Negligência escrita por Heartbreaker
Notas iniciais do capítulo
Estava assistindo esse filme pela milésima vez, quando me veio a ideia de escrever isso. Espero que gostem.
Solidão.
Oscar Stettner conhecia muito bem essa palavra. E ele certamente conhecia também o seu significado. Sabia por experiência própria o que era se sentir sozinho.
Ele não era órfão. Ele tinha um pai, mesmo que preferisse não ter. Não o chamava de pai, não é como se ele merecesse isso de sua parte. Não agia como um pai. Agia como se fosse o patrão, e ele, um reles empregado forçado a fazer de todas as suas vontades, e como se já não bastassem, as de sua irmã.
A amada Mireille Stettner. A garota de ouro. A filha com o futuro brilhante.
Não se conformava, como podia aquela garota estúpida ter mais atenção do que ele? Sempre fez todas as vontades do pai, e nunca recebeu nada em troca. Nada.
Oscar Stettner era solitário, e não sabia o que era ser amado.
Carinho.
Oscar conhecia essa palavra. Mas nunca entendera o significado da mesma, nunca soube o que era receber carinho de verdade. A afeição de alguém, isso nunca fora depositado em si.
Ninguém fora carinhoso consigo. Nem o próprio pai. Afinal, o alvo de todo o carinho — mesmo que fosse de seu modo — e afeição do Sr.Stettner, era Mireille. E sempre seria.
Oscar Stettner nunca recebeu carinho, ou qualquer tipo de afeição, de ninguém.
Rebeldia.
Oscar conheceu essa palavra cedo. E ele sinceramente, adorou aprender o significado.
Afinal, depois de anos tentando chamar a atenção do pai — sem êxito algum —, Oscar simplesmente cansou-se de tudo aquilo. Cansou de ser desprezado.
Então se tornou rebelde, tornou-se ditador de suas próprias regras, tornou-se dono de seu próprio destino.
Criou um mundo só seu, onde ele poderia ser o que quisesse, onde ele seria o centro das atenções, onde ele seria adorado.
Oscar Stettner era rebelde, e francamente, gostava disso.
Amizade.
Oscar quase desconhecia essa palavra. Certamente, não tinha nenhum amigo de verdade. O mais próximo que chegara de uma amizade verdadeira, fora com Thomas.
Mas aquela quase amizade havia acabado, e Oscar sabia muito bem a razão. Não que algum dia ele fosse admitir, não, ele certamente não faria isso.
Oscar não tinha amigos de verdade, e provavelmente nunca os teria. Aqueles que o cercavam eram falsos e superficiais, eram apenas atraídos por seu poder e liderança. Oscar tinha certeza de que se algum dia ele caísse de seu pedestal, não sobraria nenhum deles ali. Nenhum.
Oscar Stettner espantara seu único possível amigo verdadeiro, e — mesmo que apenas em seu íntimo — ele estava amargamente arrependido.
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