Little Savior. escrita por Dreamer N


Capítulo 1
Capítulo Único - Little Savior.


Notas iniciais do capítulo

Oiii gente, e olha eu aqui de novo. E então, ta acontecendo a "Semana Ugly Duckling" e eu quis participar. Descobri que tem uma Ugly Duckling dentro de mim, e eu como a Evil Regal e Swen que sou, não podia deixar de participar da semana em homenagem ao amor da Regina kkkk, gosto muito da Emma também ! *-*
Essa OneShot foi escrita com muito carinho, eu gostei do resultado e me sinto melhor depois de escrevê-la. Ela se passa na infância da Emma e eu quis fazer algo significativo. Espero que tenha conseguido e espero que gostem !! :)

Pra você Gêmea, Tatty Swan. Feliz Aniversário ! (atrasado por aqui kkk) ♥
Ugly Duckling ♥



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Emma ainda era uma criança pequena, morava em um orfanato na cidade de Boston. Fora abandonada pelos pais na beira de uma estrada enrolada apenas em sua mantinha de bebê com seu nome. Isso era a única coisa que ela tinha na vida, o resto ganhara ali e partilhava com as outras crianças que também haviam sido abandonadas.

Com os olhos verdes e o cabelo loiro desde pequena, podia parecer a criança que mais encantava, que mais chamava a atenção, que o pessoal mais queria como filha. Mas a verdade era outra, Emma era a criança que menos aparecia, a criança que ninguém olhava. Seu cabelo loiro não tinha tanto brilho, seus olhos verdes eram mais tristes do que qualquer outra coisa, ela não sorria, apenas chorava por saber que ela tinha uma família, em algum lugar desse mundo, mas que eles escolheram abandoná-la sem nem dizer porquê, sem nem deixar um bilhete, mesmo que nele estivesse escrito coisas que ela não queria ler, mas queria pelo menos uma explicação por ter sido colocada no mundo e tirada dele logo em seguida.

Ela não gostava tanto de brincar como as outras crianças, preferia ficar sozinha em um canto, pensando. Gostava de olhar a rua, de ver as famílias passearem por ela, ver como era o andar dos pais de mãos dadas com os filhos, uma cena que ela nunca tinha vivido e aos poucos perdia as esperanças de vivê-la.

Nas datas festivas essa esperança diminuía mais, a dor do abandono aumentava e aos poucos uma força diferente ia surgindo dentro dela. Uma vontade de fazer tudo diferente, de ter uma vida diferente, de saber o que ela realmente queria. Aceitar que as coisas talvez não pudessem mudar, mas que ela podia.

Todo ano algumas famílias iam até o orfanato pegar uma criança para passarem as festividades com eles, se eles gostassem da criança podiam entrar com a papelada da adoção, caso contrário ela retornaria ao orfanato esperando uma outra chance. Já era de tarde, as crianças sabiam que logo as famílias iriam chegar e por isso todas se arrumavam, sem vaidade, com a inocência da infância. Se arrumavam a espera de algo pelo qual elas já vinham esperando a vida toda e com a esperança de que nesse ano se concretizasse.

Emma prendeu seu cabelo, colocou sua melhor roupa, mas o olhar triste era impossível de esconder. Nesse ano ela tinha esperança de que alguma família a levasse, não precisavam nem adotá-la, ela só queria saber como era ter uma família mesmo que por um único dia.

As crianças então se reuniram na sala do orfanato e pouco tempo depois as famílias chegaram, eles andavam por entre as crianças, as conhecendo, conversando e sorrindo. Emma via as crianças felizes, aquele brilho no olhar delas ressurgindo depois de muito tempo, mas o olhar dela permanecia triste. Estava sentada em um canto isolado, sozinha. Suas pernas não lhe obedeciam, queria ir até lá, conhecer as famílias, conversar, tentar sorrir, mas não conseguia. Tinha medo, medo de se envolver com alguma, por mais que quisesse, tinha medo de ser abandonada de novo.

Algumas pessoas passavam ao lado dela, a olhavam, algumas acenavam com a cabeça, mas nenhuma ficava, nenhuma parava para conversar com a garotinha loira dos olhos verdes e tristes. Os minutos passaram como anos, e dentro daquela pequena eternidade do tempo, Emma viu as famílias irem embora aos poucos e ela ficara, de novo. As crianças que haviam conseguido apenas comemoraram e as outras voltaram a sua vida normal.

Na manhã seguinte, as crianças que haviam sido escolhidas já estavam na sala, preparadas para irem ter um dia em família e torcendo para que esse dia se prolongasse por todos os seguintes. As outras vieram lhes desejar sorte, mesmo que tivessem ficado para trás, estavam felizes pelas que haviam conseguido, tinham bondade em seus corações e viviam felizes ali, juntas, afinal eram a família que a vida lhes tinha dado e era o que podiam ter no momento.

