Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 28
Chapter 28 - LA


Notas iniciais do capítulo

OPA
Desculpa a demora gente, a criatividade tava foda. Queria avisar que esse não vai ser o último capítulo, ele ficou muito grande, então, ainda vai ter mais um antes do epílogo. Yayyy! Enfim, aproveitem.

GOGOGO o/



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Imagine uma viagem divertida. Um carro, em plena velocidade pela rota 80 direto para Califórnia. O sol brilhando lindamente pelos desertos, um grupo de amigos cantando Right Round alegremente, para passar o tempo. Imaginou? Agora apague totalmente isso, pois não é o que acontecia com o grupo em missão para Afrodite dentro daquela van familiar escura que acelerava pela 80. Todos se sentiam frangos assados dentro do veículo, nenhum estava alegre e o rádio não funcionava.

Eles estavam terrivelmente saturados desta missão.

– Meu cóccix não aguenta mais essa posição desconfortável no banco desse carro. A gente pode parar? - perguntou Allycia Sparks, os olhos verdes imploravam por uma pausa.

Leo Valdez a encarou pelo retrovisor, e suspirou, voltando o olhar para a pista. Seus braços já não aguentavam suportar as mãos firmemente no volante. Os deuses sabem o quanto sua coluna pagaria pela posição rígida de suas costas. Quanto mais se aproximava da cidade, mais o sentimento de perigo imininente o incomodava.

– Estamos incrivelmente perto Ally. Sério, só mais uns 3 km e chegamos.

– É bom não estar mentindo. - ela fez careta. Leo sorriu de lado.

Mais alguns metros em silêncio e, finalmente, Nico verbalizou o pensamento que assombrava cada um naquele carro:

– O que nós faremos quando chegarmos?

Charlotte tentava expulsar qualquer pensamento negativo e isso queria dizer tentar pensar em absolutamente nada. Enquanto tentava ignorar o revirar nervoso de seu estômago, suas mãos lhe traíram e começaram a tremer violentamente. Ela respirou fundo, cruzou os braços e tentou expressar-se de forma tranquila - era a "líder" dali, não? Os outros também não estavam confortáveis. Contenha-se, pensou.

– Bem, - disse - a primeira coisa a fazer quando chegarmos em Hollywood é parar para comer algo, descansar um pouco. Caso nós tenhamos o azar de cruzar com algum monstro, pensando positivamente, não poderemos lutar cansados e famintos. - ela forçou um sorriso. Nico a encarou com a boca meio aberta e uma sobrancelha erguida.

– "Pensando positivo"?! - ecoou Ally, os nervos a flor da pele. Seu rosto redondo estava vermelho como um pimentão.

– É... O negativo seria se Hera tentasse outra vez. Infelizmente as probabilidades de isto acontecer são bem grandes. Mas não se preocupe, escapamos dela umas três vezes. Mais uma não...

– É um último ataque, Charlotte, não sera como os outros! Será para finalizar! - pirou Allycia.

Nico e Leo encaravam as duas e trocavam olhares entre si constantemente. Eles estavam receosos? Sim, era normal. Tensão pré-batalha. Mas Allycia estava aterrorizada e, mesmo que Charlie tentasse esconder, também estava com medo. Seria por serem suas primeiras missões e por já começarem com uma deusa louca. Charlie não queria ter de apelar ao charme em seus amigos, era golpe baixo, mas Ally tremia da cabeça aos pés.

– Escutem, - ela tentou pôr todo o carinho e doçura em cada palavra. Encarando os olhos de cada um por, pelo menos, cinco segundos. Todos a olhavam fixamente - sei que está nervosa Ally, mas estamos juntos nessa. Vamor por um fim em tudo. Só precisamos ficar juntos. Acalme-se, está tudo bem.

Lentamente Ally se acalmou, respirando fundo pausadamente. Nico, hesitante, pegou a mão dela e a envolveu em seus dedos finos e pálidos. O olhar que eles trocaram em seguida foi tão carregado de afeto que Charlie se sentiu errada em vê-los. Ela sorriu, voltando-se para frente.

– Muito bom. - elogiou Leo.

– Tive que recorrer ao charme, não gosto disso. - ela murmurou.

– Por quê?

– Me faz pensar que não confiam o suficiente para se firmar só na minha palavra.

– Seus poderes são incríveis, eu não entendo porquê vocês, filhas de Afrodite, diminuem tanto um poder que lhes fazem ser mais fortes que qualquer outro. É como se vocês, tipo, controlassem o inimigo.

– Ele não é útil sempre. Filhas de Afrodite não chamam tanto a atenção dos inimigos quanto os outros. Não apresentamos tanto perigo.

– Não apresentam tanto perigo? Você já esfaqueou um cara. - ela o encarou. Ele não havia feito uma brincadeira, apenas havia comentado. - Sei que não gosta de lembrar disso, mas mostra um de seus feitos mais corajosos. Vocês são sim um perigo. Principalmente para outros pobres mortais ou semideuses. Vocês machucam bastante nossos corações. - ele estava sorrindo, mas Charlotte sentiu-se preocupada.

– Eu já machuquei seu coração? - perguntou, baixinho.

– Cada vez que eu olho para você, você machuca meu coração. - ela baixou o olhar. - Mas isso é tão bom, tão mágico, tão real, que eu tenho vontade de olhar para você para sempre, Charlotte.

Por um minuto todo o medo se esvaiu e ela se sentiu leve. Ela nunca tinha namorado antes, mas a impressão que tinha de Leo era de ser melhor que todos os garotos em todos os sentidos. Sempre atencioso, sempre carinhoso, sempre um amor. Ela gostava tanto dele que chegava doer. E então Leo falava estas coisas, espontaneamente. Era fofo.

