Years Of Love escrita por TheSkyLight


Capítulo 20
Vivendo Sem Jack


Notas iniciais do capítulo

REESCRITO
Corrigi os paragrafos fora do lugar, por favor leiam novamente e me desculpem T-T.



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A dor parecia cada vez pior e o vento frio batia em meu rosto com a janela aberta. Sentia-me cada vez mais fraco e cada vez mais triste, mais magoado, com o coração sendo triturado em mil pedaços que eram triturados novamente em mais mil pedaços cada vez menores. Aos poucos fui perdendo os sentidos e desmaiei mergulhado em meu próprio mar de tristeza e dor.

xXx

Depois de ter passado pelos melhores dias de minha vida, agora estou passando pelos piores. Já faz praticamente uma semana que não saio de minha cama, basicamente levanto-me para ir ao banheiro, tomar banho e desligar a luz. Do mesmo jeito repentino que Jack me deixara, uma gripe terrível me alcançara. Acordei na madrugada do dia seguinte ao que Jack me abandonara com uma dor de cabeça forte e coriza no nariz.

Eu esperei por Jack em frente a minha janela por muito tempo, foram longas horas enrolado em um cobertor com um vento congelante em meu rosto aguardando por ele, eu tinha fortes esperanças de que ele repensaria no que fez e ia voltar para mim, dizer que sentia muito e beijar minha testa como sempre fazia. Tentei chama-lo várias vezes, como na outra vez que Jack se irritara e fugira pela janela e eu o encontrara no telhado, outra vez ele também sumiu por um dia e apareceu à noite. Então, eu fiquei lá, por horas e horas esperando por Jack, por meu Jack... É claro que foi tudo em vão e no dia seguinte minha gripe só havia piorado, minha garganta doía e me sentia mais fraco. Portanto, passei o resto da semana chorando embolado em meus cobertores, rabiscando em cadernos velhos e sonhando com o dia que Jack voltaria, pediria desculpas e me abraçaria forte outra vez.

E outra vez é claro que não foi isto que aconteceu. Cada vez me sentia em um buraco mais fundo de tristeza, talvez minha febre já tivesse passado após sete dias, mas ainda me sentia fraco, sem disposição para me levantar e na verdade sem vontade de fazer qual quer coisa. Eu apenas fiquei ali por longos dias e depois de um tempo eu não conseguia chorar mais, acho que eu já havia chorado tudo que podia...

– Filho...

Abri meus olhos lentamente, piscando algumas vezes para me acostumar minha visão. Minha mãe acariciava meus cabelos para acordar-me, como quando eu era criança. Faz tanto tempo que ela não faz isso... É engraçado como nossos pais tornam-se mais próximos quando estamos doentes. Respirei profundamente por um instante aproveitando o carinho, então ergui os olhos para ela.

– A coordenadora da sua escola ligou, seu atestado já não vale mais e as provas de fim de ano já começaram.

– Eu ainda não me sinto bem...

– Mas você já melhorou um pouco não é querido? Pode ir fazer as provas, depois já estará de férias.

Acho que nada que eu diga ira convence-la, além disso preciso fazer mesmo as provas finais... Ainda que eu não me sinta preparado para ir para fora de casa e encarar toda aquela neve que só me serviria para lembrar de Frost.

– Ok...

Ela sorriu tirando a mão de minha cabeça.

– Ótimo. Eu vou trabalhar, qual quer coisa me ligue, ok?

– Hmrum.

Murmurei vendo ela se afastar. Escondi meu rosto no travesseiro outra vez tapando-me até a cabeça. Jack também costumava acariciar meu cabelo...

No dia seguinte o despertador tocou e eu me arrastei para fora da cama, vesti qual quer roupa, botei botas e um casaco por cima. Como de costume tomei o café da manhã sozinho então encorajei-me a sair de casa. Havia mais neve do que eu lembrava e parecia cair mais flocos brancos a cada minuto. Aquilo me lembrava tanto Jack, eu o via brincando com as crianças, jogando bolas de neve nas pessoas, voando sobre os telhados... Esfreguei minhas mãos uma nas outras tentando me aquecer enquanto andava e tentava tirar o guardião de meus pensamentos.

Meus amigos me fizeram centenas de perguntas sobre meu sumiço e meu termino de namoro com Astrid. Respondi cinquenta por cento das perguntas e depois de um tempo apenas resmungava em resposta. Não prestei muita atenção na aula e tentei me esforçar para fazer as provas, mas foi difícil pois os conteúdos eram do inicio do ano, os quais provavelmente foram revisados enquanto eu estava sofrendo por ter sido rejeitado – outra vez -. Basicamente passei uma semana deste modo, eu nem percebia o tempo passar direito, eu apenas ia de casa para a escola, fazia as provas e voltava para casa. Quando as aulas finalmente acabaram eu nem comemorei como fazia habitualmente, apenas dormi pelo resto do dia.

