Disturbia escrita por Flávia Rolim, Ana


Capítulo 13
XIII - Enquanto Você Dormia


Notas iniciais do capítulo

Boa noite amores!
Acabei de escrever a conclusão do caso Sarah/Dean... espero que gostem. Agora, a perguntinha que não quer calar, será mesmo que depois de tudo isso, vai acabar a briga entre eles ou só vai aumentar? Eu aposto em aumentar... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

(Me dá um dó do Sam... tadinho)

A música que inspirou o capítulo foi "Rock of Ages - Def Leppard" e para quem quer ouvir, eis o link: https://www.youtube.com/watch?v=y4CZfac0N0E

Xícara de Café: Sua lindaaaa!! Obrigada pela recomendação, garota!! Eu, sem mentira alguma, dei pulos em frente ao computador de tanta alegria, especialmente ontem que meu dia foi super difícil e estressante. Quando entrei no Nyah e vi sua recomendação, meu coração se encheu de alegria. Obrigada mesmo. Dessa forma, te dedicamos o capítulo... =D



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A garota se calou quando percebeu que Sam nem ao menos piscava.

– Você fez isso? Como pôde? – Encarou o irmão seriamente e se levantou. – Justo você que sempre me disse que era o nosso dever proteger as pessoas. Usá-las como isca não é proteção, Dean. – O loiro fez menção de falar, mas foi interrompido. – Engraçado, agora eu me lembro porque fiquei sem falar com você.

– Sammy...

– Não me chame assim. – O moreno o olhou friamente. Pegou Sarah pelo braço e os dois subiram para o andar de cima. Ele gostaria de saber mais sobre o que aconteceu depois dali.

...~...

Sarah fechou a porta do quarto e cruzou os braços. Não queria aquele clima na casa, ainda mais por uma coisa que era dela e de Dean. Maltratar Sam ou fazê-lo ficar triste era uma coisa que ela não desejaria nunca.

– Eu não sabia que ele havia feito isso. – Ele encarou a loira que se aproximou e sentou-se ao lado do rapaz.

– Eu me arrependi de ter contado, deveria ter me controlado. – Ela respirou fundo. - mas eu estava com tanta raiva em ter aquilo reprimido dentro de mim que, simplesmente, as palavras escaparam de minha boca. Desculpe-me, Sam.

– Não. – Ele olhou para a mulher. – Eu é que devo desculpas. Em meu nome e em nome do meu irmão.

– Você é um anjo, não tem de que se desculpar. – Ela sorriu e deitou a cabeça no ombro do rapaz. – Sabe, a única pessoa que deve ficar chateada com o Dean, sou eu. Não quero você brigando com ele.

– Sarah, ele fez com que você se machucasse. Olha a marca que ele deixou em você. – O rapaz tocou na cicatriz do pescoço de Sarah e a mulher se arrepiou completamente ao ser tocada. Sam percebeu a reação dela e se afastou. – Ele foi um babaca.

– Esse apelido caiu bem, mas não fique chateado com ele. – Ela puxou o rosto de Sam para encará-la. – Por mim.

– Por você. – O rapaz sorriu e deu um beijo na testa da mulher. Desceu as escadas para falar com Dean. Pedir desculpas pela grosseria, mas encontrou apenas um bilhete que ele havia deixado.

“Vou atrás desse vampiro desgraçado e dessa vez, vou fazer a coisa direito. Ele não vai pegar a Sarah outra vez, é uma promessa.”

...~...

Sarah e Sam entraram na mata atrás de Dean. Que idiota ele pensar que poderia dar conta da coisa sozinho. Os dois carregavam facões extremamente afiados e vinagre, dessa vez o serviço seria completo. Chegaram ao local o mais rápido que conseguiram e encontraram Dean com uma pá nas mãos e cavando uma cova.

– O que pensou em fazer, idiota? – Sarah se aproximou furiosa.

– Como eu disse, eu matei a coisa. – Dean segurou um crânio em suas mãos e o ergueu, mostrando para os outros dois. – Isso nos leva a um segundo ponto: O que foi que vocês viram?

– A mesma coisa de antes, com certeza. – respondeu Sam.

– Não pode ser, até porque eu estou mostrando a prova para vocês. – Assim que Dean se calou, um grito de dor, não de dor física, mas de dor na alma, ecoou pela floresta.

– O que foi isso? – Perguntou a loira.

