Vale da Penumbra escrita por Mateeus


Capítulo 2
Capítulo 1 - A estúpida ida a Hogwarts.




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Dentre as coisas que eu mais odiava, com certeza estava a ida e o ano letivo em Hogwarts. Aquela era uma escola de baixo nível, em que sangue-ruim se misturava com puros a todo o momento. Eu não entendia. Como alguém em sã consciência deixaria isso acontecer?  Para chegar à famosa e estúpida escola de magia e bruxaria, era preciso pegar um expresso idiota, em que alunos choravam sem parar por estar se separando de seus pais. Por sorte, eu tinha dois estúpidos amigos que dividiam a cabine do expresso comigo: Crabbe e Goyle. É claro que eles me obedeciam sempre quando eu mandava. E quem não obedecia? Todos tinham medo de mim, afinal, eu já participara do grupo dos comensais da morte.

Entrei na cabine 12, a única vazia, joguei minhas quatro malas ao canto e sentei-me fechando os olhos. Aquilo era tão ridículo. Porque meu pai me obrigara a ir?

- Ei, aí está ele. Olá Draco. Você está... Bonitão. Novo corte de cabelo?

Eu reconheci a voz instantaneamente, apesar de estar um pouco mais grossa.

- Cale a boca Crabbe. Antes que eu te esmurre ou faça-o em pedacinhos!

Pude ver por uma pequena abertura no canto do olho esquerdo que ele suou frio.

- Sim... Desculpe!
- Pare de parecer uma mocinha. Entre logo e feche a estúpida porta!

Mais uma vez, ele obedeceu a minha ordem.

 

O expresso começou a se mover, enquanto eu dava surtos de “Cale a boca” para Crabbe. A cada minuto mais, a minha tortura naquela espelunca estava se aproximando.

- Hey, Draco. Onde está Goyle? Ele nunca se atrasa...

Realmente, Crabbe estava certo. Goyle era sempre um dos primeiros a chegar. Eu não tinha notado a sua falta devido à chatice que Crabbe me proporcionara.

- Eu não sei. Por acaso tenho cara de oráculo?

Crabbe desviou o olhar.

 

A viagem à Hogwarts pareceu um rápido golpe de sanidade. À um minuto atrás, estávamos em Londres...

Um homem estranho abriu a porta da cabine. Suas feições eram estupidamente velhas, com pés de galinha extremamente visíveis. Seu cabelo era de uma cor escura... Uma mistura, talvez. Eu não sei muito bem. Era algo como um vinho fluorescente, se é que existe. Seus trajes eram horríveis. Como o de um mendigo ou algo do tipo. Ele resmungou algo. Era estranho. Eu nunca vira aquele homem...

- Os senhores já podem descer e se juntar ao restante dos alunos que estão a caminho de Hogwarts.

Eu hesitei enquanto Crabbe arrastava suas malas.

- Ei... O quê você acha que pode ter... Acontecido com Goyle? – Minha voz falhou.

- Eu não sei Draco. Mais espero que ele apareça logo. Não vejo à hora de começar a bater nos novatos.

Eu deixei escapar um riso. Afinal, isso era realmente uma diversão. Os pequenos novatos, indefesos, eram obrigados a nos dar seus lanches e ainda ganhavam de graça um olho roxo.

 

Hogsmeade estava repetidamente e estupidamente igual. A neve começara a cair pelas pequenas casas da vizinhança e deixava tudo mais frio. O que era extremamente ruim. Neve. Eca! As pequenas crianças nojentas brincavam na neve, em frente à Cabeça de Javali. Elas faziam bolas enormes e jogavam entre si.  Era... Era... Estúpido!

- HEY DRACO! CUIDADO! – Crabbe berrou para mim. Instantaneamente eu me virei, saquei minha varinha de pilriteiro e pêlo de unicórnio, de exatos vinte e cinco centímetros, e apontei em direção a maciça bola de neve que vinha em minha direção.

- Bombarda! – O feitiço mentalmente pronunciado teve um efeito eficaz. A “ex-maciça” bola de neve fora destruída em pequenos flocos de neve que rodopiaram em minha direção. – Crianças estúpidas! Eu vou matar vocês...

 - Pare agora Draco.

A voz que eu menos queria ouvir tinha acabado de sair da boca da mulher mais estúpida da escola: Minerva McGonagall.

- Eu acredito que o senhor saiba perfeitamente que não se pode usar magia fora da escola. E se o senhor não compreende, creio que a escola de magia e bruxaria de Hogwarts deva lhe dar uma grave detenção.

- O quê? – Minhas palavras saíram como uma rajada de vento. – Você só pode estar brincando! Eu não vou ficar de detenção logo no início do ano.

- Eu não perguntei se o senhor iria ou não ficar de detenção. Eu mandei. Agora Draco, creio que, mais do que todos, o senhor também deve estar com frio. Então, vamos andando antes que nós congelemos.

Eu consegui perceber uma pequena pontada de riso vinda da parte suja do expresso. O quê? Os sangue-ruim rindo de mim?

Assim que a professora e todos os seus estúpidos alunos começaram a caminhar, eu deixei escapar um cuspe, que foi direto ao chão.

- Aquelas crianças estão mortas! – Eu murmurei.

- Sim. Estão. – Crabbe assentiu.


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