A Última Lágrima. escrita por Pedro C


Capítulo 14
A próxima.




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A coisa mais difícil do mundo é dizer pensando o que todos dizem sem pensar.

Émile- Auguste Chartier.

§§

A manhã estava fria, chuvosa e pesada. Eu descia as escadas pensando em como iria ser minha vida daquele dia em diante, e em quem seria a próxima ou o próximo.

Conversava com a minha mãe tentando distrair minha mente, enquanto esperava Edward chegar. Ele havia saído para a sua casa logo de madrugada, eu o havia visto se jogando do segundo andar da minha casa naquela madrugada úmida. Ele caiu graciosamente inclinando os joelhos e me olhou sorrindo. Retribuí e ele começou a correr com uma rapidez forte demais para meus olhos acompanharem, em um piscar de olhos ele já havia desaparecido e só o que vi vou seu vulto mergulhando na floresta, sumindo na mesma. Depois disso fiquei rolando na cama, até chegar a hora de levantar.

— Então já vou mãe. — disse ouvindo um carro estacionar na porta de casa.

— Já? — indagou mostrando um leve beiço, eu a repreendi.

— Quem está ai? — perguntou preocupada.

— Um amigo. — eu afirmei. — Não estou em condições de dirigir.

— Se cuida. — respondeu.

Abri a porta e sai em direção a ele que me esperava com um sorriso largo no rosto. Estava com jeans preta e uma blusa branca de algum tecido pesado, seu cabelo estava molhado e penteado em uma forma de moicano e seu sorriso mostrava uma felicidade inacabável. Eu lhe beijei lentamente, aproveitando o momento. Como se não nos víssemos á dias...

— Pensei que não viria. — falei.

— Me desculpe... — ele sorriu abrindo a porta. — Tive alguns leves problemas.

Entrei assentindo. E, quando ele saiu dali em silencio indaguei:

— O que aconteceu? — hesitei. — Os problemas...

— Eu precisei sair para me alimentar com as minhas irmãs. — respondeu meio que com receio, falando pausadamente, escolhendo as palavras. Segurei a surpresa, eu sabia o que ele era, mas mesmo assim me assustava.

— Edward. — eu interrompi o silencio mais uma vez.

— Diga. — respondeu entrando na rodovia.

Fitei as árvores a beira da estrada que não parecia ter fim, vendo daquele ângulo parecia que a escuridão das nuvens cor de chumbo engolia a cidade.

— Eu estava pensando... E alguém está matando as pessoas aqui. Justo aqui. Uma cidade calma... E logo, os meus amigos. — dei uma pausa, e ele pareceu se concentrar no meu raciocínio. — Você não acha que alguém está tentando fazer algo contra os meus amigos para me atingir?

Sua postura mudou, enrijecendo de repente. Fazia isso sempre que não estava à vontade com alguma coisa.

— Isso é coisa da sua cabeça. — respondeu, e eu suspirei.

O restante do caminho foi em silêncio.

[...]

Estávamos na mesma mesa, nos mesmos lugares. Olhei cuidadosamente para o lugar do John, vazio. E em seguida para o lugar de Caroline que também estava vazio. Não sabia o que falar ou fazer, achei que só o tempo faria com que seguíssemos em frente, mas era tudo tão recente e doloroso.

Emmett olhava para o nada, como de costume, mas seus olhos estavam avermelhados e inchados. Jessica e Erick continuavam unidos, algo bom, cada um nos seus respectivos lugares. Em silêncio. Edward e eu nos olhávamos às vezes, mas não tinha o que fazer. E Vitor rabiscava em uma folha branca com seu lápis, perdido em seus pensamentos randômicos. Eu não conseguia tirar da minha cabeça que alguém estava fazendo algo contra meus amigos, contra mim.

O restante do dia foi assim. A certeza de que só o tempo poderia cuidar das feridas dos nossos corações, só o tempo.

[...]

Quando o sinal agudo anunciou o fim da aula, esperei Edward no corredor me encostando perto dos armários. Ele se aproximou de mim com um sorriso envergonhado.

— Oi. — disse, sorri e respondi do mesmo jeito. — Vamos? — assenti.

Caminhamos até o estacionamento em silêncio, até encontrei um pedaço de papel na minha bolsa quando fui pegar a chave.

— Edward... — chamei.

Ele me olhou receoso, dizendo para que eu olhasse o papel. Com rapidez, olhei o que estava escrito. Com uma letra legível e desenhada:

“Me encontre hoje, no balcão abandonado perto do mercado três. Vá sozinha e suas duvidas serão respondidas”.

Tremi, e entreguei o bilhete a ele que o leu rapidamente.

— Você não vai! — disse num sussurro. E, voltou a andar até o carro.

— Vou sim! — retruquei. — Eu preciso ir!

— Não. — respondeu como se fosse um pai negando algo a filha pequena.

— Edward! Eu irei.

— Eu vou com você, então.

— Não! Eu preciso ir sozinha... Eles estarão vigiando do lado de fora, não acha?

— Sozinha você não irá, vou com você. Eles querem fazer com você o que fizeram com John e Caroline. — respondeu em tom de irritação. Ele abriu a porta do carro e sentei no banco do carona.

— Okay. — concordei. — Mas você ficará longe... E se eu gritar, você vem.

Ele parecia pensativo. Ligou o carro e fitou a estrada como se eu não estivesse lá.

— Okay? — indaguei novamente.

— Eu concordo. — disse. — Mas, se essa pessoa fizer algo contra você.... Eu quero que você fique longe. Fuja para qualquer lugar.

— Por quê?

— Não irei responder pelos meus atos. — ele trincou os dentes. Como um leão ameaçando a sua presa e eu tremi, me sentindo segura e ao mesmo tempo com um medo persistente do que ele poderia fazer.


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Notas finais do capítulo

Olá, pessoal.
Eu voltei rapidamente, não?
Bom... vamos aos avisos.
É o seguinte. A Primeira temporada da fic está chegando no seu fim. ( Isso, no seu termino )
Mas, irá ter a segunda temporada. Entre as duas fases, terá um hiatus.
Então, vamos aproveitar os dois capítulos seguintes.
E, me respondam:
Estão gostando?
O que esperam do final da primeira fase da fic?
Estão gostando da escrita?
É isso.... obrigado e até!