Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 25
Chapter 25 - Grease


Notas iniciais do capítulo

OIEEE, CONSEGUI PASSAR O CAPÍTULO. PENANDO, MAS CONSEGUI!
Gente, falando serio, to passando pelo celular, qualquer erro que eu não tenha percebido na minha revisão, vocês me avisem. Obrigada pela compreensão!

GOGOGO!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469013/chapter/25

Não era a noite agradável que ela pensou que teria na sua volta ao Acampamento Meio-Sangue. A começar pelo fato de Leo estar bravo com ela ainda, o que deixava algo dentro dela implorando para soltar um dos maiores gritos já dados. Ela se olhava no mesmo velho espelho do Chalé 10, ao lado da sua mesma velha cama. Tinha acordado de um pesadelo faziam 3 horas. Algo incrivelmente macabro envolvendo Leo. Não se recordava do que havia sonhado, mas o sangue e os gritos desesperados sempre ficariam em sua mente. Ela tinha certeza que isso tinha mão de Morfeu. Um deus menor, é claro, mas, se quisesse, conseguia se fazer mais forte que o próprio Zeus. Suas lendas diziam que ele se infiltrava nos sonhos dos inimigos e os inundava com imagens horríveis, a ponto de enlouquecer a vítima e - na maioria das vezes - levá-la ao suicídio. Charlie estava decidida a não se ver tomada pelo antigo mordomo. Já havia sido usada de modo cruel mais vezes do que poderia contar, mas algo dentro dela sabia que era só o início de uma outra tortura.

Ela engoliu em seco e voltou sua atenção para o espelho. Era uma sensação de déjà-vu nauseante se postar naquele mesmo lugar com os mesmos propósitos da ultima vez. Ela usava uma camiseta que comprara na lojinha do acampamento que dizia "Corrida de Bigas de Delaware, 1998" e calças jeans. Torcera para que nenhum de seus irmãos acordassem e a vissem naquelas roupas folgadas. Mas eram tao confortáveis... Charlie se pegou questionando como alguns deles podiam ser tao narcisistas. Olhavam seus reflexos naquele espelho por tanto tempo.

Ela se aproximou da superfície lisa e brilhante e encarou a si própria com o faixo de luz do luar que entrava pela janela. A única luz proveniente do quarto.

Normalmente, não percebemos o quanto mudamos até nos compararmos com fotos antigas. Há dois meses atrás, você poderia estar totalmente diferente do que é hoje de nem se da conta. Foi assim que Charlie se sentiu olhando-se no espelho. Fazia, no máximo, dois meses que era uma semideusa reclamada e agora se via totalmente diferente do que se lembrava. Era algo dentro dela que parecia que a alterava por fora.

Sua linguagem corporal demonstrava segurança, confiança, mas ela sabia que, dentro dela, era o que menos sentia. Isso se mostrava em seu olhar, na linha tensa da boca e nas mãos hesitantes e nervosas na frente do corpo. Vivia com medo e era algo que não gostava de admitir. Achava que Hera poderia pular de trás de qualquer moita e mandar Lonny atacá-la outra vez. Te-lo matado só piorou o horror que sua vida já era. Era só mais um fantasma com o qual teria de conviver, quer ela ou não.

Charlotte tentou se acalmar, tentando não pensar em algo deste tipo no meio da madrugada e suspirou, contendo a queimação na garganta.

O que estava prestes a fazer a fazia enfrentar todos os seus medos, os mais terríveis, sozinha.

Ela rearrumou a mochila nos ombros e passou a mão pelos cabelos negros, se dirigindo ao baú que havia no pé de sua cama e pegando o espelho de Afrodite no fundo dele. Ela estava decidida a não ser uma de suas filhas convencionais, queria ser diferente do que achavam, queria fazer parte de uma profecia, como Piper... Como Leo.

Seu coração apertou ao passar na frente do gramado do chalé de Hefesto. Doía ter que sair do acampamento sem Leo, sem dizer que gostava dele. Que gostava muito, mais do que queria admitir. Doía ter que sair com ele bravo e sem deixar nenhum bilhete ou carta. Eles sabiam o que ela ia fazer, mas não onde ela estaria exatamente, e é o que queria. Fazer isso sozinha sem precisar colocar ninguém mais em perigo ou expô-los aos seus inimigos.

