Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 19
Chapter 19 - Kidnapped


Notas iniciais do capítulo

Hey, caras. Beleza? Ta aí o primeiro dos três caps que vou postar em sequência. Desculpe a demora, mas eu tinha passá-los pro pc u-u

SABE O QUE EU AMARIA? UMA RECOMENDAÇÃO, SÉRIO! Zoa, gostaria sim, mas não to implorando (to sim) .-.

GOGOGO!



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–Ou melhor – disse Leo, levantando-se no mesmo instante em que sentara – não esperamos coisíssima nenhuma! Não vou ficar aqui parado enquanto a minha na... Enquanto Charlie pode estar em perigo.

–Graças aos deuses – suspirou Ally, aliviada – achei que estivesse sobre efeito de drogas por aceitar tudo facilmente.

–Mas você está esquecendo uma coisa – interrompeu Nico. – não sabemos onde ela está. Não podemos nos dar ao luxo de perambular a esmo por aí. Dificultaria mais para ela nos localizar.

–E o que faremos? – questionou Leo. – Não quero ficar aqui parado, sem notícias.

Depois de alguns segundos em silêncio, foi Ally quem falou:

–Poderíamos voltar ao acampamento. – murmurou.

Eles a olharam incrédulos. Isso não era ir atrás de Charlotte.

–Não me olhem assim! – defendeu-se ela – Que lugar melhor a gente poderia ir sem nenhuma pista? Ela certamente voltaria para lá ou tentaria enviar alguma mensagem. É o modo mais simples de conseguirmos notícias.

–Ela... Ela pode ter razão. – disse Nico, lentamente. Ally levantou as sobrancelhas surpresas. Nico di Angelo concordando com ela? – O acampamento, para mim, não é o melhor lugar do mundo, mas é o de mais prático que vocês têm.

–Levaríamos horas...

–Esperem, “vocês têm”? Como assim? Você não vem?

–Não... Não conseguiria ficar muito tempo.

–Você tem que ficar.

–Não, não tenho.

–Não se importa com Charlie? – Ally semicerrou os olhos.

–Oh não, de novo não. Volte Charlotte, sem você não consigo.

–Não é isso. Aquele lugar não é pra mim. Você não entenderia.

–Acha que, só porque é filho do menos favorito dos três grandes, ninguém vai te aceitar? Eles não têm o Chalé 13 apenas para Hazel utilizá-lo na sua breve estadia no acampamento.

Os olhos escuros de Nico tiveram um leve brilho a menção de sua meia-irmã – que provou a Ally que ao menos algum sentimento habitava aquele garoto – mas sua voz estava dura ao falar.

–O simples fato de você classificar meu pai como menos favorito, já deixa implícito o que quero dizer.

–O Acampamento Meio-Sangue é para todos! – argumentou ela.

–Menos para mim.

–Precisamos de você lá!

–Não, não precisam. Vocês já sabem o que tem que fazer. Ir a Hollywood.

–Não sabemos exatamente onde. –acrescentou Leo, baixinho, não querendo se intrometer na briguinha deles.

–Vocês vão encontra-la pela calçada da fama, mais precisamente no Teatro Chinês Grauman, está bem?

–Nico...

–Eu levo vocês viajando pelas sombras.

–Espera outra vez, você nos fez viajar toda essa distância sendo que podia nos levar pelas sombras? – questionou Ally. – Talvez até já tivéssemos terminado essa merda e a Charlie estaria em segurança!

–Allycia, acalme-se. Nico não tem culpa. Ele não tinha como saber. – interpôs Leo.

–Viajar com três pessoas é complicado, exige muito de mim.

–Mas você viajou com a Athena Partenos, Reyna e até o Treinador Hedge de Roma até Nova Iorque! – ela disse, de cenho franzido.

–Como sa... – começou Nico.

–Percy, meu irmão. –esclareceu, irritada.

–E foi algo que quase me destruiu! – explodiu Nico. – Se eu puder evitar, me resguardo! Aliás, porque eu estou te dando alguma satisfação? – disse ele, para ninguém em particular.

–Cara... – Leo disse, lentamente. – Ninguém esta te julgando. Somos muito gratos pelo que fez, ajudou a salvar muitas vidas. Se puder nos tirar daqui, então tudo bem.

Nico demorou um pouco, mas assentiu lentamente.

–Quando estiverem prontos. – disse resoluto.

Ally se virou ereta, balançou os cabelos ruivos para as costas e andou em direção até as mochilas, preparando-se para guardar as coisas.

–Ela só esta preocupada. – disse Leo, e a seguiu.

***

–Então do que devo te chamar? Vadia? Aproveitadora? Ah... Vaca, quem sabe? – perguntou Charlie, usando todo o ódio que sentia por Georgie em cada palavra.

A boca da madrasta se contraiu em uma linha fina e seus punhos se fecharam fortemente ao seu lado.

–Não me provoque, garotinha.

–Não me chame de garotinha. Não acredito que foi você quem me sequestrou! Sabia que você era uma... Uma monstra! Meu pai não deveria mesmo ter confiado em você. E, ainda por cima, creio eu, que sabia que eu era uma semideusa? Impossível você socializar com aquele crápula por coincidência.

Georgie deu uma leve risada de escárnio e continuou encarando a garota.

–Óbvio que não, tolinha. Faço parte deste mundo tanto quanto você, quiçá até mais.

–O qu... O que quer dizer?

–Vire-se. – ela disse dura e simplesmente.

Charlie o fez como se não tivesse mais poder sobre seu corpo. Houve uma forte e rápida incandescência e, quando Charlie se virou lentamente, seu queixo caiu.

Georgine Pulfrock não era a loura falsa que aparentava, no final das contas. Ela era uma deusa. Uma figura que, apesar de pressentir que já a vira antes, não saiu da sua cabeça desde o seu primeiro encontro no Cassino “O Olimpo”. Hera.

