New Age escrita por Rafaela


Capítulo 27
Capítulo 26- Os Radoativos


Notas iniciais do capítulo

Escrevendo esse capítulo sem ideia alguma, mas espero que fique bom e que vocês gostem. X



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Estávamos em pé diante do mundo fora da cerca, foi o que J-Hidden falou quando eu ainda estava meio cambaleante. A luz mágica foi o portal que nos trouxe até aqui, é assim que eles mascaram suas pegadas para que os membros da SUCOR não os achassem.

Não estávamos exatamente na 'rua', estávamos dentro do Mundo dos Radioativos. Era um enorme salão branco, o teto era de vidro para que a luz solar entrasse e assim não precisasse usar lâmpadas que nem tínhamos. O local era lotado de gente, pessoas incríveis que não precisavam esconder seus poderes quando estavam ali.

Eu podia enxergar pessoas de todas as cores, de todos os tipos. Era magnífico. Daqui eu via uma mulher azul cuja pele era cheia de escamas. Eles andavam livremente de um lado para o outro, era como se eu estivesse em um sonho, em um mundo paralelo onde não existiam províncias nos separando de quem amávamos.

–Esse é o seu lar agora, se quiser, Candy. -J-Hidden falou baixinho. Meus olhos se enxeram de lágrimas, mas eu não deixei com que caíssem. Não consegui responder nada para o cara que me ofereceu um lar no único lugar em que eu me encaixava totalmente. -Venha, vou te mostrar os quartos de quem vive aqui. -Ele colocou a mão em minhas costas, guiando-me. Então, subitamente me lembrei de Thiago. Olhei para trás e o vi, meio perdido meio maravilhado. Sentia que estávamos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes um do outro.

Solto um suspiro.

–Thiago, você vem com a gente? -J-Hidden chama-o.

O meu garoto me parece nãos aber o que fazer, até Nimble me olhar e olhar para Thiago e dizer ''Eu cuido dele''. Então J-Hidden e eu caminhamos enquanto ele me explicava o que era cada peça.

–Vocês dois namoram a muito tempo? -Ele me perguntou.

–Para ser bem sincera, não faz nem uma semana. -Admito.

–E você já contou para ele sobre os resultados do teste? -Ele me olhou com dúvida e acusação.

–Não foi bem assim. -Expliquei. -Nós já estávamos juntos a um tempo, mas eu não deixei ele me pedir em namoro, só agora.

–Então quer dizer que o cara já queria te pedir em namoro e você não deixou?

–Não me sentia preparada. -Dei de ombros.

...

Passeamos por diversos cantos do LDR, era como eles chamavam: Lar dos Radioativos. Fácil e rápido. J-Hidden me explicou que eles camuflam este local para não ser encontrado através dos GPS que o pessoal da SUCOR produz. Ele mostrou-me também o quarto que seria meu caso eu quisesse permanecer ali, eu não aceitei nem neguei, apenas disse que provavelmente eu teria que voltar para minha província o quanto antes porque eles logo dariam nossa falta e que eu não poderia colocar Thiago em risco.

–Nós podemos fazer com que eles esqueçam que vocês dois não estavam lá na hora da tal Simulação. -Garantiu-me ele. -Acho que seria uma boa para nós termos uma infiltrada no meio das Províncias. -Seus olhos brilhavam com a ideia.

–Como assim? -Questionei-o.

–Venha, vamos voltar que eu explicarei para todos. -Ele segurou minha mão e puxou-me até o grande salão onde os Radioativos andavam ainda de um lado para o outro sem notar nossa presença.

J-Hidden subiu na mesa de centro e começou a chamar a atenção do pessoal, o que não deu muito certo. Percebi que agora eles estava procurando alguém, e então chamou alguém, um rapaz que eu não consegui ver a aparência devido ao som ensurdecedor que tomou conta da minha cabeça e de todos os outros e que parou do mesmo jeito que começou: repentinamente.

O barulho cessou e J-Hidden começou a falar.

–Hoje uma garota veio até nós, uma garota assim como nós. -Ele acrescentou quando as pessoas deram sinal de que um alarde começaria. -Conversando com ela tive a brilhante ideia de manter ela e seu namorado como nossos Vigias. As províncias tem seus próprios Vigias e podemos muito bem termos os nossos e mantê-los infiltrados dentro de sua província, não podemos? -Ele fez uma pausa para ganhar concordância e negação de todos que estavam presentes. -Candy, venha aqui em cima. -Ele me chamou.

Olhei para os lados, onde estavam Thiago, Care e Nimble. Então segui em direção para J-Hidden que tinha sua mão esticada para mim. Segurei-a para me firmar e subi em cima da mesa.

–Candy é da Força. Ela e o namorado não-radioativo trouxeram informações preciosas que... -Ele fez uma pausa, pois, ao ouvirem a palavra 'não-radioativo' o povo começou o alarde que fariam se eu não fosse uma deles. -Calma, calma... DeepV! -Gritou J-Hidden e logo aquele som que fazia parecer uma escola de bateria dentro da minha cabeça mais trocentas agulhas sendo enfiadas em meu tímpanos.

