Summer Camp escrita por Malu


Capítulo 26
Hard day


Notas iniciais do capítulo

Hello, sweethearts!



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Chloe

A chuva ameaçava cair mas não caía o que era meio ameaçador porque o céu estava coberto de nuvens cinzas e sem nenhum rastro de luz do sol batendo no chão. Se começassem á aparecer raios e trovões, juraria que era o fim do mundo. Diamond tirou a tarde inteira pra dormir e Nina resolveu passear pelo camping procurando um menino que ela disse que tinha conhecido á algum tempo, e que queria falar com ele antes de terminar o acampamento. Coisa qual, faltava pouco tempo. Eu fiquei a manhã inteira na cabana, me atualizando nas séries e vendo alguns filmes. Andrew passou aqui uma vez pra saber de mim, mas foi embora, tinha que jogar alguma coisa com alguém.

Josh havia passado também, deu um alô e saiu. Ele parecia bem contente em me ver respirando, o que era bem estranho.

E então finalmente a chuva caiu. Uma tempestade, o que já era de se esperar. Bufei e continuei lendo meu livro. Só nesse tempo, havia mandado várias mensagens pro Andrew que não respondeu nenhuma. Nem ele. Nem Josh. Nem Nina.

Nina

Já que faltava pouco menos de um mês pro acampamento acabar e eu não havia visto Simon desde que dormimos juntos naquela festa, resolvi procurá-lo por aí. Ele disse que gostava de ficar horas perto da cachoeira, só ouvindo o barulho dela bater. E também que gostava de ficar caminhando pelas trilhas da floresta sozinho. O procurei pelos dois lugares mas não achei, e ousei ir na sua cabana.

Ele me disse que era a terceira. Caminhei até lá e bati na porta.

— Quem é? — ouvi a voz de uma garota lá dentro e já me senti estranha.

— Elenina. — disse num tom simpático.

— Já vai. — respondeu com certa rispidez e ouvi seus passos em direção á porta. — Que foi garota? — vi aqueles cabelo loiros mal pintados, e aquela maquiagem toda borrada com aquele batom vermelho bagaceiro e sua lingerie de prostituta e fiz uma cara de nojo. — Ele disse que só tinham contratado duas. E você não tem a menor pinta de prosti. — ela falava com um sotaque estranho. E mascava um chiclete irritante.

— Eu agradeço. — disse desconfiada se aquilo era um elogio. — Mas, eles? Eles quem?

— Os pirralhinhos. — sorriu maliciosa. — Um com cabelo enroladinho, outro loiro, um mais magricelo mas bonito e forte, outro mais alto e um bem gostoso que me convidou pra cabana dele depois. — o do cabelo enroladinho só podia ser Simon , o magricelo mas bonito e forte me era semelhante a Andrew, igual o "bem gostoso" era semelhante á Josh. E se fosse ele, eu quebraria aquele braços em pedacinhos até ele nunca mais poder dar prazer á si mesmo.

— Sem querer interromper essa orgia de vocês, mas.. Eu poderia dar uma olhada em quem são esses garotos? — disse com certo receio.

— Suspeita que um deles seja seu boy, né colega? — sorri intimidada, assentindo que sim com a cabeça. — Entra aí! — eu entrei e ela fechou a porta. — Te entendo. Uma vez a Vânia pegou meu macho, e eu quebrei os dente tudo dela. — eu caminhava até a parte de trás da cabana que tinha um quarto grande e que era vago em todas elas, de lá vinha um som alto e um maldito cheiro de maconha. Acabei não ligando pro papo sobre a Vânia que a Tati desenvolveu. Sim, no caminho ela me disse até o RG dela.

— Pode entrar. — ela disse me olhando assustada porque eu estava parada estática com a mão na fechadura. Senti que se abrisse e desse de cara com alguns garotos desconhecidos, significaria que eu não confio no Josh pra saber que ele nunca faria isso. E se eu abrisse e desse de cara com o Joshua, eu estaria um pouco mais quebrada por dentro do que já estou com todas as merdas que aconteceram na minha vida esse verão. — Vai logo garota. — respirei fundo e abri a porta.

