SEXTO ANO EM HOGWARTS

Entramos no salão principal para a cerimonia de Seleção bem na hora. Todos os outros estudantes já estavam posicionados, a não ser eu e James. Após meu ilustre tapa na cara, fomos bater um “papo” com Prof. Dumbledore. Ele disse que não era nada grave e fez um feitiço para corrigir o rosto de James, mas avisou que isso não devia se repetir.

Olhei ansiosa, para a mesa da Sonserina, porém, Sev não estava lá. Na verdade, as irmãs Black, Malfoy, Crabbe e Goyle, não estavam lá. Eu avaliei todo o salão atrás deles e não encontrei nada. Encontrei, Molly com a cabeça no ombro de Arthur, Amanda sorridente para um menino da Corvinal e Mari, que acenou para mim. Potter já havia encontrado e sentado com os Marotos. E quando as atenções se voltaram para mim, já que era a única em pé, Lupin me puxou, me fazendo cair com ferocidade no banco da Grifinória ao lado dele e de Potter.

Dumbledore começou a falar e eu não prestei atenção, pela primeira vez. Fiquei imaginando os cenários mais improváveis para Sev e seus –novos e nada agradáveis- amigos. Desde o Salão Comunal da Sonserina até o próprio Inferno.

Quando me dei por mim, a cerimonia de Seleção já havia começado e já estava na letra H. Ao chegar na Zoey Zingman, que foi para a Corvinal, todos se sentaram e prestaram atenção em Dumbledore, menos eu e, pelo jeito que brincava com o garfo, Potter.

–O que foi? –Eu disse para Potter- Tá com soninho ou com medinho que eu te estapeie de novo?

Ele sorriu e murmurou: “Se tapas são o mais próximo que vamos chegar fisicamente então me estapeie!”. Provavelmente, com a intenção de não me deixar ouvir, mas eu ouvi.

Na aula de Poções do dia seguinte, Slughorn puxou-me saco e o de Potter, novamente. Ele não se tocava que devia ser Potter e eu á puxar o saco dele e não o contrario. Sentava-me com Mari, Amanda e Elena, uma garota da Corvinal, pois Molly não havia se inscrito para passar mais tempo com o “grande amor de sua vida”. Na nossa frente havia uma poção estranha com cheiro de tinta nova, o perfume do meu pai e um cheiro que lembrava muito suor –principalmente aquele após uma partida de Quadribol- ,o que me deixou meio besta, por que ninguém que eu gostava ou amava jogava Quadribol, a não ser... Afastei o pensamento da mente em questão de segundos. Quando Slughorn perguntou qual era aquela poção eu e Sev levantamos a mão ao mesmo tempo. Eu não havia percebido sua chegada. Ao seu lado estavam Malfoy e a irmã Black loira, Narcissa, que acariciava carinhosamente a mão de Lucius, o que me fez chegar à beira de uma gargalhada.

–Srta. Evans – Slughorn disse e eu sorri ao ouvir Sev bufar.

–Essa poção é a Amortentia. Ela tem o cheiro do que agrada mais a pessoa.

–Qual cheiro você sente, Srta. Evans? –Slughorn perguntou

–Tinta nova, o perfume de meu pai e... só – Menti

–E você Sr.Snape?

–Eu não sinto nada. –Sev disse.

–Como? Com esse nariz enorme- Black disse e todos riram inclusive eu.

–Menos cinco pontos para a Grifinória. –Disse Slughorn - Sr.Snape, TODOS sentimos o cheiro de algo. Eu sinto o cheiro de... Uísque de fogo, livros velhos, e de lareira. O que você sente Sr. Snape.

–De lírios. –Ele disse, e eu entendi perfeitamente o que aquilo significava. Lily, meu nome, significa lírios e meu perfume era de livros.

Eu abri a boca e fechei. Murmurei algo como “Posso ir ao banheiro, Prof. Slughorn?” e ele, ouviu e entendeu, pois disse que sim.

Eu fui andando pelo caminha mais longo, evitando o banheiro da Murta-Que-Geme, pois ela faria com certeza comentários opressivos.

Eu fui pensando em Sev, em Potter, e no que a minha Amortentia significava. Era possível amar ou odiar uma pessoa mesmo não sabendo?