Estou aqui a mais de 4 horas andando de um lado para o outro sem saber como me comportar, depois que eu soube que Peeta seria operado porque o maldito do Snow mandou que implantassem uma microbomba envenenada no cérebro do meu marido, fez com que ruísse o mundo em minha volta. Fui visitar minha pequena na casa presidencial, pois eu precisava de um alicerce nesse momento e ninguém melhor do que um pedacinho do Peeta para me acalmar, olhar para os olhos de nossa filha é ver a alma de Peeta.

– Katniss você vai fazer um buraco no chão do hospital desse jeito criatura. – Essa foi Johanna.

– É Catnip! Você esta incomodando assim... – Gale relaxado para variar.

Estão os dois aqui comigo na sala de espera de “plantão” cuidando para que eu não fuja e me enfie naquela sala de cirurgia ao lado de Peeta. Estou angustiada demais aqui andando de um lado para o outro enquanto ele está lá dentro com um monte de pessoas cortando, costurando, mexendo, e fazendo sabe-se lá mais o que na cabeça dele. Lágrimas frias teimam a rolar por meu rosto a essas alturas já tão enxado e cheio de olheiras. Effie me mataria, ah! Que pensamento bobo! O desespero já está me afetando. Resolvo parar de fazer “buraco” no piso da sala e vou me sentar na poltrona ao lado de Johanna.

– Até que enfim! – Ela disse estendendo as mãos para o céu como se agradecesse.

– Johanna você faz assim porque não é seu marido! – Me estressei.

– Calma moça! O Padeiro vai ficar bem, não conheço alguém mais merecedor de vida do que ele. – Ela disse e sorrio sincera depositando as mãos sobre as minhas.

– Catnip, Peeta ficará bem... Ele tem que continuar fazendo aqueles pães de queijo maravilhosos! – Sorrio Gale.

– É Kat, o fã clube “Peeta tudo de bom” deve estar velando para que o Padeiro saia bem dessa. – Ela sorrio e isso me fez enfezar.

– Meu marido não tem fã clube, ele é muito bem casado ta, Johanna? – Falei irritada.

– Sim meu bem! - Ela sorrio debochada.

Fiquei ali ao lado de meus amigos que sempre tentavam me arrancar um sorriso, mas a preocupação com Peeta sempre falava mais alto.

– Senhora Mellark? – Perguntou uma voz que reconheci ser do Doutor.

– Sim! – Disse.

– Seu marido acaba de sair da sala de cirurgia! Está sedado mais ficará bem. – Disse com um sorriso no rosto.

A frase “Ficará bem” ecoou em minha cabeça como a salvação para as minhas esperanças que já estavam se esvaindo, sorri e abracei o Doutor que meio desajeitado correspondeu, Gale e Johanna tinham um enorme sorriso no rosto e agora só restava esperar meu amor acordar e tudo ficaria como sempre tem que ser com Peeta do meu lado.

(...)

Dias haviam se passado e Peeta mesmo desacordado já demonstrava uma melhora em seu quadro clínico. Eu ficava sempre com meu marido cuidando e orando por ele.

Nesse momento estou chegando ao seu quarto, pois sai um instantezinho para ir ao banheiro, entro e me deparo com uma moça vestida de braço que tenta tirar a roupa de meu marido.

– Ei, Ei, Ôpa! – Praticamente gritei.

– O quê? – Perguntou a moça visivelmente assustada.

– O quê você está fazendo?! – Perguntei ainda exaltada.

– Meu trabalho senhora, tenho que dar um banho no paciente, é um dó ver um homem tão bonito nesse estado mais nada que um banho bem dado por minhas mãos cuidadosas não o faça relaxar. – Disse ela.

Ela praticamente devorava Peeta com os olhos, pois ele estava com o peitoral á mostra já que a doida retirou sua camisa. A debochada ainda teve a pachorra de passar as mãos nele, ei doidinha! Esse homem tem dona e essa dona sou EU!

– Pode ir tirando as mãos daí sua assanhada! – Eu disse não contendo a raiva – Esse homem é muito bem casado e não precisa das mãos de nenhuma zinha que queira se aproveitar dele! Ele é meu marido! Katniss Mellark, conheçe?! – Esbravejei sarcástica.

Ela pareceu se assustar e sussurrou um “desculpe” antes de sair me deixando sozinha no quarto com Peeta.

– Mas onde já se viu uma enfermeira tentando se aproveitar do MEU Peeta, tadinho... Está todo sedado e não pode se defender. – Lamentei enciumada.

– Oh sim, tadinho do SEU Peeta. – Ele disse como um sussurro mais foi o suficiente para fazer meu coração disparar batendo a mil por hora.

– Peeta! – Disse entre lágrimas e sorrisos.

– Pondo medo na enfermeira amor... Que maldade! – Disse ele sorrindo então me toquei.

– Peeta você estava acordado vendo aquela lá dar em cima de você? - Perguntei enciumada.

– Não, acordei na parte do “Ele é meu marido...” – Ele sorrio e eu me derreti.

Não aguentando a vontade insana de ter seus lábios novamente nos meus, corri para ele que retribuiu meu beijo caloroso. Eu via fogos de artifício e sentia borboletas no estomago, meio clichê eu sei, mas ter aqueles olhos novamente abertos e seu coração novamente batendo por mim, era a sensação mais forte do universo. A necessidade de fôlego fez nós nos separarmos encostando nossas testas.

– Senti sua falta... – Falei com lágrimas nos olhos.

– Eu prometi que sempre ficaria com você. – Ele disse com o sorriso que temi não ver mais.

– Você tem que parar de “quase morrer” Senhor Peeta Mellark! – Eu disse entre lágrimas – Por que assim você me faz “quase morrer” também! Amor não consigo imaginar viver sem você aqui, sem você voltar, sem seu sorriso pra me fazer sorrir, sem meu céu particular, sem o pai da minha pequena, sem o homem que me ensinou a viver sem rancor. Se você partisse eu ficaria sem amor, sem vida, sem sobrevivência, sem história, sem VOCÊ PEETA MELLARK! . – Disse chorosa.

– Oh minha linda, eu sempre estarei aqui amor! Mesmo não estando fisicamente, quero que saiba que sempre vou fazer o meu máximo, possível e impossível para voltar Katniss. Eu sempre vou voltar Katniss! Sempre vou voltar por você. Eu te amo! – Ele disse e me beijou trazendo sentido ao meu mundo novamente.