E olha só, como se eu não esperasse. Josh jogado no chão, com as pernas abertas e uma vagabunda dançando em cima dele, e em volta um monte de drogas jogadas pelo chão. Fechei os olhos, pressionando meu lábios um contra o outro pra não falar tanta merda que ele ficaria surdo. Assim que eu abri a porta, todos viraram pra mim. Ele, Andrew que estava ali fumando um, Marco e Simon. Quem eu jurei ser diferente.

— Nina. — Josh murmurou, fechando a calça que estava aberta mostrando sua aparente ereção e se levantando, tirando o monte de droga da sua roupa e ficando ao lado da vagabunda.

— Josh. — murmurei com certa raiva, angustia e desgosto na voz sem soltar as lágrimas que estavam presas nos meus olhos nesse instante.

— Como nos achou? — disse assustado. — Pensei que não conhecesse essa cabana. — Simon olhava para baixo, com um sorriso sarcástico no rosto.

— É isso que tem pra me dizer? — senti minha voz embargar. — Depois de eu achá-lo no chão, cheio de droga e uma vagabunda em cima de você, tudo o que tem pra me perguntar e dizer é como eu te encontrei? — o olhei demonstrando todo o meu desgosto. — E está tão drogado e bêbado, que não lembra de quando eu fui transar com o Simon. JURANDO QUE ELE ERA DIFERENTE DO ANDREW! — berrei e o olhei. — Mas ele não é.

— Nina, isso aqui não é nada. — ele tentou se aproximar, mas eu dei um passo pra trás.

— Isso aqui definitivamente não é um nada. — minha voz embargou ainda mais. — Isso aqui é alguma coisa! E uma coisa grande, Joshua! — senti a primeira lágrima cair. — E Andrew, não pense que Chloe não vai saber disso. Porque eu não vou deixar a pobre menina sofrer nas suas mãos, porque no fundo no fundo, você é da mesma laia que ele. — saí dali correndo, enquanto recebia o olhar desesperado de Josh que me seguiu, mas eu corri bastante rápido, tanto que até me surpreendi quando me vi em frente a minha cabana tão rápido. Mas ele era rápido também, e conseguiu me alcançar assim que eu ia pisar nas escadas.

— Nina, me escuta! — falou me segurando pelo braço e me fazendo virar bruscamente pra ele, fazendo-o ver as lágrimas que caíam. — FOI IDEIA DELES! Estamos no último mês de acampamento! — me encarou com certo medo nos olhos. — ANDREW SEMPRE FAZIA ISSO QUANDO VOCÊS NAMORAVAM E VOCÊ NUNCA LIGAVA. — quando ele tocou no nome do Andrew pareceu ficar ainda mais vermelho.

— Eu já estava acostumada com ele! Mas você. — senti a dor da sua mão me apertando. — Você era pra ser diferente. — balançava a cabeça em negação. — MAS VOCÊ É UM MERDA TAMBÉM.

— Se já namorou um merda, porque não pode namorar outro?

— PORQUE EU NÃO AGUENTO TER MAIS BOSTA GRUDADA EM MIM, GAROTO.

— Merda, bosta. — sorriu irônico. — Vamos lá. Xinga mais. Me excita. — eu o olhei incrédula.

— PELO AMOR DE DEUS. — o empurrei com toda a força que eu tinha. — O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?

— ABSTINÊNCIA. — falou irônico.

— AH PELO AMOR DE DEUS VÁ SE FODER JOSH.

— Vem comigo.

— Você não tem a mínima noção do que estou falando não é mesmo? VOCÊ É UM GRANDE FILHO DA PUTA. — ele se aproximou novamente e me segurou pelos braços, com mais força dessa vez.

— Mulher nenhuma vai me chamar de filho da puta, Nina. — seus olhos transpassavam certa loucura. — Nem mesmo você.

