Me devore escrita por brendamoreira


Capítulo 3
Capitulo 3




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Granger limpava um troféu com aparente mau humor, enquanto eu decidira por colocar o pé em cima da mesa e encará-la por tempo suficiente para constrange-la.

Mas ela não ousava me olhar.

— Então sangue-sujo, qual o seu próximo passo? – Perguntei, com uma expressão de tédio. – Declarar-se pra mim no salão comunal...?

Ela revirou os olhos, em silêncio.

– Parece que você tem pensado muito sobre isso, não é Malfoy? – Respondeu-me, astuta, terminando de limpar o troféu.

Moveu-se na direção da estante seguinte.

– E se eu tiver? – Desafiei-a.

Ela finalmente me fitou por alguns segundos, franzindo o cenho.

– Não seja ridículo, Doninha. – Pausou. – Até pra você isso pareceu baixo.

– Isso o quê? – Falei, levantando-me da poltrona em que estivera.

Sexo?

Ela riu, sagaz.

– Suas Insinuações. – Dissera, colocando o troféu cuidadosamente entre os outros e esticando-se para apanhar mais um.

A esta hora (como era de se esperar), eu diminuíra a distância entre mim e a sangue podre, encurralando-a. Mas ela só percebeu no momento em que apanhou o troféu, enquanto tentava retira-lo cuidadosamente do local.

– O q- Murmurou, irritada, um pouco antes que eu sussurrasse Silentium contra o seu ouvido, empunhando minha varinha com minha mão esquerda.

Observei-a arregalar os olhos, em revolta.

– Precisamos esclarecer algumas coisas, sangue-sujo... – Comecei, vendo-a bufar de ódio.

Retirei o troféu de sua mão com cuidado e com toda a calma, esperando que isso a deixasse mais indignada.

Ela bufava como nunca, possuía os olhos assassinos, provavelmente tentando me estrangular em sua cabeça.

Fechei a estante de madeira com uma batida forte, que ecoou pela sala.

– As minhas... – Comecei, subindo minhas mãos por cada uma de suas coxas, ela se debateu, revoltada, usando as duas mãos contra o meu peito e tentando sair dali. Foi preciso que eu a erguesse sem esforço, pressionando seu corpo com força contra o meu. – “Insinuações”... – Continuei subindo minhas mãos, marcando-a, e a senti ofegar, não sabia se de desprezo ou nervosismo. – Deveriam ser a menor das suas preocupações, Granger. – Disse, parando de subir, para apertar suas coxas.

Havia alguma coisa dentro de mim que urrava por este momento. Que gritava, VAMOS, DRACO, SEJA HOMEM! É ÓBVIO QUE ELA QUER... E outra parte de mim dizia EXATO, ÓBVIO QUE ELA QUER... TE MATAR.

Meu rosto continuava a centímetros do seu ouvido, apenas aproveitei a distância para beijar o seu pescoço, em reação ela voltou a tentar me empurrar para longe, sem sucesso.

Sabia que precisava ser cuidadoso com ela, fazer o suficiente para despertá-la, mas não o suficiente para que ela usasse isso contra mim.

Foi neste momento que ela me surpreendeu, quando parou de resistir, segurou o meu rosto e me forçou a beija-la. Repito: Fui abusado pela Granger, juro!

E com este ato, ela me obrigou a quebrar todo o plano de tortura-la (com gestos pequenos) que tinha criado na minha cabeça. Obrigou-me a agir por instinto e urgência.

O beijo se tornou agressivo, parte de uma dança desesperada de bocas enquanto uma das minhas mãos apertava sua nádega e a outra tentava desabotoar os botões de seu uniforme. Ela, por outro lado, havia perdido o controle mais do que eu, e suas duas mãos já se encontravam dentro da minha camisa, em minhas costas.

Então ela fez o inesperado. Cravou as unhas e as desceu com tanta força em minhas costas que eu exibi uma careta de dor, o suficiente pra que ela saísse da posição em que estava e desce um chute nas minhas partes baixas, procurando desesperadamente sua varinha na sala.

Não sei porque quanto tempo permaneci inclinado pra frente, com as mãos juntas e ainda sentindo a dor do baque.

– SUA SANGUE PODRE FILHA DE

– Fique longe de mim, Malfoy. – Dissera, com aparente ódio profundo. Sim, aparente, porque ela não conseguia me enganar, ela gostara daquilo, e queria mais, ah se queria, embora não quisesse admitir nem pra si mesma. – Eu tenho nojo de você.

Eu estava prestes a lhe dar uma resposta a altura quando ela cuspiu. GRANGER CUSPIU EM MIM. Sua expressão FINGIA nojo. Tudo um grande drama teatral, na minha opinião.

Algo dentro de mim urrou de ódio, ódio daquela... aquela... coisa cujo sangue fedia a lixo, cujo único lugar aceitável seria sempre implorando e obedecendo.

