Everlyn Clockwork

Eu estava andando pelas ruas de Londres, respirava fundo me lembrando de como tudo aconteceu. Desde a vez em que fomos enganados pelo Sir Bigode até nos formarmos.

Havia se passado cinco anos já. Depois de três anos e meio, eu e os meninos nos formamos, Lacey e Liz já haviam se formado. Ed, depois de três peças, deixou muitos diretores e produtores interessados.

Ele e Lacey se mudaram para os EUA, afinal a maioria dos filmes que ele ia fazer parte eram dos EUA. Tristan e Liz continuaram na Inglaterra, mas se mudaram de Londres, foram para São Petersburgo onde a sede de trabalho de Liz ficava. Ela arrumou um emprego muito fácil.

Tristan alternava entre trabalhar na agência de Liz, na parte de criação, desenhos e gráficos de computador e entre trabalhar na grife de Lacey. Ele e Lacey estavam indo muito bem com a grife.

Will e eu fomos morar na casa de infância de Will que nós compramos de seus pais e reformamos. Ela era um casarão num lugar ao ar livre e tranquilo, parecida com a nossa casa em Londres.

Eu ligava todo mês para Luan, descobri que ele ia se casar e fez questão de nós irmos ao casamento que seria realizado na Irlanda onde a noiva mora. Annie deixou de ser empregada para ajudar Tawaret com as crianças no orfanato. Eu falava com as duas quase todo o mês.

Star cresceu um pouco e continuava bobo e fofo como sempre com Ed e Lacey.

E não, a nossa amizade não mudou nada. Não importava a distância. Todos nós estávamos sempre viajando. Eu e Will para fazermos concertos e outras apresentações, Lacey e Ed por causa da grife ou de algum filme e Tristan e Liz por causa da grife também ou porque Liz queria encontrar inspiração.

Faço milhares de apresentações pelo mundo todo com Will. E eu nunca achei que minha vida pareceria como um passeio. Afinal, música para mim é algo tão normal quanto beber água.

Tom e Sophie estão noivos, ele estava meio nervoso e ficou treinando comigo para pedí-la em casamento. Will chegou bem na hora que estávamos “treinando” e ele quase teve um ataque do coração.

Finn e Rose-que-não-é-do-Titanic se casaram faz alguns meses, eles foram passar a lua-de-mel em Las Vegas (estranho, não?). Ela se tornou uma pediatra e ele abriu uma nova loja de música, bem maior para começar a dar aulas de música. Os dois ainda moravam em Londres.

Sean estava namorando a francesa-que-não-lembro-o-nome-que-estava-no-concerto e Lydia foi morar na França e virou modelo da grife de Lacey e Tristan.

Um vento forte interrompeu os pensamentos. Mês sim e mês não, nós todos nos reunimos naquela casa onde tudo começou. Ninguém quis vendê-la, então sempre quando um de nós ia para Londres (o que era quase sempre) nós íamos para a nossa casa.

Eu já pudia vê-la através das árvores e não pude deixar de sorrir. Era engraçado como três melhores amigos, três mosqueteiros, tiveram tantas mudanças de uma só vez e agora viraram...Sei lá...A gangue dos mosqueteiros.

Recebi uma mensagem de Liz e Tristan falando que já estavam na casa, Ed e Lacey disseram que estavam no mercado e Will (que não estava comigo porque precisava cumprimentar Igor, avisando-o de que nós ficaríamos por um mês e meio em Londres) disse que logo chegaria.

Dessa vez Tom e Sophie não iam poder nos encontrar, mas Finn e Rose disseram que de noite eles iam nos visitar.

De onde eu estava eu já podia ver a silhueta de Tristan e Liz arrumando a casa. Percebi que um carro preto estava estacionando, Ed e Lacey já estavam aqui. E vi Will vindo em minha direção com um sorriso lindo no rosto.

Tristan e Liz nos viram chegar e foram nos cumprimentar. Nós seis todos rindo e se abraçando.

Pode ter passado seis anos e meio desde que cheguei em Londres e cinco anos desde o ano do meu primeiro concerto, mas no fundo todos nós seis continuávamos iguais. Aqueles seis bobos que se metem em confusão, que ficam jogando videogame até tarde, que ficam viajando para milhares de lugares, que ficam se divertindo com qualquer coisa, que fazem tudo para alcançar os seus sonhos.

Conversas e risadas eram trocadas enquanto descarregávamos o carro com sacolas de compras. E entramos (Star primeiro, é claro) naquela casa onde tudo começou.

Naquela casa onde nada iria acabar.

Aquele lugar que sempre iríamos retornar...

The End is Always a New Beggining