Lembranças - Hayffie escrita por F Lovett


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Volteeeeei!

Aliás, não é só de tortas que vive a F. Lovett, não é mesmo?

Venho apresentar a vocês minha primeira Hayffie, uma longfic (não tão longa assim), mas que estou escrevendo com muito carinho e espero que agrade a todos vocês.

Preciso confessar a vocês que estou num momento muito in love com a ELizabeth Banks, aquela diva linda e maravilhosa que deu vida a nossa Effie Trinket ♥

Enfim, espero que curtam! ;)



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Escuridão.

Guerra.

Tudo está acontecendo bem diante dos meus olhos, porém não tenho forças para me locomover até o lado em que me encontro. Os rebeldes estão lutando contra a Capital. Eu sou da Capital, mas não necessariamente estou do lado deles.

Preciso me manter escondida, assim como os residentes da Capital, para sair viva. Essa é a única vantagem que temos por sermos daqui. Não sei ao certo o que acontecerá no final. Se os rebeldes vencerem, Katniss e Peeta, quem diria, os dois vitoriosos do Distrito 12. Ah, como anseio por vê-los novamente!

Vou até a janela do quarto em que me encontro. Não sei de quem é esta casa, mas há várias pessoas por aqui. Uma brisa fria me faz tremer um pouco.

Sinto um aperto no coração. Havia boatos de que Katniss poderia estar morta. Ah não... e se ela...? Não, ela não pode. Não consigo me imaginar mais vivendo neste lugar sem...

Haymitch.

Fecho os olhos e suspiro. E se ele morreu? E se ele foi mais um entre todos os mortos até agora? É como se os Jogos tivessem começado novamente. Foram oportunidades jogadas fora. Palavras que talvez nunca tenham sido ditas. Momentos que não voltariam mais.

- Você nunca larga o whisky? – perguntei, olhando incrédula para ele. Estávamos na sacada do prédio, sozinhos. Peeta e Katniss tinham acabado de rumar para seus respectivos quartos. Estávamos há um dia dos Jogos começarem.

Haymitch riu com desdém. Estava bêbado demais.

- Quem você pensa que é para ficar me controlando?

Abri a boca para reclamar, mas nenhum som saiu. Ele levantou as sobrancelhas, ainda esperando minha resposta.

- Eu apenas acho que se quer cumprir bem o seu papel, deveria ao menos estar sóbrio! – avancei para ele e tomei o copo de suas mãos, derramando boa parte do líquido no chão e nos meus braços. Eu estava fedendo a álcool.

- Deixe que eu mesmo cuido dos meus problemas, Effie! Não preciso de você se metendo na minha vida! – ele se aproximou de mim com a mão estendida para pegar seu drinque (ou o que sobrou dele) de volta, porém, num gesto impensado, virei o resto do líquido que ainda havia ali dentro de uma só vez e fechei os olhos com força, sentindo minha garganta queimar (nossa! Como alguém consegue beber isto?), e me segurei no parapeito para me equilibrar novamente. Deixei o copo cair no chão e quebrar-se.

Por um momento achei que Haymitch iria me estrangular, mas quando recuperei meus sentidos, dei de cara com um Haymitch rindo de mim. Não estava gargalhando, mas com certeza se divertira com a cena de uma Effie Trinket virando uma dose de whisky. Eu não sabia se ria junto ou batia nele, então continuei me segurando no parapeito e prendi o riso.

- Você é maluca – ele disse, depois que conseguiu controlar seu riso. Levantei minhas mãos como quem diz “fazer o que, não é?” e sorri. Não sei o que deu em mim naquele momento, mas o que eu queria mesmo era não ver Haymitch colocar mais um pingo de álcool na boca.

- Pelo menos sou uma maluca sóbria – rebati. Essa eu não poderia deixar escapar. – Você é maluco e bêbado! Se ao menos você bebesse socialmente... mas não! Você vive...

- Tudo bem, Trinket, eu já entendi! – disse ele, interrompendo-me. Em seguida desviou o olhar um pouco mais acima, mais precisamente para a minha peruca. Engoli em seco quando o senti se aproximar um pouco mais.

Senti meus olhos se fechando aos poucos à medida que o rosto de Haymitch se aproximava ainda mais do meu. Até que suas mãos foram em direção a minha peruca e senti um frio na barriga, achando que ele iria tirá-la, até me dar conta de que ele apenas estava colocando-a no lugar.

- Estava... um pouco fora do lugar – disse ele, um pouco desajeitado.

- Ah, obrigada – respondi, tentando abrir um sorriso, mas estava nervosa demais para isso.

Haymitch não se movera. Não se aproximara, nem se afastara. Continuava há alguns centímetros de distância. Eu podia sentir sua respiração e o cheiro forte de álcool que emanava dele – mas eu não podia reclamar muito, pois também estava com cheiro de álcool.

Eu já estava encostada na parede, ainda segurando no parapeito. Haymitch pousara sua mão bem próxima da minha, mas não pensei em me afastar. Algo dentro de mim implorava para que ele se aproximasse mais.

- Por que você usa tudo isso? – perguntou. Eu não esperava por esta pergunta. Ele me pegou de surpresa.

