New York, Jungle of Love. escrita por Clary07pmore


Capítulo 13
Capítulo 13 - Pequeno Salão Vermelho e Dourado.


Notas iniciais do capítulo

Santo Hefesto! Esse tempo sem postar quase me matou gente, tinha que ser obra de Gaia. Aqui está o capítulo! Gente o alento final do Percy ta chegando ok? Só não vou adiantar como será o pedido do namoro hu3hu3hu3.
PS.: Escutem a musica que pus na fic na hora em que estiverem lendo a entrada da noiva, eu me emocionei escrevendo enquanto escutava a musica.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/472194/chapter/13

Percy nunca achou que poderia gostar de um casamento. Todos bem vestidos para se embriagarem e serem filmados pagando micos no vídeo da festa. Escutar duas horas de discurso de um padre pra ouvir o noivo e a noiva dizerem sim e colocarem círculos caros nos dedos um do outro. A noiva chora, o noivo finge que não está pensando na despedida de solteiro que aconteceu na noite passada, as famílias são obrigadas a se aturar de bom humor por uma noite inteira, comemorando algo que depois da lua de mel durará, em média, três anos.

– Dizem que lá é lindo! - Disse Rachel. Ela estava agarrada no braço de Percy desde que entraram na limusine que os levava para o casamento. Sentados na outra parte do banco estavam Luke e Annabeth, não tão grudados, mas juntos, como um casal, se olhando entre risadas por graças do vídeo em que se mantinham entretidos.

– Lá é. Mas o casamento... Ah é só uma festa. - Comentou Percy distraído.

– Duvido que pense assim no futuro. - Rebateu Annabeth. - Sua futura namorada vai fazer você concordar rapidinho. -

– Sem chance! - contestou Percy, animando-se por tirá-la da fixa atenção em Luke.

–Quer apostar? - Provocou ela.

– Na verdade não. - Annabeth fez cara de vitoriosa. - Não duvido que você tenha essa persuasão. - Sua cara de vitória se transformou em uma risada envergonhada, que arrancou gargalhadas de Percy junto com uma cara azeda de Luke. Percy não queria se meter entre os dois, será que Luke gostava mesmo dela? Isso não era justo. Annabeth pertencia a Percy, ele tinha certeza disso. Mas ainda assim não queria magoar Rachel, que ainda bem não tinha escutado, pois estava ao telefone com Grover. Não era por mal, ele ia contar a ela que gosta de Annabeth, mas quando tivesse certeza que os dois teriam algo.

– Rachel, você quer assistir algo? - Perguntou Percy. Ainda faltava bastante para eles chegarem, o trânsito estava péssimo.

– Claro! - Seus olhos se arregalaram em felicidade.

Escolheram juntos um filme de comédia, que era realmente engraçado, e em meio a gargalhadas Percy por uns instantes esqueceu-se de Luke, Annabeth, tudo.

Annabeth o fitou. Ele estava lindo. Seus olhos verdes brilhavam junto com o reflexo da luz dos prédios enquanto passavam pelas ruas. Seu sorriso parecia que estava aceso, era hipnótico. Ele estava bem, estava feliz, então Annabeth se perguntou se ele também aparentava feliz assim quando está com ela. Isso a fez pensar em cada olhar, palavra, toque e beijo entre os dois. Era tudo bom demais.

– Você está bem? - Luke recostou-se na cadeira com uma postura desajeitada, porém muito atraente.

– Ah - Annabeth pôs os cabelos para trás e virou-se para Luke. - Tudo sim. - Ele riu. - O que foi?

– Nada. - Respondeu ainda rindo. - Você fica muito linda jogando os cabelos e virando-se pra mim com uma cara de "sou irresistível até nas nuvens". - Annabeth soltou uma gargalhada.