– Deus, você é tão meloso. - ela riu para ele. Leo fez uma cara surpresa, misturada com um sorriso.

– Cala a boca, Madison. - ele respondeu, provocativo. Charlotte continou rindo e, por um instante, tudo estava bem.

***

Após um almoço rápido em um dos restaurantes temáticos de Hollywood - anos 50, onde tudo era vermelho e xadrez, com garçonetes em vestidos rodados e patins, jukebox e milkshakes - o grupo se encaminhou para um vendedor de "mapa das estrelas", que consistiam em pedaços de papel com glitter, onde pequenas estrelas amarelas, com o nome de alguma celebridade, marcavam suas moradias.

– Tem uma estrela marcando onde ficava a antiga mansão de Marilyn Monroe. - comentou Charlie, impressionada. Os outros ergueram as sobrancelhas pra ela, surpresos - Que foi? Ela é tipo, a filha de Afrodite mais famosa que tem.

– Marilyn Monroe era filha de Afrodite?

– Só se fala dela no chalé, e tem várias fotos e revistas dela espalhados pelo lugar.

– E vocês só usam Chanel nº 5*, aposto? - perguntou Allycia.

– Na verdade, eu sou a única que uso este perfume lá. Curioso, não?

– Super - Nico foi sarcástico.

Charlie revirou os olhos para ele.

– Achei, o teatro! - falou Leo, abruptamente. - Aqui, as estrelas vermelhas marcam os lugares famosos daqui e... Aqui - ele apontou uma das marcações -, a noroeste, fica o teatro. Não é, exatamente, tão longe. Se pegarmos Beverly Hills podemos chegar lá em meia hora.

O grupos trocou olhares significativos. Meia hora para terminar tudo. Apenas isso.

– Então vamos terminar com isso. - falou Charlotte decidida. Leo afirmou com a cabeça e eles se afastaram do restaurante, em direção ao carro.

Charlie foi impedida de abrir a porta do carona quando Leo a fechou novamente. Ele olhava fixamente em seus olhos, sua expressão era séria.

– Tem certeza disto? É o fim, entendo se quiser desistir.

– Não acredito que você, sequer, está me oferecendo isso.

– Eu só estou preocupado.

– Não precisa, não viemos até aqui por nada. Nós vamos terminar isto. - ela estendeu sua mão para Leo. - Juntos.

– Mesmo?

– Mesmo.

***

Era algo estranho passar pelas ruas da cidade. Era tipo aqueles filmes colegiais adolescentes. Os estúdios na volta e as palmeiras no centro da estrada. Ao longe se via o letreiro nas montanhas.

Hollywood era um lugar glamorosamente lindo.

Vários artistas de rua chamavam a atenção, seja dançando ou simplesmente fantasiado de Michael Jackson - com suas roupas brilhantes e icônicas. Haviam grupos musicais em volta de aparelhos de som, pessoas vestidas de jeitos estranhos e filas enormes nas portas dos estúdios de filmagens. E eles haviam apenas dirigido por 15 minutos. Nesses quinze minutos Charlotte pôde listar alguns clipes musicais que se passaram por estas ruas, como Tears Dry On Their On de Amy Whinehouse ou Rockstar de Nickelback.

Hollywood havia sido um dos poucos lugares dos Estados Unidos que ainda não tinha estado. Quando pequena, seu pai a levava bastante em suas viagens. Já visitara Los Angeles, é claro, mas seu distrito não.

– Talvez eu possa virar atriz, também, algum dia. - comentou Charlie.

– Os ares de Hollywood já te inspiraram? - perguntou Leo.

– É tudo tão incrível.

– A concorrência é grande.

– Sou filha de Afrodite, não me preocupo com concorrência.

– Falou como uma mesmo. - riu Leo.

Tiveram que esforçar para achar um lugar para guardar a van pois o lugar era realmente movimentado. Pessoas passavam de um lado para o outro, parando várias vezes para tirar foto em alguma estrela. Mais atrás se posicionava o teatro. Alto e imponente.

"Grauman's Chineses Teathre"

– Aqui estamos.

O lugar estava fechado para evento particular naquele dia, o que dificultaria um pouco. Um dos cartazes do lado de fora anunciava "The Lady Murther", onde uma mulher de rosto escondido usava vestes pomposas manchadas de sangue.

– Talvez seja uma peça de Afrodite. - murmurou Allycia.

– É, talvez. - sussurrou Charlie, o nervosismo tomara proporções horríveis.

Charlie deu um passo a frente, passando pela entrada alta, e dirigiu-se a maçaneta da grande porta dourada. Sua mão apenas havia encostado na superfície gelada quando um vento forte varreu todo o ambiente e tudo ficou silencioso, frio. Tudo havia parado, o dia, antes claro e quente, agora estava escuro e gelado. Todas as pessoas que estavam na calçada, tirando fotos ou olhando a Calçada da Fama, pararam. Seus olhares eram opacos, vendo o nada. Pareciam mortos de pé.

O grupo trocou olhares e Charlotte sentira seu medo elevar-se.

"Acalme-se" controlou-se.

– Lá vamos nós. - disse Nico.

Como se invocado por Nico, ouviu-se a voz de Morfeu, alta e clara, ecoando pela área da frente do teatro.

– Bem, bem, bem, aqui estão.


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Notas finais do capítulo

*[N/A] Channel nº 5 foi um perfume criado pela grife o qual era o favorito da atriz Marilyn Monroe.

Espero que tenham gostado! Enfim, nem vou mais pedir essas porra loca de review e favorito pq vcs tão sendo cuzao e nem tão deixando, então foda-se. Até o próximo galera!!

Bjs de Amortentia, EP :*



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