Years Of Love escrita por TheSkyLight


Capítulo 7
Sonhos Nebulosos


Notas iniciais do capítulo

Como prometido, capitulo sábado, meia noite e pouco, mas, sábado.



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No entanto estou com tanto sono, que não ligo tanto. Engatinhei pelo chão meio enrolado no cobertor finalmente pegando o celular desligando a droga alarme.

– Porcaria do inf...

– Oi Hic.

X x X

– Oi Hic.

Só então consegui erguer um pouco meu olhar, vendo os pés descalços de... Jack?

Ergui minha cabeça, Jack sorria achando graça de minha cena.

Então não foi apenas mais um sonho? Eu realmente conheci Jack Frost ontem à noite!

Jack... Jack...

Por que este nome soa-me tão familiar...

‘’ Sou Jack Frost ‘’

É mesmo! Este é o nome do garoto dos meus sonhos...

Tsc, garoto dos meus sonhos... Tão constrangedor ter de chama-lo assim... No entanto, faz algumas semanas que este Jack tomara todas as minhas noites de sono. É difícil explicar a Astrid por que durmo tão pouco.

Aquele garoto... Ele tem cabelos e olhos castanhos, sua pele parece um tanto queimada graças ao sol pelo pouco que eu consigo lembrar... Neste ponto, os dois são totalmente diferentes.

– Ei, você esta bem baixinho? – perguntou o loiro parecendo preocupado sorrindo de um modo gentil.

No entanto, suas vozes... São tão parecidas... E seu sorriso também...

Podia ver perfeitamente o Jack a qual eu sonhara usando suas roupas de couro e botas pesadas do inverno sorrindo ao lado de Jack Frost.

– H-ham?

– Hic... Você...

– Estou ótimo! – respondi apressado levantando-me.

Jack parecia tentar, inutilmente, entender o que se passava por minha mente. Rapidamente peguei minhas roupas de uniforme que antes estavam cuidadosamente dobradas sobre meu criado-mudo andando em direção ao banheiro.

– Bom dia Jack!

– Hein?

Bati a porta do banheiro atirando as roupas sobre o balcão da pia. Espera, acho que inverti a ordem, devia ter falado bom dia primeiro, depois respondido sobre o meu falso bem estar...

Ah, não importa.

Andei até o chuveiro abrindo a torneira deixando que a agua fria começasse a sair.

Não importa. Não importa as bobagens que falei, e, principalmente, não importa a coincidência das aparências de Jack Frost e do Jack de meus sonhos. Fora apenas isto, uma coincidência e nada mais.

Tirei minhas roupas e andei para baixo do chuveiro. Tentava deixar de pensar nisto. Tentava deixar que a agua gelada levasse todas as minhas duvidas, incertezas e confusões.

Mas isto não aconteceu.

Comecei a me vestir enquanto tentava entender os meus sonhos. Vejamos, não lembro-me onde, mas já li certa vez que os sonhos são apenas uma mistura de algumas de nossas lembranças. Então eu já devo conhecer este Jack. Mas apenas não consigo lembrar de onde... Acho que não posso mesmo conhece-lo, afinal, ele não é o tipo de pessoa fácil de se esquecer. Ergh, quero dizer... Sua personalidade é diferente dos outros, não esqueceria de alguém tão gentil.

Após arrumar meu cabelo tive de encorajar-me de abrir a porta e encarar Jack Frost após minha cena tremendamente constrangedora. Quando entrei no quarto procurei Jack com o olhar, e lá estava ele, sentado sobre a janela com o vento mexendo em seu cabelo enquanto brincava com a neve. Assim que ouviu o som da porta e dos meus passos, virou sua cabeça em minha direção.

– Hey. Como esta agora?

Bom, sua frase não fora ‘’ hey seu maluco, o que você tem?’’. Continuo me impressionando com a paciência e a preocupação que Jack tem comigo.

– Ótimo, eu já tinha lhe dito.

Jack levantou-se da janela.