Acordei junto da noite, conferi o horário no celular, vinte uma horas... Levantei sentindo-me cansado, apesar de não ter feito praticamente nada nestas ultimas semanas, sinto como se tivesse levado um golpe doloroso e certeiro no peito a qual não consigo me recuperar.

A janela fechada produzia sons arrepiantes, como gritos roucos ou um suspiro de um gigante graças ao vento forte que batia contra as venezianas. Levantei-me andando até a janela mais próxima de minha cama e a abri afim de avaliar o tempo. Estava caindo uma tempestade de neve forte e ventava como nunca. As arvores balançavam violentamente e não havia ninguém na rua. Era uma visão triste.

O vento frio que invadia o quarto tocava delicadamente minha face e, de uma forma estranha, fazia com que eu me sentisse bem. Sentei na cadeira que havia ficado por horas a espera de Jack há alguns dias atrás.

Respirei fundo me deliciando com o ar gélido, sentindo-o limpar meus pulmões. Então suspirei fechando meus olhos apoiando minha cabeça em meus braços. Talvez seja melhor esquecer Jack, talvez realmente não seja certa a nossa união, ele pode estar com outra pessoa agora mesmo e... Senti uma luz passar por meus olhos e rapidamente os abri. Olhei para o céu, encontrando a culpada. A lua cheia parecia brilhar mais do que nunca, do mesmo modo que brilhou quando eu e Jack nos beijamos pela primeira vez sobre o telhado de minha casa... A observei intrigado por alguns instantes, todo o céu estava cinza coberto por nuvens pesadas da tempestade, mas lá estava ela, aparecendo gloriosamente sem nenhuma nuvem para esconde-la.

Fiquei lá por mais alguns minutos, até perceber que a pequena floresta razoavelmente próxima a nossa casa parecia em meio a um caos pelos ventos e a neve, muito pior que o resto da cidade. Talvez seja culpa de Jack, é tão estranho que o vento e a neve sejam exclusivamente mais fortes em apenas um local da cidade. Será que ele esta irritado...? Acho que a neve e o vento do inverno se alteram de acordo com seu temperamento... Não pude evitar sentir uma pontada de magoa ao pensar que ele pode estar tão próximo de mim e mesmo assim não se dá ao trabalho de saber como estou. Novamente pensamentos sobre Jack estar certo sobre nosso rompimento voltaram a minha cabeça...

Vá atrás dele.

Olhei em volta assustado. Quem falou isso? Meu quarto esta fechado e a rua continua vazia então o que...

Vá atrás dele, agora.

Normalmente eu estaria apavorado. Mas, de repente, por alguma razão, eu me senti calmo, me senti extremamente tranquilo. Por alguma razão eu sabia de quem era esta voz que parecia ecoar em minha cabeça.

– Homem da Lua?

Não precisei de resposta, de alguma forma eu sabia que era ele. Sabia que era ele que estava conversando comigo. Como? Eu simplesmente sabia. Assim como Jack me falara que o Homem da Lua lhe contara seu nome e disse que estava tudo bem. Do mesmo modo, eu sabia que era ele que falava em minha mente, e sabia também que ele queria eu encontrasse Jack.

– Eu... Eu não sei onde ele esta...

Você sabe Hiccup...

Olhei para a pequena floresta no fim da cidade.

– Eu sei.

Sorri ao perceber que era verdade, eu sei onde Jack esta e finalmente alguém – ou algo – esta me dizendo para não desistir dele. Até agora, ouvi apenas coisas negativas sobre nós, Fada disse para eu me afastar de Jack, Jack me contou sobre os outros guardiões... Mesmo assim, sinto que a opinião do Homem da Lua é muito mais importante do que a opinião dos guardiões. Olhei uma ultima vez para lua e sussurrei um agradecimento antes de calçar minhas botas, pegar um casaco e descer as escadas correndo.

Quem estou querendo enganar? Eu preciso de Jack e eu simplesmente não posso viver sem ele.


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Notas finais do capítulo

Mil desculpas pelos erros, uma leitora me avisou e quando eu fui corrigir encontrei VÁRIOS paragrafos fora do lugar, nem sei como vcs conseguiram ler. Leiam novamente e me desculpem por favor. Péssimo jeito de começar o ano T-T