Lembranças - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá, olá!

Bom, primeiro gostaria de agradecer pelos 30 comentários! Sério, gente, vocês estão me fazendo muito, muito, muito, muito feliz!

Então, pra quem gosta de tretas, acho que vai gostar do que vem por aí... vamos dar uma paradinha nas lembranças e focar mais no que está acontecendo no presente. Querem tretas? Querem?

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470707/chapter/6

Caminho para fora do cômodo em que me encontrava, com a peruca na mão. Algo dentro de mim me diz que ele ainda está vivo e que o verei novamente. Ainda tenho uma pontinha de esperança de vê-lo. Quem sabe eu não consiga finalmente dizer tudo o que preciso?

É quando vejo Caesar Flickerman vindo em minha direção, reluzente. Estou ficando louca?

– Effie Trinket! Mal posso acreditar no que vejo! – ele praticamente grita, me abraçando. – Achei que estivesse morta! – ele começa a gargalhar e por um momento sinto medo dele.

É, eu estou quase morta, disse para mim mesma. Sem Haymitch, era assim que eu me sentia.

– Vamos – ele continua. – Venha comigo. Vou leva-la ao prédio da justiça. Estará segura lá.

Caesar, apesar do seu jeito extrovertido de ser, mostrou ser uma boa pessoa desde o início. Se ele está me ajudando, isso significa que ele está do lado dos rebeldes.

– Você acha que... – começo, interrompendo-me enquanto escolho as palavras certas. – Acha que Katniss e Peeta...

– Eles estão bem – responde Caesar, com a voz mais calma do mundo. – Agora se apresse. Não temos muito tempo.

– Então eles... – gaguejo – Haymitch está com eles? Ele está bem? – mal posso conter a preocupação na minha voz.

Caesar me lança um olhar ladino.

– Existe alguma coisa entre você e Haymitch, Srta. Trinket? – pergunta com certa malícia na voz. Hesito quando vou responder. Abro a boca, mas não sai som algum. Desvio o olhar e fico admirando meus sapatos. Espero que ele não tenha notado que acabei de corar.

– Bom, eu... – tento dizer alguma coisa, mas sou surpreendida por um puxão e em seguida meus braços são presos por trás. Não sei o que está acontecendo e grito, mas alguém põe algo no meu rosto, me fazendo inalar uma coisa estranha até perder a consciência.

Não faço ideia de onde estou. Quando tento abrir os olhos minha cabeça lateja tanto que desisto e volto a dormir, acreditando estar em algum lugar seguro. Pelo menos este colchão onde estou deitada é bastante confirtável. Mas não ouvi sequer o barulho de alguém por perto.

Acho que perdi a noção do tempo. Não faço ideia de que horas não.

Dessa vez consigo abrir os olhos, mas minha cabeça ainda dói. Luzes fluorescentes fazem minha dor de cabeça aumentar e então pisco os olhos com força, tentando amenizar a dor.

Estou num quarto de hospital. Alguma coisa aconteceu.

Quase entro em pânico e tento mexer meu corpo. Fico aliviada por sentir minhas pernas. Parece que não foi nada grave. Mexo a cabeça lentamente para o lado sentindo meu pescoço doer um pouco com o esforço. Então vejo a figura de um homem cochilando na cadeira ao lado. Haymitch.

Mas o que houve com ele? Há uma faixa envolvendo seu braço direito e alguns ematomas no rosto. Mas apesar disso tudo, ele parece estar dormindo tranquilamente. Penso duas vezes antes de decidir acordá-lo.

– Haymitch – chamei, mas minha voz saiu fraca. Mesmo assim acho que o despertei. Haymitch se mexe na cadeira. - Haymitch – chamo novamente. Dessa vez ele abre os olhos e ao me ver, abre um sorriso de orelha a orelha e vem até mim com lágrimas nos olhos.

– Effie! - ele exclama, sentando-se ao meu lado. Posso sentir sua mão acariciar meu rosto.

Minha visão começa a embaçar e não entendo o que está acontecendo. Haymitch está ficando cada vez mais distante. Começo a gritar pelo seu nome.

Ao abrir os olhos, me vejo numa sala escura, deitada no chão duro e frio. Acho que meu grito saiu alto demais, pois posso ouvir alguém rindo do outro lado da grade.

Grade?

Me viro no chão e faço esforço para sentar, apoiando-me nas mãos. Ao olhar para cima, vejo um pacificador rindo enquanto olha para mim.

