Your Arms Are My Home escrita por Arika Kohaku


Capítulo 1
OneShot - Your Arms Are My Home


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Meu deus, estive tanto tempo sem escrever sobre Naruto o.O Eu até pensei que a minha chama tinha morrido, mas afinal... afinal li um doujinshi lindo de morrer que atiçou a minha chama e depois esta música: http://www.youtube.com/watch?v=VlrhjSv8ESY
esta musica grita: NaruSasu/SasuNaru a cada estrofe e verso... eu não sei, só sei que tive aquele "feeling" e depois a ideia surgiu e "boom" aqui está esta curta OneShot... Bom, enfim estou a falar demais, amores espero que gostem da leitura e desculpem nao estar a actualizar fics... talvez agora volte a ser mais assidua xD Bom, que tenham um bom momento lendo...

Ps - Por causa do sono nao revi os erros... portanto tem erros, só espero que nao sejam muito grostescos...



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I dive into frozen waves
Where the past comes back to life
If I fear for the selfish pain
It was worth it every time

Ele conseguia vê-lo, enquanto lentamente o mundo falso à sua volta se desmoronava. Conseguia ver aqueles brilhantes olhos azuis, grandes e profundos. Conseguia ver a sua roupa gasta e rasgada da guerra. As marcas na pele. O aspeto de uma dura batalha. Conseguia ver os traços de cansaço, quase que podia jurar que conseguia ver a vida a fugir-lhe pelo sorriso. Quase como sentia a sua própria vida a sair-lhe do peito a cada nova batida do seu coração acelerado.

Estavam os dois parados. Frente a frente. Os seus olhos chocavam observações. O poderoso Genjutsu de Madara despedaçava-se, como um plano de fundo, onde grandes pedaços de vidro se partiam, mas que não caiam no chão, em vez disso, incendiavam-se. O ar encontrava-se repleto de chamas. O campo de batalha da vida real começava aparecer. Cadáveres espalhavam-se pela terra. Pessoas adormecidas, outras que começavam a despertar e eles os dois sintonizados.

A morte de Madara colocara o fim ao seu plano de um genjutsu controlador, Naruto e Sasuke, tinham posto fim àquela realidade falsificada. No céu noturno atrás de nuvens negras e altas a lua perdia o reflexo do olho ocular, o mundo voltava a ser o que era. Cruel, doloroso, mas verdadeiro. Com sonhos. Naruto e Sasuke tinham devolvido a realidade matando Madara. Ambos lado a lado. Ambos feridos e cansados. Ambos sem saber se passariam dali.

Hold still right before we crash
Cause we both know how this ends
A clock ticks 'till it breaks your glass
And I drown in you again

Um forte vento varreu por completo o jutsu e a miragem desapareceu por completo. A realidade estava no sorriso de Naruto e na suposta imparcialidade de Sasuke. Estava nas marcas do esforço que os seus corpos transportavam. No cheiro de sangue, no suor. Nas dores.

O moreno soube que não estava bem, assim que percebeu que o seu nível de adrenalina estava a descer e que o mundo estava novamente bem. O inimigo tinha sido derrotado. Podia descansar. Soltou um pequeno suspiro, como se um peso enorme lhe saltasse da alma. Os seus olhos estremeceram e a visão sobre o sorriso cansado de Naruto ficou borrado, quase como se tivesse névoa nos olhos. Cambaleou e percebeu que não tinha forças sequer para manter mais o equilíbrio.

Fechou os olhos por três segundos e quando os voltou a abrir achava-se no chão com os braços de Naruto ao seu redor. O louro tentara segurá-lo, amparar-lhe a queda, mas o resultado fora ficarem os dois estendidos no chão. Fez um esforço para focar a sua visão. A cabeça doí-lhe apenas por este esforço, mas valeria a pena cada dor só para ver a expressão serena de sorriso calmo com que Naruto o acalentava. Dizia-lhe no silêncio: “Conseguimos Sasuke. Está tudo bem agora. Podemos descansar.”