– Obrigada. - Ela riu um pouco mais. - Faz parte do meu pacote de charme. -

– Bom, - ele deu uma curta risada. - comigo funciona. –

Annabeth riu. Já não sentia vergonha dos momentos de flerte com Luke. Não sabia bem se era por já ter se acostumado ou se por que já não conseguia mais esconder que gostava de outro, mas ainda assim Luke arrancava sorrisos dela.

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*

Enfim chegaram ao casamento, e estava muito lindo. Os corrimões da ponte tinham luzes pisca-pisca enroscando-se nas curvas de sua arquitetura, que brilhavam com força entre flores vermelhas e douradas que iluminavam a noite. A parte de dentro do lago, que ficava mais perto da ponte havia derretido então se via um pedaço das aguas azuis cristalinas que ali costumavam balançar nos dias de primavera e verão. No céu o que mais se viam eram estrelas, porém muito distantes por estarem bem perto do centro da cidade. Logo que entraram no salão, onde tudo estava perfeitamente decorado, mesas lindas pretas com toalhas douradas e centros de mesa vermelhos, uma pista de dança enorme no meio do salão e logo depois um palco de madeira com uma orquestra misturada com uma banda normal, e mais na frente da banda, ainda no palco, o altar montado. Assim que foram avistados pelos organizadores, Rachel e Luke foram arrastados por uma porta atrás do palco, pois seriam padrinhos, e Annabeth e Percy foram sentar-se junto aos outros convidados, em frente ao altar, noivo e padre.

– Como foi? – Perguntou Percy.

– Como foi o que? – Annabeth cruzou as penas sentando-se na cadeira ao lado da de Percy.

– O casamento dos seus pais. Você era nascida? – Ele virou-se para ela.

–Ah, era sim. – Annabeth concordou com a cabeça.

– E foi bonito? – Questionou Percy.

– Simples. – Disse ela, dando de ombros. – Foi na maior igreja da cidade. Foi uma surpresa sabe? Minha mãe não achava que teria uma festa. Ela se emocionou muito. Foi há cinco anos. –

– Sabe – começou ele. – Eu conheço suas manias, seus costumes, seus medos e passatempos favoritos, mas não sei o que aconteceu com você durante esses anos em que não nos vimos. Qual a sua história Annabeth? – Ela olhou pra ele, confusa.

– Bem... – Ela parou e pensou um pouco. – Como você sabe e já foi muitas vezes, moro em Littleton. – Ela riu. – Não é como Nova Iorque, mas é minha cidade, e me orgulho disso. Estudei em uma escola particular desde que me entendo por gente, St Mary’s Of Littleton, mas que como a maioria das outras era religiosa, então não tínhamos muitas escolhas de comportamento e expressões. No meu tempo livre, eu lia pras pessoas que eram obrigadas a passar suas fantásticas vidinhas com algum problema hospitalar, ou então arquitetava a cidade aonde eu um dia viveria, uma que era bem diferente daquela. Nos fundos da escola, eles tinham uma sala de dança que se usava aos sábados para os ensaios do coral da igreja, mas durante a semana as irmãs me deixavam ir para lá e dançar seja lá o que eu estivesse sentindo. Cresci careta e fechada, mas muito inteligente, em modesta parte. – Percy sorriu.

–Olhe em volta. – Disse com simplicidade. – Você não mora em Littleton, não agora. Você agora é uma nova-iorquina, mas não como qualquer outra. Você é esperta, é única, pode se dar melhor do que qualquer um que tenha vivido a vida toda numa cidade grande e estudando nas escolas mais caras. – Annabeth fitou-o. Não sabia exatamente por que ele estava dizendo aquilo, mas ficou feliz de ter dito, e feliz de estar ali, naquele momento, tendo aquela conversa com ele.

