Sobrevivendo pela Sorte escrita por Alexyana


Capítulo 20
Capítulo 20 - Egoísta.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem? Nem acredito que já estamos no capítulo 20! Parece que foi ontem que eu estava escrevendo o primeiro capítulo... Enfim, como prometi aqui está o capítulo adiantado! Espero que gostem, até.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/471433/chapter/20

"Bones are sinking like stones

All that we fall for

Homes places we've grown

All of us are done for"

– Don't Panic, Coldplay

Desespero. Medo. Terror. Foi isso que eu senti quando acordei com os gritos. E provavelmente os autores dos gritos sentiam o mesmo. Logo foi se ouvido o “gongo” anunciando que há algo de errado, então me levanto correndo da cama, caindo no chão quando percebo - tarde demais- que estava no beliche de cima. Pego minha pistola em cima da cômoda, junto com a adaga e calço meus coturnos.

Vejo que Carl não está mais aqui, e isso me desespera. Saio correndo pelos corredores, já que aparentemente não foi nesse bloco que ocorreu o ataque, ainda bem. Saio no pátio onde encontro Rick, Daryl, Sasha e mais algumas pessoas. Vejo Carl correndo em direção ao portão, onde Mich está, e me tranquiliza saber que ele não está no D.

Entro junto com os outros no bloco, e vejo que a situação não é nada boa. Preparo minha adaga, já indo em direção de um zumbi logo a minha frente, seguido por outro e mais outro. Tenho consciência que eles eram nossas pessoas, mas procuro não tentar reconhecê-los. É melhor assim.

Sinto mãos em meus braços, e vejo que é um zumbi que antes fora Sra. Julinez. Não tenho tempo de pensar e ouço um tiro, e logo o zumbi cai aos meus pés. Olho para cima e encaro Carol, que já tem sua arma abaixada. Manejo com a cabeça, em um agradecimento silencioso, que é retribuído com um leve sorriso, que desaparece tão rápido quanto apareceu.

Olho para o lado e vejo uma garota loira, aparentemente da minha idade, com dois zumbis quase a mordendo. Corro até ela e cravo minha adaga na cabeça pútrida de um, e rapidamente já vou em direção ao outro.

– Obrigada. – agradece. Seu olhar se foca em um homem gordo que sendo carregado por Carol. – Pai!

Corro atrás dela, entrando em uma cela onde o mesmo homem está deitado na cama. Vejo uma grande mordida em seu braço esquerdo, que não é nada agradável de ver. Há outra garota aqui também, mais nova e loira igual à irmã. Reconheço-a como sendo Mika, e a garota que ajudei Lizzie.

– Pai... – murmura a garota mais nova. –Temos que chamar Dr. Caleb!

– Meu bem, ele foi mordido, um médico não pode ajudar. – responde Carol carinhosamente.

– Cuide da sua irmã. – sussurra fracamente o homem, segurando a mão de Lizzie.

Sinto que esse é um momento intimo demais para minha presença, então resolvo sair. O bloco está totalmente destruído, com corpos mortos no chão, mas aparentemente nenhum se mexendo. Vou andando vagamente em direção ao pátio, onde encontro Maggie apoiando Michonne, junto com Carl.

– Ei, é melhor ficar pra trás. – avisa Rick, mas Carl o desobedece e abraça o pai. Eles murmuram coisas que eu não consigo ouvir.

– Kath! – exclama Carl ameaçando de vir em minha direção, mesmo com o olha desaprovador de Rick ele me abraça, e eu retribuo de volta.

– Linda roupa. - murmura zombeteiro. Então paro para observar minhas roupas, que se resume em uma calça de moletom e uma camiseta dos Smurfs ensanguentada. Fashion não é exatamente o que me define.

– O que aconteceu? – pergunta Maggie ainda ajudando Michonne.