Segurei a varinha com força, retirando-a em um movimento ágil do meu bolso. Minhas partes baixas ainda doíam, e minha costa ardia com os arranhões, mas era como se o que estivesse em jogo fosse o meu orgulho.

Porque ninguém, nem ela, que era um grande nada, tinha o direito de cuspir em minha direção, sequer detentar me humilhar. E mesmo que tentasse, ela nunca conseguiria, eu sempre estaria um passo a frente.

– Expelli-

– Protego! – Cortei-a, preparado.

Estávamos em posição de duelo, mais ou menos a 2 metros de distância um do outro.

Subitamente Granger baixou sua varinha, com a expressão firme.

– Precisamos terminar a detenção. – Falara, indiferente.

– Você... É imbecil ou o quê, garota? – Disse, pasmo. Como ela simplesmente baixa a varinha e vira as costas pra mim como se nada tivesse acontecido, como se eu – Draco, Malfoy! – não fosse capaz de ataca-la?! Quem ela pensava que eu era? Santo Potter?!

− Precisamos-terminar-o-trabalho-da-detenção. – Repetira, devagar, fazendo-me sentir uma criança.

− Percebeu de antemão que iria perder, não foi Granger?

Ela revirou os olhos.

− Eu te odeio. – Falara, tentando parecer sincera (?) (e sem sucesso! Granger tinha uma queda por mim, eu tinha certeza disso), embora a varinha ainda estivesse em sua mão.

− Agora me conta uma novidade, sangue-sujo. – Incentivei, tentando parecer entediado e displicente, mas queria de novo uma briga, queria mostrar a ela o seu lugar.

Ela revirou os olhos novamente, irritando-me.

− Você só sabe fazer essa cara de idiota? – Falei, sarcástico.

− Pois é, e a idiota aqui o desarmou mais cedo. Divertido, não? – Ironizou, já sentada em uma poltrona limpando mais um troféu. – É preciso ser muito imbecil pra ter uma varinha, vantagem em força física e ainda ser superado por uma “sangue-rum”, certo Malfoy? – Provocara, com um sorriso vitorioso.

− Você se recuperou rápido demais pra alguém que foi Imobilizada por alguém de quem “sente nojo”... – Afirmei, soltando um sorriso cruel.

− O que está tentando insinuar, Doninha? – Perguntou-me, bufando, com os olhos focados.

− Que você gostou, Granger. Não resistiu aos meus encantos. – Falei, fingindo não me importar com sua reação posterior que eu presumia que fosse de revolta contida em alguma frase sagaz.

− Encantos? – Murmurara, em um riso forçado. – Há-há-há. Se por encantos você quer dizer ser silenciada e forçada, então sim, parabéns, não pude resistir mesmo... Muito difícil “resistir” quando se tem uma varinha apontada em sua direção. – Respondera, fazendo aspas com as mãos, secamente.

− Você queria, Granger. Não negue.

− Desculpe, por que estamos discutindo sobre mim mesmo? Foi você que começou tudo isso! VOCÊ QUE NÃO RESISTE A MIM, HÁ-HÁ-HÁ. Vem alimentando esse amor há quanto tempo, hein Malfoy? – Arqueara. – Escrevendo em seu diário secreto sua paixão por mim...? Tsc tsc tsc

Revirei os olhos. Se eu lançasse um Silentium novamente, será que aquela garota seria menos intragável? Ou então, bastava que emitisse sons nas horas apropriadas. Gemidos embaixo de mim, por exemplo, estavam permitidos.

− Sim, Granger. Estou apaixonado essa sua cara sem graça de virgem com 30 gatos secretamente apaixonada pelo pobretão que apesar de não ser grande coisa sequer a olha. – Articulei, indiferente, esperando que aquilo tivesse um efeito sobre ela.

Ela pareceu ter levado um soco.

− Hmm, parece que tocamos em um assunto delicado aqui. Não vai chorar, vai Granger? – Provoquei-a, apreciando o poder de afetar a sangue-podre. – Porque se for, me deixe conjurar uma cerveja amanteigada pra acompanhar esse espetáculo.

E então ela riu. Um riso pequeno, amargo.

Meu estômago revirou, não sei porque.

− Você não sabe nada sobre a minha vida, barbie.

− Hogwarts inteira sabe do seu grande e secreto amor pelo cenoura ambulante. – Pausei. – Deve ser difícil, não é? Mas é isso que se ganha por ser uma sangue-ruim tão ridícula. É claro que nem mesmo o Weasley poderiar a desejar. – Completei, com um sorriso maldoso.

− Pobre Malfoy. Realmente acha que eu ligo pro que ele diz. – Dissera, como se houvesse uma terceira pessoa no recinto.

Aquilo me incomodou.

− Louca. – Resmunguei, franzindo o cenho.

− Você vai calar a boca nunca, não? – Afirmara, com uma expressão cansada.

− Não lembro disso ser da sua conta, Granger.


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