Cause you are the piece of me
I wish I didn't need
Chasing relentlessly,
Still fight and I don't know why

Uma mão bronzeada, que tremelicava, elevou-se. Subindo ao encontro de uma madeixa negra no cabelo revolto de Sasuke. Pegou na sua ponta e sentiu-a. Mirou-a, como se nunca a tivesse conhecido. Tremendo largou o cabelo e empurrou os seus dedos contra a cara pálida do outro ninja. Havia pequenas arranhadelas, havia manchas de sangue. E naqueles olhos ónix havia também uma história profunda.

A mão caiu, finalmente, sem forças. Já não conseguiria mais tocar em Sasuke. Mas ainda o podia sentir. Eles estavam perto, as suas pernas tocavam-se. Sorriu ao mesmo tempo que os seus olhos se enchiam de lágrimas. Estava a chegar ao fim. Precisava falar, para não se arrepender de nada.

– Eu amo-te Sasuke! – Confessou Naruto. A calmaria à sua volta era uma bênção, mas também uma maldição. Sabiam que tinham caído num mundo só deles. Sabiam que nunca mais sairiam dali. Os olhos de Naruto fecharam, porém o seu sorriso continuava, pequeno agora que sentia a dor do amor. Pequeno agora… As lágrimas desceram. Não desceram como desceriam se eles estivessem em pé, em fez disso desceram pela ponta do seu nariz e morreram na terra.

Descobriu que estava sem voz no momento que mais quis falar e retribuir o que lhe era declarado. Os seus olhos abriram-se espantados, a sua garganta recusava-se a mexer as cordas. “Naruto, eu também te amo. Eu amo-te!” Queria dizer, queria gritar. Mas nenhum som saia. Com mais esforço do que aquele que fazia para manter os seus olhos abertos, Sasuke fez a sua mão escorregar pelo chão e agarrar a mão de Naruto, aquela que caíra depois de lhe mexer no cabelo.

Os olhos ónix piscaram e ele deixou as lágrimas cair. Juntou o seu choro ao de Naruto. Os seus corações nunca tinham estado tão próximos. Nunca se tinham entendido tão bem como naquele momento. Não eram só os punhos da luta que faziam com que se compreendessem, era também a ausência das suas palavras.

“Podemos ir, não podemos? Naruto…”

De olhos fechados, de mãos dadas, eles apenas esperaram até não sentirem mais nada. A calmaria chegou, o silêncio. O nada.

If our love is tragedy, why are you my remedy?
If our love's insanity, why are you my clarity?

oOo


If our love is tragedy why are you my remedy?
If our love's insanity why are you my clarity?

Na escuridão parecia conseguir ouvir a chuva. Parecia conseguir escutar a água a correr, como se tivesse um riacho a correr mesmo aos seus pés. Sentia frio. Sentia-se molhado. Mas não sentia gotas de chuva sobre o seu corpo. Abriu os olhos para não ver nada. Estaria cego?

Sentou-se, apalpou o chão e não sentiu terra, nem pedra, nem madeira. Sentiu um material plano e escorregadio, como uma superfície impermeável. Quis ver. Precisava de ver onde estava. E como se os seus olhos se habituassem à escuridão ele pode ver onde estava. E ele não estava em lado nenhum. Estava num lugar. Num lugar negro, onde de algum lado caia chuva. Uma chuva que não o molhava, mas ele sentia-se encharcado. Levantou-se em desespero. Olhando para vários lados, verificando uma imensidão, onde tudo era igual e sem nada.

– Está ai alguém? – Apenas ouviu o eco da sua voz.

Olhou para as mãos. Conseguia ver a sua pele pálida da mesma maneira como se olhasse para o brilho da lua. Era como se tivesse uma aura à sua volta. Onde estava? Melhor, quem era? Para onde ia? Começou a correr. Tinha que sair dali. Mas como? Não havia portas, não existiam estradas. Correu, andou, recuperou folgo, correu novamente. Sentia-se assustado. Correu, tropeçou, parou.

Walk on through a red parade
And refuse to make amends
It cuts deep through our ground
And makes us forget all common sense

– Sasuke cuidado! – A voz familiar fez o seu pescoço virar-se para o céu, ou teto. A chuva continuava a cair, com ritmo, sempre igual, como numa cassete riscada. Mas se chovia, como é que existiam tantas estrelas brilhantes no céu? No entanto, as estrelas moveram-se e começaram a projetar uma imagem, clara e humana. A figura que se formava tinha cabelos cumpridos e um sorriso que fora apagado, mas que agora iluminava.