– Talvez a resposta que estávamos procurando. – respondeu Dean e viu uma sombra se mover rapidamente pela floresta. Largou o crânio no chão e segurou o facão com força. Sam e Sarah se aproximaram dele, prontos para proteger um ao outro. Eles observavam tão apreensivos, aquela coisa correndo no meio da floresta, que só foram perceber as outras duas sombras quando elas cercaram os três. Um para cada.

A que parou em frente a Dean, retirou o capuz da cabeça e os longos cabelos negros caíram por sobre os ombros. Era uma mulher extremamente bonita, exceto pelos olhos vermelhos sangue. A que parou em frente a Sarah, também revelou sua fisionomia, o que assustou a loira, porque era apenas uma adolescente. Para Sam, restou o homem, tão alto quanto ele.

– Você está certa disso, Cassie? – perguntou o homem.

– Absolutamente. – respondeu a que encarava o loiro. – O papai se alimentou da garota e foi morto por esse aqui. O grandão chegou depois, com um velho e outro jovem. Eu conheceria o cheiro deles a distância.

– Ah, entendi. – Dean sorriu. – Vingança?

– Cala a boca. – gritou Cassie. – Éramos crianças quando você matou o nosso pai. Tivemos que nos virar sozinhos e acredite, essa vida para três Kathakanos, é bem difícil.

– Se aproxime que curaremos a sua dor. – Sarah encarou a mulher e sorriu.

– Vocês é que vão sentir dor. Muita dor. – A mulher respirou fundo e a fisionomia dos três vampiros mudaram radicalmente, para aquela que Sarah conhecia bem. Eles correram para cima dos caçadores que tentaram, a qualquer custo, impedir que fossem mortos por aquelas coisas.

A primeira a dar cabo de um deles foi a garota loira, que decepou a cabeça da adolescente, mas para seu azar, a cabeça caiu próxima do corpo e segundos depois, estava grudada a ele outra vez.

– Tem que separar a cabeça do corpo. – gritou Dean impedindo que a mulher lhe mordesse o pescoço.

– Eu sei, gênio. – Sarah segurou novamente o facão e quando foi para cima da vampira outra vez, não percebeu que o homem havia nocauteado Sam e corria na sua direção. Ele segurou a garota e a arremessou contra uma arvore. Os dois seguiram até ela e a atacaram. O homem lhe mordeu o pescoço enquanto que a menina mordia-lhe o punho. Sarah lutou com toda a força que tinha e conseguiu afastar a garota, mas o homem só a largou quando Sam cortou-lhe a cabeça.

A vampira adolescente correu na direção de Sam, mas teve a cabeça cortada por Dean que já havia dado conta da mulher que lutava com ele.

Sarah encostou-se na arvore e segurou o ferimento no pescoço. Não era tão grande quanto o primeiro, mas era suficientemente grande para fazer com que a roupa da loira se encharcasse de sangue.

Sam correu até ela e amarrou um pedaço de pano no punho da garota que também sangrava. Dean mergulhou as cabeças em uma espécie de panela grande, que continha vinagre. Depois aproximou-se dos outros dois.

– Sarah, você está bem? – perguntou ele e a mulher negou com a cabeça.

– Água. – pediu ela só mexendo os lábios. O que resultou em um maior sangramento. – Me traz água, agora.

– Aqui. – Sam entregou o cantil de água benta que sempre levava no bolso da calça.

Imperium... – começou ela a falar, mas ficou tonta, por causa da perda de sangue continua.–... at sanitas. – A água tomou a cor alanranjada e Sam jogou nos ferimentos dela. Imediatamente a pele fechou e a cor da garota, que já estava branca como papel, retornou. Ela respirou fundo e encarou os dois homens. – Me lembra de prestar mais atenção em meu pescoço da próxima vez. Estou cansada de ser mordida.

Sam respirou aliviado quando percebeu que ela ficaria bem. Dean não podia evitar que as cenas da noite, em que tiveram o primeiro encontro com esse tipo de vampiro, voltassem com bastante força para atormentá-lo.

– Vamos dar o fora daqui. – Dean encarou os outros dois e seguiu em direção a casa de Bobby.

Sarah e Sam olharam a cena ao redor e respiraram fundo. Agora havia acabado de uma vez.

...~...