Emma se aproximou e uma das garotinhas a olhou de cima em baixo e soltou um riso fraco. Era metida, tinha um ar superior.

–Parece que em mais um ano você ficou, né patinho feio ? -a menina perguntou dando seu sorriso mais irônico, difícil de se acreditar vindo de uma criança tão pequena.

–O meu nome é Emma ! -Emma exclamou de cara fechada.

–Esse é o seu nome ? Só esse ? E quem é essa Emma ? -a criança continuava com aquele sorriso no rosto, e Emma cerrou os punhos, sentia seu sangue ferver. Não só por ela, mas sim por todas as outras crianças que ficaram e assistiam a cena com um olhar triste. Dessa maneira ela não estava mexendo apenas com Emma, estava mexendo com todas. -Agora me dê licença que eu vou lá ganhar meu sobrenome. -a menina completou e saiu da sala deixando as outras para trás assustadas, e Emma permanecia no meio da sala com os punhos cerrados e a cara fechada. Todas as outras correram até ela para se certificar de que ela estava bem.

–Emma, tudo bem ? Não liga para o que aquela menina idiota falou, não é verdade. -uma de suas amigas passou a mão em seus cabelos, mas o olhar de Emma continuava fixo na porta.

–Ela estava certa. -Emma falou após algum tempo, relaxando os ombros e baixando o olhar. -Ela só quer uma família como todas nós.

–Mas ela não pode falar com você daquele jeito.

–Não tem problema, eu não liguei. Ela pode estar certa, mas eu também estou. -Emma levantou o olhar, parecia decidida a algo. -E eu não sou apenas a Emma, mas eu não deixei ela saber disso. -ela riu e as outras crianças riram logo em seguida.

–Como assim você não é apenas a Emma ?

–Eu posso parecer uma criança normal, nós todas podemos parecer, mas não somos crianças normais, nós podemos ser o que quisermos. -ela olhou para todas sorrindo. -Eu vou contar quem eu sou pra vocês, se prometerem guardar segredo.

–SIM. -gritaram em coro e deram risada juntas, assim como Emma que então correu para um lado da sala enquanto todas as crianças se sentavam no chão a espera da história. Elas sorriam e Emma agora sorria também.

–Eu fui abandonada na beira de uma estrada, mas não porquê meus pais não me queriam mais, mas sim porquê eles precisaram fazer isso. Ninguém podia saber quem meus pais eram e nem quem eu era de verdade, porque nós viemos de um reino distante. Meu pai é um príncipe e minha mãe uma princesa, mas eu nasci uma guerreira. -Emma ia contando conforme andava lentamente de um lado para o outro e as crianças a olhavam sorridentes, maravilhadas com a história, com um brilho nunca visto antes em seus olhares. Era o mesmo brilho que Emma agora tinha no olhar. -Algum mal muito grande tomou conta do nosso reino e eu era a criança escolhida pra salvar a todos. Eles tiveram que me trazer para cá, eles me salvaram sabendo que um dia eu os encontraria e os salvaria também. Eu sou uma Salvadora.ela sorriu orgulhosa do que estava dizendo. -Eu usarei espadas. -Emma pegou uma régua que estava em cima da mesa e subiu no sofá a segurando como se fosse uma espada. -Eu lutarei com dragões que cospem fogo. -ela mexeu as mãos no ar, como se golpeasse algo com a sua "espada". As crianças deixaram escapar um "Ohhh", e continuavam sorrindo. -E nada poderá me deter, porque agora eu sou Emma Swan. -ela parou em cima do sofá, um pé no braço do móvel e a mão com a "espada" erguida. Um olhar determinado no rosto e um sorriso que contagiou todas as outras crianças, que agora já haviam se levantado e estavam eufóricas olhando para Emma. -Eu não sou mais um patinho feio, eu sou um cisne de asas grandes e brilhantes, eu sou a Salvadora !–ela completou com firmeza, queria acreditar naquilo tanto quanto as outras crianças pareciam estar acreditando. -Vamos lá, vocês também são cisnes, vocês também podem ser salvadoras, usar espadas e lutar com dragões. Vamos se juntem a mim. -ela completou e pulou no chão de novo, as outras crianças se juntaram na brincadeira, seguraram almofadas, e agora a infância já havia voltado a elas. Brincavam, jogavam almofadas umas nas outras, riam como a tempos não faziam.

A brincadeira só foi interrompida quando a mulher que tomava conta delas entrou na sala e viu a bagunça que estavam fazendo. Mas ela não as repreendeu, apenas riu e pediu para que parassem. Não podia machucá-las mais ainda.

