A Viagem nas Sombras + Audiolivro escrita por R G Assis


Capítulo 5
Reyna




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Audiolivro - Capítulo 5

V

Reyna

 

Assim que Reyna sentiu-se escorregar da mão de Nico, sabia que estava perdida. Após perder o contato com a pele gélida de Nico, percebeu que ele deveria ser quente em relação ao lugar onde estava.

Estava na escuridão absoluta e desejava estar sozinha, mas não, ela ouvia sussurros, gritos, lamentos, seu corpo inteiro tremia e ela estava tão fria quanto um cadáver, sentiu sua vida esvair, não sabia se estava pisando em algo sólido ou gasoso, não sabia se estava flutuando ou mergulhada no fundo de um rio escuro, só sabia que estava sozinha, perdida para sempre, ninguém nunca a encontraria.

Por um momento Reyna deixou-se pensar na morte, não queria morrer assim, preferia morrer lutando ao lado de seus amigos, amigos, não sabia por que mas só pensava em Nico di Angelo, desejando que ele a encontrasse, mas lembrou das suas palavras quando ela perguntou sobre a viagem nas sombras não soltem suas mãos das minhas em hipótese alguma, pois se vocês se perderem nas sombras, não sei se poderei encontra-los.

Reyna fechou os olhos e se encolheu dobrando-se sobre os joelhos, sentiu como se as sombras a consumissem, como se elas a estivessem esmagando. Quando tinha perdido toda a esperança, sentiu alguém passar os braços em volta de sua cintura e a puxar para fora da escuridão.

“Reyna!”

Alguém gritava com ela, mas Reyna não ouvia direito só sentia o frio, não consegui abrir os olhos, sentiu algo a envolver, algo quente que a confortava e a apertava. Reyna ainda estava muito desorientada, mas sentiu algo doce encostar em sua boca, ela bebeu tudo o que conseguiu e engasgou quando desceu muito rápido.

Sentia batidinhas de conforto em suas costas, estava apoiada em algo macio, arriscou abrir os olhos, a luz do sol do amanhecer ofuscava sua visão, era brilhante demais comparada com a escuridão que teve de suportar, Reyna viu seus pés esticados, e viu outras duas pernas, uma de cada lado de seu corpo, calças pretas rasgadas, viu braços a envolvendo, uma mão a sua frete com um cantil de néctar, sem pensar ela agarrou a mão e bebeu um pouco mais.

“Reyna, você está bem?”

Nico sussurrou em seu ouvido, Reyna soltou sua mão e tentou absorver o choque, agora ela sabia que estava encostada no peito de Nico, sentia ele subir e descer com uma respiração fraca e logo se lembrou que ele deveria estar tão drenado quanto ela, ele havia retornado e a resgatado das sombras.

“Nico...eu estou bem.”

Reyna sentiu ele enrijecer e ficar tenso, percebeu também que estava vestindo sua jaqueta de aviador, com um movimento fraco Reyna se impulsionou a frente e sentou de frente para Nico. Ele estava miserável, ainda mais pálido, com olhos arregalados e suas mãos tremiam, mas ele deixou cair os ombros, aliviado.

“Achei...achei que nunca te encontraria, me perdoe por solta-la eu...”

Sua voz falhou, Nico olhou para Reyna, seu olhar era de culpa.

“Não foi sua culpa, obrigada por me achar.”

Ficaram assim por um momento, até Reyna notar que algo muito importante estava faltando, algo grande e difícil de não se ver.

“Onde está...”

“Tive de abandona-la para te achar.”

“Você perdeu a estátua?!”

“Eu, bem não, a deixei em algum lugar.”

“Você sabe onde?”

“Ah, não exatamente.”

“O que?!”

Reyna levantou - se, pareceu que sua força voltara ou não porque sentiu tontura e Nico a apoiou para não cair.

“Você não deveria tê-la deixado.”

“Fiz isso para te salvar, não conseguiria te achar carregando a estátua.”

“Mas, você não podia...”

“Você ia morrer! Se tivesse ficado mais alguns minutos teria congelado, ou teria enlouquecido!”

Reyna se sentou e puxou a jaqueta mais para perto de si, Nico sentou arrasado na grama, ela o olhou ele estava muito cansado, era muito esforço para Nico, duas vezes ele já a salvara e agora Reyna estava duvidando de quem ia morrer nos braços de quem.

“Tudo bem, você consegue ao menos localiza-la?”

“Sim, quando estiver nas sombras poderei encontra-la, mas...”

“Eu sei, não pode fazer isso agora. E o treinador.”

“Nada, espero que a Sra. O’Leary o tenha levado para o acampamento, realmente começamos bem essa missão.”
Nico sorriu para o céu, seu sorriso era de um louco, mas não deixou de contagiar Reyna que acabou sorrindo também.

“É, começamos muito bem.”


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