- Ah, bom... – tentei encontrar alguma resposta, mas não me vinha à cabeça no momento – acho que acabei me apegando ao que se refere à Capital.

- Ou o que ela fez de você – completou. Ele estava certo. Logo senti sua mão acariciando minha face e um arrepio percorreu pelo meu corpo. Olhei nos olhos dele, mas não consegui desvendar o mistério que havia neles. – Eu ia querer ver o que há por trás do que a Capital fez de você.

Dei uma risada breve, desviando o olhar. Eu estava corando e a última coisa que eu queria era que ele visse.

Não consegui encontrar minha voz para dizer alguma coisa. Haymitch se aproximou cada vez mais e os meus olhos se fecharam quando senti seus lábios nos meus. Senti suas mãos deslizarem até a minha cintura, mantendo-me próxima ao seu corpo. Ele estava tão firme, tão determinado, que por um momento eu esqueci que ele estava bêbado.

Ah, não! Bêbado!

- Não – sussurrei entre um beijo e outro. – Haymitch, para – ele continuava a distribuir beijos pelo meu pescoço, parecendo não me ouvir. Pressionei minhas mãos em seu peito e o empurrei de leve. Finalmente nos afastamos, um pouco ofegantes.

Haymitch me fitou confuso.

- O que foi? – perguntou.

Balancei a cabeça negativamente, olhando para baixo. Haymitch continuava no mesmo lugar. Eu podia sentir seu olhar sobre mim.

- Haymitch... – tentei começar, mas a minha voz falhou. – Nós não... Isso não está certo. E você não está com seu juízo perfeito – acrescentei, tentando evitar o olhar dele, mas parecia impossível. Fitei-o e continuei: - Por favor, Haymitch, você não faria isso se estivesse sóbrio.

Levantei as sobrancelhas como quem sabe que tem razão.

Mas eu não queria ter razão em relação a isto.

- E se eu fizesse? – perguntou, dando um passo em minha direção.

- Primeiro você precisaria estar sóbrio, coisa que você nunca está, e depois... – me interrompi, sem saber o que mais eu iria dizer.

- E depois... – ele repetiu, aguardando que eu prosseguisse.

- E depois você teria que se manter sóbrio.

Haymitch encolheu os ombros.

Seguiram-se alguns minutos em silêncio, onde passei a arrancar o esmalte das unhas.

- Você nunca entenderia.

Respirei fundo e virei-me em direção ao parapeito, admirando as luzes lá embaixo.

- Eu sei que é por causa da arena, eu sei. Mas não precisa passar o resto da vida se enchendo de bebida, isso não vai levá-lo a lugar algum!

- Imagino que seja fácil dizer, docinho. Você nunca precisou ir para a colheita, exceto para retirar os nomes dos tributos.

Tudo bem, ele me desarmou. Eu realmente não fazia ideia de como era. Sabia que daquele ponto, aquela discussão não iria a lugar algum. Bufei e segui para dentro do prédio até parar quando ouvi a voz de Haymitch dizer:

- A arena fez de mim o que a Capital fez de você: estamos presos dentro de uma realidade que não é a nossa. Um dia eu fui um homem normal, com uma vida normal. Não tinha problemas como os que eu enfrento hoje. Não precisava beber para ao menos tentar esquecer tudo o que aconteceu. Assim como você um dia não precisou usar tudo isso aí.

“Eu não sou o único que está se escondendo, docinho.”

Estávamos parados, um de frente para o outro. Senti meus olhos ficarem úmidos e tentei segurar minhas lágrimas. Ele estava certo.

Ele estava bêbado. Sim, estava. Mas eu tive certeza de que ele sabia o que estava falando.

Ele poderia estar falando sério o tempo todo. Ah, droga!

Caminhei até ele e o abracei, depois de ter hesitado em fazer isso.

- Deveríamos ser uma equipe – minha voz saiu embargada. Haymitch se afastou um pouco e enxugou as lágrimas que haviam escorrido sem que eu percebesse.

- Somos uma equipe – ele disse, ainda com as mãos no meu rosto. – Um pouco diferente, mas somos.

Deixei um leve sorriso se formar em meus lábios.

- Bom – disse subitamente – é melhor irmos dormir porque amanhã será um grande, grande, grande dia! – meu sotaque fazia com que minha voz saísse com certo entusiasmo. As mãos que antes estavam pousadas em meu rosto agora seguravam as minhas mãos.

Desvendar o mistério por trás dos olhos de Haymitch, descobrir o que ele queria, parecia impossível naquele momento.

- Eu ainda vou conseguir ver o que você esconde por baixo disso tudo – disse Haymitch, olhando no fundo dos meus olhos.

- Um dia, quem sabe – respondi, sorrindo. – Se você conseguir ficar sóbrio por um dia, poderemos falar sobre isso.

- Temos um acordo, então – disse, estendendo sua mão para apertar a minha. Porém, quando apertei sua mão para selar o acordo, Haymitch foi mais rápido e me puxou para um intenso beijo do qual não tentei fugir.

Haymitch estava me beijando, e eu estava adorando isso.


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Notas finais do capítulo

Então, esse foi o comecinho pra vocês terem noção qual o foco de tudo.

Por aí vem mais! É só vocês deixarem comentários aqui xD

Bjbj ;*



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