–Hey, hey crianças, vamos parar com essa bagunça. -ela falou passando entre elas e rindo. -Crianças, eu trouxe um lanchinho pra vocês. Será que ninguém aqui vai querer ? Vão preferir almofadas ? -ela perguntou de maneira divertida colocando as mãos na cintura e olhando para todos com um sorriso divertido no rosto. -Então, alguém aí quer cupcake ?

–EU ! -mais uma vez gritaram em coro, enquanto largavam as almofadas e as réguas no chão, inclusive Emma. Logo a mulher trouxe uma bandeja cheia de cupcakes e cada uma pegou o seu, tornando a se sentar no meio da sala logo em seguida.

–Eu adorei a sua história Emma, podemos contá-la de novo na hora de dormir ? -uma das crianças perguntou enquanto comiam seus cupcakes, e logo foi seguida das outras perguntando o mesmo junto dela.

–Claro que sim. Podemos contar sempre que quisermos, sempre que nos sentirmos sozinhas, porque assim nos lembraremos que somos cisnes e não patinhos feios, e mesmo sem uma família nós somos alguém, nós podemos conseguir algo na vida. -ela deu um sorriso sincero para todas as outras crianças que lhe retribuíram da mesma maneira. -E se um dia eu sair daqui e conseguir encontrar meus pais nesse reino e salvar a todos, eu volto para buscar vocês, eu prometo. -ela completou e todas as crianças se levantaram e foram até ela, deram um abraço todas juntas, um abraço que selava aquela promessa. -Vocês acreditaram em tudo, né ? De verdade.

–De verdade e de coração. -uma delas respondeu e as outras a acompanharam. Emma apenas sorriu antes de dizer.

–Por enquanto, nós somos uma família. -e tornaram a se abraçar todas juntas. -E de agora em diante me chamem de Emma Swan, se quiserem podem usar o mesmo sobrenome que eu. -ela completou e todas riram juntas dizendo que iriam usar o sobrenome.

–Quem aí quer suco ? -a mulher voltou interrompendo o momento e todas gritaram um "sim" enquanto se levantavam e iam até ela.

Emma apenas olhou elas correrem, então pegou seu cupcake ainda inteiro e foi até uma das janelas do orfanato, se apoiou nela e pensou na história que havia contado. Ela queria acreditar em tudo aquilo que disse, queria acreditar que ela era aquela Emma, aquela pequena salvadora. Se isso passava só de uma imaginação fértil ou não, ela não sabia, mas sabia que dessa maneira ela trouxe esperança para todas aquelas outras crianças. Torcia para que aquela garota que mexeu com ela mais cedo fosse adotada, pois ela sabia que no fundo ela se sentia igual a todas as outras, se sentia uma garota perdida. Sabia também que a promessa que havia feito não era mentira, se um dia ela pudesse, ela voltaria por todas as outras.

Então apoiada na janela olhou seu cupcake cheio de estrelinhas coloridas de açúcar em cima, fechou os olhos e então fez um pedido. Desejou que em algum lugar, toda aquela história fosse verdade e que ela e as outras crianças não ficassem mais sozinhas no mundo. E dessa maneira sorriu, o brilho voltou aos seus olhos verdes e ela enfim comeu seu cupcake.

Emma pensava que ela havia criado aquela história apenas para lhe preencher o vazio que o abandono deixou em seu peito, apenas para trazer esperanças para aquelas crianças que tanto precisavam. Mas o que Emma não sabia, era que mesmo sem saber ela havia contado a sua própria história. Demoraria muito tempo ainda, alguns longos anos para que ela pudesse descobrir isso, mas durante esse tempo ela continuaria a contando, pensando ser algo inventado, sem saber que era real.

E dessa maneira ela voltou correndo para a sala e se juntou as outras crianças, as festividades daquele ano não seriam tristes, não seriam como nos outros, seria cheio de esperança. E ela ainda não precisaria se preocupar em lutar com dragões e nem com usar espadas, por enquanto era apenas o momento de aproveitar sua infância, da sua maneira, fazendo das réguas sua arma e da imaginação sua casa e sua família, e dela, uma pequena Salvadora.


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Notas finais do capítulo

Awwwn, eu tô emocionada com a história, sinto que ela foi real e me fez tão bem escrevê-la. Apesar de tudo, né ?! kkk Não é fácil escrever sobre crianças que se sentem abandonadas, mas se eu puder dar um pouquinho de esperança pra elas, já ta ótimo. E foi isso que a Emma fez por aqui. Gostaram da ideia do enredo ? Espero que sim, de coração. *-* Se eu conseguir escrever mais alguma coisa, apareço antes da "Semana Ugly Duckling" acabar. :) Aproveitem ela. Deixem reviews !! ♥