POV Austin

No total Rydel e eu passamos três semanas em New York. E como tínhamos que voltar para Miami em algum momento, escolhemos voltar no fim da terceira semana. Isso porque na semana seguinte eu estaria na festa de divulgação do documentário em Miami. Além de todas as entrevistas que eu tinha que eu tinha que fazer também em Miami.

Rydel e eu entramos em um acordo sem precisarmos discutir muito. Eu chamaria Ally para ir à Miami conosco, consequentemente, Carter também. Nós dois adoramos a ideia, poderíamos apresentar os dois aos nossos pais e também ter acompanhante na festa do filme. Mas, o motivo principal, ao menos, por minha parte, é que depois de ter acostumado, eu não aguentaria ficar um dia sequer longe de Ally. Faltavam dois dias para nossa viajem quando fiz essa proposta a Ally.

– Acho que já esperava por isso então, vai para Miami com nós? – perguntei repentinamente a Ally enquanto andávamos tranquilamente por uma rua não muito movimentada.

– Carter e eu? – ela adivinhou e eu assenti.

– Pelo que sei a aula dos dois já acabaram – chantageei e ela concordou sorrindo.

– E quando você pretende viajar?

– Daqui dois dias, no sábado – informei e ela analisou por um tempo. – Minha mãe quer tanto te ver que anulou qualquer possibilidade de vocês ficarem em hotéis – avisei seriamente e ela riu divertida. – Na verdade ela quer te conhecer, já que quando se encontraram conversaram por pouco tempo – lembrei.

– É impossível não querer vê-la novamente, realmente não tive muito tempo para falar com ela. Tenho certeza que Carter também quer então, sim, nós vamos – ela riu e eu abracei a garota rindo do mesmo jeito.

*****

– Não acredito que vocês acabaram de chegar e já vão embora – a mãe de Ally e Carter disse indignada.

– Cuide bem da minha garota – Lester disse me abraçando e eu sorri concordando. – Cuide do meu garoto – ele brincou pedindo o mesmo a Rydel eu ri.

– Pode deixar – Rydel concordou rindo enquanto Carter gritava indignado com seu pai.

Os dois irmãos se despediram dos pais rapidamente e logo depois nós entramos no táxi que nos esperava. Já havíamos nos despedido de Trish e Dez no dia anterior. Os dois estavam realmente juntos e isso nos deixou felizes. Havíamos deixado para nos despedir dos Dawson apenas agora porque foi tudo em cima da hora. E as malas que Ally e Carter haviam acabado de desfazer tiveram que ser refeitas.

Nós chegamos ao aeroporto em pouco tempo. A maioria da equipe que era de Miami já havia voltado para a cidade e os que não eram, iriam para lá, a fim de participarem da festa de encerramento e também de divulgação do filme.

No momento em que chegamos ao aeroporto eu não fiquei surpreso com o que encontrei. Muitas fãs da cidade toda estavam lá. Ally arregalou os olhos e me olhou com receio.

– Sabia que tudo estava fácil de mais – brinquei e Ally riu. Mas, era verdade, pois não foram muitas as fãs que correram atrás de mim nessa cidade.

Assim que Rydel abriu o táxi para sair os seguranças começaram a controlar as fãs para tentar deixar minha irmã passar por todas aquelas pessoas. Carter a ajudou já que ele é maior. Sai primeiro que Ally e estendi a mão para ajuda-la. Sabia que aquele gesto não passaria despercebido por muita gente, mas eu não deixaria minha garota ser puxada para o meio de todas aquelas fãs.

O segurança me ajudou a chegar ao balcão dentro do aeroporto enquanto eu ainda puxava Ally comigo. Nossas malas foram trazidas logo em seguida por seguranças também.

– Tudo bem? – perguntei a Ally e ela correu uma mão pelo cabelo.

– Acho que puxaram meu cabelo – ela riu e eu fiz o mesmo.

Depois de confirmar tudo para o voo nós entramos às seis da tarde. Como era um voo muito longo chegaríamos apenas as seis do outro dia. Um voo longo que nos deixava apenas ansiosos, fazia mais de seis meses que eu não pisava em Miami, era bom voltar para lá.

*****

A vantagem de chegar tão cedo em Miami é que não havia nenhuma fã. Eu as adorava, mas às seis da manhã era um pouco demais. Carter e eu tivemos que praticamente arrastar Rydel e Ally, pois as duas estavam morrendo de sono. Não é pra menos, é seis da manhã.

Não foi difícil achar um táxi já que estávamos em um aeroporto e eu agradecia por isso. Assim que entramos Ally deitou em meu ombro e sua respiração passou a ser constante e leve que me fez ter certeza que em poucos segundos ela dormia. Essa cena me lembrou de quando dormimos também em um carro após o primeiro show que fizemos.

Eu havia falado o endereço ao motorista e como era um pouco longe Ally conseguiu dormir um pouco. Observei Miami enquanto o sol nascia e percebi a saudade que tinha dessa cidade.

