O Garoto da Última Casa escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 53
Extra


Notas iniciais do capítulo

Por que estou aqui? Bem, estou aqui por causa de vocês.
Desde o último capítulo de O Garoto da Última Casa, eu tenho recebido muitos comentários pedindo pela volta de William Hãnsel. Como sou boazinha e meu aniversário é hoje (uhuuuu quero meus livros, mamãe, dia 6 chegou) eu resolvi que poderia postar sim a volta de William.
Bem, fiquem com o extra de vocês.



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E X T R A

O engraçado em Owens é que ela é totalmente imprevisível. Em um minuto você pode estar lutando pela sua vida e pela vida das pessoas que ama e em outro pode estar apenas sentada na frente de sua janela, observando a chuva batendo contra o vidro. Não é como se fosse tedioso ou eu estivesse reclamando, longe disso, paz é sempre bem-vinda, mas talvez eu esperasse outra coisa.

Ao mesmo tempo, é tão gratificante ver bruxas vindo de todos os lugares do mundo, com um sorriso no rosto, para ver uma das cidades mais seguras para pessoas com certas, bem, qualidades adicionais, como gravitação ali ou rapidez aqui. Além disso, todo mundo parece empenhado em algo novo. Brad e Jessica começaram a se falar mais quando William foi embora e agora não se desgrudam um segundo sequer, Henry esta concentrado em alguns inventos novos para ajudar na segurança da cidade, Gabriel não larga mais seus anagramas desde que achou um site especializado nisso, Olaf e Jade tem recebido muita ajuda de toda a população para acabar o trabalho de suas vidas e William... Bem, continua por ai. Ele, ás vezes, liga para Brad e até conseguimos conversar um pouco, mas não é sempre.

E por mais que eu deseje que ele volte, fico feliz que esteja se sentindo menos exausto. Afinal, nascer sabendo que carrega uma Maldição que destruirá muitas vidas, é um pouco demais para qualquer pessoa.

–Alexandra Miller, o que está fazendo sentada na frente dessa janela? – Olaf gritou atrás de mim, me fazendo dar um pulo da cadeira com as mãos levantadas em sua direção – O quê? Esse é seu tipo de defesa? Só essas mãozinhas?

–Não me subestime, titio.

Ele riu.

–Se me chamar de tio novamente, vou ser obrigado a, bem, não sei o que serei obrigado a fazer, mas será cruel.

–Olaf, até a vovó era mais cruel que você, por favor.

–Que mentira! – cerrei meus olhos em sua direção – Tudo bem, meia verdade – Cerrei mais um pouco – Certo, certo, super verdade. Satisfeita?

–De certa forma, obrigada pela sinceridade.

–Disponha – ele fez uma reverência – Mas, sério, por que está aqui?

–Está chovendo, não posso ir para fora.

–Mas e a biblioteca? Soube que seus amigos estão se reunindo lá.

–Eu meio que eu estou cansada.

–Viu? Eu disse!

–O quê?

–Se você não tivesse se preocupado tanto em salvar a vida de várias pessoas, não teria ficado de recuperação em praticamente todas as matérias. Eu sempre falo isso para você! – disse, irônico.

Gargalhei, divertida.

–Você realmente tem algum problema – comentei – Mas, me diz, como vai o trabalho?

–Ah, era isso que eu queria falar com você, filhota – fiz uma careta – O quê? O que foi?

–Filhota, sério?

–O quê? Se eu quiser posso te dar apelidos humilhantes, ás vezes. O que você acha de moranguinho? Docinho? Florzinha do diazinho?

–Pelo amor, onde você estava mesmo?

–Bem, estava dizendo que Jade e eu já conseguimos as informações que precisávamos para uma excelente pesquisa. Não vamos revelar tudo sobre as Bruxas, mas garanto que deixaremos uma sementinha de curiosidade na cabeça dos mundanos para uma certa reflexão.

–Gosto disso.

–Por incrível que pareça, as Bruxas também. Acho que elas cansaram de ser esquecidas e humilhadas ao longo de tanto tempo. Elas são simplesmente fantásticas, por favor!