– Eu sei. Mas não me parecia bem... – falou erguendo uma sobrancelha começando a andar até mim – Aconteceu alguma coisa?

– Não...

Jack finalmente parou de andar, parando bem a minha frente. Eu não sei, mas é difícil mentir para ele. Sou a única pessoa que realmente o vê, e ainda minto para ele? Jack não merece isso, até agora, fora extremamente gentil e cuidadoso comigo.

– Mesmo?

– Sim. É só que...

Não devo contar sobre meus sonhos. Ou devo? Bem, não é normal após apenas um dia de convivência com uma pessoa chegar e dizer ‘’ ei, eu sempre tenho sonhos com uma pessoa muito parecida com você, e nos meus sonhos esta pessoa sempre é meu namorado, engraçado né?’’.

– Queee?

Ele sorria de modo brincalhão e preocupado estimulando-me a falar. A algo nele que me faz querer contar tudo, como se o conhecesse tempo o suficiente para poder desabafar livremente, sem medo algum de ser julgado.

– É que... Eu...

Então a porta se abriu e eu quase tive um ataque cardíaco automaticamente virando-me para a mesma.

– Hiccup?

Astrid olhava-me segurando a maçaneta estranhando minha reação.

– A-astrid... – suspirei aliviado.

– Sim...? Estava falando com quem?

– C-com ninguém. Estava cantarolando.

– Você? Você cantando?

Debochou ela andando até mim. Usava seu uniforme e sua mochila estava caída sob um de seus ombros.

– Ei! Eu não canto tão mal!

Contestei esquecendo o quão nervoso estava há alguns minutos atrás.

– Claro que não!

Respondeu ela rindo dando-me um rápido beijo a qual respondi contendo a risada. Mesmo sendo orgulhoso, tenho de admitir que devo ser o pior cantor da terra.

– Já estamos atrasados, os outros não tiveram paciência de te esperar. Vê se arruma sua mochila logo ou eu jogo a minha mochila em você, ok?

Falou enquanto saia do quarto. Ignorei sua delicadeza virando-me em direção a escrivaninha para arrumar meus livros.

Jack estava sentado na janela, virado para fora em total silencio.

Oh, eu realmente esqueci dele!

Antes que eu conseguisse falar algo Jack jogou-se contra o vento sumindo de meu campo de visão. Andei rapidamente até a janela, mas ele já havia sumido pelo céu. Por que sinto-me tão mau por isto? Quero dizer, é claro que é desconfortável quando algum casal começa a se beijar a sua frente, mas... Suspirei pesadamente. Por alguma razão meu peito estava apertado, dizendo que fiz algo errado. Mas não sei o que é, afinal, Astrid é minha namorada, e além do mais, Jack sempre deve passar pela situação das pessoas começarem a conversar ao seu lado o ignorando.

Acho que preciso dormir mais...

Peguei minha mochila saindo do quarto ao encontro de Astrid. Mal conseguira comer minha torrada enquanto ela puxava-me para fora.

O caminho até a escola fora tedioso, não consigo me importar com os problemas das lideres de torcida. Agora que conheci Jack Frost, qual quer movimento da neve parecia-me mais interessante e curioso. Passei a observar tudo, a neve sobre as arvores, flocos de neve caindo lentamente do céu, adolescentes fazendo um boneco de neve, crianças fazendo uma guerra de bola de neve... E lá estava ele. Por que estou surpreso? Jack estava sentado sobre um muro rindo das crianças que atiravam-se bolas de neve determinadamente.

Até que uma das garotinhas, a mais nova e pequena, fora atingida em cheio por uma bola de neve nas costas. Assim que caiu começou a choramingar enquanto as garotas mais velhas zombavam de seu choro.

Jack parou de rir e desceu do muro abaixando-se ao lado da pequena menininha que sentara sobre a neve chorando e soluçando.

– Vamos pequenina, não precisa chorar, mal começaram a brincar.