– Pesadelos com o namoradinho, boneca? - sua voz debochada me deixou com nojo. Olho para a cela ao lado e, apertando bem os olhos para enxergar melhor, consigo ver um corpo ainda caído no chão. - Já cuidamos da sua amiguinha. É a sua vez agora.

O pacificador abriu a cela onde eu estava e me puxou, forçando-me a me levantar. Prendo meu choro, mas sinto uma lágrima escapar. Tento não olhar para o homem que está me apertando enquanto ele me puxa pelo corredor. Enquanto caminhamos, olho de relance para a cela vizinha. Acho que a reconheço de algum lugar.

Chegamos a uma porta no final que dá em uma sala com apenas uma mesa, uma cadeira e uma lâmpada no meio. O pacificador me empurra, obrigando-me a sentar na única cadeira e deixa outro colega entrar. Ele começa a andar ao redor da mesa, até que para ao meu lado, puxando a lâmpada, deixando-a emitir a luz diretamente no meu rosto. Sinto minha pele queimar.

– Então, boneca – ele começa. - Onde os seus amiguinhos vitoriosos estão, hein?

– Eu não sei – murmuro. Estou sem forças para falar. Mas ele parece não me entender, pois logo me dá um tapa na cara.

– Está mentindo! - rosnou, me segurando pelo queixo com tanta força que achei que teria meu pescoço quebrado em questões de segundos. Ele se abaixou até seu rosto ficar na mesma altura do meu. Sua mão foi até os meus cabelos, puxando-os com força, piorando ainda mais a minha dor de cabeça. - Não vai conseguir mentir por tanto tempo, boneca – ele fedia a suor e ferro velho. - Você não é do tipo que aguenta por muito tempo. AGORA RESPONDA! - gritou, me batendo novamente. Já era impossível impedir as lágrimas de caírem.

– Eu não sei – minha voz falhou. Não conseguia mais conter meu choro. - Eu já disse que não sei!

Assim se passaram dias, semanas. A comida não era servida todos os dias e quando era, chegavam restos. Lutei para não vomitar, mas tiveram duas vezes que não consegui evitar. A comida estava cada vez pior. Minha boca está cortada, meu corpo cheio de ematomas. Cada parte dói mais do que a outra. Olho para a cela ao lado e vejo minha companheira também sentada, encostado na grade, com o olhar vago.

– Vamos morrer – soa a voz cansada dela. Não sei quem está na pior situação. Eu não aguento me levantar. Só consegui ficar sentada graças a grade que me apoia. Minhas mãos tremem devido a fraqueza. Meus lábios estão rachados e ainda sangram um pouco.

Até então não sei quem é esta pessoa que conversa comigo sempre que pode. Minha cabeça está confusa e não reconheceria nem a mim mesma se visse.

Ouço passos apressados vindos do corredor. Um pacificador vem até a minha cela e a abre, se adiantando até mim.

– Será que hoje você não cede a nós, boneca? - ele diz, levando-me de mal jeito até a sala com a lâmpada novamente. Sou jogada na parede e acabo deixando sair um gemido baixo, pois não tenho mais forças para gritar. Olho para baixo e o vejo levantar o meu vestido.

– Não – sussurro, mas ele não me dá ouvidos. Suas mãos vão até o zíper da sua calça, abrindo-o, então segura-me pelos cabelos novamente.

– Vamos ver se assim você abre a boca.

Ouço um estrondo vindo da porta e duas pessoas entram na sala, pelo que consigo ver, dois pacificadores. O que estava me segurando me larga de qualquer jeito, deixando-me cair no chão. Começo a tossir e sinto gosto de sangue na boca. Não consigo me mexer, não tenho força suficiente para isso.

Sinto alguém me colocar em seus braços. De alguma forma sei que não é um pacificador, pelo cuidado que teve ao me levantar. Não faço ideia de quem seja, nem tenho tempo de ver. Meus olhos estão se fechando.

Haymitch, se eu morrer, saiba que eu sempre te amei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E essa declaração aí no final, hein???

Ok, ela disse isso na cabeça dela, ah coitada, ta fraca, quase morrendo, AI DEIXA EU TE AJUDAR EFFIE!

Bom, algo me diz que mais coisas vêm por aí...

Comentem! Critiquem! Deem sua opinião e deixem a Effie Lovett feliz