–Permaneçam quietos até eu terminar de falar! -J-Hidden gritou de verdade pela primeira vez, sua voz era forte e autoritária, talvez até mais que a de Thiago. No mesmo instante todos se calaram. -Não importa se ele é ou não um Radioativo, se ele está com a Candy, uma de nós, então ele estará conosco!

Tentei não olhar para Thiago ou para qualquer outro que estivesse me olhando, não gostava de tanta atenção sobre mim, me sentia desconfortável e isso fazia com que eu olhasse para meus pés ou para um ponto na parede onde não havia ninguém.

–Para termos os dois infiltrados naquela província precisaremos do apoio de todos aqui dentro. Temos que ser unidos se quisermos nos tornar livres. Há quantos anos queremos nos tornar livres para andarmos juntos com os Humanos? Lembrem-se que não queremos destruí-los. Muitos lá não enxergam o que acontece fora do seu mundo, só vêem o bem nas pessoas mesmo quando isso não existe dentro de algumas. Lembrem-se que seres da nossa espécie morrem todos os dias. Vocês não acham uma boa ideia ter essas duas pessoas -ele apontou para mim e para Thiago, lá em baixo -nos trazendo informações? -Ele questionou e todos concordaram. -Mas para isso teremos que dar segurança á eles. Não podemos simplesmente mandá-los fazerem esse trabalho. Precisamos dos poderes de cada um aqui dentro. Alguém está fora? -Novamente ele perguntou. Pelo que vi, ninguém saiu da sala.

–J, eu já posso descer? -Questionei olhando para ele.

–Pode, claro. Obrigado. -Respondeu. Eu assenti e desci, indo para o lado dos outros três.

...

O tempo passou J-Hidden fazia uma tabela com nomes e poderes para ver como nos manter seguros lá dentro, como nos enviar de volta e fazer com que eles esquecessem que estivemos fora da Força durante esse tempo. Thiago estava estranho e não falava quase nada, somente quando interrogado, eu estava desconfortável ao lado dele, mas Nimble foi legal e conversou comigo o tempo todo.

–Acho que teremos que trabalhar seus poderes em breve. -Ele sorriu, seu sorriso era encantador, permito-me dizer.

–Mal posso esperar. -Sorri sem mostrar os dentes.

...

–Bem, acho que o quanto antes vocês forem menos coisas Limbo terá de apagar da nemória. -J-Hidden apareceu cortando nosso assunto, ao seu lado havia um homem pálido e careca, alto e com seus trinta anos. Ele usava uma roupa completamente branca e luvas nas mãos.

–Olá, Limbo. -Disse olhando-o.

–Olá, Candy. -Respondeu-me.

–Então, Gatte irá levá-los? E como iremos passar da segurança da Força? -Questiona Nimble. Logo todos os envolvidos no plano sentam-se conosco no grande sofá branco. Eram dois, um de frente para o outro.

O plano combinado era passarmos pelo portal até a Força, lá Nimble iria correr até certo local que eu acabei não prestando atenção e Limbo jogaria um jato do seu poder no ar para que todos esquecessem nosso desaparecimento, só isso a nada mais. Eles não gostavam de usar seus poderes para retirar a memória das pessoas, eram memórias e quando se retirava uma memória, retirava uma parte delas. Só que era necessário.

...

Todos nos juntamos em uma sala privada de iluminação, Nimble e eu fomos os últimos a chegar, devíamos ir de dois em dois e Nimble disse que precisava falar comigo. O que ele disse, foi simplesmente que estava ansioso para ver quais eram meus poderes para que ele pudesse me ajudar a escolher o nome, pois, segundo ele, era bom em dar nomes.

Se Lia estivesse conosco diria que ele estava dando em cima de mim, o que eu não acredito que seja verdade.

Ao chegarmos todos abriram espaço na roda para que entrássemos e dessemos as mãos um para o outro. A grande bola azul aumento o tamanho e fechamos nossos olhos enquanto ela nos engolia para a escuridão, e então nos cuspira para fora dentro da Força.

Sem perder tempo Nimble correu com Limbo enquanto J-Hidden deixava todos nós invisíveis. Pude ver enquanto eles socavam a cara de alguns caras que estavam no meio do caminho e então uma pequena neblina decaiu por toda a Segurança da Força, por todos aqueles que sabiam que tínhamos sumido. E nós só sabíamos quem tinha esse conhecimento porque Care conseguiu descobrir e nos avisar.

Tudo isso levou menos de cinco minutos e então me encontrei sozinha com Thiago no meio de nossa Província, perto da sala de segurança.

Sem reação, não falamos um com o outro até falarmos juntos um ''Nossa'', de surpresa, admiração pelas pessoas que acabamos de conhecer, por um ''Nossa'' de ''estamos ferrados''. Sem falar nada eu o abracei e murmurei diversas vezes a palavra Obrigada, pois sem ele eu não teria conhecido tudo aquilo.

–Eu sempre estarei com você. -Ele murmurou entre meus cabelos.

–Eu sei. -Foi a minha resposta.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Quero comentários, xoxo