Quando todos chegaram, já passava das seis da tarde e cada um foi fazer aquilo que lhe convinha. Sam resolveu recolher-se mais cedo, havia sido nocauteado e precisa descansar. Sarah havia tomado um banho e buscava alguma coisa na geladeira para comer. Estava realmente desligada e por isso, não percebeu que Dean a olhava seriamente. Ao virar-se, quase teve um ataque, por causa do susto.

– Nunca faça isso com uma bruxa. – Ela gritou de susto, deixado o copo de suco cair no chão e se espatifar. – Eu posso transformar você em um maldito sapo.

– Essa eu queria ver. – o loiro sorriu. A garota buscou o pano de prato e se abaixou para secar o chão e catar o vidro que se espalhou. Dean foi ajudá-la, já que ele foi o causador daquilo.

Ele catou uma quantidade grande de vidro e agrupou em um determinado lugar. Sarah secou o chão e seguiu para apanhar os cacos de vidro, mas acabou se cortando.

– Droga! – ela se levantou e abriu a torneira. Colocou a mão embaixo da água e respirou fundo.

– Deixa eu ver.

– Vai pro inferno, Dean.

– Já fui e não me acostumei. O clima é árido lá embaixo. – Ele puxou a mão da garota e apertou a ponta do dedo dela. – Tem um pedaço de vidro aqui dentro. Eu vou ter que tirar. – Seguiu rápido até o “escritório” de Bobby e pegou uma pinça em uma das gavetas, voltou até a garota e, delicadamente, retirou o vidro. Enrolou com um pedaço de gaze e colocou esparadrapo. – Nova em folha. – Sarah o olhava ainda com cara de raiva, não conseguia perdoar em hipótese alguma, até porque, as lembranças não a deixava. – Um obrigado cairia bem.

– Eu não lhe devo nada, nem um obrigado.

– Eu estou tentando, okay? – ele ficou sério. – mas você parece não querer me ouvir.

– Você quer que eu engula as suas desculpas e esqueça do que aconteceu. Aquilo me marcou, Dean, e não foi só uma cicatriz.

– Eu não acredito que você ainda pensa que eu te usei como isca.

– Agora vai me dizer que não?

– Eu vou dizer, porque não ocorreu.

– Você é um filho da mãe. – a garota fez menção de deixar a cozinha, mas o loiro a agarrou pelo braço.

– Toda vez que temos uma conversa do gênero, você foge.

– Quer saber por que eu “fujo”? Porque se eu ficar, eu não respondo por mim.

– Okay, então vamos fazer do jeito que você, como bruxa, sabe. – O homem largou o braço da loira e seguiu até o sofá, pegou o grimório e entregou para ela. – Andei dando uma lida nessa coisa e na pagina 459 tem um feitiço onde o bruxo consegue entrar na mente de outras pessoas e vê as suas memórias, como se estivesse acontecendo naquele exato momento. Eu vou deixá-la usar esse feitiço em mim e ver que eu não estou mentindo. – Sarah respirou fundo e a cara carrancuda, relaxou. – Vamos lá, eu estou pronto.

Ela abriu o livro na pagina que ele mandou e lá estava o feitiço. Ela respirou fundo.

Ostendat memoriae. – Pronunciou Sarah o feitiço que significava “Mostre sua memória”. Os olhos de Dean tornaram-se brancos e na mesma hora, os de Sarah também. A garota se viu novamente naquela mata, em 1998.

Flashback, 1998 (Salvation – Iowa)

Dean observou o corpo do vampiro tombar para o lado, antes que tivesse reação para fazer qualquer coisa. Elevou suas vistas até a garota caída no chão e não percebeu o sangue que escorria do enorme talho. Achou apenas que ela havia ficado com medo da coisa e desmaiado.

– Ei, Sarah! – Ele se aproximou, abaixou-se ao lado dela e a sacudiu. – Vamos logo, eu matei a coisa. Acorda. – O loiro a sacudiu com mais força e só parou quando percebeu que tocava em algo úmido e pegajoso. Esticou-se até a lanterna e clareou a sua mão e abismou-se quando a viu completamente ensaguentada. Entrou em desespero imediatamente.

Não esperava que as coisas fugissem do seu controle, como fugiu.

Para piorar, ele ouviu as vozes de Sean, Bobby e Sam que chamavam por ele e por Sarah. Segundos depois, os três apareceram na clareira.