– Estou desconfiado que elas tomaram sonífero em algum momento – Carter sussurrou e eu ri silenciosamente.

– Espero que seja forte – avisei e ele garantiu que é.

Isso porque eu tenho certeza que Ally e Rydel não andariam por conta própria. Minha irmã quando dorme ninguém consegue acordar, ela tem que acordar por conta própria. Saí do carro primeiro e paguei o motorista. Ele me ajudou a colocar as malas na frente da porta e eu agradeci. Bati na porta porque se as coisas continuassem iguais, meus pais já estariam acordados se preparando para trabalhar.

Carter pegou minha irmã como se ela fosse uma pena. Ri e fiz o mesmo com Ally. Ela apenas suspirou e continuou dormindo. A porta foi aberta meus pais apareceram. Os dois sorriram ao nos ver com as duas dorminhocas.

– Nós pegamos as malas, podem ir. – meu pai avisou.

– São os dois quartos de hóspedes para os dois – minha mãe avisou. Carter e eu sorrimos em agradecimento.

– Tenho a impressão que arrumamos namoradas que gostam de dormir – falei passando por meus pais e os dois riram.

– Não reclame, essa é sua irmã – Carter retrucou rindo.

– Digo o mesmo – falei e nós dois nos controlamos para não rir alto.

Subimos as escadas e eu avisei qual era o quarto de Rydel. Entrei no primeiro quarto de hóspedes que ficava ao lado do quarto da minha irmã. Coloquei Ally delicadamente na cama. Tirei suas sapatilhas e encontrei uma coberta no guarda roupa. Estendi sobre Ally e beijei sua bochecha. Ally suspirou e eu sorri.

Encostei a porta do quarto e encontrei Carter fazendo o mesmo. Nós dois descemos e encontramos todas as malas já na sala. Adivinhei que meus pais estariam na cozinha então guiei Carter até lá.

– Estou tão feliz por vê-lo de novo – minha mãe falou me agarrando. Ri e retribui seu abraço.

– Também estou feliz – garanti. Abracei meu pai e ele reclamou que eu deveria fazer turnês menores, mas claro, era apenas brincadeira.

– Quanto tempo Carter – minha mãe falou o abraçando e ele retribuiu.

– Sim, muito tempo – ele concordou.

– É bom te ver garoto – meu pai falou para Carter e eu imaginei que ele estaria aliviado, ao menos eu ficaria se estivesse em seu lugar. Estava descobrindo como era ter um sogro.

– Filho eu já havia gostado de Ally na primeira vez que a conheci e agora passei a gostar mais ainda. – minha mãe falou e eu a olhei confuso – A menina não tem medo de te dar trabalho diferente de algumas garotas fúteis que já tentaram entrar em sua vida – ela explicou.

Ri e tive que concordar. Ally realmente era muito diferente e tinha Carter ali para confirmar isso. Nós quatro conversamos mais um pouco antes de eles anunciarem que iriam para loja.

– Tem tudo aqui para tomar café meninos – minha mãe avisou.

– Acho que vamos dormir um pouco e depois tomamos café – falei e Carter concordou.

Ela concordou e avisou que os dois voltariam no almoço. Quando os dois foram embora já passava um pouco das sete.

– O seu quarto é na frente do de Ally – avisei Carter quando começamos a subir as escadas. Meu quarto era de frente para o de Rydel então ficava ao lado do de Carter.

Entrei no quarto que há muito tempo não entrava e tirei o tênis me jogando na cama. Fechei os olhos e dormi do mesmo jeito que cai nela.

*****

Acordei e nos primeiros momentos estranhei onde estava até lembrar onde estava. Fiquei alguns segundos observando o quarto que não havia mudado nada. Olhei no relógio que ficava ao lado da cama e constatei que não havia dormido muito. Ainda era nove e meia da manhã.

Depois de renovado, roupa nova, cabelo praticamente novo, saí do quarto. As portas de Rydel e Ally estavam abertas mostrando que elas não estavam ali. Desci as escadas e antes mesmo de chegar à cozinha ouvi a risada das duas.

– Bom dia – desejei vendo as duas e fui ao lado de Ally beijando-a em seguida. Carter entrou no lugar e fez a mesma coisa com minha irmã.

E foram assim as manhãs das duas semanas que seguiram. Meus pais se encantaram por Ally. Ela ajudava minha mãe em tudo e isso só a deixava ainda mais feliz pela nora que tinha. E Carter havia conseguido a aprovação que provavelmente já tinha.

A festa naquela mesma semana foi um sucesso. Todos nós nos divertimos e o cinema estava lotado por quem havia desejado ver tanto aquele filme. O documentário fez tanto sucesso quanto a turnê e eu gostei disso, as pessoas estavam conhecendo um pouco a mais de mim.

Os dias eram divertidos com os três, mas nós não saiamos muito, nada mais justo depois de um pouco mais de seis meses de uma turnê mundial, a qual acabou resultando em uma paixão que eu nunca pensei viver.