— Aé? — o olhei desafiadora. — Vai fazer o que? Me bater porque não consegue ouvir a verdade? PORQUE NÃO CONSEGUE OUVIR A PORRA DA VERDADE DE QUE VOCÊ É UM GRANDE FILHO DA PUTA. — ouvi o estalo da sua mão bater contra o meu rosto, e rapidamente levei a mão ao local da dor, virando o rosto pra ele incrédula e ouvindo o barulho da porta da cabana abrir e Chloe e Diamond saírem dela.

— O que aconteceu aqui? — Diamond perguntou preocupada se direcionando até perto de mim, que dessa vez chorava mais ainda.

— Eu.. eu... eu... — ele gaguejava olhando pra suas próprias mãos.

Chloe observou a situação e apenas chegou perto dele.

— Você bateu nela? — disse com um sorriso maldoso nos lábios. — Bateu nela igual o papai batia na mamãe, Josh? VOCÊ ME JURA QUE FEZ ISSO. — ela o empurrou e ele se deixou ir pra trás.

— Eu não quis fazer. — falava sem levantar a cabeça.

— Mas fez. Agora saia daqui antes que eu mesma quebre essa sua cara. — ela berrou e ele se se foi, antes me olhando com uma expressão de "o que eu fiz?". Enquanto eu só chorava, chorava e chorava, jogada no chão nos braços da Diamond.

— Oh meu deus. — Chloe disse aterrorizada correndo até mim. — Vamos entrar. — ela me pegou pela cintura, e ela e Diamond me carregavam cada uma de cada lado. Afinal, eu não tinha força pra sustentar meu corpo nesse momento.

...

Andrew

— Ela ficou puta pra caralho! — Simon disse recolhendo o sutiã das mulheres que estavam jogados pela cabana inteira.

— Isso é só fogo da emoção. — disse, tragando o cigarro. — Ela logo esquece e fode bonitinho com o Josh.

— Não acho que vai ser assim. — Marco disse vindo com do quarto que estávamos antes com um saco de lixo cheio. — Nunca a vi assim. Ela nunca chorou na nossa frente. Ela parecia perdida, cara. — soltou o lixo na cozinha, e pegou o fogo do meu cigarro tirando um do seu bolso.

— Eu já disse. — repeti. — Ela vai esquecer e tudo vai voltar a ser o maravilhoso conto de fadas que era. Voltaremos pra cidade, ela terminará com ele, e voltará pra mim, e ano que vem a gente volta, é o casal vinte daqui e acontece tudo de novo. E o Simon ainda ganha uma foda grátis. — ri recebendo um dedo do meio dele.

O barulho da porta fechando chamou nossa atenção e vimos Josh entrar ali e se sentar com uma expressão de aterrorizado no sofá.

— Que foi, cara? — Simon disse chegando perto dele. — Apanhou foi? — todos rimos, menos ele que continuava calado olhando pro nada e pras mãos.

— JOSH! — berrei e ele virou me olhando. — O que foi, mano? — traguei mais uma vez o cigarro.

— Eu bati na Nina. — falou em um tom como se aquilo fosse horrível demais, o que era.

— COMO ASSIM PAPA? — Marco gostava de misturar línguas quando estava aterrorizado. — FICOU DOIDO? BATER EM MULHER MANO? ESSA PORRA É FEIA E SÉRIA. DEVIA TE LINCHAR AGORA MESMO. — ele ia se aproximando violento de Josh, mas eu o parei.

— Calma. — ele bufou e voltou pro lixo. — Porque tu fez isso, mano?

— Eu perdi o controle das minhas mãos. Eu fiquei puto demais e meti a mão na cara dela. — ele me olhou. — Tinha que ver o olhar dela, cara. Deve ter doído muito.

— Mano, relaxa! — cheguei perto dele. — Ela vai esquecer.