– Dean? – Bobby levou a luz da lanterna até a coisa, morta no chão. – O que vocês tinham na cabeça quando resolveram... – O homem parou de falar quando percebeu que Dean apoiava Sarah no colo e que ela sangrava muito. – O que aconteceu? – O velho caçador correu até Dean e o tirou de perto da garota. – Filha, acorde. – Ele tocou no braço dela. – O que você fez?

– Nada, eu juro. – O loiro respirou fundo. – Eu já tentei de tudo, mas ela não acorda. – Ele olhou para os outros dois jovens que pareciam petrificados, até que Sam correu até Bobby, quando finalmente se deu conta da situação, e Sean correu até Dean, sem que o jovem caçador percebesse. Levou um murro na cara, dado pelo irmão de Sarah, e foi posto contra uma arvore.

– Como o mais velho, era obrigação sua protegê-la. – Ele gritou a todo o pulmão. – Esse murro foi só um aviso. Se ela morrer, que Deus me ajude, porque eu mato você.

– Sean, vai buscar o carro e vem nos encontrar no caminho. Temos pouco tempo e você será mais rápido que eu. Ela precisa de um médico agora ou não vai resistir. – O rapaz soltou Dean e correu de volta, em direção a casa. – Dean, limpe a sua bagunça.

...~...

Sam, Bobby, Sean e Dean, que foi para o hospital depois de dar fim ao corpo do vampiro, estavam sentados na sala de espera. Já fazia quase cinco horas e eles não tinham nenhuma noticia do estado de saúde de Sarah. Isso até o médico aparecer na porta.

– Quem é o responsável por Sarah Elizabeth Miller Singer?

– Sou eu. – Bobby se levantou rapidamente. Sean e Sam vieram logo em seguida. Dean foi o único que permaneceu sentado.

– Devido a laceração de alta gravidade, houve uma hemorragia grau quatro. – O médico respirou fundo. – Eu vou ser sincero com vocês, eu não sei como ela está viva. Ela perdeu mais de 2000ml de sangue e isso é extremamente critico para uma menina com o peso dela. Ela entrou em coma e está com uma lesão na oitava vértebra cervical, o que a paralisou da cintura para baixo.

– Ela vai voltar a andar? – perguntou Sean.

– Só poderemos saber quando ela acordar. – ele encarou o jovem. – Se ela acordar.

– Se? – perguntou Sam.

– Estamos fazendo tudo o que podemos. Suturamos o corte, o que vai deixar uma grande cicatriz, tentamos a reposição com cristalóides, mas não obtivemos êxito, então passamos para a transfusão de sangue. Quem decide se ela vive ou não, a partir de agora, é ela mesma e Deus. Ela é forte e está lutando para não morrer, mas está sendo difícil para ela. Preciso que vocês sejam realistas.

– Poderemos vê-la, doutor? – Perguntou o mais velho.

– Ainda estamos tentando estabilizá-la. – Ele tocou no ombro de Bobby. – Avisaremos quando ela estiver liberada para receber visitas. – O homem olhou para os quatro naquela sala e deixou o lugar. Bobby sentou-se na cadeira outra vez e os meninos fizeram o mesmo. Eles encararam Dean seriamente, o que fez com que o loiro se levantasse e fosse dar uma volta pelo hospital.

Mais três horas depois, o médico retornou dizendo que haviam liberado a visita. Sean não permitiu que Dean entrasse no quarto, o que deixou o rapaz extremamente chateado, ele queria ver Sarah também. A realidade era que ele precisava.

...~...

Quando o horário de visita acabou, todos voltaram para a casa de Bobby e esperaram pelo dia seguinte, torcendo para que Sarah sobrevivesse por aquela noite. Segundo o médico, se ela conseguisse, as chances dela sair disso aumentavam em quarenta por cento. Sean, que era amigo de Dean, o olhava com ódio e nem sequer dirigia a palavra para ele. Bobby também passou a evitá-lo, falando apenas o essencial. Sam nem sequer o encarava e quando o fazia, era apenas para brigar e culpá-lo pelo que aconteceu. Mesmo que ele não soubesse, ao certo, o que havia acontecido.

O rapaz se sentia péssimo com aquele acidente. Está certo que ele não poderia ter deixado Sarah sozinha, mas se ela tivesse seguido o que ele havia dito, nada daquilo teria acontecido. Ele estava arrasado e precisava vê-la a qualquer custo e com isso, resolveu ir ao hospital visitá-la, sozinho e fora do horário permitido. Pegou a bicicleta e pedalou até lá.

