A Viagem nas Sombras + Audiolivro escrita por R G Assis


Capítulo 19
Nico




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Audiolivro - Capítulo 19

XIX

Nico

Nico não esperava ser atacada por dois gnomos com roupas ridículas aquela tarde, principalmente depois do que passou à noite.

Depois de ouvir o estrondo enquanto dormia em sua cama no nada aconchegante chalé de Hades, Nico saiu e foi verificar, nem precisou se vestir, ontem a noite caiu na cama do jeito que estava e dormiu.

Saindo do chalé, viu que outros campistas faziam o mesmo, numa mistura de pijama e armadura, alguns alertas outros meio grogues empunhando escovas de cabelo no lugar das espadas, Nico acompanhou o barulho até a árvore de Thalia e então viu o motivo, três ciclopes pareciam estar brincando de tiro ao alvo com a árvore.

Olhando em volta, Nico viu Quíron parado na frente da casa grande, logo atrás Reyna vinha descendo as escadas da varanda. Nico desviou o olhar e caminhou em direção ao aglomerado de filhos de Ares que corriam em direção à floresta.

Chegando perto Nico viu Clarisse encarando a floresta com uma cara carrancuda.

“O que vocês estão procurando aqui?”

Nico perguntou, meio imprudente de sua parte, não podia-se questionar as atitude de Clarisse.

“Tem algo na floresta, seria bom sabermos o que é, pois provavelmente os ciclopes só são distração.”

“Posso ir lá e verificar pra você.”

Clarisse o encarou como se ele fosse louco, Nico deu de ombros e fez seu caminho pelas sombras até a floresta. Assim que o fez, Nico percebeu que foi uma péssima ideia, no instante que pisou no chão da floresta sentiu a presença dos cães infernais, um deles veio por trás e mordeu o braço de Nico, fazendo um grande corte.

Antes que o cão pudesse devorar o braço de Nico por completo, ele viu um vulto pousar em cima do cão e abocanhar seu pescoço o transformando em pó. Uma cabeça gigante olhou em direção a Nico, se aproximou e o lambeu.

“Olá Sra. O’Leary, também é bom te ver, vamos, temos de voltar ao acampamento.”

Nico segurou na cadela infernal e antes que as sombras o tomassem ele teve um vislumbre de uma criatura estranha com cara de homem, mas com o corpo de um leão, viu ele se preparar para lhe acertar com uma rajada de espinhos, Nico sabia bem o que era, nunca ia esquecer aquele diretor de sua antiga escola, mas antes que o acertasse, Nico já tinha saído de lá.

Parando bem na frente dos campistas de Ares, com uma Clarisse furiosa o encarando, Nico disse enquanto segurava seu braço machucado.

“Bem, temos alguns cães infernais e provavelmente uma mantícora.”

Clarisse o encarou.

“Olhe aqui seu metido a heróizinho! Não saia sozinho de nevo desse acampamento, se não eu mesma termino o trabalho que o cão infernal fez no seu braço. Não tenho tempo para ser babá de pirralhos descuidados!”

Empurrando Nico de lado Clarisse passou andando em direção à casa grande. Sra. O’Leary o lambeu novamente.

“Tá tudo bem garota, pode ir.”

Feliz ela saiu saltitando por aí, enquanto isso um campista de Ares ofereceu a Nico um pouco de néctar, este bebeu contente. Depois resolveu ver como o treinador estava e caminhou em direção à praia. Chegando à pequena cabana, Nico não sabia se devia bater ou entrar direto, então ficou parado na frente da porta com o seu braço sangrando.

Antes que pudesse se decidir, treinador Hedge abre a porta com tudo e o olha irritado.

“Hora essa, não posso deixa-los sozinhos por um minuto se quer!”

“Desculpe.”

“Entre logo, deixe me ver esse ferimento.”

Nico entrou e sentou naquele mesmo banquinho que sentara com Reyna na noite passada, ainda estava de noite, mas já estava quase amanhecendo, a cabana estava escura até o treinador aceder umas velas, Nico notou que eles estavam sozinhos e no berço não havia mais nada.

“Mellie já foi com Anemone?”

“Sim, quando ouvimos os sons de ataques resolvemos que não esperaríamos até de manhã, duas amigas delas a acompanharam.”
Nico percebeu o quão deprimido o treinador parecia estar sem Mellie.

“Tenho certeza que eles chegarão bem.”

“Oh, sim.”

Enquanto falava, Hedge foi misturando ervas em uma casca de coco, Nico fez cara de nojo quando viu que o treinador mastigava algumas ervas e cuspia, formando uma massa nojenta.

“Dê-me o braço.”

Relutante Nico levantou o braço direito que estava machucado, Nico ficou feliz de ter tirado sua jaqueta ontem à noite e não ter tido tempo de coloca-la antes de sair, pois ela estaria retalhada agora se ele a estivesse usando.

Treinador Hedge passou a pasta nojenta no braço de Nico e envolveu com algumas folhas, depois pegou uma flauta e começou a tocar sua versão da musica de abertura de Pokémon, pelo menos Nico pensava que era a abertura de Pokémon.

“Pronto, pode tirar.”

Tirando as ataduras de folhas, Nico viu que seu braço estava curado, bem não totalmente, agora Nico tinha três longas cicatrizes vermelhas no seu braço, como se o Wolverine tivesse decidido que o braço de Nico era um bom lugar para afiar as garras.

“Aos poucos as cicatrizes vão diminuindo.”

“Tudo bem.”

Treinador sentou numa pequena cadeira na frente de Nico.

“Então, di Angelo, por que não descansa um pouco, pode dormir ai. Quando acordar nós podemos conversar.”

Pego de surpresa pela atitude tão paternal do treinador, Nico não questionou e deitou-se na pequena cama.

Nico dormiu profundamente por muito tempo, até ouvir um barulho muito forte de pancada e levantar assustado, dois anões vestidos ridiculamente irromperam pela porta, assustando ao treinador e a Nico.

“Vocês! Eu vou mata-los!”

Nico lembrou-se deles, eram Acmon e Passalos, aqueles dois duendes macacos que haviam atacado o Argo II.

“O que fazem aqui?! Como entraram?”

Nico perguntou exasperado.

“Calma aí, bode velho.”

“Nos divertindo, o que mais?”

Foi à última gota para o treinador Hedge ser chamado de bode velho, ele empunhou seu bastão indo na direção dos duendes gritando.

“Morra!”

“Treinador!”

Antes que Nico pudesse impedir, o treinador foi pra cima dos dois, que rindo desviaram, tudo aconteceu muito rápido, um deles veio pra cima de Nico, que percebeu que tinha esquecido sua espada, o duende passou pelas suas pernas e correu para porta novamente.

Nico começou a correr atrás dele, até cair no chão, percebendo então que suas calças tinham caído, o duende macaco arrancara o seu zíper, Nico enfurecido levantou as calças as segurando e correu pra fora, se deparando com Reyna, que tinha sua armadura virada ao contrário, Nico parou tão de repente que deixou as calças caírem novamente.


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