— Eu não esqueceria. — Simon disse enquanto varria. — Ele bateu nela, Drew. Não se bate em mulher cara.

— Não quero que ela esqueça. Quero que ela sempre lembre e fique longe de mim para que eu não possa machucá-la. — se levantou e saiu dali, deveria ir pra nossa cabana.

Ficamos quietos por um tempo até eu anunciar que iria procurar Chloe.

— Se a Nina contou tu é outro fodido mano. — Marco disse. — Mas se tu bater na loirinha, eu quebro os teus osso!

— Relaxa. — joguei o cigarro no lixo e saí.

— Sem nem escovar os dentes? Tá com um bafo da porra, cara. — Simon disse na porta.

— Ela vai me dar de qualquer jeito. — sorri malicioso e corri até a cabana dela.

Chloe Again

Ouvi a voz do Andrew lá fora e me dirigi pra lá. Eu já sabia de tudo que ele havia feito essa tarde, tudo que ele tinha visto e não esperava menos do visual dele. Todo escabelado, com metade da camiseta xadrez aberta mostrando o peito, suas calças sujas de algo branco que eu nem queria imaginar o que era e seus tênis sujos. E também o insuportável odor de bebida, cigarro, sexo e drogas.

— Bebê. — ele disse tentando se aproximar e me dar um selinho, mas eu apenas o empurrei. — Que foi?

— Acho que você sabe. Muito bem. — o encarei séria, e o vi bufar.

— Nina te contou? Que garota fofoqueira! — cruzou os braços, parecendo incomodado.

— Melhor fofoqueira do que infiel e falsa. Coisas que você é.

— Vai ofender? — continuei com meu olhar fixo nele. — Só vim aqui te dar uns beijos, perguntar se quer dar um passeio comigo... — se aproximou de mim novamente, com um sorriso malicioso.

— Quer dizer "foder escondida com você numa trilha escura"? Não, muito obrigada. E seus beijos com esse fedor insuportável de cigarro, ninguém quer.

— Vai me renegar? — não disse nada. — Olha que tem gente querendo hein. Aproveita enquanto ainda tem.

— Ainda? — o olhei incrédula. — Pretende terminar comigo quando voltarmos pra cidade, Andrew?

— Chloe. — respirou fundo e me olhou. — Tanto eu, quanto você sabemos que lance de verão é lance de verão e que durante o ano inteiro eu sou o namorado da Nina. E aí nós voltamos pra cá, nos separamos e eu fico com uma diferente pra variar.

— Eu sou um lance de verão? — sorri incrédula. — Tá certo. A garota boba do verão.

— Não é boba. — se aproximou e eu me afastei. — Só não é a imagem que quero passar pros outros.

— E ainda me ofende. — ele ia falar alguma coisa mas continuou calado. — Vamos fazer assim então, Andrew. Vamos apressar as coisas! — sugeri. — Vamos terminar com essa merda que temos agora. Assim ainda dá tempo de achar outra burra pra comer até o fim do verão. O que acha?

— Não é isso que eu quero.. — tentou se aproximar novamente e eu me afastei. — PORRA CHLOE. ASSIM FICA DIFÍCIL.

— Não tem nada pra ser difícil. — falei terminando o assunto. —Acabamos por aqui, Andrew.

— Como assim?

— Deu. Acabou. It's over. GAME OVER.

— Mas porque, Chloe?

— Não sou sua palhaça pra ficar fazendo o que você quer. Agora me dá licença, tenho uma amiga que apanhou do meu irmão hoje pra consolar e não posso ficar perdendo tempo com você. — me virei e segui em direção á cabana. — Nos vemos no próximo verão. — entrei, batendo a porta com toda a força que pude. Assim que á fechei, me joguei no chão em meio ás lágrimas.


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Notas finais do capítulo

hmmmmmmmmmm cheiro de inimizade cheiro de amor no final cheiro de final trágico cheiro de tristeza cheiro de depressão

MENTIRA
cheiro de nada
apenas de cap bafonico

beijo, até



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