Entrou sorrateiramente no lugar e se escondia toda vez que alguém da equipe médica, passava. Depois de cerca de dez minutos, entrou no quarto 4102. Paralisou ao ver Sarah naquele estado.

O aparelho de medição de freqüência cardíaca, apitava compassadamente, a mangueira de soro estava novamente ligada a ela e já estava quase no final, o que revelou a Dean que ele tinha pouco tempo para estar ali. Ele se aproximou da cama e observou a garota em coma.

O corte havia sido suturado e coberto por um curativo. Da garganta dela, saia um tubo que levava ar até os seus pulmões e por mais que aquela situação fosse tensa, ela dormia tranqüila, igual a um anjo.

Dean puxou uma cadeira e colocou bem perto da cama. Segurou na mão da garota e começou a falar.

– Me desculpe, Sarah! – Dean sentiu seu peito queimar e seus olhos se encheram de lágrimas. – Eu sei que a culpa de tudo isso que você está passando, é minha. Eu deveria ter te esperado, contado o plano e principalmente, não deveria ter te deixado só. Eu só queria que você não encontrasse com aquela coisa na floresta, por isso sai mais cedo. Quando eu te deixei sozinha, foi porque eu já havia colocado o vampiro onde eu queria que ele ficasse. Fiz uma armadilha para ele, um pouco mais na frente. Coloquei um cervo amarrado em uma arvore e o iluminei com uma lanterna. Quando ele estivesse se alimentando do cervo, eu o mataria, mas então, ouvi você chamar meu nome e eu percebi a lanterna acesa em sua mão. Por isso eu a desliguei. Esse vampiro não enxerga bem a noite, precisa de luz para caçar. – Ele respirou fundo. – Porque raios você não deixou a lanterna desligada, como eu a deixei? Por que Sarah? – As lagrimas escorreram. – Eu só queria te proteger, mas falhei. Agora, todo mundo acha que eu te obriguei a ir, que fiz a sua cabeça para que fosse comigo. – Ele parou de falar quando ouviu as vozes de alguns médicos nos corredores. Depois que percebeu que eles haviam ido, continuou. – Seu irmão me odeia agora e Bobby também, disse que eu te usei de isca e isso é um absurdo pensarem. Eu jamais faria isso com você. – Ele tocou nos cabelos da garota. – Sam não fala mais comigo e dentre tudo o que está acontecendo, essa é pior coisa. – Ele enxugou o rosto e se recompôs. – Enfim, eu só vim dizer adeus. Não queria seguir por ai, sem dizer que eu sinto muito. O papai está vindo nos buscar, chega amanhã e eu estou com medo do que vai acontecer de agora em diante, mas eu mereço, não é Sarah? – Ele ficou calado por uns dois minutos, apenas olhando a garota. Depois se levantou e beijou a testa dela, ficando com os lábios ali por alguns segundo a mais. – Adeus Sarah, eu amo você!

O coração da garota, que há pouco estava batendo tranquilamente, deu um salto e o monitor mostrou isso.

A enfermeira do andar entrou no quarto correndo e não percebeu o momento em que Dean esgueirou-se e saiu de lá. Ficou observando pela janela de vidro enquanto ela procurava alguma razão que explicasse aquela alteração cardíaca e não encontrou nada, exceto uma flor, daquelas que crescem no campo, postas nas mãos da garota.

Flashback Off

O feitiço chegou ao fim e Sarah sentiu-se tonta, estava pálida e transpirava bastante. Aquilo consumiu muita energia da garota, que sentou-se no chão sem ter reação alguma. Seus olhos encheram-se de lágrimas e pela primeira vez, desde que estavam ali, Dean viu a garota desabar em um choro. O homem sentou-se de frente para ela e por um tempo, apenas a observou.

– Foi um acidente. – Ele disse quase como em um sussurro. – Eu jamais usaria de isca, a garota que eu amava.

– Todos esses anos, eu achei que havia sido você o culpado e na verdade, a culpa é toda minha. – ela respirou fundo e enxugou as lágrimas. – Se existe um prêmio de maior idiota, ele é meu. Definitivamente.

– Não fale isso, você não sabia. – Dean colocou uma mecha do cabelo loiro de Sarah, para trás da orelha e sem querer, tocou no rosto dela. A garota se esquivou do toque e Dean entendeu o recado. – Agora você sabe. – Ele se levantou e estendeu a mão para que ela pudesse se levantar. Ela segurou e firmou-se. – Eu preciso descansar um pouco, não estou me sentindo bem.