–Eu também acho...

–Ei, ei, ei – Jade me interrompeu, ofegante – Estava procurando você, Olaf. Precisamos assinar uns papéis para a prefeitura.

–De novo? Mas nós já...

–Calado, papéis – ela então esbugalhou os olhos e apontou para a sala.

–Você está bem? – ele perguntou.

Irritada, Jade foi até ele e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. Agora foi a vez de Olaf esbugalhar os olhos.

–Ahhh, os papéis – ele disse, quando a namorada se afastou – Ah, os doces papéis. Claro, me lembro.

Antes que eu pudesse perguntar se eles haviam bebido alguma coisa, a campainha tocou.

–Drogaaa – Jade fingiu decepção – Não podemos atender a porta agora, porque estaremos ocupados, lá em cima, assinando muiiiitos papéis por muiiiito tempo. Sinto muito. Pode atender, Alexis?

–Posso, eu acho... – mas eles já tinham sumido de vista – Que diabos acabou de acontecer?

Dando de ombros, eu caminhei até a porta e a abri sem perguntar quem era.

–Sabe, geralmente, em Owens, nós temos o costume de não atender a porta dessa maneira – o garoto em minha frente sorriu e os seus olhos azuis pareciam brilhar ainda mais, provocantes – Vai que acabamos sendo mortos por nossos inimigos, não é? Nunca se sabe.

–William? – minha voz saiu mais fina do que eu esperava.

Em minha frente, um novo William sorria. Seu cabelo negro estava ainda mais negro e comprido, parecia mais bronzeado e másculo, com aquelas roupas molhadas. E além disso, também parecia mais... Feliz.

–Bem, é o nome que minha mãe me deu. Muito prazer. Você deve ser Alexandra Miller, estou certo? – antes que ele continuasse falando, eu pulei em seu pescoço e o abracei. Ele riu e eu pude sentir seu coração batendo contra o meu – Quanta saudade, posso ver, mas, felizmente, não posso julga-la. Sentir minha falta é bem, digamos, normal e até esperado.

–Você quer calar a boca e me abraçar, por favor?

–Sabe, posso fazer melhor.

Com jeito, ele levantou meu queixo e o conduziu até seus lábios. Eu sentia falta daquilo, por mais engraçado que pudesse parecer.

Se alguém visse essa cena e me contasse meses atrás, eu não tenho certeza se eu riria mais ou William. Era completamente absurdo e trágico e mágico e incrível. Esse, sem dúvida, era o efeito William. Ele agarrava sua cintura, beijava seus lábios e então transformava seus pensamentos em confusão pura. Bem, eu adorava isso nele. Quando estava em seus braços, era como se nada realmente pudesse incomodar. Eu me esquecia até mesmo meu nome, porque nada daquilo importava.

Ele se libertou do beijo, me deixando frustrada.

–Como foi a viagem? – perguntei, ainda enrolada em seu pescoço.

–Bem divertida – ele respondeu, contente – Nunca vi Sophie sorrindo tanto.

–Fico contente.

–Mas, da próxima vez, eu irei com você.

–Acho que sua cabeça continua viajando. Não posso ficar saindo de Owens, você sabe.

–Saber eu sei, mas realmente não me importo.

Eu sorri.

–Você continua um idiota, isso é bom – disse – Quer dizer que não mudou tanto.

–Oh, pode apostar nisso.

–Mas, bem, se você gostou tanto, quer dizer que vai voltar a viajar, não é?

–De fato, eu vou – ele se aproximou de meus ouvidos e eu pude sentir sua respiração – Mas, por enquanto, não tenho planos para isso. Por ora, Alexandra, eu espero que você esteja preparada, porque ficarei com você por muiiiito tempo.

O Hãnsel poderia não saber, mas eu já estava preparada desde que soube que realmente queria ficar ao seu lado.

E pela primeira vez em toda a minha vida, nos braços de William, eu me senti completa e em paz.


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