– Patrick ficou doente ontem à noite, um tipo de gripe que age rápido. Achamos que ele morreu e atacou o bloco de celas. – Informa Rick. Encaro-o assustada, juntamente com Carl. Patrick... – Olha, eu sei que ele era amigo de vocês, ele era um bom garoto. Perdemos muitas pessoas boas.

– Glenn e seu pai estão bem, mas estiveram lá dentro. – diz Rick para Maggie. – Vocês não devem chegar perto de ninguém que pode ter sido exposto, pelo menos por um tempo.

Essa informação faz com que Carl e eu trocamos olhares. Não posso ficar perto dele, ai meu Deus. Eu não posso ficar perto da pessoa que eu mais amo! Antes que possamos fazer algo, Rick já mandou Carl seguir Maggie e Michonne para dentro do C.

– Acalme-se Kath, vai ficar tudo bem. – diz Rick colocando um braço em volta dos meus ombros, me confortando.

–-------------------------------------------------------

Fico até a tarde ajudando as pessoas do bloco D a se estabilizarem. Aparentemente é uma doença letal que se espalha rápido, e todos do bloco e que tiveram contato – no caso eu - estão vulneráveis. Qualquer pessoa que tossir ou até se sentir mal está infectado, e temos que ficar longe dos outros, ou no meu caso: longe de Carl.

Depois de algumas horas as verdadeiras consequências apareceram: tosses, pessoas desmaiando, e eu presenciei grande parte desses incidentes. Fui encarregada de levar essas pessoas para o bloco A –também conhecido como correndo da morte, irônico- para que possam ficar isoladas dos outros que não apresentaram os sintomas.

Passei esse tempo todo ignorando a grande possibilidade de que eu posso ficar doente. Eu nunca fui uma garota com saúde frágil, mas com o apocalipse as coisas mudam, principalmente nossa saúde.

Porém, até agora nenhum sintoma disse olá para mim, e estou sendo obrigada a usar um lenço. E isso esta sendo uma tortura, já que por ventura tem cheiro de Carl. Carol me disse que ele está indo para o bloco administrativo, e isso quer dizer que ele ainda não foi, o que me leva a crer que ele está na nossa cela.

Eu sou egoísta. Se não fosse por esse egoísmo – que eu não me orgulho nem um pouco- não estaria indo escondida até nossa cela apenas para vê-lo.

Corro pelos corredores rapidamente, mesmo estando realmente difícil respirar. Estou torcendo para que seja apenas graças à mordaça. As pessoas que encontro no caminho estão pouco se importando para o que estou fazendo e onde estou indo, já que estão preocupados com suas próprias vidas.

Depois de algum tempo chego ao nosso grupo de celas, vejo Beth e Willian ao longe junto com Judith. Sinto-me extremamente culpada por estar perto deles, correndo o risco de infecta-los. Entro correndo em nossa cela ofegante. Carl, que estava arrumando suas coisas, levanta a cabeça assustado.

–Kath? O que está fazendo aqui? – pergunta ele, mas noto que está feliz. Controlo a vontade imensa de abraça-lo e beija-lo.

–Sim, eu precisava te ver. – minha voz soa abafada graças ao lenço. – Essa coisa tem seu cheiro, não é fácil.

Isso faz com que ele ria, mas logo adquire novamente a expressão séria.

– Estou preocupado com você, e com todas essas pessoas. – fala ele se aproximando.

– Eu também. – digo. Ouço barulho de pessoas passando lá fora. – preciso ir.

– Eu te amo, ok?

Mas antes que eu possa retribuir sinto que todo ar foi arrancado dos meus pulmões. Meus joelhos fraquejam, e uma onda de tosse me atingi, como se todos meus órgãos – principalmente pulmões- estivessem sendo arrancados de mim. Levo minha mão a boca, e quando essa horrível sensação de quase morte passa, encaro-as, e o que vejo faz meu mundo desabar. Sangue.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? Kath, Kath... Comentem! É hiper mega importante para mim saber o que meus leitores estão achando.