– Quer que eu dê um jeito? – A mulher sorriu. – Me disseram que eu sou boa com o feitiço de cura.

– Não é nada físico. – O loiro respirou fundo. – Boa noite, Sarah.

– Boa noite, Dean.

...~...

Já era dia, quando Sam entrou no quarto do irmão e encontrou o loiro dobrando suas roupas e arrumando-as na mala.

– Vai a algum lugar? – perguntou ele e Dean se virou. Estava distraído e por isso se assustou.

– Tem trabalho em Florence, Alabama. – ele dobrou uma camisa de qualquer jeito e colocou na mala. – Como você e o Bobby estão ocupados com a Sarah, eu vou lá cuidar disso. – Ele pegou outra peça de roupas, mas deixou-a cair quando o seu irmão o abraçou com força.

– Sarah me contou. Eu sinto muito, Dean. – Ele liberou o irmão do abraço e o encarou. – Eu não deveria ter posto sua índole em duvida.

– Não precisava disso.

– Precisava sim. Eu fui um idiota.

– Isso eu tenho que concordar. – ele olhou para o moreno que sorriu.

– Você não vai sozinho para o Alabama.

– Sam, você treina a Sarah em luta e o Bobby em magia. Eu fico o dia todo sentado, enchendo a cara de cerveja e perdendo tempo. Estou enferrujando e preciso voltar a caçar.

– Nós vamos com você.

– Nós quem?

– Eu e Sarah.

– Não pode fazer isso. – O loiro encarou o irmão. – Sarah precisa das aulas de magia.

– E quem disse que ela vai ficar sem as aulas?

– Vai mesmo levar o Bobby conosco?

– Não, você vai treinar ela.

– O que? Eu acho que eu não ouvi direito.

– Sarah e eu, conversamos com o Bobby há uns três dias e percebemos que não poderíamos mais passar tanto tempo aqui. Tínhamos que estar na estrada, onde é nosso lugar. Bobby concordou em passar o treino para você. Só estava achando uma forma de te contar.

– Por isso ele perguntou se eu já fui mestre para alguém. – Dean sorriu. – Acho que eu não seria um bom professor.

– Não pode desistir sem ter tentado. – comentou Sarah, encostada na porta, de braços cruzados. – Não me leve a mal, também não queria ter você como meu professor, mas não posso fazê-los ficar aqui para sempre. – ela sorriu. – Há muita coisa ruim lá fora que precisam ser caçadas. Minha mala já está pronta e agora é só cair na estrada.

– Ótimo. – falou Dean quando a garota deixou o quarto.

– Bem vindo ao time dos professores. – Sam bateu nas costas do irmão e deixou o quarto também. Dean terminou de arrumar sua mala e desceu as escadas com elas. Sam e Sarah já diziam adeus a Bobby e já havia colocado suas coisas no impala.

O velho caçador entregou o diário para o loiro que sorriu.

– Isso não vai dar certo. – falou ele.

– Ela é uma ótima aluna, pega as coisas rapidamente. Não vai ter trabalho. – Bobby abraçou o garoto. – Cuidem da minha menina, okay?

– Deixa com a gente. – respondeu ele e deu tchau a Bobby. Os três seguiram para o impala e se acomodaram. – É isso ai, galera. Agora começa a diversão.

– Coloca o Def Leppard para tocar. – pediu Sarah e o loiro a olhou pelo retrovisor.

– Com todo o prazer. – respondeu ele e colocou a fita no tocador.

– Não você, Sarah. Não deixe o Dean te contaminar. – reclamou Sam.

– Relaxa, Sammy. – Ela assanhou o cabelo do moreno. - Vamos cair na estrada. – gritou a garota e os dois homens sorriram. O impala acelerou, passou pela área onde ficava os carros e deixou o ferro velho. Ainda tinham quatorze horas de viagem, até chegar ao Alabama.

Rise up! gather 'round
Rock this place to the ground
Burn it up let's go for broke
Watch the night go up in smoke
Rock on! Rock on!
Drive me crazier, no serenade
No fire brigade, just-a pyromania

C'mon
(What do you want?) What do you want?
(I want rock'n'roll)
Yes I do
(Long live rock'n'roll)


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Notas finais do capítulo

É isso amores!!!
Beijos enormeeeees!

Suas Deangirls,
Flávia Rolim e Karol!!



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