–Rainha... Hera... Her... Eu... – balbuciou Charlie.

–É nessa hora que você deveria se curvar. – disse Hera com um sorriso.

“Eu não vou fazer isso” Pensou Charlie “Não vou mesmo”.

Algo em Charlie estalou e ela teve a leve consciência de que seus olhos voltaram a mudar de cor repentinamente. Eles voltaram a lacrimejar, mas ela se forçou a focar em enrolar Hera, desviando o olhar. Até descobrir o que realmente acontecia com eles, não mostraria isso como uma – possível – fraqueza desconhecida.

–Claro – disse Charlie –, por isso não queria que eu entregasse o espelho. Mas lamento informa-la Hera, mas não vou dá-lo a você.

–Cada coisa a seu momento, querida. Quando você o tiver, me dará.

–Para que você o quer?

–O que é isso? – perguntou rispidamente, com o cenho franzido. Charlie soube que se referia aos seus olhos e se focou, rapidamente, a parecer desentendida.

–Não mude de assunto! Para que quer o espelho? – exigiu. Hera tentou manter a compostura, mas a filha de Afrodite percebeu que ela mantinha o mínimo de contato visual com Charlie. Ficava encarando o quarto com desdém.

“Uma questão de preservação quanto ao desconhecido” decidiu Hera.

–Um deus não pode roubar o símbolo de poder do outro. – falou Charlie

–Não indiretamente, você sabe... É aí que você entra, Charlotte.

–Sério? Com tantos outros semideuses a sua disposição? Não é como se você nunca tivesse que roubar as memórias deles para seu plano dar certo, não é?

A expressão satisfeita de Hera vacilou, mas em seguida se firmou quase imperceptivelmente.

–O espelho não pode ser pego por qualquer semideus, apenas algum envolvido com Afrodite... Uma filha... A mais... Poderosa.

–Não sou a mais poderosa, sou só mais uma. – disse Charlotte, sem se alterar. – Quero que me diga de uma vez, para que me quer?

–O espelho...

–Já disse que não vou dar!

–Você vai. Com certeza irá. – Hera sorriu e estalou os dedos e, em seguida, Charlie sentou outro revirar de ódio no estômago quando Mórfis – Morfeu – entrou no quarto.

–Não tenho tempo para questionários de adolescentes sobre o porquê das coisas. Morfeu, mostre o que precisa. – ela disse, e se dirigiu a porta do quarto.

–Sim, rainha Hera. – murmurou ele, antes da deusa sair.

–Não ouse tocar em mim! – lançou Charlie, entre dentes.

–Não será necessário – ele deu um sorriso afetado e estalou os dedos.

Um som muito alto para um simples estalar de dedos. Charlie caiu no empoeirado chão de madeira na hora, adormecida.

***

–Você fará o que eu disser, está bem, querida? – disse a mulher em voz doce, mas sem dúvidas uma ordem.

Charlie assistia tudo de fora. Ela via a si mesma, parada, o olhar fixo na mulher, sem nenhuma expressão aparente. De algum modo, ela sabia que o que via era o passado, apesar de haver suas dúvidas. Não se lembrava de ter vivido aquilo. Estavam em uma árvore, do outro lado da rua do prédio de seu pai. De repente ela se lembrou, levemente. Acontecera em um encontro para o almoço com seu pai, há uns dois meses antes. Mas ela não havia falado com mulher alguma.

A mulher, ela percebera, era Hera, mas sem os vestidos de seda branca que se esperaria que os deuses usassem. Ela parecia, perturbadoramente, com uma simples mãe explicando algo para um filho. Os cachos chocolate emoldurando o rosto fino e marcado de alguém de meia-idade, o cabelo caindo pelos ombros por cima do casaquinho de lã azul claro. O brilho âmbar no pescoço da mulher informou a Charlie que ela usava um colar.

–O que quer que eu faça, mãe? – disse a Charlotte do passado e Hera abriu um sorriso meigo.

Charlie quase caiu para trás, olhando a cena. Pelo fato de ela saber que NUNCA – já que, naquela época não fazia ideia do mundo dos deuses – chamaria uma estranha de mãe.

–Pegue estas moedas e vá até o Empire States. Preciso de sua ajuda. – disse Hera, brandamente, colocando dracmas na mão da outra Charlie.

–Apenas isso? – perguntou Charlotte.

–Não, escute. Se o porteiro complicar, entregue três destas. Quando chegar ao 600º andar, vá até o templo de Afrodite. Não é muito difícil, é o mais fei... Quero dizer, tem uma pomba esculpida no telhado e suas colunas têm rosas vermelhas envoltas. Caso impeçam-na de entrar, diga que é sua filha.

–Mas...

–Apenas isso.

–Está bem.

–Não... – sussurrou Charlie, assistindo a tudo.

–Quando estiver lá dentro, verá um espelho sendo empunhado pela estátua desta... Deusa... – Hera fez questão de colocar todo seu veneno na palavra deusa. – Quero que o pegue e traga-o para mim, sem ninguém saber. Vou fazer algo para esconder esse fato de você... – disse ela, falando a ultima frase mais para si mesmo, que para Charlie do passado.

–Sim... – respondeu Charlotte.

–Isso é impossível. – disse Charlie, ela não se lembrava de nada disso.

O resto do sonho passou como um borrão para ela, relances de quando entrou no templo florido com rosas e a estátua de uma mulher linda segurando nada enquanto a própria Charlie saia, calmamente, do lugar.


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Notas finais do capítulo

Recomendação
Recomendação
Recomendação
Review! Bem vindas novas leitoras!

Bjs de Amortentia, EP :* (obrigada por compreenderem a demora)



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