, não tem autoestima nenhuma. – observou única mulher do recinto. – Acaba fazendo sentido, sabe? Se ela acha que tudo é culpa dela, nunca poderá aceitar quem ela é, nunca poderá ter autoestima, e sempre terá essa personalidade conturbada, insegura e confusa. – o namorado da garota ainda tinha certa dificuldade de processar tudo aquilo.

– Ela acha que eu a culpo. – sussurrou o garoto para si mesmo. – Por isso que ela tem todo esse comportamento super protetor comigo. – Lily e Scorpius encaravam o garoto que estava devaneando em voz alta. – Tem alguma forma de ajuda-la? – o ruivo voltou-se ao loiro.

– Tem um jeito, mas vai ser um pouco complicado, e há uma grande chance de Rose nos odiar para sempre.

{...}

Quando Scorpius chegou em casa, já eram três da manhã, e ele se sentia cansado, contudo, aquela sensação apenas o alegrou mais. Estava tudo encaminhado. Em parte, estava nervoso, contudo, a possibilidade de que Rose finalmente aceitasse que poderia ser feliz, a possibilidade de tê-la para si, o deixava contente demais para que o nervosismo o afetasse.

O homem caminhou até a sua cama, e se jogou lá, deixando que o conforto da mesma o invadisse, deixando que a lembrança do único momento que a tivera em seus braços o consumisse. Dessa vez, não haviam lágrimas em seus olhos, apenas uma sombra de um sorriso em seus lábios.

– Tudo vai dar certo Scorpius! – ele sussurrou para si mesmo. – Não se preocupe com isso. – sussurrou mais uma vez, enquanto fechava os olhos.

A última coisa que fizera, antes de cair no sono, foi tornar a sombra, em um sorriso.

*


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem, e por favor, comentem sz Tenho planos de escrever os próximos capítulo tão logo que ficaram impressionados.
Beijooooooos ;*