– Ita… Itachi nii-san. – Reconheceu Sasuke. O sorriso da figura alargou-se.

– Olá Sasuke… Tens de ter cuidado. A correr tão depressa ainda te magoas. Onde vais com tanta pressa? – Quis saber o irmão mais velho, falando com o mais como quem fala para um menino perdido.

– Para casa… - Respondeu sem convicção.

– E onde é a tua casa?

– Ao teu lado? – Disse, após pensar um bocado. Ao certo não sabia. Antes mesmo de ir parar àquele lugar ele também já não sabia.

– Otouto tonto… Isso é impossível! Já não te lembras o que aconteceu comigo? – Sasuke olhou confuso para o irmão, cheio de estrelas e com um sorriso despreocupado. Já tinha visto Itachi daquela maneira alguma vez? Um Itachi tão calmo, pleno de paz? O que lhe acontecera? Porque já não tinha o irmão ao seu lado? Fechou os olhos e mergulhou na sua mente. Pois era, Itachi tinha morrido. Eles não poderiam estar mais juntos. Itachi já não se encontrava mais ali.

– Tu morreste… - Concluiu.

– Pois foi. Mas tu não Sasuke. E não podes ficar aqui. Aqui não é o teu lugar. Tens de voltar para casa. – Avisou o irmão mais velho numa voz complacente.

– Então onde é a minha casa?

– Tu sabes onde ela é, não sabes Sasuke? Ouve bem o teu coração. A resposta está lá guardada. Lembra-te do que é mais importante para ti. – Aconselhou o irmão. Sasuke manteve-se quieto, ajoelhado naquele lugar, que parecia nada, mas que era afinal qualquer coisa.

Don't speak as I try to leave
'Cause we both know what we'll choose
If you pull, then I'll push too deep
And I'll fall right back to you


– Onde é a minha casa? – Porém quando voltou a olhar o céu para ver as estrelas que iluminavam a figura do seu irmão Itachi deparou-se apenas com as estrelas brilhantes e quietas. Itachi desaparecera. E o silêncio envolveu-o.

Queria ouvir o seu coração. Fechou os olhos e colocou uma mão no peito. Lá estava aquele som forte como um tambor, dizendo-lhe que se encontrava vivo e que só precisava de achar um caminho para casa. Mas onde estava esse caminho? E para que casa voltar?

– Para onde desejas voltar, Sasuke? – Abriu os olhos e viu a sua mãe. Não estava nas estrelas como Itachi, estava à sua frente, com uma aura brilhante. Era um anjo.

– Para o teu lado mamã… - Pediu, sentido a garganta apertar e os seus olhos perto de verter lágrimas.

– Não sejas tonto, meu filho. Já te esqueceste do que me aconteceu? – Claro que não se esquecera. Na realidade, não se esquecera de nada. Simplesmente não queria recordar. A dor era demasiado, a sua ferida era demasiado profunda. Não havia quem pudesse suportá-lo, a ele e as suas imperfeições.

– Não temas, Sasuke. Ainda tens quem te ame em vida. É lá que pertences. É lá que é a tua casa. – Mikoto aproximou-se do filho, com um sorriso confiante e um toque bondoso. Beijou-lhe a testa, até o seu corpo se transformar em milhões de luzinhas que envolveram Sasuke deixando-o quente.

Quem é que o amava?


Cause you are the piece of me
I wish I didn't need
Chasing relentlessly
Still fight and I don't know why

A chuva parou. As estrelas tornaram-se mais brilhantes. Pareciam autênticos faixes de luz. Começou a ouvir uma respiração intensa, como se alguém acabasse de sair debaixo de água, como se alguém tivesse regressado à vida. Até perceber que aquilo que ouvir era a sua própria respiração. Ofegante e rápida. Também ouvia o seu coração, viçoso, sem problemas.