– Obrigada. Quer dizer, de verdade. – Ela pôs a mão em seu ombro, ele deu uma piscada para ela. – E a sua história? –

– Sabe, eu estava pensando em te poupar dessa inútil história de um menino sem objetivos com pais praticamente inexistentes, mas já que está perguntando... – Ele ajeitou-se na cadeira. Sentava-se como se a cadeira fosse simplesmente minúscula para seu corpo, que ocupava todo o espaço dela. Percy tinha esse talento, de parecer se sentir em casa em qualquer lugar que vá. Dava a ideia de conforto. – Nasci e cresci aqui. Quando era menor, um pouco depois de pararmos de ir a Colorado, criei um amigo imaginário chamado Henry. – Annabeth abriu um sorriso, mas não caçoador, e sim interessado, em saber mais sobre o pequeno garotinho e seu amigo Henry. – Ele era um ótimo amigo. Estava sempre comigo, topava qualquer aventura que pudesse ser imaginada para fazer num lugar de puro concreto, ia para escola comigo e sempre ria das minhas piadas. Um ótimo amigo, e o único. Até que conheci Grover e Leo. Depois Luke, e Piper, Hazel, Jason, e por aí vai. Mas eu já estava mais crescido, só que não de um jeito bom. Não gostava de estudar, nunca me dediquei a uma aula se quer, nem sei se terei um bom emprego. Só sei que quero fazer algo para que daqui a anos seja útil para alguém, e que esse alguém saiba que essa coisa foi feita por mim. Não necessariamente um objeto, alguma frase que se torne filosofia de vida, alguma descoberta, qualquer coisa. – Ele parou abruptamente como se achasse que havia falado demais, e olhou para Annabeth esperando uma expressão de tédio ou até medo, mas ela apenas o observava com um leve sorriso, que o aqueceu por dentro. Ouvindo aquilo tudo, Annabeth se apaixonou lentamente por aquele garotinho solitário e conturbado, que não conhecia nada além de prédios e pais ausentes, que quer ser lembrado e fazer algo importante pro mundo, que tem uma marca forte e não deixará a vida o esquecer de deixa-la em algum ponto desse universo. Ela se apaixonou pela complexidade e bobeira da vida de Percy, queria fazer parte dela. Ela era apaixonada por ele, é, na verdade, apaixonada por ele, e não imagina jeito algum de demonstrar isso.

De repente, uma melodia calma e conhecida penetrou nos ouvidos de Annabeth a puxando para realidade. Começara a tocar “To Build A Home”, da orquestra cinemática, e todos já sabiam que a noiva estava pra chegar. Percy levantou-se junto com Annabeth e olhou fundo em seus distraídos olhos, podendo jurar que ela ia sucumbir às lágrimas de emoção. Ele estava parado bem atrás dela, a um espaço tão pequeno entre eles, e ele não conseguia parar de observar, como o cabelo dela era maravilhoso, como a cada dia ela ficava mais crescida e linda, como sua fofura e sua certeza de si levavam Percy à loucura, como ele queria pedi-la em namoro. Num movimento inusitado, e sem saber de onde tirara coragem para, Percy pôs sua mão na de Annabeth, que deu um salto quase imperceptível. Com o coração subindo pela garganta, Annabeth entrelaçou os dedos no de Percy, com os batimentos acelerando a cada instante que as mãos se apertavam mais e mais, passando confiança, segurança, tudo que ela gostaria de dizer a ele e não conseguia. Percy acariciava seu dedo, e deu um beijo em sua cabeça. A primeira lágrima do olho cinzento dela caiu.

– Annabeth, você está bem? – Percy disse quase rindo. A musica aumentava e a noiva já era visível, assim como Luke e Rachel.

– Estou sim. – Riu ela. – É lindo não é? – disse ainda rindo, tentando disfarçar as lágrimas que não cessavam.

– Poxa Annie não deprime! – Percy soltou uma risada e começou a limpar o rosto de Annie, abraçando a forte, que recostou sua cabeça em seu peito e o apertou. Sentia seu coração acelerado, o que a aqueceu.

E ficaram assim, até a cerimônia acabar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Comentem poor favor, amo muito vocês, o próximo vem logo logo!