Falou Jack suavemente, sorrindo de modo consolador para ela, como se ela realmente o ouvisse. Moveu seu cajado pelo ar e um leve vento misturado a flocos de neve passaram pelo narizinho redondo da garotinha. Ela observou os flocos de neve por alguns segundos e então começara a rir. Jack riu também quando ela levantou-se com uma grande bola de neve em mãos prometendo vingança ás outras meninas. Ri junto de Jack, sua risada era tão boa de se ouvir... Mesmo de longe.

– Hiccuuup? Esta me ouvindo?

– Hm, que? – olhei para Astrid que estava a alguns passos a minha frente.

Fiquei tão concentrado na cena que nem percebia que havia parado de andar.

Astrid olhou para a direção que eu olhava.

– O tem demais ali?

– Como assim?

– Não sei, deve ter algo muito importante ali chamando a sua atenção para preferir olhar para lá a olhar para mim.

Revirei os olhos.

– Pare de fazer drama, vamos chegar atrasados.

Dito e feito, chegamos atrasados, levamos bronca e passei a aula levando olhares frios de Astrid. Por que garotas se magoam tão facilmente? Não conseguia prestar atenção na aula, muito menos em que meus amigos falavam. Tudo era tão chato.

Quando cheguei em casa apenas fiz minhas tarefas, jantei e atirei-me na cama sentido muito sono. Quando virei-me acomodando-me entre os cobertores meu olhar fora até a janela do quarto. Onde Jack estava antes...

Outra vez aquela culpa apertava meu peito. Por que sinto isso? Não fiz nada demais!

– Hey Hic!

Jack flutuara para dentro do quarto voando até mim. Sentei-me o observando. Vê Hiccup? Ele não esta chateado! Então por que você insiste nisto?

– Oi Jack.

Jack sentou em minha cama com a energia e o bom humor de sempre, o que me fez questionar se ele dorme. Ficamos em um desconfortável silencio por um minuto. Não sei se quero ver Jack, falar com Jack. Cada vez que o vejo fico mais confuso e acho que estou precisando dormir e descansar.

– Hm... Hic.

– Sim?

– Vamos fazer alguma coisa! Aqui é muito chato!

– Jack, são dez horas da noite e amanha eu tenho aula...

– E? Você esta completamente entediado, odeio ver pessoas assim. Vamos nos divertir! Aposto que você não brincou nenhuma vez de guerra de bolas de neve neste inverno!

– Não. Mas eu preciso dormir. Tenho aula.

Repeti tentando convence-lo a desistir disto. Nem sei se quero ver Jack mais. Já estou cansado de ficar remoendo cada atitude que tenho com ele.

– Qual é Hiiic, eu sei que você esta com tédio e...

– Jack! Quer fazer o favor de ir embora?!

Frost calou-se olhando-me. Seu sorriso desapareceu aos poucos dando lugar a uma expressão decepcionada e triste.

– Certo...

Senti meu peito se apertar e meu coração se despedaçar ao ver a expressão em seu rosto.

Então, ele simplesmente flutuou para fora e sumiu de minha visão.

Fiquei parado por um minuto olhando para onde Jack se fora, relembrando das ultimas coisas que disse a ele. Lembrando de como seus olhos tornaram-se tristes... Por céus, por que eu disse isso?! Se eu estou confuso a culpa não é de Jack!

Levantei-me da cama correndo até a janela sentindo-me a pior pessoa do mundo. Por que agi assim?! Por que disse isto?! Como pude ser terrível o suficiente para magoar alguém como Jack?!

– Jack! Jack!

Gritei inutilmente pela janela. Não havia nada, nem a neve descia do céu mais, mal sentia o vento passando por mim.

Era como se todo o inverno ficasse triste por Jack.


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Notas finais do capítulo

Eu pretendia revisar mais vezes o capitulo, no entanto não queria deixa-los sem um cap novo por tanto tempo. Mas enfim, gostaram? Esta chato? Quem ai entendeu o motivo da culpa de Hic? -v-