Quando alcançou o pico da colina, olhou uma última vez pro acampamento, absorvendo o que poderia ser a última vez que o veria. Desta vez não entoava seu mantra secreto. Seu único porto seguro não estaria com ela. Leo não iria.

***

Ela andaria até o posto de gasolina mais próximo e, de lá, chamaria um táxi ate a rodoviária, onde se poria a caminho de Hollywood. Era fácil, muito simples desde que não desse o azar de dar com monstros. Daí estaria sozinha e teria de se virar.

"Mas que merda!" ela se auto repreendeu "da para parar com esse estupido pensamento de que esta sozinha? Não é como se você fosse uma garotinha inocente. Você é forte, demonstre isso!"

Ela já passava pela árvore onde batera o carro na noite que fora atacada pela Quimera, quando percebeu um brilho perolado na árvore destroçada. Era o dente da cabeça de leão da criatura. Como podia ainda estar ali?

"É um espólio de guerra" algo soou em sua mente. "Você o ganhou em uma batalha limpa, é seu por direito."

O pensamento parecia vir de seu raciocínio, mas ela sabia que não era ela quem pensava isso. Franzindo o cenho, ela guardou o... Objeto... No bolso de trás de sua calça, alheia a sombra que se erguia atrás dela. Antes que pudesse se dar conta, foi agarrada por braços magros mas, notavelmente, fortes. Charlie não gritou, mas se debateu, tentando se soltar do abraço do desconhecido.

Algo dentro dela tinha uma sensação de familiaridade com a presença daquela pessoa, mas só quando ele falou suas suspeitas se concretizaram.

–Tragam logo a merda desse carro! - resmungou.

–Sabia que era você seu filho da mãe! - respondeu indignada. - Me solte!

– Não acredito que estava prestes a fazer isso! - ele rebateu.

Charlie se lembrou de uma aula especial que teve na oitava serie, era uma anti estupro, para ensinar meninas a se defenderem de maníacos defloradores. Uma lição em especial se fez clara em sua mente, podia até ouvir a voz da instrutora policial:

"Um chute, meninas " dissera ela "quando bem mirado, faz milagres."

Charlie concentrou todo seu peso em um dos pés e usou o calcanhar, acertando em cheio entre as pernas do atacante.

Com um arquejo de dor, Nico di Angelo a soltou e se encolheu. Charlie não pensou duas vezes e se pôs a correr pra longe dele, antes que o resto da "gangue" a alcançasse.

Ela corria o mais rápido que conseguia, mas tudo que queria fazer era se dobrar de tanto rir, aquela tinha sido a coisa mais sem noção que fizera. O esforço que fazia segurando o riso ao mesmo tempo que seu corpo controlava a respiração para suportar a atividade física, a fez sentir fisgadas na lateral do corpo. Pontadas. O que a fez cansar rapidamente.

"Ah, ótimo!" pensou, sarcasticamente.

Ela parou, torcendo que tivesse se afastado o suficiente, já que não conseguia dar mais um passo, e recuperou o fôlego, apertando o local da dor. Nesse instante um veículo preto parou ao seu lado, baixando o vidro fumê dramaticamente, enquanto revelava o motorista.

Leo Valdez encarava Charlotte como um típico badboy de filmes antigos, fingindo baixar óculos imaginários para dar uma "checada". Isso, por uma razão totalmente idiota, fez ela se lembrar do estado em que se encontrava. Cabelos bagunçados pelo vento, pele vermelha pelo esforço e suada pela corrida. Ela revirou os olhos com a própria observação, haviam coisas mais importantes com as quais se importar.

Apoiando as mãos nos joelhos, a se curvou, controlando a respiração, recompondo-se. Ela baixou a cabeça deixando uma cortina de cachos negros tamparem o sorriso singelo que dava pela situação.

Ela voltou a ficar séria, levantando a cabeça encarando um Leo com uma falsa e estúpida expressão arrogante.