E abriu os olhos. Despertando para o mundo real. Quando é que tinha fechado os olhos? Conseguia sentir raios de sol quentes sobre os seus dedos. Olhou em volta. Estava deitado numa cama de hospital. Uma brisa suave entrava por uma janela de cortinas azuis, que esvoaçavam suavemente. Ele fechara os olhos no campo de batalha, lembrou-se. Por momentos pensara que tinha morrido, mas afinal apenas desmaiara.

Recordou que a última coisa que vira fora o sorriso cansado de Naruto e as suas tristes lágrimas. Sentou-se rapidamente ao relembrar algo mais importante, muito mais importante. O louro dissera aquelas palavras: eu amo-te, Sasuke. E não fora mentira, não podia ser. Pois quem pensa que está à beira da morte nunca mente.

Um ressonar sonoro e solto sobressaltou-o. Acomodado num sofá individual encontrava-se Naruto, que vestia um pijama de hospital, estava todo torcido e babado (dormia de boca aberta e a saída de saliva era inevitável).

Quem o amava? O Naruto amava-o.



If our love is tragedy why are you my remedy?
If our love's insanity why are you my clarity?

Why are you my clarity?
Why are you my clarity?

If our love is tragedy why are you my remedy?
If our love's insanity why are you my clarity?


Deslizou para fora da cama. Sentiu-se um pouco bambo por causa do tempo em que estivera fora. Conhecia bem o cheiro do ar daquela vila. Sabia onde estava. Estava em Konoha. Estava na terra que o vira nascer, que o criara. Ele era dali e ninguém podia negar isso. Porém, agora compreendia que estava num lugar bem mais especial do que a terra natal. Ele estava onde se encontrava a pessoa que mais o amava.

A verdade era: ele estava em casa!

– Sasuke? – Um louro adormecido despertou, esfregando os olhos para ter a certeza que não estava a sonhar. - Sasuke!

Ao perceber que efetivamente era Sasuke que se encontrava acordado e em pé à sua frente o louro levantou-se desajeitada e espalhafatosamente. O seu sorriso captou imediatamente os olhos do moreno. E logo a seguir os seus olhos. Brilhantes e azuis, grandes e profundos. Feitos assim para que qualquer pessoa ficasse presa neles.

– Naruto… - Soltou Sasuke baixo.

– Sasuke, finalmente acordaste! – Guinchou o louro, que não conteve o impulso e abraçou o moreno com toda a força que tinha nos seus braços, com medo que ele pudesse escapar novamente.

– Não… - Negou Sasuke, que se deixou abraçar, apesar de ainda não ter retribuído o abraço.

– Hã? – Questionou Naruto, que mirou Sasuke sem compreender. Os seus rostos estava muito próximos.

– Eu finalmente regressei para casa. – Afirmou o mais velho. Recebeu um sorriso doce, diferente daquele sorriso imperativo que conhecia, de Naruto. E pela primeira vez, talvez desde que era criança, Sasuke sentiu paz. Sentiu que podia parar o mundo naquele momento, pois não precisava de mais nada. O peso da vingança desaparecera, o peso da guerra, e o peso do passado também. Ele não precisava de mais nada.

Finalmente elevou os seus braços e enlaçou-os no tronco de Naruto, colando os corpos e encaixando o seu rosto contra o pescoço do louro, sentindo o seu cheiro. Não dissera nada antes, mas ele conhecia bem o cheiro de Naruto. Amava-o há muito tempo, embora tivesse colocado o amor, até ali, em segundo plano. Por fim, retribui-a o abraço impulsivo do outro.

– Tu és o meu mundo, Sasuke. – Declarou o louro, apertando-se contra o outro, quase que chorava. Quase que chorava perante toda a felicidade que sentia a invadi-lo, além de paz.

Ambos sabiam a partir daquele momento, apenas o futuro e do passado apenas memórias e aprendizagens. Puxou a face de Sasuke e beijou-o. Um beijo desajeitado, sem prática, mas um beijo sentido, puro e completamente entregue. O primeiro beijo.

– Os teus braços são a minha casa, Naruto…

Fim


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Notas finais do capítulo

OMG eu ainda nem acredito que voltei a escrever Naruto T..T é muito emocionante para mim... o meu coração ainda nao parou de bater rapido como um louco... estou muito feliz... enfim espero que tenham gostado ^^

Beijos, abraços e animações
Sempre vossa,
Arika