Lembranças - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que não ia demorar, não foi???

Bom, preciso dizer a vocês que esse foi um capítulo extra que eu escrevi ontem depois que vi uma foto super chorosa! Bom, agora eu to sem link, mas acredito que muita gente já viu a foto e quando vocês lerem, vão entender o que eu estou falando xD

Enfim, vou dedicar esse capítulo a DIVA Sincere Tears por motivos de: Remedy For Memory foi a melhor Hayffie que já li, então, quem não leu, leia e chore horrores, ria horrores também xD

(Olha o merchandising Éfa!) Ops!

Bom, o capítulo ta curto, mas espero que gostem ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/470707/chapter/3

Ainda estou sentada no chão, encostada na parede. A saudade de Haymitch me consome cada vez mais. Preciso saber se ele ainda está vivo. Tenho que acreditar que ele está vivo.

Não pudemos nos despedir. Sequer tivemos tempo para isso. Depois do massacre, a correria era tanta que mal pude vê-lo. Fomos separados enquanto ele ia num aerodeslizador e eu fiquei na Capital. Aliás, este era o meu lugar, ou melhor, eu sempre acreditei nisso. Será que eu realmente estava certa?

Ainda posso ouvir sua voz chamando, gritando por mim. Aliás, ele não era o único a ter sonhos ruins.

– Haymitch – sussurrei ao vê-lo na TV, na arena, entre os outros tributos. Ele fora escolhido para o massacre quaternário. Eu mesma tirei seu nome e o li na frente de todos no Distrito 12, que permaneciam em silêncio. Era culpa minha. Toda minha.

Não sabia exatamente se queria assistir ou não. Eu queria torcer por Haymitch, mas também estava morrendo de medo de vê-lo morrer e não queria ver essa cena. Eu acho até que morreria junto. Definitivamente, não teria forças suficientes para isto.

Eu o vi correndo sem parar, até que decidi ir até a cozinha buscar algo para molhar a garganta. Estava sozinha na sala. Mas quando me levantei e dei dois passos em direção a cozinha, ouvi a minha voz. Sim, era a minha própria voz em pânico, vinda da TV. Eu estava gritando desesperadamente, pedindo ajuda, chamando por ele. Pus a mão na garganta, sem acreditar no que estava ouvindo.

– Effie! – Haymitch gritou no meio da floresta, olhando para cima. Continuei ouvindo meus próprios gritos, aterrorizada e voltei a caminhar lentamente em direção a TV. Meus olhos estavam úmidos.

“Haymitch! Socorro!” ouvi minha própria voz gritar. Mas de onde vinha isso?, perguntei-me.

– Effie, cadê você? – ele gritava mais alto. Não pude conter minhas lágrimas ao ver aquela cena. Era torturante vê-lo sofrer por algo que não estava de fato acontecendo. – Effie! – gritou novamente, olhando ao seu redor.

“Haymitch!” eu me ouvi gritar mais alto na TV. Era agonizante. Eu podia sentir a dor que aqueles gritos transmitiam. A minha dor. Pareciam gritos de tortura, como se eu estivesse prestes a morrer, como se minha vida dependesse de ser salva por ele. Eu não sabia exatamente que dor eu mesma estava sentindo naquele momento, mas parecia muito pior do que aquela que a tal voz transparecia.

– Eu estou bem, Haymitch – sussurrei, não encontrando mais forças para dizer algo. De qualquer forma, ele nunca me ouviria. Não o meu eu verdadeiro. Ele só estava ouvindo aqueles gritos de socorro que imitavam perfeitamente a minha voz. - Eu estou salva – mas de alguma forma, eu não me sentia assim. Haymitch sofria com os gritos e eu sofria vendo-o na TV.

Eu o vi se abaixar e pôr as mãos nos ouvidos, tentando tampá-los. Não sei se resolveu, mas ele permaneceu assim por muito tempo, porém ainda murmurando meu nome. Pelo menos não estava mais gritando.

Eu já estava praticamente jogada de frente a TV, tentando alcançá-lo na tela. Tudo o que eu queria era dizer que era mentira, que não era eu gritando, mas era impossível. Eu iria gritar e ele não iria me ouvir. Iria chorar, mas ele não iria me consolar. Ele iria morrer.

– Haymitch – grito. Então me dei conta que estava deitada na minha cama e me sente subitamente, pondo a mão na cabeça. Senti um movimento ao meu lado e percebi que acabara de acordar Haymitch. Estávamos dormindo na sua cama novamente, pois ele tivera mais um pesadelo. Mas dessa vez ele não foi o único.

– O que houve? – ele perguntou com a voz baixa por conta do sono. Então sentou-se ao meu lado, tentando afastar minhas madeixas do rosto para me ver. Meu olhar estava longe. Eu ainda pensava naquele maldito sonho.

– Sonhei que você estava na arena – eu disse, ainda com os olhos num ponto onde nem eu mesma sabia onde era. – Que você me ouvia gritar, mas não eram meus próprios gritos. E você sofria, ficava me chamando... Eu queria que você me ouvisse dizendo que era tudo mentira, mas era impossível! – percebi que já estava falando entre soluços e parei.

Haymitch me envolveu num abraço.

– Foi só um pesadelo, Effie – disse, afagando meus cabelos loiros, apoiando minha cabeça no seu ombro. Senti lágrimas percorrerem meu rosto e o abracei com força. - Eu estou aqui.

O fato de apenas pensar em perdê-lo, em vêlo sofrer sem poder fazer nada me deixava louca. O que isso queria dizer? Ah, não. Não sei se queria pensar nisso mesmo. O fato é que eu estava me sentindo melhor naquele momento. Graças a Haymitch.

Não pude negar que realmente havia algo acontecendo. Sim, eu gostava de Haymitch, isso era fato. Mas aceitar isto seria aceitar viver ao lado dele, o que levaria ao 12.

E se eu não me adaptasse? Bom, talvez fosse cedo demais para pensar nisso. O estranho era que, apesar de tudo, depois de tanto tempo trabalhando ao lado dele, só percebi agora o quanto ele era essencial para mim.

– Foi horrível – suussurrei, com os olhos fixos num ponto distante onde nem eu mesma sabia onde ficava. Por um momento tive medo de voltar a dormir e aquelas imagens voltarem.

Haymitch folgou o abraço, tomando uma pequena distância para me olhar nos olhos.

– Eu sei que é – ele disse. - Mas você precisa dormir. Toda essa confusão está deixando todos loucos. Vamos, deite-se – ele me ajuda a deitar novamente. Me deito de lado, abraçando-o. Precisava confirmar que ele realmente estava ali e que tudo não passara de um pesadelo. - Vou esperar você dormir.

– Obrigada – eu disse, levantando um pouco a cabeça para vê-lo. Abri um pequeno sorriso que ele retribuiu e em seguida selei meus lábios nos dele. - Você está sóbrio, ou é impressão minha?

Pude vê-lo prendendo o riso.

– Vamos considerar menos bêbado .

– Ótimo – eu disse, ainda rindo um pouco do ocorrido. Haymitch menos bêbado? Isso sim era novidade.

Haymitch passou seu braço sob a minha cabeça e eu me aninhei ao seu lado.

Naquela noite eu não tive mais pesadelo algum.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, gostaram?

Comente aqui e deixe a tia Éfa felizona ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lembranças - Hayffie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.