–Perdida, baby? - perguntou ele em um tom que lembrava muito Danny Zuko em Grease.

–Cale a boca, Valdez! - bufou ela, estava irritada agora. Estava brava com ele por ter brigado com ela sem motivo nenhum, com eles ali quando não era planejado e por ter precisado machucar Nico. Era mesmo necessário isso tudo?, pensou.

–Quer entrar e dar uns amassos ou vai ficar parada nessa posição... - ele a examinou - um tanto quanto inusitada?

–Já mandei calar a boca. - disse entre dentes, não iria entrar naquele carro com ele.

–Venha calar.

Charlie lançou um olhar afiado a Leo, que respondeu piscando o olho. Deuses, ele sabe ser irritante quando quer, suspirou internamente.

–Imbecil.

–São seus olhos, agora saia do meio da rua e entre nesse carro. - sua voz tinha um tom autoritário e sério que até a surpreendeu. Por um instante hesitou.

Ela não respondeu. Ficou parada ali, não queria que eles fossem e precisava de um plano. Apesar de tudo, ainda estava irritada com Leo e com Nico, como podiam tê-la assustado daquele jeito? Por que tinham que complicar indo atrás dela?

Leo buzinou, fazendo o barulho soar como uma bomba atômica na silenciosa madrugada.

–Você enlouqueceu de vez? Que acordar o condado inteiro?

Ele não respondeu, apenas começou a apertar a buzina de modo alternado, o que soou ainda pior.

–Leo! - chamou Nico, em reprovação, a voz abafada pelo barulho e pelo chute que ainda doía. Charlie teve um rápido sentimento de triunfo que se desfez tão rápido quanto se formou. Seu ódio voltado para Leo. Teve que usar todo seu auto controle para não descer um tapa no rosto dele. Como podia exigir isso dela? Depois de ter saído daquele jeito, bravo com ela, e ainda ter trabalhado com esse filho de Hades para fazer algo contra sua escolha? Não queria eles ali, era uma causa maior, era pra segurança deles!

Leo continou a buzinar por mais alguns segundos, nos quais Charlie olhava com todo seu veneno, quando finalmente, ela jogou as mãos para o alto, em frustração.

Ela deu a volta no carro, entrando no banco do carona. O silêncio se instalava na noite, outra vez, quando em um último ato de rebeldia, ela cruzou os braços, dando um olhar assassino a Leo. Ele nem se dignou a olhar para ela, apenas ria.

–Você é impossível! - grunhiu para ele.

–Mas que droga! - resmungou alguém atrás deles.

–Até você, Allycia?! - exclamou ultrajada. Sua melhor amiga estava em um complô com seu namorado. Que maravilhoso!, pensou irritada.

–Não ia deixar você ir sozinha, eu te conheço. - disse ela, simplesmente. Parecia realmente desconfortável ja que Nico estava esparramados sobre o banco traseiro, ainda gemendo de dor, deixando um espaço mínimo pra filha de Poseidon. Ele estava totalmente corado.

Ela teve vontade de estrangular cada um que se encontrava naquele carro, a começar pelo garoto ao seu lado.

No momento em que pensara naquilo, Leo deu ré abruptamente no carro, fazendo Charlie bater a cabeça no assento e, consequentemente, morder a lingua.

–Leo! - protestou - Eu mordi minha língua, idiota!

–Oh, coitadinha. Sinto muito. - respondeu, sua voz pesava o sarcasmo. Aquilo só aumentou a sua vontade de socá-lo.

Com um ronco do motor, Leo avançou pela madrugada, com uma Charlie irritada, uma Allycia embaraçada, um Nico dolorido e o próprio motorista de saco cheio.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ta ai, amorecos. Qualquer coisa, deixem um review. Agradeço a paciência comigo.
Aliás, queria agradecer as 39 pessoas que estão acompanhando e as 12 que favoritaram. Amo vcs demais sz

Desculpem pelo nome do capitulo bosta, mas não me ocorreu nada na hora ç.ç

Beijinho de Amortentia EP :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Son of Hephaestus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.