Audiolivro - Capítulo 12

XII

Nico

Enquanto ia tomar banho, Nico pensou pela primeira vez desde que começara sua jornada, em Percy, quando pensou nele, não sentiu mais o que sentia antes, agora parecia o sentimento parecia o mesmo que sentia pela sua irmã Hazel. Nico não estava envergonhado de ter tido uma quedo por Percy, não mais, ele sabia o quanto o cara realmente era incrível, mas agora não sentia mais nada daquilo.

Pensou também em Jason, em como ele sabia de seu antigo segredo e lembrou que ele também teve um romance com Reyna e a magoou, isso enfureceu Nico, que por um momento quis quebrar a cara daquele semideus, no entanto outro pensamento o assombrou: e se Reyna ainda gostasse de Jason?

Esse pensamento fez Nico sentir-se miserável, sabia que ele não se comparava a Percy ou ao Jason, os caras eram os melhores, com todo aquele ar de herói com aqueles olhos verdes e cabelos loiros. Nico só era um cara magrelo de cabelos pretos desgrenhados e grandes olheiras debaixo de seus olhos azeitonados. Não era nada demais, como Reyna iria preferir Nico a Jason?

Por outro lado, pensou Nico, fora Reyna que o beijara, só esperava que ela não houvesse feito isso por pena de Nico. Mas mesmo assim o pensamento o animou, fazendo-o terminar o banho e vestir-se rapidamente, queria que tudo acabasse logo para se encontrar com Reyna na praia.

Saiu do banheiro vestindo as roupas que Rachel lhe dera, mas agora estava também com sua jaqueta novamente, andou um pouco pelo acampamento e viu Clarisse ameaçando Octavian, depois de tudo, Nico ficaria feliz em ver Clarisse dar uma lição naquele idiota.

Foi até o pavilhão onde a maioria já estava reunida, uma mistura estranha de camisetas laranja e roxas, Nico gostou de ver. Bem no meio estava a Atena Partenos, agora já totalmente livre da lama e folhas, Nico não se importaria nem um pouco se por um acaso a personalidade conflitante de Zeus ou Júpiter atingisse com um raio, sem querer, a estátua.

Mas assim que viu Reyna, Nico deixou todos os outros pensamentos de lado, ela tinha vestido por cima de suas roupas uma toga romana roxa, estava com o cabelo solto caindo como uma cascata em suas costas, estava linda e ao seu lado também estavam seus dois cães, um de ouro e outro de prata.

Reyna acenou para Nico se aproximar, meio relutante ele foi para o meio do pavilhão ao lado da estátua e de Reyna.

“Caros amigos gregos, como pretora do Acampamento Júpiter, de Nova Roma, eu tenho o prazer de lhes entregar este pedido de paz, a Atena Partenos!”

Todos exclamaram alto e aplaudiram.

“Gostaria de dizer também, obrigada a Nico di Angelo, filho de Hades, que sem ele eu não teria conseguido traze-la até vocês. Graças a Nico, está oferta de paz pode ser realizada!”

Nico esperava um silencio constrangedor, mas não foi o que recebeu, mas sim aplausos calorosos, bem, pensou Nico, as pessoas ficam estranhas depois que começam a falar de fim do mundo e assim conseguiu sorrir fracamente para a plateia.

Depois todos foram jantar em uma grande confraternização, Nico comeu um pouco, sozinho em um canto, Reyna estava comendo com seus amigos romanos e alguns gregos também, após terminar, Nico viu ela caminhar em direção a praia e percebeu que essa era sua deixa.

Nico a seguiu até a praia, viu Reyna se sentar na areia a alguns metros, Nico caminhou e sentou a seu lado.

“Acha que teremos pelo menos esta noite de tranquilidade?”
Perguntou Nico.

“Duvido muito.”

Respondeu Reyna, uma brisa muito fria atingiu os dois, Nico sabia que não era possível fazer mau tempo no acampamento, pois o clima era magicamente alterado. Mas Nico sabia muito bem de onde vinha a brisa, na verdade sabia exatamente qual deus a mandara, sorriu por um instante, tirou a jaqueta e colocou nos ombros de Reyna, que se encolheu como uma criança o olhando sugestivamente.

“Por sorte teremos este momento.”

Disse Reyna um pouco triste. Nico a olhou em seus olhos, eles brilhavam com a luz da lua. Aproximou-se institivamente e quando estava a ponto de beija-la, Nico ouviu um estrondo ecoar por todo o acampamento.

Algo estava tentando penetrar a barreira.

Enfim pensou Nico, nem mesmo este momento eles teriam.

Como bem sabia, semideuses não tinham sorte.